sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Camisas estão sendo vendidas na Estação Central do metrô e no Polo Pina


1525612_576804152396593_232356627_nDesta quinta-feira, 13, até o próximo sábado usuários do metrô poderão adquirir a camisa para o Show da Esperança, na Estação Central do Recife. O espaço montado no local deve facilitar a vida de milhares de trabalhadores e estudantes que utilizam o transporte e que ainda não compraram a camisa. A partir desta sexta-feira, 14, um estande também será instalado no Polo Pina, onde acontecerá o 1º Evangelizar é preciso Recife – Show da Esperança.
Nos novos pontos, católicos ou não que queiram vestir a causa do combate às drogas encontrarão camisas de todos os tamanhos (P, M, G e XG) ao preço de R$20. Tudo que for arrecadado será revertido para a construção da primeira Fazenda da Esperança da Arquidiocese de Olinda e Recife, que deverá começar já em março. As camisas também estão á venda nas 115 paróquias da arquidiocese, nas livrarias católicas, nos shoppings do Recife e na Casa da Juventude Padre Antônio Henrique, nas Graças.
Show – No dia 15 de fevereiro, um mar de esperança e solidariedade tomará conta das areias do Polo Pina. Milhares de pessoas sensíveis à causa participarão dos shows e da Missa. O evento terá início às 14h com atrações locais. Entre eles padre João Carlos, frei Damião Silva, DJ Angelus, Cristina Amaral e Nando Cordel. Em seguida, Dom Fernando Saburido presidirá a Concelebração Eucarística. Encerrando o 1º Evangelizar é preciso Recife – Show da Esperança, o padre Reginaldo Manzotti cantará seus maiores sucessos.
Doações – As pessoas podem contribuir ainda durante a coleta realizada na Celebração Eucarística. Outra opção é através de depósito bancário na conta da Fazenda.
Banco do Brasil
Agência: 3108-9
Conta Corrente: 32892-8
Da Assessoria de Comunicação AOR

Vou para servir à Igreja e ao mundo inteiro, diz Dom Orani


dom oraniO consistório em que Dom Orani será criado cardeal está marcado para o dia 22, mas o arcebispo do Rio chegará antes ao Vaticano para participar de outros compromissos.
Na quarta-feira ele e os outros novos cardeais se reúnem com o Santo Padre em uma audiência geral. A programação inclui ainda dois dias de retiro antes do consistório. Já como cardeal, Dom Orani também vai participar de duas Missas, nas Basílicas de São Pedro e São Sebastião.
“Eu vou com o coração aberto para servir a Igreja, e sabendo que, ao servir a Igreja, eu sou chamado a servir também o mundo inteiro e ao Santo Padre. Além de ser aquele que está a frente da Igreja Católica. E ao mesmo tempo, pedindo a Deus que me capacite para fazê-lo da melhor maneira possível”, disse Dom Orani.
Em meio as expectativas, Dom Orani ja sabe como será chamado quando retornar ao Brasil…
“Cardeal João Orani Tempesta. Quando assina coloca Orani João Cardeal Tempesta, porque o sobrenome que é Tempesta. Essa é a forma que, pelo menos até agora, como marinheiro de primeira viagem, que eu sei”.
O Rio de Janeiro foi a primeira sede cardinalícia do Brasil com a nomeação de Dom Joaquim Arcoverde Cavalcanti em 1905. Pela arquidiocese ainda passaram os cardeais Dom Eugênio Sales e Dom Eusebio Scheid.
A viagem de Dom Orani ao Vaticano não é a unica novidade para a arquidiocese do Rio. O bispo auxiliar, Dom Nelson Francelino, foi nomeado pelo Papa Francisco o novo bispo diocesano de Valença, no sul do estado”.
Além de bispo auxiliar, Dom Nelson atuava também como pároco na Paróquia Nossa Senhora de Copacabana, zona sul da cidade. A posse esta marcada para 5 de abril em uma Missa na Catedral de Nossa Senhora da Glória, em Valença.
“Eu sei da importância da Diocese de Valença, uma diocese que, na história do Brasil, tem um papel determinante no ciclo do café. Tem quase 90 anos de fundação essa diocese, passaram grandes bispos, grandes nomes por lá, e deixaram lá, com certeza, uma obra bem plantada, bem cuidada”, destacou Dom Nelson.
O Papa também nomeou o padre Antônio Carlos Cruz Santos, de 52 anos, como bispo da Diocese de Caicó (RN). Provincial dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, em Juiz de Fora (MG), padre Antônio Carlos é carioca e foi ordenado sacerdote em 12 de dezembro de 1992.
Fonte: Canção Nova

"O cristão é sempre cordeiro. Não deve ceder à tentação de ser lobo", afirma o Papa




Cidade do Vaticano (RV) – O cristão nunca fica parado, caminha sempre além das dificuldades. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta.

Em sua homilia, o Papa falou da identidade do cristão, inspirando-se nos santos padroeiros da Europa, Cirilo e Metódio, que a liturgia celebra esta sexta-feira. Francisco recordou que o Senhor envia os seus discípulos para que eles prossigam sempre avante. “E isso – observou – significa que o cristão é um discípulo do Senhor que caminha”:

Não se pode pensar num cristão parado: um cristão assim está doente na sua identidade cristã. O cristão é discípulo para caminhar, para ir. É aquilo que o Senhor nos pede: Ide e proclamai o Evangelho. Ir. Caminhar. Eis que a primeira atitude da identidade cristã é caminhar, e caminhar mesmo em meios às dificuldades, ir além das dificuldades.

Um segundo aspecto da identidade do cristão é permanecer sempre “cordeiro”. “O Senhor nos manda como cordeiros em meio aos lobos”, disse o Papa, advertindo que contra eles não se deve usar a força, mas fazer como fez Davi, que usou uma brecha e venceu a batalha:

Como cordeiros... Não se tornar lobos… Porque, às vezes, a tentação nos faz pensar: ‘Mas isso é difícil, esses lobos são astutos e eu serei mais astuto do que eles, eh?’. Cordeiro. Não tolo, mas cordeiro. Com a astúcia cristã, mas sempre cordeiro. Porque se você é cordeiro, Ele o defende. Mas se você se sente forte como um lobo, Ele não o defende, o deixa só, e os lobos o devorarão. Como cordeiro.
O terceiro aspecto desta identidade, disse, é o “estilo do cristão”, que é a “alegria”. Os cristãos são pessoas que exultam porque conhecem e carregam o Senhor. Mesmo “nos problemas, inclusive nas dificuldades, mesmo nos próprios erros e pecados – reiterou o Papa – há a alegria de Jesus, que sempre perdoa e ajuda”. O Evangelho então “deve ir na frente, levado por esses cordeiros enviados pelo Senhor que caminham, com alegria”:

Esses cristãos que vivem assim, sempre se lamentando, num estado de lamentação contínua, sempre tristes, não fazem um favor nem ao Senhor nem à Igreja. Este não é o estilo do discípulo. Santo Agostinho diz aos cristãos: ‘Vá avante, canta e caminha!’. Com a alegria: este é o estilo do cristão. Anunciar o Evangelho com alegria. E o Senhor faz tudo. Ao invés, a demasiada tristeza e também a amargura nos levam a viver um cristianismo sem Cristo: a Cruz esvazia os cristãos que estão diante do Sepulcro chorando, como Madalena, mas sem a alegria de ter encontrado o Ressuscitado.
O Senhor, concluiu o Papa, “por intercessão desses dois irmãos santos, padroeiros da Europa, nos conceda a graça de viver como cristãos que caminham como cordeiros e com alegria”.



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

Evangelho do Dia

Ano A - 14 de fevereiro de 2014

Marcos 7,31-37

Aleluia, aleluia, aleluia.
Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
7 31 Jesus deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole.
32 Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão.
33 Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva.
34 E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: “Éfeta!”, que quer dizer “abre-te!”
35 No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente.
36 Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam.
37 E tanto mais se admiravam, dizendo: “Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!”
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
ABRE-TE!
A cura do surdo-mudo teve um valor emblemático no ministério de Jesus. Sua dupla deficiência o mantinha fechado em seu mundo e o impossibilitava de se comunicar e deixar transbordar a vida trazida dentro de si. Além disso, era vítima do preconceito que via na sua limitação física um castigo por causa de eventuais pecados do passado. A marginalização social, portanto, agravava ainda mais sua situação.
A ordem peremptória dada por Jesus - Abre-te - assumiu uma ampla dimensão. Ela possibilitou ao deficiente poder expressar-se e comunicar-se normalmente. Uma barreira era posta abaixo e sua riqueza interior podia agora ser partilhada. Porém, não foi menos importante terem caído as barreiras sociais e serem eliminados os preconceitos que padecia. Doravante, sua condição de ser humano podia se expressar de maneira plena.
Este milagre de Jesus evocou antigas profecias, segundo as quais o Messias esperado faria os mudos falarem e os surdos ouvirem. Ele os reintegraria na convivência humana, tirando-os da exclusão social. Temendo conclusões apressadas, Jesus ordenou não tornarem público o sucedido. Sua ordem foi inútil. Quanto mais proibia, tanto mais proclamavam seu feito extraordinário. Jesus, porém, não se deixava levar pela vaidade humana. E não tinha dúvidas quanto à sorte que o esperava.

Oração
Senhor Jesus, abre meu coração e minha mente, para que eu possa realizar plenamente minha vocação de discípulo do Reino.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 Reis 11,29-32;12,19
Leitura do primeiro livro dos Reis.
11 29 E aconteceu que um dia, saindo Jeroboão de Jerusalém, encontrou-se em caminho com o profeta Aías de Silo, vestido com um manto novo. Estavam os dois sós no campo.
30 Então Aías, tomando o manto novo que trazia, rasgou-o em doze pedaços.
31 “Toma para ti dez pedaços, disse ele a Jeroboão, pois isto diz o Senhor, Deus de Israel: Vou arrancar o reino das mãos de Salomão, e dar-te-ei dez tribos.
32 Mas, em atenção ao meu servo Davi e à cidade de Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, ficar-lhe-á ainda uma tribo”.
12 19 Desse modo, separou-se Israel da casa de Davi até o dia de hoje.
Palavra do Senhor.
Salmo 80/81
Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

Em teu meio não exista um deus estranho
nem adores a um deus desconhecido!
Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor,
que da terra do Egito te arranquei.

Mas meu povo não ouviu a minha voz,
Israel não quis saber de obedecer-me.
Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos,
abondonei-os ao seu duro coração.

Quem me dera que meu povo me escutasse!
Que Israel andasse sempre em meus caminhos!
Seus inimigos, sem demora, humilharia
e voltaria minha mão contra o opressor.
Oração
Ó Deus, pelos dois irmãos Cirilo e Metódio, levastes a luz do Evangelho aos povos eslavos; daí-nos acolher no coração a vossa palavra e fazei de nós um povo unido na verdadeira fé e no fiel testemunho do Evangelho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

Dia 14 de Fevereiro - Sexta-feira

SANTOS CIRILO E METÓDIO
Monge e Bispo
(Branco, Pref. Comum ou dos pastores – Ofício da memória)

Antífona da entrada: Minhas palavras que coloquei em tua boca, diz o Senhor, não se afastarão jamais de teus lábios; e tuas oferendas serão aceitas em meu altar (Is 59,21;56,7)
Oração do dia
Ó Deus, pelos dois irmãos Cirilo e Metódio, levastes a luz do Evangelho aos povos eslavos; daí-nos acolher no coração a vossa palavra e fazei de nós um povo unido na verdadeira fé e no fiel testemunho do Evangelho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Reis 11,29-32;12,19)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
11 29 E aconteceu que um dia, saindo Jeroboão de Jerusalém, encontrou-se em caminho com o profeta Aías de Silo, vestido com um manto novo. Estavam os dois sós no campo.
30 Então Aías, tomando o manto novo que trazia, rasgou-o em doze pedaços.
31 “Toma para ti dez pedaços, disse ele a Jeroboão, pois isto diz o Senhor, Deus de Israel: Vou arrancar o reino das mãos de Salomão, e dar-te-ei dez tribos.
32 Mas, em atenção ao meu servo Davi e à cidade de Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, ficar-lhe-á ainda uma tribo”.
12 19 Desse modo, separou-se Israel da casa de Davi até o dia de hoje.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 80/81
Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

Em teu meio não exista um deus estranho
nem adores a um deus desconhecido!
Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor,
que da terra do Egito te arranquei.

Mas meu povo não ouviu a minha voz,
Israel não quis saber de obedecer-me.
Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos,
abondonei-os ao seu duro coração.

Quem me dera que meu povo me escutasse!
Que Israel andasse sempre em meus caminhos!
Seus inimigos, sem demora, humilharia
e voltaria minha mão contra o opressor.
Evangelho (Marcos 7,31-37)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
7 31 Jesus deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole.
32 Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão.
33 Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva.
34 E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: “Éfeta!”, que quer dizer “abre-te!”
35 No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente.
36 Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam.
37 E tanto mais se admiravam, dizendo: “Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!”
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
ABRE-TE!
A cura do surdo-mudo teve um valor emblemático no ministério de Jesus. Sua dupla deficiência o mantinha fechado em seu mundo e o impossibilitava de se comunicar e deixar transbordar a vida trazida dentro de si. Além disso, era vítima do preconceito que via na sua limitação física um castigo por causa de eventuais pecados do passado. A marginalização social, portanto, agravava ainda mais sua situação.
A ordem peremptória dada por Jesus - Abre-te - assumiu uma ampla dimensão. Ela possibilitou ao deficiente poder expressar-se e comunicar-se normalmente. Uma barreira era posta abaixo e sua riqueza interior podia agora ser partilhada. Porém, não foi menos importante terem caído as barreiras sociais e serem eliminados os preconceitos que padecia. Doravante, sua condição de ser humano podia se expressar de maneira plena.
Este milagre de Jesus evocou antigas profecias, segundo as quais o Messias esperado faria os mudos falarem e os surdos ouvirem. Ele os reintegraria na convivência humana, tirando-os da exclusão social. Temendo conclusões apressadas, Jesus ordenou não tornarem público o sucedido. Sua ordem foi inútil. Quanto mais proibia, tanto mais proclamavam seu feito extraordinário. Jesus, porém, não se deixava levar pela vaidade humana. E não tinha dúvidas quanto à sorte que o esperava.

Oração
Senhor Jesus, abre meu coração e minha mente, para que eu possa realizar plenamente minha vocação de discípulo do Reino.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Dignai-vos, ó Deus todo-poderoso, impregnar com as bênçãos celestes estas oferendas de vosso povo, que vos apresentamos na festa de são Cirilo e são Metódio. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: O Filho do homem veio dar a sua vida para a salvação de todos (Mc 10,45).
Depois da comunhão
Alegrando-nos na festa de são Cirilo e são Metódio, recebemos, ó Pai, o penhor da salvação; fazei que ele nos ajude na vida presente e nos conduza à vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTOS CIRILO E METÓDIO)
São Cirilo
Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico,Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa.

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo.

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas.

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano.

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo.

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados.

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".

São Metódio
Miguel, primogênito dos sete filhos do juiz grego Leão, nasceu em 814 na Tessalonica, atual Salonico, Grécia. Tinha vinte e seis anos e era prefeito de Constantinopla, capital do Império Bizantino, quando seu pai morreu. Irmão de Constantino, foi aluno de Fócio, que assumiu a educação dos órfãos. Miguel e Constantino mudaram o nome para Metódio e Cirilo, ao se consagrarem sacerdotes.

Com a morte do pai, em 840, abandonou tudo e se recolheu no convento de Policron, no monte Olímpio, e se fez monge. Foi o imperador Miguel III quem o convocou para a missão evangelizadora da Morávia, da qual participou também seu irmão. Depois os dois foram para Roma, onde Cirilo, doente, acabou falecendo.

Metódio foi ordenado sacerdote pelo papa AdrianoII em 868 e, depois da cerimônia do sepultamento do irmão, foi nomeado delegado apostólico, consagrado bispo, e estabelecido como arcebispo para a Iugoslávia e Morávia. Uma carta, que o credenciava junto aos principados eslavos, continha a aprovação sem reservas para a liturgia na língua eslava.

Os acontecimentos políticos impediram que Metódio retornasse a Morávia. Ficou, então nos domínios do principado iugoslavo, que tinham sido evangelizados até Áustria. Alí foram inevitáveis os desencontros entre o clero latino e o novo clero eslavo. Inclusive, Metódio foi preso, traído diante do concílio de Ratisbona e condenado ao exílio na Suécia.
O então papa João VIII, em 878, interveio energicamente e ele foi solto, mas reprovou as suas novidades lingüísticas na liturgia. Porém, Metódio, estava fortalecido pela aprovação do papa anterior, podendo dar continuidade à evangelização iniciada. Depois de um ano de tranqüilidade, novos protestos se elevaram contra ele, sendo acusado de heresia.

Convocado a se apresentar em Roma pelo papa João VIII, não só se justificou como o convenceu a lhe dar seu apoio. Com uma carta oficial da Santa Sé, ele foi confirmado nas funções, e autorizado a usar o eslavo na liturgia, mas pedindo que o Evangelho fosse lido em latim antes que em eslavo. Porém o imperador germânico preferia outro bispo, que celebrava a liturgia em latim. A confusão estava formada. Tudo se complicou quando surgiu uma falsa carta do papa, que dizia o oposto da anterior apresentada por Metódio.

Em 881 a Santa Sé, negou formalmente a falsa carta. Mas isto não pôs fim à dificuldade, o clero alemão continuou sua oposição. Nesta época, Metódio, foi para Constantinopla a convite do imperador, para se juntar ao então patriarca Fócio, seu antigo professor e amigo da família. Assim, continuou com seus discípulos o seu apostolado e a tradução da Bíblia e dos Livros Litúrgicos a quem precisasse.

Morreu em 6 de abril de 885 em Velehrad, Tchecoslováquia, onde foi sepultado na igreja da Catedral. Atualmente se ignora o local exato onde foram colocadas suas relíquias. Metódio e Cirilo são considerados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos" e venerados no dia 14 de fevereiro, dia da morte de Cirilo. Em 1980, o papa João Paulo II os proclamou "Patronos da Europa" ao lado de São Bento.

Os atos de fé que não significam nada

É fácil professar a fé, o complicado é deixar a fé transformar o modo de agir e pensar.
Por Dom Anuar Battisti*
Nestes dias, participando do curso com os bispos no Rio de Janeiro - aliás, foi uma belíssima experiência de reflexão e partilha - fui tomado por um pensamento que me deixou preocupado.

Foi meditando o texto do evangelista Marcos, quando narra o endemoninhado: "Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele, e gritou bem alto: Que tens a ver comigo, Jesus Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes! Com efeito Jesus lhe dizia: Espírito impuro sai deste homem!" (Mc 5,6-8).

Chamou-me a atenção porque o demônio acredita, tem fé. Reconhece o Filho de Deus, e conjura por Deus.  Por que ele faz isso e continua fazendo o mal, atormentando as pessoas? Por que faz um ato de fé e nada muda em sua vida? Nunca muda de caminho, está sempre na contramão da história.

Fiquei pensando e me veio um certo temor. O demônio reconhece Jesus, professa a fé Nele, mas não O segue e continua sempre pela própria estrada.

Jamais será diferente porque sabe quem é Jesus: o Filho de Deus. Mas a sua convicção não interfere no seu modo de agir. É fácil professar a fé, o complicado é deixar essa fé transformar o modo de agir e pensar. 

Por isso, o maligno continuará sempre maligno, porque a fé não tem nada a ver com a vida concreta. A diferença está na fé, que faz verdadeiramente ser discípulo de Jesus; caso contrário eu fico parecendo o demônio que acredita, faz um ato de fé, mas continua sendo o rei da maldade e do pecado.

Vive fazendo de conta que não acredita. Confesso que essa reflexão me causou um certo temor e me fez repensar o meu seguimento, enquanto escolhido e chamado a colaborar na vinha do Senhor.

Entendi melhor a expressão de Jesus: “O único pecado que não tem perdão é o pecado contra o Espírito Santo”. Esse é o pecado, professar com os lábios e negar com as atitudes, ou seja, não deixar Deus agir em nós, porque é Ele que vem ao nosso encontro.

Não fomos nós que amamos a Deus. Foi Ele quem nos amou por primeiro. Negar a iniciativa de Deus, fechar-se em si mesmo, nos colocando no lugar de Deus, é negar toda e qualquer ação do Espírito Santo em nós. Esse é o pecado que não tem perdão.

Não que Deus não perdoe, mas sim porque não acreditamos no perdão.  Como o papa Francisco repetiu várias vezes: “Deus não se cansa de perdoar, nós nos cansamos de pedir perdão”.  O caminho de seguimento de Jesus é um caminho de perdas e ganhos. Perco o meu jeitão de ser e aceito o jeitão do Mestre e Senhor da minha vida. Serei discípulo se serei capaz de assumir a disciplina do Mestre. Não basta dizer eu creio. A fé sem obras é morta.

No caminho do seguimento do Senhor, a astúcia como as serpentes e a simplicidade como as pombas devem ser sempre as atitudes primordiais para não cairmos na tentação do demônio. É como nós rezamos sempre no Pai Nosso: "não nos deixeis cair na tentação". A tentação é exatamente a incoerência do nosso falar e do nosso ser.

Somente quem está em Deus é uma criatura nova, ou seja renovada, disposta ao seguimento de Jesus como verdadeiro discípulo e discípula. Não tenho dúvidas de que o demônio existe e não tenho dúvidas de que ele nunca para de trabalhar, principalmente, fazendo-nos professar a fé e vivendo como se Deus não existisse. Orar sempre, professar sempre, viver sempre na luz da Fé, assim nada será inútil. A vida terá outro sentido.

Que Deus abençoe a nossa semana!
A12, 12-02-2014.
*Dom Anuar Battisti é arcebispo de Maringá (PR).

Verdade, bem e liberdade


A perda do laço essencial entre verdade, bem e liberdade na cultura contemporânea é a explicitação do caos moral que vai afundando a sociedade em acontecimentos assustadores. Os fenômenos em torno de violências, justiça com as próprias mãos, corrupção, fundamentalismos, entre outros, são resultado da perda deste laço fundamental. Sua recuperação é um longo caminho a percorrer. Sua urgência deve motivar os mais variados segmentos da sociedade, desde o recôndito da privacidade familiar, passando pelas igrejas e escolas, até ações governamentais em diferentes níveis, em um investimento mais consistente e permanente.

O dia a dia da sociedade sem comprometimento com a verdade, o bem e o autêntico sentido da liberdade pode trazer comprometimentos irreversíveis. O que se vê é um crescente processo de desumanização, com graves consequências para a vida de todos e impactos na formação dos mais jovens. Assim, a ausência do laço essencial entre verdade, bem e liberdade impede que sejam dados novos passos no presente e também engessa a sociedade do amanhã.  Muitos se acostumam com os relatos de violência nos noticiários e até, de certo modo, os esperam a cada dia, cultivando o gosto pelo hediondo.  Alguns se sentem privilegiados, por não serem alvos ou vítimas, e se comportam como meros espectadores do caos que vai se implantando na sociedade. No entanto, o aumento crescente desta violência é um risco para todos, mesmo para os que estão nos seus “bunkers” de defesa e comodidades.

Não basta apenas um olhar sociológico e estrategista sobre esta situação. Providências e encaminhamentos advindos dessas análises são importantes. Contudo, o essencial é trabalhar pela recuperação da perda do laço essencial entre verdade, bem e liberdade. Há, pois, uma questão de ordem moral pesando sobre os ombros de todos nessa luta de recomposição da sociedade. Quando se considera, por exemplo, o mundo da política, a luta por reforma política, obviamente que não basta legislar de modo novo e diferente, embora necessário. É prioritário poder contar com homens e mulheres à altura de exercícios cidadãos, superando o comum de se fazer da política um canal para atendimentos de interesses partidários e de grupos endinheirados.

Os atrasos na sociedade são incontáveis, atingindo as instituições na sua identidade e missão, desfigurando o sentido de cidadania que se sustenta na verdade, no bem e na vivência autêntica da liberdade. O investimento prioritário, portanto, é na ordem moral. Essa ordem não se enquadra na permissividade de posicionamentos religiosos, políticos e sociais, nem nos rigores fundamentalistas dos que se elegem como os iluminados e donos da verdade.  Urge um investimento permanente e consistente na ordem moral. Do contrário, não se vai conseguir debelar o processo que está levando a sociedade a resvalar na direção de um caos maior.

Que absurdos ainda não foram presenciados? Repassar essa lista até desanima. A sensibilidade moral é o remédio para combater o que o Papa Francisco chama de globalização da indiferença e o veneno da idolatria do dinheiro. A sociedade, por falta de aprofundado sentido moral, está sendo, passo a passo, conduzida por diferentes tiranias. Da tirania nascida da ganância que gera a insaciabilidade das riquezas àquelas novas tiranias, invisíveis, às vezes virtuais, que impõem suas leis e suas regras, cristalizando grupos radicais, de todo tipo, até religiosos, contribuindo na complicação que a sociedade contemporânea está vivendo.

A verdade, o bem e a liberdade, como laço essencial da moralidade, devem ser o horizonte inspirador cotidiano de ações, programas e testemunho individual, em casa, na Igreja, na escola, nas empresas, nas ruas, em todo lugar. É preciso libertar a sociedade contemporânea dos excessos de uma cultura em que cada um pretende ser portador de uma verdade subjetiva própria. Razões meramente políticas não inspirarão ações condizentes, neste momento, na busca urgente de soluções.
para mudar os cenários de exclusão e desigualdades, fontes de violências e disputas que se travam até mesmo sem se ter clareza a respeito de qual bandeira se está defendendo.

As reações violentas tenderão a crescer por parte dos excluídos do sistema social e econômico, que é injusto na sua raiz. O avanço na direção de indispensável equilíbrio, para não inviabilizar a sociedade, supõe a convicção de que é preciso investir sempre e em todos os níveis na recuperação da força moral.  Cada cidadão deve ser depositário dessa força, fazendo com que a sociedade redescubra que seu sustento e progresso dependem do respeito incondicional à verdade, o compromisso com o bem moral e a permanente aprendizagem quanto à fragilidade e limites da liberdade humana.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.