sábado, 5 de julho de 2014

Evangelho do Dia

Ano A - 05 de julho de 2014

Mateus 9, 14-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem! (Jo 10,27)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 14 Então os discípulos de João, dirigindo-se a ele, perguntaram: “Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?”
15 Jesus respondeu: “Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão.
16 Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior.
17 Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam”.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
Várias são as controvérsias em que Jesus e seus discípulos são envolvidos em torno do tema do comer: comer com pecadores e publicanos; não observar o jejum; colher espigas no sábado e comê-las; comer com as mãos impuras. O destaque no texto de hoje é o jejum. Jesus é questionado por discípulos de João Batista: "Por que jejuamos, nós e os
fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?". O episódio, narrado por Mateus, exprime as dificuldades de alguns grupos de discípulos de João em aderirem às comunidades do movimento de Jesus. Estes discípulos são convidados a participar da alegria pela presença do noivo, Jesus, que oferece o banquete da vida. A referência à retirada do noivo e ao retorno ao jejum é uma interpretação tardia de discípulos de Jesus que, como os discípulos de João, regrediram a algumas práticas do antigo judaísmo. Com as parábolas do remendo e do vinho, Jesus exprime que sua novidade não é suportada pela antiga tradição de Israel.

(O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
 
Leitura
Amós 9,11-15
Leitura do livro de Amós.
9 11 “Naquele dia, levantarei a cabana arruinada de Davi, repararei as suas brechas, levantarei as suas ruínas, e a reconstruirei como nos dias antigos, 12 para que herdem o que resta de Edom, e de todas as nações sobre as quais o meu nome foi invocado – oráculo do Senhor, que executará estas coisas.
13 Eis que vêm dias – oráculo do Senhor – em que seguirão de perto o que planta e o que colhe, o que pisa os cachos e o que semeia; o mosto correrá pelas montanhas, todas as colinas se derreterão.
14 Restaurarei então o meu povo de Israel; reconstruirão as cidades devastadas e as habitarão; plantarão vinhas e beberão o seu vinho, cultivarão pomares e comerão os seus frutos.
15 Implantá-los-ei no seu solo, e não serão mais arrancados da terra que lhes dei” – oráculo do Senhor, teu Deus.
Palavra do Senhor.

 
Salmo 84/85
O Senhor anunciará a paz para o seu povo!

Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
É a paz que ele vai anunciar;
A paz para o seu povo e seus amigos,
Para os que voltam ao Senhor seu coração.

A verdade e o amor se encontrarão,
A justiça e a paz se abraçarão;
Da terra brotará a fidelidade,
E a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
E a nossa terra nos dará suas colheitas;
A justiça andará na sua frente
E a salvação há de seguir os passos seus.

 
Oração
Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erra, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 5 DE JULHO - SÁBADO

XIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA DA I SEMANA)

Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Oração do dia
Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erra, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Amós 9,11-15)
Leitura do livro de Amós.
9 11 “Naquele dia, levantarei a cabana arruinada de Davi, repararei as suas brechas, levantarei as suas ruínas, e a reconstruirei como nos dias antigos, 12 para que herdem o que resta de Edom, e de todas as nações sobre as quais o meu nome foi invocado – oráculo do Senhor, que executará estas coisas.
13 Eis que vêm dias – oráculo do Senhor – em que seguirão de perto o que planta e o que colhe, o que pisa os cachos e o que semeia; o mosto correrá pelas montanhas, todas as colinas se derreterão.
14 Restaurarei então o meu povo de Israel; reconstruirão as cidades devastadas e as habitarão; plantarão vinhas e beberão o seu vinho, cultivarão pomares e comerão os seus frutos.
15 Implantá-los-ei no seu solo, e não serão mais arrancados da terra que lhes dei” – oráculo do Senhor, teu Deus.
Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial 84/85
O Senhor anunciará a paz para o seu povo!

Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
É a paz que ele vai anunciar;
A paz para o seu povo e seus amigos,
Para os que voltam ao Senhor seu coração.

A verdade e o amor se encontrarão,
A justiça e a paz se abraçarão;
Da terra brotará a fidelidade,
E a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
E a nossa terra nos dará suas colheitas;
A justiça andará na sua frente
E a salvação há de seguir os passos seus.

 
Evangelho (Mateus 9, 14-17)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem! (Jo 10,27)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 14 Então os discípulos de João, dirigindo-se a ele, perguntaram: “Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?”
15 Jesus respondeu: “Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão.
16 Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior.
17 Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam”.
Palavra da Salvação.
 
Comentário ao Evangelho
Várias são as controvérsias em que Jesus e seus discípulos são envolvidos em torno do tema do comer: comer com pecadores e publicanos; não observar o jejum; colher espigas no sábado e comê-las; comer com as mãos impuras. O destaque no texto de hoje é o jejum. Jesus é questionado por discípulos de João Batista: "Por que jejuamos, nós e os
fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?". O episódio, narrado por Mateus, exprime as dificuldades de alguns grupos de discípulos de João em aderirem às comunidades do movimento de Jesus. Estes discípulos são convidados a participar da alegria pela presença do noivo, Jesus, que oferece o banquete da vida. A referência à retirada do noivo e ao retorno ao jejum é uma interpretação tardia de discípulos de Jesus que, como os discípulos de João, regrediram a algumas práticas do antigo judaísmo. Com as parábolas do remendo e do vinho, Jesus exprime que sua novidade não é suportada pela antiga tradição de Israel.

(O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
 
Sobre as oferendas
Ó Deus, que nos assegurais os frutos dos vossos sacramentos, concedei que o povo reunido para vos servir corresponda à santidade dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e todo meu ser, seu santo nome! (Sl 102,1)
Depois da comunhão
Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão, nos transmitam uma vida nova, para que, unidos a vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SANTO ANTÔNIO M. ZACCARIA
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Concedei-nos, ó Deus, aquele incomparável conhecimento de Jesus Cristo que destes ao apóstolo são Paulo e inspirou Santo Antônio Maria Zacarias ao anunciar constantemente em vossa Igreja a palavra da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Sejam aceitos por vós, ó Deus, os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de Santo Antônio Maria Zacaria e concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Deus, pela força deste sacramento, conduzi-nos constantemente no vosso amor, a exemplo de Santo Antônio Maria Zacaria, e completai, até a vinda de Cristo, a obra que começastes em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO ANTÔNIO M. ZACCARIA):
Antônio Maria nasceu na rica família Zacarias, da tradicional nobreza italiana, na cidade de Cremona, em 1502. Era o filho único de Lázaro e Antonieta, e seu pai morreu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Nessa ocasião não faltaram os pretendentes à mão da jovem viúva, que contava com dezoito anos de idade. Mas Antonieta preferiu afastar-se de todos. Tornou-se exemplo de vida austera, séria e voltada para a fé, dedicando-se exclusivamente à educação e formação do filho. E seu empenho ilustra a alma do homem que preparou para o mundo e para a Igreja. Em pouco tempo, Antônio Maria era conhecido por sua inteligência precoce e, ao mesmo tempo, pela disposição à caridade e humildade. Contam os escritos que era comum chegar do colégio sem seu caro manto de lã, pois o deixava sobre os ombros de algum mendigo que estava exposto ao rigor do frio. Ao completar dezoito anos de idade, doou toda sua herança para sua mãe, e foi estudar filosofia em Pávia e medicina em Pádua. Ao contrário dos demais estudantes, que pouco aprendiam e mais se dedicavam à vida de diversões das metrópoles, como em todas as épocas, Antônio Maria usava todo o seu tempo para estudar e meditar. Em vez de vestir-se como fidalgo, preferia as roupas simples e comportava-se com humildade. Depois de formado, exerceu a medicina junto ao povo, cuidando principalmente dos que não tinham recursos. Conta a tradição que, além de curar os males do corpo, ele confortava as tristezas da alma de seus pobres pacientes. Distribuía os remédios científicos juntamente com o conforto, a esperança e a paz de espírito. Finalmente, sua espiritualidade venceu a ciência e, em 1528, Antônio Maria ordenou-se sacerdote. Com as bênçãos da mãe, que ficou feliz, mas sozinha, ele foi exercer seu apostolado em Milão. Ali, na companhia de Tiago Morigia e Bartolomeu Ferrari, fundou a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo, cujos membros ficaram conhecidos como "barnabitas", pois a primeira Casa da Ordem foi erguida ao lado da igreja de São Barnabé, em Milão. Depois, com apoio da condessa de Guastalla, Ludovica Torelli, fundou também a Congregação feminina das Angélicas de São Paulo e criou o Grupo de Casais, para os leigos. Toda a sua Obra se voltou à reforma do clero e dos leigos, reaproximando-os dos legítimos preceitos cristãos. Tendo como modelo são Paulo, era também um devoto extremado da santa eucaristia. Foi o padre Antônio Maria que instituiu as "quarenta horas de adoração ao Santíssimo Sacramento", e também o soar dos sinos às quinze horas para indicar a Paixão de Jesus na cruz. Durante uma de suas numerosas missões de oração e pregação que efetuava na Itália meridional, foi acometido pela epidemia que se alastrava na região. Não tinha ainda completado os trinta e sete anos de idade quando isto aconteceu. Como médico que era, sabia que a morte se aproximava, voltou então para os braços da dedicada mãe Antonieta. Ele morreu, sob o teto da mesma casa onde nasceu, em 5 de julho de 1539, e foi canonizado em 1897. Tendo em vista a criação do Grupo de Casais, santo Antônio Maria Zacarias é considerado o pioneiro da Pastoral Familiar na história da Igreja.

A ressurreição do corpo humano


Tal verdade de fé acreditável na vida eclesial pelos cristãos, não era no entanto presente junto ao paganismo.
*Dom Vital Corbellini

A ressurreição do corpo humano foi um dos assuntos debatidos no século II devido a divulgação do cristianismo junto à população pagã. Tal verdade de fé acreditável na vida eclesial pelos cristãos, não era no entanto presente junto ao paganismo. Como este manifestava fé nos deuses, era concebível uma vida neste mundo mas não tanto para o mundo futuro. Ainda que houvesse doutrinas que falassem da vida futura, o povo pagão preferia o momento presente tendo a morte como fim de toda a existência. Inspirados na Palavra de Deus e em Jesus Cristo que diz ser a ressurreição e a vida, os cristãos anunciam o Ressuscitado e acreditam na ressurreição dos corpos humanos porque Deus é justo e poderoso. Se Ele criou a pessoa humana do nada, do nada Ele o recriará, porque para Ele nada é impossível. Nós queremos ver esta visão em dois autores cristãos apologistas que defenderam o cristianismo diante da doutrina pagã: Atenágoras de Atenas e Justino de Roma. As suas idéias nos inspiram a acreditar na ressurreição da carne, ponto essencial do nosso credo,1) Atenágoras de Atenas(133-190). Ele era de Atenas e foi um defensor da fé cristã diante do Império romano e dos pagãos. Ele falou bastante a respeito da ressurreição do corpo humano. Ele parte do argumento que é preciso ter fé na ressurreição.
Atenágoras é ciente que a fé na ressurreição segue a lógica da razão humana ainda que esta verdade fuga da razão humana. Mas é preciso ter fé na ressurreição, do ponto de vista racional, porque o poder de Deus é grandioso de modo a fazer novas todas as coisas. Para muitas pessoas esta verdade de fé, fundamentada na razão não é acreditável porque para elas as coisas que ultrapassam a razão não tem muito sentido, importando só a vida presente de modo que tudo terminaria com a morte. Mas é preciso estar ciente de coisas novas feitas pelo Criador da humanidade, de seu poder recriador. Deus fará coisas novas para o ser humano que fizer o bem para os outros. A força de Deus não terá limitações de modo que ele unirá de novo os corpos mortos para constituí-los novos, e assim criaturas novas para a vida que não terá fim. Esta verdade necessita de razão para ser assumida, vivenciada para ela passar também para o plano espiritual, de entrega ao Senhor Deus.
O Deus Criador sabe da dissolução das partes do corpo pela morte porque o ser humano passa, não tendo a plenitude de sua vida neste mundo. E se Ele criou os corpos que não existiam antes, portanto do nada(creatio ex nihilo), Ele sendo todo-poderoso, dará a ressurreição também a partir do nada. A ressurreição é uma nova criação sobre a criação dada ao ser humano neste mudo. A ressurreição torna-se uma verdade de fé seguida pela razão humana que adere à esta verdade divina e humana. Aqui entra o poder de Deus que faz levantar o que está na terra e vivificar as coisas mortas, transformando-as em incorruptíveis, sem a mancha da corrupção do corpo. E ainda que o corpo fosse despedaçado por uma multidão de animais de toda a espécie e tivesse a dissolução de tudo, o poder de Deus ressuscitará o corpo humano.
Desta forma Atenágoras coloca a necessidade da ressurreição pela visão racional mesmo que essa esteja ligada à Fé como dom, mas ela se dá também pela razão:
A primeira prova diz respeito ao destino do homem, do ser humano que será de criatura para a eternidade. Deus Criador não quis fazer o ser humano para o nada, mas para que ele tivesse a consciência da vida eterna. A sua vida não termina nesta vida, mas tem a certeza de que uma nova vida lhe será dada. A ressurreição do ponto de vista racional fica esclarecida, objetivada.
A segunda prova fala do desígnio do Criador e a natureza do homem composto de alma e corpo. O ser humano possui corpo e alma e os dois deverão ter um destino comum: a ressurreição. O homem que consta de alma e de corpo, deve permanecer para sempre; é impossível que ele permaneça se não ressuscita. Quanto ao corpo, os homens receberão a incorruptibilidade pela transformação exigida pela razão da ressurreição, embora à alma goze da permanência imutável desde a criação. Mesmo que o corpo volte a dissolução, nós aguardamos a ressurreição.
A terceira prova fala de que seja o corpo seja a alma devem ser premiados ou punidos
O ser humano é composto de alma e de corpo. No dia do julgamento final receberá a sentença de cada uma das obras por ele feitas; a razão não vê que isso se realize na vida presente onde não se dá a cada um o que merece. Desta forma há a necessidade da ressurreição do corpo para que haja julgamento justo. O corpo como também a alma sendo premiados ou punidos farão parte de um todo, não simplesmente uma determinada parte, porque o corpo viveu junto da alma e alma junto do corpo. A lógica racional diz respeito ao todo e não só pela alma ou pelo corpo.
A quarta prova coloca o fim último do homem sendo que a felicidade, não é atingida nesta vida. A felicidade é a alegria da vida humana junto com Deus. Do ponto de vista racional a felicidade é construída por pequenas ações feitas na humanidade. Se a alma possuirá a sua felicidade não o será separada, fora do corpo humano, pois a vida reúne seja o corpo, seja a alma.
Atenágoras de Atenas coloca provas racionais para a evidência da ressurreição do corpo humano. É evidente que essas podem até fugir da racionalidade, pois elas exigem fé, mas também a fé fundamenta-se na razão, ou parte da mesma. Se a razão humana aponta para uma realidade superior, é porque a pessoa acredita seja racionalmente, seja espiritualmente na ressurreição do corpo humano.
2) Justino de Roma(100-165). Ele foi filósofo e teólogo, nascido na Palestina e viveu um bom tempo em Roma. Na capital do Império romano, sofreu o martírio em 165.
Como Justino vê a ressurreição da carne do ponto de vista racional
Justino fala em primeiro lugar da imortalidade da alma, diante daqueles que a negavam. Se racionalmente há a negação, como também racionalmente pode-se demonstrar a fé na ressurreição do corpo humano. De fato o povo pagão, bem como os intelectuais na época não colocavam tanto a fé na ressurreição do corpo, porque como no tempo de Atenágoras, a vida presente era que o importava mais. No entanto, Justino vê um ponto fundamental na ressurreição do corpo humano presente na vida pagã, apontando para a realidade escrita feita por escritores pagãos que era retomada por todos. Ali haveria uma espécie de memória em vista de algo futuro, de ressurreição. Se o povo pagão valorizava as doutrinas racionais e poéticas dos escritores como Pitágoras, Platão e Sócrates, os cristãos colocam uma fé superior para o corpo humano porque depois de mortos e enterrados, eles poderão ser revigorados e ressuscitados por Deus Criador porque para Ele não há nada impossível.
Justino tem presente o corpo humano de modo que a razão fala bem alto a respeito da verdade de fé pela ressurreição. Assim como de uma gota do sêmen humano possibilita ela a formação de ossos, tendões e carnes nos quais é percebido o ser humano(homem e mulher), da mesma forma é fundamental a consideração que os corpos humanos, depois de dissolvidos e espalhados como sementes na terra, ressuscitem a seu tempo e por ordem de Deus se revistam da incorruptibilidade. A idéia é que esta realidade seja só teológica, que pertença à vida de fé. Mas ela é também racional porque a razão ligada à fé aponta para a realidade divina e a realidade humana da ressurreição do corpo humano.
Justino tem presentes as considerações de Sibila, originária da Pérsia, sacerdotisa e profetiza de Apolo(doutrina pagã), que falara que todo o corruptível deveria ser consumido pelo fogo. Além de anunciar catástrofes, dizia que o mundo renascerá pelo fogo. Justino leva em consideração pontos doutrinais provenientes de filósofos pagãos como Platão que afirmavam a doutrina de uma reconstituição dos corpos, algo parecido com a ressurreição do corpo humano. Se Platão dizia que tudo foi ordenado e feito por Deus, e que as almas dos iníquos, mesmo após a morte conservarão a consciência e que as dos bons, livres de todo o castigo serão felizes, Justino diz que há algo parecido na ressurreição do corpo a partir do filósofo Platão. A ressurreição do corpo estava presente também na vida dos pagãos. Por isso, Platão dizia Justino dependia de Moisés porque Ele teria lido as Sagradas Escrituras. Em geral, afirma o filósofo Justino, tudo o que Platão, os filósofos e os poetas disseram sobre a imortalidade da alma e da contemplação das coisas celestes, aproveitaram-se de Moisés e dos profetas.
As igualdades e as diferenças doutrinais a respeito da ressurreição dos corpos humanos em Atenágoras e Justino de Roma.
Os dois autores filósofos cristãos afirmaram a fé na ressurreição dos corpos humanos também do ponto de vista racional. Sendo uma verdade de fé não pode ficar só no plano espiritual; esta verdade de fé é posta do ponto de vista da razão humana. Se a pessoa humana adere à ressurreição do corpo é pelo fato que a razão vai junto. Enquanto Justino tem presentes a ressurreição dos corpos diante da falta de fé por parte dos pagãos e intelectuais, mas levando em consideração as doutrinas dos filósofos, sobretudo a de Platão, para Atenágoras, a fé na ressurreição não é absurda pela razão aludindo a revelação de Deus no mundo acolhida pela razão humana.
Se para Atenágoras de Atenas o poder de Deus para é levantar o que jaz na terra ainda que totalmente dissolvido e comido por animais; Justino fala que a ressurreição não é impossível para Deus. Ele é Criador dos corpos humanos e no final será o Recriador dos mesmos, dos seres humanos em vista da ressurreição dos corpos. Se a alma estava unido ao corpo, formando um só ser humano, também a partir do ponto de vista bíblico, no final da história a reconstrução será dada por Deus, porque para Ele nada é impossível. A nossa fé na ressurreição dos corpos é uma verdade que possibilita a alegria da doação para os outros e para Deus pelo fato de que a morte humana é uma passagem da vida humana para a vida eterna, dada por Deus Uno e Trino ao ser humano.
CNBB
*Dom Vital Corbellini é bispo Diocesano de Marabá (PA). Bibliografia: 1. Atenágoras de Atenas. Sobre a ressurreição dos mortos. In: Padres Apologistas. Paulus, 1995, SP. 2. Justino de Roma. I e II Apologias. Paulus, 1995, SP.

Com Francisco, cristianismo volta à sua pureza


Por Giovanni Reale

Na entrevista concedida por Francisco ao Il Messaggero, encontrei algumas das novidades revolucionárias que este papa está introduzindo e que nem todos entenderam ainda.

Estou convencido de que esse é um pontífice muito filósofo, mas poucos se deram conta disso. Tende-se a pensar que a filosofia só se expressa com linguagem acadêmica; ao contrário, a filosofia é chegar à essência das coisas e expressá-la de modo simples, e Francisco tem exatamente essa capacidade.
Das palavras de Francisco, entende-se que a primazia para o cristão deve ser dada ao encontro com a pessoa de Cristo, que é posta acima do encontro com as ideias. O cristianismo não é ideologia, é um encontro com a pessoa.
É um conceito que Kierkegaard expressou de modo estupendo: quando não houver mais ninguém que ouça Cristo contemporâneo, defende o grande filósofo, o cristianismo estará acabado.
A contemporaneidade de Cristo – uma contemporaneidade espiritual, entenda-se – é a condição da fé.
Na entrevista, o papa relembra com grande força os conceitos de pobreza e humildade, e observa justamente que isso não significa ser comunistas, mas, no mínimo, foi o comunismo, 2.000 anos depois, que roubou do cristianismo a bandeira dos pobres.
Kierkegaard expressa o mesmo conceito com outras palavras: "O enviado é Jesus Cristo, o humilhado. E foi ele que pronunciou as palavras de convite, mas não sentado na glória", porque, "para crer em Cristo, é preciso começar com o abaixamento".
Se ele tivesse vindo na glória, na riqueza, bem-vestido, teriam acorrido a ele os tolos, os pagãos. Mas Cristo é outra coisa: é o abaixamento, isto é, a pobreza. Por pobreza, Francisco entende tanto a física quanto a espiritual, "as periferias", como ele as chama. Ir buscar o homem na sua humildade total.
Francisco, além disso, fala de outra grande revolução que ele está implementando: a reforma da Cúria, que não é um ato político, não é apenas uma reorganização estrutural, como é dito às vezes nos jornais.
Francisco faz com que as pessoas entendam que a Igreja não é a Cúria, mas sim uma comunidade de cristãos que creem em Cristo, dos quais Cristo é a cabeça, e a Cúria é apenas – segundo a terminologia aristotélica – uma manifestação acidental, mas não a substância.
A dimensão do poder temporal deve ser eliminada pouco a pouco. Apesar das muitas reformas já feitas, a Igreja muitas vezes ainda tem os pés no poder.
Il Messaggero, 30-06-2014.

Três chamadas de Jesus


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11, 25-30 que corresponde a 14º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

 
 
O Evangelho de Mateus recolheu três chamadas de Jesus que têm de escutar com atenção seus seguidores, pois elas podem transformar o ambiente de desalento, cansaço e tédio que às vezes respiramos em alguns setores das nossas comunidades.
“Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso.” Esta é a primeira chamada. Está dirigida a todos os que vivem sua religião como uma carga pesada. Não são poucos os cristãos que vivem agoniados pelo peso de sua consciência. Não são grandes pecadores.
Simplesmente eles foram educados para ter sempre em conta seu pecado, e não conhecem a alegria do perdão permanente de Deus. Se eles se encontram com Jesus, se sentirão aliviados.
Há também cristãos cansados de viver sua religião como uma tradição gasta. Se eles se encontram com Jesus, aprenderão a viver à vontade com Deus. Descobrirão uma alegria interior que hoje não conhecem. Seguirão Jesus, não por obrigação, senão por atração.
“Carreguem a minha carga porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.” É a segunda chamada. Jesus não agonia ninguém. Pelo contrário, libera o melhor que há em nós, pois ele nos propõe viver uma vida mais humana, digna e sã. Não é fácil encontrar um modo mais apaixonante de viver.
Jesus nos liberta dos medos e pressões, não os coloca em cada um: ele não faz crescer nossas servidões, mas nossa liberdade; acorda em nós a confiança e nunca a tristeza; nos leva ao amor e não às leis e preceitos. Convida-nos a viver fazendo o bem.
“Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração e vocês encontrarão descanso para suas vidas.” Esta é a terceira chamada. Devemos aprender de Jesus e viver como ele. Jesus não complica nossa vida. Ele a deixa mais clara e simples, mais humilde e mais sã. Oferece descanso. Para seus seguidores ele propõe aquilo que ele mesmo tem vivido. Convida a segui-lo pelo mesmo caminho percorrido por ele. Por isso é possível compreender nossas dificuldades e nossos esforços, pode perdoar nossos tropeços e erros, animando-nos sempre a levantar-nos.
Devemos centrar nossos esforços em promover um contato mais vital com Jesus em tantas pessoas necessitadas de alento, descanso e paz. Às vezes fico triste quando vejo que é justamente seu modo de entender e viver a religião o que leva quase inevitavelmente muitas pessoas a não conhecer a experiência de confiar em Jesus. Penso assim em tantas pessoas que, dentro e fora da Igreja, vivem “perdidas”.
Instituto Humanitas/ Unisinos

PROCLAMAS MATRIMONIAIS

05 e 6 de julho de 2014


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:
                                                                                  



·         HENRIQUE BUARQUE DE GUSMÃO
E
GABRIELA PATRIOTA DE ALMEIDA LIMA


·         GEOVANNE TEIXEIRA DA SILVA
E
JAKELINE TÉCIA DE MEDEIROS


·         FERNANDO LUIZ SANTANA LUCENA
E
ROSA MARIA LUCENA DO NASCIMENTO


·         CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA CARNEIRO
E
JULIE ROMA BANDEIRA DE MELO


·         TARCISIO CABRAL ALVES TOSCANO CALDAS
E
FABIANA HERÁCLITO GARRET DE MELO


·         BRUNO MAIA BRAGA
E
ALINE DA SILVA


·         HENRIQUE ALBUQUERQUE DE CASTRO
E
FLÁVIA MARIA CAVALCANTI RABELLO







                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em  consciência a declarar.