segunda-feira, 25 de março de 2013

24 de Março - Domingos de Ramos - Coleta Nacional da Solidariedade.




Eventos marcam contagem regressiva de 100 dias rumo à JMJ Rio2013

logojmj2012A partir do dia 12 de abril, começa a contagem regressiva para Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013. Faltarão 100 dias para a Jornada e para comemorar esse marco, do dia 12 a 16 de abril, serão promovidos diversos eventos para celebrar ainda mais a chegada da JMJ.
No primeiro dia, na sexta-feira, 12, haverá a Vigília dos Jovens Adoradores, às 22h, na Catedral, com a Missa presidida pelo padre Reginaldo Manzotti. Depois, todos seguirão em procissão pela Lapa em direção à Igreja de Sant’Ana, animados pela Banda Bom Pastor. A Vigília contará com a presença da banda Frutos de Medjugorje e pregação e oração de Cassiano Meirelles, da Canção Nova.
Dando sequência às comemorações, no dia 13 de abril, sábado, haverá a Feijoada JMJ, na quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca. O evento foi sucesso nos vicariatos onde ocorreu e por isso será repetido, dessa vez para um público maior. A feijoada será das 12h às 16h e começará a ser servida às 13h. Padre Omar será o anfitrião e convidará cantores católicos e seculares.
No dia 14, domingo, está previsto um dia dedicado aos esportes. Para finalizar as comemorações, na terça-feira, 16 de abril, Dom Orani João Tempesta presidirá a Missa de encerramento das comemorações dos 100 dias para JMJ. A celebração será na comunidade Mandela, às 11h, com a presença de todos os voluntários do Comitê Organizador Local da JMJ Rio2013.
Fonte: Assessoria de Comunicação JMJ Rio

Inscrições para o 8º Muticom têm início nesta segunda-feira, 25



destaque-eventoO 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom) vai abrir inscrições a partir da próxima segunda-feira (25). O evento vai ser realizado pela primeira vez em Natal (RN), no período de 27 de outubro a 01 de novembro deste ano, e pretende reunir jornalistas, estudantes de comunicação, pesquisadores, professores agentes da Pastoral da Comunicação e comunicadores populares de todo o Brasil, para debater temas relacionados à comunicação. As inscrições vão ser realizadas exclusivamente pela internet, através do site: www.muticom.com.br. No portal, o participante deve preencher o formulário, e imprimir o boleto, para efetuar o pagamento da taxa. Até o dia 31 de julho, o valor da inscrição será R$ 100. Após este período, vai passar para R$ 130. As inscrições encerram no dia 10 de outubro. O encontro vai ter como tema para este ano “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”, e é uma promoção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, Signis Brasil, Arquidiocese de Natal, em parceria com as unidades acadêmicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN): Superintendência de Comunicação, Departamento de Comunicação, Centro Acadêmico Berilo Wanderley e Mestrado em Estudos da Mídia.
 Submissão de Trabalhos
Para este ano, o Muticom vai contar com uma novidade. Ao invés das tradicionais oficinas, serão realizados Grupos de Trabalho (Gt’s). No ato da inscrição, o participante deverá escolher o GT que pretende participar, seja como ouvinte ou apresentador de experiências. Neste último caso, a equipe acadêmica do encontro ainda vai divulgar as normas para submissão dos resumos dos trabalhos. Ao todo, são 14 Gt’s, que abordam diversos temas, como: impressos, televisão e cidadania, rede de comunicadores, comunicação e educação, assessoria de comunicação e promoção de eventos, entre outros. Para consultar a programação completa, acesse o site do evento.
Fonte: Assessoria 8º Muticom

Evangelho do dia

Ano C - DIA 25/03

Jesus em Betânia - Jo 12,1-11

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume. Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim: “Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?” Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava. Jesus, porém, disse: “Deixa-a! Que ela o guarde em vista do meu sepultamento. Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis”. Muitos judeus souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas também porque queriam ver Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Os sumos sacerdotes, então, decidiram matar também Lázaro, pois por causa dele muitos se afastavam dos judeus e começaram a crer em Jesus.
Leitura Orante

Oração Inicial

O bem-aventurado Alberione nos sugere uma postura para este momento de oração:
“sentemo-nos aos pés do Mestre e digamos a ele:
Vós sois o Caminho, quero seguir vossos passos e imitar vossos exemplos.
Vós sois a Verdade: iluminai-me!
Vós sois a Vida: dai-me a vossa graça!”
(ER I 132).

1- Leitura (Verdade)

O que o texto diz?
Leio atentamente o texto do dia: Jo 12,1-11.

Esta cena de Betânia nos apresenta duas pessoas olhando para Jesus: Maria e Judas. Maria quer expressar todo seu amor. E o faz com um presente de qualidade, bastante caro. Judas, infelizmente, não entende a linguagem do amor. Só entende a linguagem do interesse, disfarçado em caridade: partilhar com os pobres. O perfume com que Maria unge os pés de Jesus é símbolo de unidade, de amor.

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim? Para nós, hoje?
Posso oferecer perfume de boa qualidade a Jesus, expressando meu amor. Ou disfarçar minha caridade, meu amor. Em Aparecida, os bispos falaram deste amor, em vários momentos: “Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos outros, como eu os amei” (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, “todos reconhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13,35). (DAp 138).

3- Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Medito calmamente e rezo cada estação ou momento da Via sacra,
pensando na Via Sacra hoje, na minha Via sacra e na Via sacra de tantas pessoas.
VIA SACRA
1. Jesus é condenado à morte por Pilatos (Mt 27,26)
A cada estação, faço um momento de silêncio e depois rezo:
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
2. Jesus carrega a sua Cruz (Mt 27,31)
3. Jesus cai pela primeira vez
4. Jesus encontra a sua Mãe
5. Jesus recebe ajuda de Simão para carregar a Cruz (Mt 27.32)
6. Verônica enxuga o rosto de Jesus
7. Jesus cai pela segunda vez sob o peso da Cruz
8. Jesus fala às mulheres de Jerusalém (Lc 23,27)
9. Jesus cai pela terceira vez sob o peso da Cruz
10. Jesus é despojado de suas vestes (Mt 27,35)
11. Jesus é pregado na Cruz
12. Jesus morre na Cruz (Mt 27,50)
13. Jesus é descido da Cruz (Mt 27,59)
14. Jesus é sepultado (Mt 27,60)
15. Jesus ressuscitou (Mt 28,5).
Termino, fazendo com muita consciência o sinal da cruz:
"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual o meu novo olhar a partir da meditação e oração da Palavra? Proponho ter o olhar parecido verdadeiramente com o Mestre. Para isto quero assumir a centralidade do Mandamento do amor.

Bênção

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia


Santo Irêneo de Sírmium
Século IV

25 de Março - Santo Irêneo de Sírmium

Irêneo foi martirizado no século IV, sob a perseguição sangrenta e implacável do imperador Diocleciano. Era bispo de Sírmium, na Panônia. Atualmente Mitrovica, na Hungria. Não há muitos dados sobre sua vida, até ser condenado por ser cristão e levado à presença do governador da Hungria, Probo. Fora casado, mas ao assumir o sacerdócio se tornou celibatário, como era necessário naqueles tempos.

Além destas informações, temos sobre ele o relato do processo e do seu julgamento. Probo, o próprio governador que o interrogou, não se conformava com o fato de o bispo não exprimir vontade alguma de salvar sua vida, sacrificando aos deuses pagãos, como dizia o decreto do imperador romano. Assim, fez de tudo para que ele mudasse de idéia. Depois que Irêneo se recusou ao sacrifício ordenado, foi amarrado a um cavalete e torturado. Como nem ao menos reclamasse, Probo mandou buscar todos os membros de sua família. Vieram mãe, esposa e filhos e todos passaram a chorar por ele, ao redor do instrumento de tortura, pedindo que ele abrisse mão de sua condição de cristão. Igualmente, de nada adiantou. Não renegou a fé em Cristo.

Irêneo foi levado então de volta ao cárcere, onde durante dias permaneceu sendo espancado continuamente. Mais uma vez levado à presença do governador, o bispo novamente se negou a obedecer às ordens do imperador. Probo mandou então que ele fosse jogado no rio. Só então o bispo Irêneo reclamou: não admitia que tivessem dó dele por ser cristão, já que não tiveram do Cristo. Exigia ser passado a fio de espada. Irado com a insolência do religioso, Probo mandou então que fosse decapitado. Era o dia 25 de março de 304.

A Igreja celebra a festa litúrgica de Irêneo de Sírmium, no dia de sua morte.

Mensagens

Páscoa solidária



Páscoa é vida para todos!
A Ressurreição de Jesus confirma,
A cada ano, essa verdade.
Uma verdade que gera vida, porque ela acontece
Quanto se reparte o amor.

Páscoa solidária é ser capaz de sofrer com quem sofre,
De sentir a dor do outro e dizer-lhe: "Vem para o meio".
Páscoa é proclamar por cima dos telhados
Que a vida vence a morte
Que o bem vence o mal, quais sejam as falcatruas.

Páscoa solidária é acreditar e proclamar
Ele está vivo e caminha conosco!
Ele assumiu nossas dores para que nós tenhamos a força
E a coragem de assumir as dores dos irmãos e irmãs.
Ele nos quer testemunhas de fé e de esperança.

Ele não nos quer tristes e desanimados
Ele nos quer alegres, felizes e capazes de superar
Toda tristeza e solidão. E isso podemos fazer e ser
Na experiência do Ressuscitado, "Eu vi o Senhor"! Que transforma a nós mesmos e a nossa realidade.

Então podemos dizer: Feliz Páscoa!

Papa anuncia viagem ao Brasil durante missa do Domingo de Ramos



'Vamos nos encontrar naquela grande cidade' (Foto: AFP)
O Papa Francisco anunciou neste domingo, durante as celebrações do Domingo de Ramos, que viajará em julho ao Brasil para participar na Jornada Mundial da Juventude que será realizada no Rio de Janeiro.
"Aguardo com alegria o próximo mês de julho, no Rio de Janeiro. Vamos nos encontrar naquela grande cidade", informou o Sumo Pontífice.
"Queridos amigos, também eu me ponho a caminho, seguindo os passos do beato João Paulo II e Bento XVI. Agora já estamos perto desta grande peregrinação da Cruz de Cristo", acrescentou.
Há 28 anos, o Domingo de Ramos é considerado o Dia da Juventude pela Igreja católica, por isso o Papa aproveitou a ocasião para fazer o anúncio oficial de sua viagem ao Rio de Janeiro para participar no encontro mundial com os jovens, que acontecerá de 23 a 28 de julho.
O Papa Francisco havia manifestado na quarta-feira passada à presidente brasileira Dilma Rousseff seu desejo de viajar em julho ao Brasil e, se possível, também visitar o santuário de Aparecida em seguida.
A primeira viagem à América Latina do papa emérito Bento XVI foi há seis anos, a Aparecida, para participar na assembleia-geral da Conferência Episcopal Latino-americana (CELAM).
Por sua parte, João Paulo II visitou o Brasil em quatro ocasiões, ao longo de seus 26 anos de pontificado.
Francisco presidiu pela primeira vez a missa de Ramos na Praça de São Pedro, com a qual são iniciados os ritos da Semana Santa, uma das mais importantes datas para a Igreja católica.
O pontífice argentino abençoou os ramos e realizou a procissão que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém e, principalmente, sua paixão e morte na Cruz.
A missa foi concelebrada com vários cardeais, entre eles o italiano Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero, que sofreu um leve desmaio e foi socorrido.
--- O sudário não tem bolsos ---
"Não sejam jamais homens e mulheres tristes. Um cristão jamais pode sê-lo", pediu o Papa em sua homilia, improvisando em muitos trechos.
"Queridos jovens, eu os imagino fazendo festa em torno de Jesus, agitando ramos de oliveira; eu os imagino enquanto aclamam seu nome e expressam a alegria de estar com ele. Vocês têm uma parte importante na celebração da fé. Nos trazem a alegria da fé e nos dizem que temos de viver a fé com o coração jovem, sempre, inclusive aos setenta, aos oitenta anos", afirmou.
Em uma praça tomada de jovens, reivindicou os princípios básicos de seu pontificado: atenção à juventude, alegria, esperança e significado da cruz, ou seja, do sacrifício.
Neste sentido, recordou que Cristo assumiu para ele os males do mundo para vencê-los. "Olhemos ao nosso redor: quantas feridas inflige o mal à humanidade! Guerras, violências, conflitos econômicos que se abatem sobre os mais fracos, a sede de dinheiro, de poder, a corrupção, as divisões, os crimes contra a vida humana e contra a criação", denunciou.
"E nossos pecados pessoais: as faltas de amor e de respeito a Deus, ao próximo e a toda criação", observou.
Respeitando seu estilo espontâneo, recordou um ditado de sua avó sobre a ambição. "Ela dizia que o sudário não tem bolsos", afirmou em tom mais de padre do que teólogo, para explicar que não se pode levar o dinheiro depois da morte.
Francisco pediu aos católicos que não se deixem vencer pelo mal e citou o diabo, termo quase em desuso e que mencionou várias vezes desde que foi eleito.
"Não devemos crer no Maligno, que nos diz: não podes fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça contra teus pecados. Jamais podem0os nos acostumar ao mal", afirmou em seu sermão pronunciado em italiano.
Ao término do rito, o sumo pontífice percorreu a praça no papamóvel aberto, acariciou crianças e saudou os fieis.
Em seguida, rezou o tradicional Angelus do altar instalado na esplanada e não da janela do palácio apostólico. "Bom caminho para todos", saudou em vários idiomas.
O Vaticano não divulgou o calendário das celebrações litúrgicas, mas confirmou em uma nota que os ritos da Semana Santa transcorrerão segundo a tradição.
A única novidade é que o Papa celebrará em 28 de março uma missa por ocasião da Quinta-feira Santa em um reformatório em Roma, durante o qual lavará os pés de vários detidos.
AFP

Entre o início e o fim de uma “primavera”

A análise é de Sérgio Ricardo Coutinho*, presidente do Centro de Estudos em História da Igreja na América Latina (CEHILA-Brasil).


Do filme "Irmão Sol, Irmã Lua" (Foto: )
Mais que um evento eclesial, o conclave e a consequente eleição de Francisco – em especial este que foi amplamente acompanhado após o fato novo da renúncia de Bento XVI – devem ser vistos enquanto um “evento comunicativo”. No campo dos estudos de “recepção”, Michel de Certeau destacou a importância para a criatividade das pessoas na esfera do consumo, suas reinterpretações ativas das mensagens a elas dirigidas e as táticas para adaptar o sistema de objetos materiais às próprias necessidades. Um conceito fundamental, segundo ele nesta discussão, é o de apropriação, às vezes acompanhado de seu oposto complementar, a recuperação de objetos e significados pela cultura oficial ou dominante.
Nosso objetivo aqui é o de apresentar as apropriações, interpretações e recuperações dos primeiros gestos do papa Francisco junto a diferentes grupos eclesiais no Brasil.
Entre os membros da estrutura eclesiástica, de modo especial os cardeais brasileiros que participaram do último Conclave, Francisco traz a esperança de uma Igreja “reformada”, mais simples, despojada, ao lado do povo, para ser capaz de uma “nova evangelização” e se tornar crível.
Dom Raymundo Damasceno Assis (presidente da CNBB) assim vê o novo papa: “Um pastor que ama o seu povo, que está inteiramente voltado para o cuidado do seu povo, mas ao mesmo tempo aberto ao mundo, a todos os demais povos, com os que pertencem a uma outra religião... um homem de grande simplicidade, de grande amor aos pobres.
Para Dom Claudio Hummes: “o nome é todo esse programa. Hoje, a Igreja precisa, de fato, de uma reforma em todas as suas estruturas. Será uma obra gigantesca. Alguém disse já que a escolha do nome Francisco já é uma encíclica, não precisa nem escrever”.
Outro grupo eclesial, formado pelos(as) teólogos(as) da libertação, o horizonte de expectativa é uma mescla da sensação de uma brisa de “primavera” em meio ao ainda pesado vento de “inverno” presente.
Para Leonardo Boff, “o importante agora não é o homem, mas sim a figura de um papa que escolheu se chamar Francisco, que não é apenas um nome, mas sim um projeto de Igreja. Uma Igreja pobre, popular. Uma Igreja do Evangelho, distante do poder e próxima das pessoas. Penso que esse papa é o novo rosto da Igreja, humilde e aberta, que pode trazer a experiência do ‘Grande Sul’, onde vivem 70% dos católicos”.
Segundo José Oscar Beozzo, experiente historiador da Igreja, a presença de um papa jesuíta é uma grata ruptura na tradição histórica porque “sempre houve um temor de ter um jesuíta, de ser ao mesmo tempo um ‘papa branco’ e ‘papa negro’. Isso [a eleição de Francisco] rompeu com uma tradição histórica, pro bem da Igreja”. Para ele, a escolha do nome toca um tema fundamental na trajetória da Igreja latino-americana: a opção pelos pobres, como também um compromisso com a preservação ambiental.
Paulo Suess, missiólogo e assessor do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), falando em nome das pastorais sociais do Brasil, deseja que o papa Francisco, inspirado no santo de Assis, “no abraço dos leprosos, que hoje se encontram não só na cúria romana, mas por toda parte do mundo, encontre sua missão profunda e conversão permanente” e que ele, “como São Francisco, na oração diante do ícone da cruz na Igreja de São Damião, escute a voz de Jesus, que o convida para a reconstrução da Igreja em ruína da qual todos fazemos parte”.
Apesar desta recepção positiva, entre as mulheres a percepção e a apropriação é bem diferente.
Para a teóloga feminista Ivone Gebara, “a figura bondosa e sem ostentação eleita pelos cardeais... escondeu o homem real com suas numerosas contradições e temos [agora] uma percepção mais realista de sua biografia”, ou seja, a aproximação do então cardeal Jorge Maria Bergoglio com a ditadura militar argentina. Daí ela recupera uma tese típica dos anos de “Guerra Fria” e também utilizada agora pelo governo venezuelano após a morte de Hugo Chávez: o “complô”. “Foi possível intuir que sua eleição é, sem dúvida, parte de uma geopolítica de interesses divididos e de equilíbrio de forças no mundo católico. A cátedra de Pedro e o Estado do Vaticano devem mover suas pedras no xadrez mundial para favorecer as forças dos projetos políticos do norte e dos seus aliados do sul. O sul foi de certa maneira co-optado pelo norte. Um chefe político da Igreja, vindo do sul vai equilibrar as pedras do xadrez mundial, bastante movimentadas nos últimos anos pelos governos populares da América latina e pelas lutas de muitos movimentos entre eles os movimentos feministas do continente com reivindicações que atormentam o Vaticano.”
Na linha dos movimentos feministas que “atormentam” o Vaticano, a socióloga Lúcia Ribeiro revelou seu mal-estar ao acompanhar toda a cobertura dada pela mídia, por muitos artigos e entrevistas sobre a eleição de Francisco. Isto porque “todo o processo visibiliza e deixa explícita a exclusão da mulher da esfera de poder da Igreja Católica”. Reconhece que as mudanças estruturais são demoradas, mas “o fundamental é a transformação que vem das bases. É aí que as mulheres começam a ocupar um lugar fundamental, como agentes de pastoral, coordenadoras de comunidades, assessoras, participantes de ministérios não ordenados, ou de tantas outras formas, como membros ativos de suas comunidades”.
Outra interpretação vem da teóloga, respeitada nos meios eclesiais e eclesiásticos no Brasil e em Roma, Maria Clara Bingemer. Para ela, Francisco chamou a atenção por sua profunda espiritualidade inaciana e esta poderá ajudá-lo muito no exercício do seu ministerio petrino: “Inclinando a cabeça pediu a oração do povo por sua pessoa e seu ministério. Foi um gesto típico de alguém formado na escola de Inácio de Loyola, cuja maior aspiração é seguir e servir o Cristo pobre e humilde”.
Entre os carismáticos, este mesmo gesto de Francisco proporcionou outra interpretação e outra apropriação. Para o fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib, e para Luzia Santiago, uma das coordenadoras deste movimento, ir até a Praça de São Pedro foi uma “obrigação” porque tinham “que estar onde a Igreja está”. Para Monsenhor Jonas, Francisco “pede para que a Igreja seja orante, simples, pobre, totalmente a serviço” e “estamos aqui dispostos a fazer o que o papa nos diz a fazer”. E o que ele disse a fazer? “Que orem por ele”. Como um dos fundadores da Renovação Carismática Católica no Brasil, Monselhor Jonas viu naquele gesto (de baixar a cabeça) o mesmo que acontece em muitos grupos de oração da RCC: “estava à espera da luz do Espírito Santo. Espera que seja conduzido pelo Espírito Santo e só faltou a Praça inteira estender a mão, para que orássemos em língua sobre o papa, porque o Espírito Santo estará presente para governar a barca de Pedro”.
Para este grupo, nunca houve “inverno” na Igreja. Somente “primavera” e ela continuará com a ajuda do Espírito Santo.
Por fim, o grupo dos restauradores da identidade católica. Para estes a “primavera” trazida por Bento XVI (mais que João Paulo II) parece que se transformará em um “outono” e temem o frio do “inverno”.
O desafio posto para este grupo vem da seguinte pergunta: Como ser obediente a um papa que se aproxima demais dos pobres e do Concílio Vaticano II? A resposta: recuperar a continuidade do papado.
Para Pe. Marcélo Tenorio, articulista do site Montfort, o “Magistério de Bento XVI foi um magistério claro, preciso, tendo como fundamento a Verdade sobre Deus, sobre a Igreja e sobre o Homem. Preocupou-se profundamente com a questão da Sagrada Liturgia. Condenou severamente o relativismo”. No entanto, ficou deveras surpreso e decepcionado quando viu surgir o papa Francisco: “Não posso negar minha surpresa ao vê-lo surgir no balcão da Basílica. Também não posso negar que fiquei confuso diante de seus primeiros gestos, desde as vestes, como também o uso da Estola Petrina (que indica a autoridade do Vigário de Cristo), concluindo com sua inclinação diante do povo, além de se colocar, várias, vezes, apenas como ‘o bispo de Roma’”. Ao final do artigo não perde a esperança de um futuro melhor: “Os teólogos da libertação e escravidão das consciências, os boffes heréticos e baderneiros, os liberais, modernistas e positivitas apressadamente já se juntam para gritar ‘Viva Francisco!’ Contra eles e pela Igreja gritamos também nós, junto de Dom Bosco: VIVA O PAPA!”
Outro articulista do site, Alberto Zucchi, interpreta o nome Francisco de forma positiva em vista do projeto de Igreja que defendem: “A escolha do nome de Francisco lembrando ao Santo de Assis tem sido apresentada pela imprensa como sendo uma menção especial à proteção da natureza, mas a obra deste grande santo foi sobretudo a restauração da Igreja em um tempo de grande corrupção e heresia. Nosso Senhor pediu a São Francisco ‘restaura minha Igreja’. Sem dúvida o Papa precisará de muitas forças para restaurar a Igreja como pediu Nosso Senhor a São Francisco. Unamos nossas orações as do Papa. No momento é o que devemos e o que é possível”.
Outro que também comunga deste mesmo projeto eclesiológico é o Pe. Paulo Ricardo, que possui um programa em sua home-page “Christo Nihil Praeponere” (“A nada dar mais valor que a Cristo”).
Pe. Paulo organizou um longo programa, com mais de uma hora, para explicar aos seus fiéis seguidores os “novos” gestos do papa Francisco, especialmente na Liturgia. Segundo ele, seria um programa com um tom de “direção espiritual”, pois muitos estavam agitados, perplexos e com algum temor sobre o futuro da Igreja, e de sua liturgia, após a eleição de Francisco.
Diante de muitas questões recebidas por e-mail, entre elas sobre se deveria ou não obedecer ao papa, Pe. Paulo com muito cuidado diz: “Primeiro, precisamos crer, precisamos ter fé, fé na graça que ele recebeu ao ser eleito. Precisamos dar passos espirituais em diante. Esqueçam o passado e vamos ver o futuro que ele nos dará. Se nós estamos condenando antes de fazer as coisas assim não haverá condições de continuar”. E, com certa dose de constrangimento, arremata: “Vocês sabem o quanto eu quero bem a Bento XVI e creio que ele foi sucessor de Pedro, porque creio neste amor, nesta benevolência de filho a um pai. Mas isto não me impede de dizer que, em muitas decisões dele, tenho sérias dificuldades em estar de acordo e posso fazer uma lista de decisões que não estou inicialmente de acordo, mas preciso ter uma benevolência, tentar ver o bem que dali brota. Não posso dizer que estou de pleno acordo com a renúncia de Bento XVI”.
Buscando tranquilizar os “espíritos” dos seus telespectadores, conclui: “Nenhum papa é completo. Perdoemos os erros de Bento XVI e também os futuros erros de Francisco, porque somos católicos. As pessoas estão exasperadas na internet! Não foi um partido que mudou! O papado continua! Bento XVI lutou para uma ‘hermenêutica da continuidade’. Devemos rezar pela ‘hermenêutica da continuidade’ no papado de Francisco”.
Enfim, os gestos surpreendentes de Francisco parecem que tem provocado (vamos ver o que ainda vem pela frente) sensações, sentimentos e desejos diferentes, divergentes e convergentes. Como disse Jesus, e muito valorizada pelo papa João XXIII, prestemos atenção aos “sinais dos tempos”, pois para uns seria o início de uma “nova primavera” e para outros estaria chegando o seu fim.
IHU-Unisinos, 25-03-13.
*Sérgio Ricardo Coutinho é mestre (UnB) e doutorando (UFG) em História Social; professor de “História da Igreja” no Instituto São Boaventura e de “Formação Política e Econômica do Brasil” e de “Teoria Política” no Centro Universitário IESB, em Brasília; membro da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) e presidente do Centro de Estudos em História da Igreja na América Latina (CEHILA-Brasil).