segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

É Natal

Hoje brilhará sobre nós a luz, porque nos nasceu o Senhor! Eis a grande novidade que comove os cristãos e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira. Deus está aqui!
Cristo que passa, 12

Deus quis precisar de nós
O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem aparato, desconhecido de todos. Na Terra, só Maria e José participam na divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos Anjos. E mais tarde os sábios do Oriente. Assim acontece o facto transcendente que une o Céu à Terra, Deus ao homem!
Cristo que passa, 18

Natal. Escreves-me: "Unindo-me à santa espera de Maria e de José, também eu espero, com impaciência, o Menino. Que contente hei-de ficar em Belém! Pressinto que vou rebentar numa alegria sem limites. Ah! e, com Ele, também eu quero nascer de novo...".
Oxalá se torne verdade esse teu querer!
Sulco, 62

O que nos diz?
Estamos no Natal. Acodem-nos à memória os diversos factos e circunstâncias que rodearam o nascimento do Filho de Deus e o olhar detém-se na gruta de Belém, no lar de Nazaré. Maria, José, Jesus Menino ocupam de modo muito especial o centro do nosso coração. Que diz, que nos ensina a vida, simples e admirável ao mesmo tempo, dessa Sagrada Família?
Cristo que passa, 22

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo.
Cristo que passa, 22

Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem".
Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração.
Forja,274

Na intimidade da tua alma
Vai até Belém, aproxima-te do Menino, baila com Ele, diz-lhe muitas coisas vibrantes, aperta-o contra o coração...
Não estou a falar de infantilidades: falo de amor! E o amor manifesta-se com factos: na intimidade da tua alma, bem o podes abraçar!
Forja, 345

Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus que fez os Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio, porque não havia outro sítio na Terra para o dono de toda a Criação!
Cristo que passa, 18

Nosso Senhor dirige-se a todos os homens, para que venham ao seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso tinha enviado aos pastores de Belém, não simplesmente uma estrela, mas um dos seus anjos. Mas tanto uns como outros - os pobres e os ricos, os sábios e os menos sábios - têm de fomentar na sua alma a disposição de humildade que permite ouvir a voz de Deus.
Cristo que passa, 33

Pelo teu nome…
Considerai a delicadeza com que o Senhor nos dirige este convite. Exprime-se com palavras humanas, como um apaixonado: Eu chamei-te pelo teu nome...Tu és meu. Deus - que é a Beleza, a Sabedoria, a Grandeza - anuncia-nos que somos seus, que fomos escolhidos como objecto do seu amor infinito. É precisa uma vida forte de fé para não desvirtuar esta maravilha que a Providência depõe nas nossas mãos, uma fé como a dos Reis Magos, que nos leva a ter a certeza de que nem o deserto, nem a tormenta, nem a tranquilidade do oásis nos impedirão de chegar à meta do presépio eterno: a vida definitiva com Deus.
Cristo que passa, 32

Textos de São Josemaria

Papa Francisco: vamos dar espaço para Jesus que vem


Cidade do Natal (RV) - No Natal, como Maria, vamos dar espaço para Jesus que vem. É a exortação do Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta. O Papa sublinhou que o Senhor visita todos os dias a sua Igreja e alertou contra uma atitude de fechamento da nossa alma. O cristão, reiterou, deve sempre viver em vigilante espera do Senhor.

O Natal está próximo. Nestes dias que antecedem o nascimento do Senhor, o Papa Francisco destacou que a Igreja, como Maria, está à espera de um parto. Também ela, observou, “sentia o que sentem todas as mulheres neste período”. Sente essas “percepções interiores em seu corpo, em sua alma”, de que o filho está chegando. Maria, disse o Papa, sente em seu coração que quer olhar para o rosto de seu Menino. Nós, como Igreja, acrescentou, “acompanhamos Nossa Senhora neste caminho de espera” e quase “queremos apressar este nascimento” de Jesus. O Senhor vem duas vezes, disse o Papa Francisco, “a que agora comemoramos, o nascimento físico” e aquela em que “virá no final para fechar a história”. Mas, como diz São Bernardo, há também um terceiro nascimento:

“Há uma terceira vinda do Senhor: a de cada dia. O Senhor todos os dias visita a sua Igreja! Visita cada um de nós e também a nossa alma entra esta semelhança: a nossa alma se assemelha à Igreja, a nossa alma se assemelha a Maria. Os Padres do deserto dizem que Maria, a Igreja e a nossa alma são femininas e o que se diz sobre uma, analogamente se pode dizer da outra. A nossa alma também está à espera, nesta expectativa pela vinda do Senhor; uma alma aberta que chama: ‘Vem, Senhor’”.
E também a cada um de nós, nestes dias, continuou, “o Espírito Santo nos leva a fazer esta oração: Vem! Vem”. Todos os dias do Advento, recordou, “dissemos no prefácio que nós, a Igreja, como Maria, estamos vigilantes, à espera”. E a vigilância, ressaltou, “é a virtude” do peregrino. Todos nós “somos peregrinos”!

“E me pergunto: estamos esperando ou estamos fechados? Estamos vigilantes ou estamos seguros em um albergue, ao longo do caminho e não queremos mais ir avante? Somos peregrinos ou somos, errantes? Por esta razão, a Igreja nos convida a pedir este 'Vem!', a abrir a nossa alma e que a nossa alma esteja, nestes dias, vigilante, à espera. Vigiar! O que acontece em nós se o Senhor vem ou não vem? Há lugar para o Senhor, ou há lugar para festas, para fazer compras, fazer barulho... A nossa alma está aberta, como está aberta a Santa Mãe Igreja, e como estava aberta Nossa Senhora? Ou a nossa alma está fechada e colocamos na porta um aviso, muito educado, que diz: 'Por favor, não perturbe!'”.

“O mundo - advertiu o Papa - não acaba conosco, nós não somos mais importante que mundo: é o Senhor, com Nossa Senhora e com a Mãe Igreja!” Eis, então, disse ainda, “que nós fará bem repetir” a invocação: “Ó Sabedoria, o chave de Davi, o Rei das nações, vem”.

“E hoje repetir muitas vezes: 'Vem!', e procurar que a nossa alma não seja uma alma que diz: 'Não perturbe'. Não! Que seja uma alma aberta, que seja uma alma grande, para receber o Senhor nestes dias e que comece a ouvir o que amanhã na antífona nos dirá a Igreja: “Saibam que hoje vem o Senhor! E amanhã vocês irão ver a sua glória”. (SP)



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 

Horários das Celebrações Eucarísticas - Tempo do Natal


Feliz aniversário!



Papa Francisco completou 77 anos na última semana (Foto: Reuters)
O Papa Francisco acordou dia 17 de dezembro de 2013 um ano mais velho. São 77 anos bem vividos, a maior parte deles a serviço do povo de Deus ao qual se consagrou, seguramente objeto de sua ação de graças ao Deus que o criou e a quem agradece o grande presente da vida.

É o seu primeiro aniversário como bispo de Roma e recebeu carinhosas felicitações e presentes de fiéis e admiradores do mundo inteiro. Desde uma canção que lhe ofereceu a grande cantora italiana Laura Pausini até a vigília ininterrupta durante 24 horas diante do Santíssimo Sacramento que os jovens de Roma, sua diocese, lhe deram de presente.

Celebrado e querido no mundo inteiro por seu estilo diferente, comunicativo, amigo e próximo às pessoas, Francisco tem sido elogiado e olhado com sincera admiração. Sua passagem pelos países que visitou, entre eles o Brasil (onde esteve na cidade do Rio de Janeiro durante a Jornada Mundial da Juventude no último mês de julho) tem surpreendido os analistas mais céticos. É realmente uma personalidade carismática, que arrasta corações com seu estilo despojado e alegre.

Mesmo a mídia teve que curvar-se ao charme do Papa. Capa da revista Time como personalidade do ano e do periódico The New Yorker, o Pontífice encontrou um lugar de destaque nos corações não apenas dos católicos, mas de todos os habitantes do planeta. É compreensível que sua data natalícia tenha atraído gestos e manifestações de carinho as mais diversas.

No entanto, o que mais chama a atenção neste aniversário do Papa é a maneira como quis começar seu dia festivo. Organizou uma celebração inusitada e que certamente deve ter surpreendido a muitos. Pela manhã, o aniversariante mandou chamar, através do arcebispo Konrad Krajewski, que se encontra à frente do "serviço de primeiros socorros" do Vaticano e se ocupa das esmolas aos pobres que vivem nos muros do Vaticano, quatro moradores de rua que permanecem nas vizinhanças da Casa Santa Marta, onde o Papa reside e diariamente preside missa pela manhã.

A missa papal teve novos convidados - os quatro mendigos sem teto - que participaram da Eucaristia e, em seguida, tomaram café da manhã festivo com o pontífice no refeitório da residência papal.

O mundo inteiro pode, portanto, ver Francisco colocando em prática aquilo que prega em seus discursos: partilhar sua mesa, sua intimidade, sua festa de aniversário em clima de afeto familiar com quatro mendigos. Com isso, torna-se bem próximo do Evangelho de Jesus de Nazaré, que não hesitava em fazer comunhão de mesa com ladrões, publicanos e prostitutas, começando pelo próprio grupo que o seguia.

Mas também corrobora suas declarações recentes na entrevista que concedeu ao jornal La Stampa, na qual se mostra extremamente preocupado e mobilizado com a tragédia da fome no mundo. Convicto de que essa tragédia tem solução se houver a cooperação de todos, Francisco exorta os católicos a darem de comer aos famintos, como manda o Evangelho de Jesus.

Certo de que com os alimentos desperdiçados diariamente se poderia dar de comer a muitas pessoas e fazer com que as crianças famintas não chorem mais com seus estômagos vazios, Francisco clama para que as pessoas se unam, independentemente de credo, ideologia, grupo de pertença, para atacar esse problema maior que escandaliza o mundo de hoje.

Essa centralidade dos pobres e necessitados em sua vida explica bem a razão pela qual o Papa, em seu aniversário, resolveu fazer-se acompanhar pelos mendigos sem teto das ruas de Roma em lugar de chefes de governo e pessoas da alta sociedade romana, como poderia tê-lo feito. Com este gesto quis mostrar claramente ao mundo o que significa ser discípulo de Jesus Cristo. Trata-se de priorizar concretamente aqueles que ninguém prioriza; ser a voz dos que não têm voz nem ninguém que fale por eles: tornar-se advogado dos que se encontram mais desamparados.

Esta é a melhor maneira deste argentino vindo do fim do mundo e que conhece a pobreza por ter convivido com os pobres lado a lado celebrar o dom da vida. Partilhar a mesa com esses que ninguém convida a estar presentes para tomar parte em uma refeição. Fazer comunhão de mesa, segundo a Bíblia, é fazer comunhão de vida. Francisco sabe disso e quer que todos saibamos e pratiquemos.

Feliz aniversário, Santidade! E continue a edificar-nos e a recordar-nos o coração do Evangelho.

Maria Clara Bingemer é teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. É autora de diversos livros, entre eles, ¿Un rostro para Dios?, de 2008, e A globalização e os jesuítas, de 2007. Escreveu também vários artigos no campo da Teologia. 

Horários das Celebrações Eucarísticas - Tempo do Natal


Evangelho do dia

Ano C - 23 de dezembro de 2013

Lucas 1,57-66

Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 57 Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho.
58 Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela.
59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias.
60 Mas sua mãe interveio: "Não, disse ela, ele se chamará João".
61 Replicaram-lhe: "Não há ninguém na tua família que se chame por este nome".
62 E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: "João é o seu nome". Todos ficaram pasmados.
64 E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus.
65 O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia.
66 Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: "Que será este menino?" Porque a mão do Senhor estava com ele.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O FILHO DA ESTÉRIL
O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis. Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel, nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino. Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita consonância com o caminho que haveria de trilhar.

Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Malaquias 3,1-4.23-24
Leitura da profecia de Malaquias.
Assim fala o Senhor Deus: 3 1 "Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos.
2 Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros.
3 Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm.
4 E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
23 Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor,
24 e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a terra".
Palavra do Senhor.
Salmo 24/25
Levantai vossa cabeça e olhai,
pois a vossa redenção se aproxima!


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do Natal do vosso filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que se encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Lituergia Diária

Dia 23 de Dezembro - Segunda-feira

IV SEMANA DO ADVENTO *
(Roxo, Prefácio do Advento II – Ofício do Dia)

Antífona da entrada: Nascerá para nós um pequenino: ele será chamado Deus e forte; nele serão abençoados todos os povos da terra (Is 9,6; Sl 71,17).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do Natal do vosso filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que se encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Malaquias 3,1-4.23-24)
Leitura da profecia de Malaquias.
Assim fala o Senhor Deus: 3 1 "Vou mandar o meu mensageiro para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seu templo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais. Ei-lo que vem - diz o Senhor dos exércitos.
2 Quem estará seguro no dia de sua vinda? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor, como a lixívia dos lavadeiros.
3 Sentar-se-á para fundir e purificar a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata; então eles serão para o Senhor aqueles que apresentarão as ofertas como convêm.
4 E a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
23 Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor,
24 e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a terra".
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 24/25
Levantai vossa cabeça e olhai,
pois a vossa redenção se aproxima!


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua aliança e seus preceitos.
O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer sua aliança.
Evangelho (Lucas 1,57-66)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 57 Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho.
58 Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela.
59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias.
60 Mas sua mãe interveio: "Não, disse ela, ele se chamará João".
61 Replicaram-lhe: "Não há ninguém na tua família que se chame por este nome".
62 E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse.
63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: "João é o seu nome". Todos ficaram pasmados.
64 E logo se lhe abriu a boca e soltou-se-lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus.
65 O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia.
66 Todos os que o ouviam conservavam-no no coração, dizendo: "Que será este menino?" Porque a mão do Senhor estava com ele.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O FILHO DA ESTÉRIL
O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis. Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel, nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino. Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita consonância com o caminho que haveria de trilhar.

Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, que esta oblação, pela qual vos prestamos um culto perfeito, restabeleça nossa amizade convosco, ara que possamos celebrar de coração purificados o nascimento do nosso redentor. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir eu entrarei e cearemos junto (Ap 3,20).
Depois da comunhão
Ó Deus, concedei a vossa paz aos nossos corações que acabastes de saciar com o pão dos céus, para que possamos esperar com lâmpadas acesas a chegada do vosso Filho que se aproxima. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO JOÃO CÂNCIO
(Branco – Ofício da Memória)

Oração do dia: Deus eterno e todo-poderoso, concedei-nos progredir no conhecimento de vosso mistério a exemplo de são João Câncio, a fim de que, praticando a caridade para com todos, possamos conseguir o vosso perdão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Deus de majestade, nós vos suplicamos que estas oferendas em honra de vossos santos, manifestando a glória do vosso poder, nos tragam os frutos da redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Alimentados, ó Pai, à vossa mesa, fazei que, seguindo o exemplo de são João Câncio, celebremos com amor o vosso culto e sirvamos a todos com incansável caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOÃO CÂNCIO):
Considerado um dos santos mais representativos e queridos da heróica Polônia, são João Câncio é chamado, pelo povo, de a "glória da nação polonesa" e o "pai da pátria". Isso num país que sempre teve orgulho de sua fé no cristianismo e da fidelidade à cátedra de Pedro. João Câncio nasceu em 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, e viveu sempre em sua cidade, Cracóvia. Lá, conquistou todos os graus acadêmicos e lecionou em sua principal universidade até morrer. A grande preocupação de seu magistério era transmitir aos alunos os conhecimentos "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema que tem sua fonte em Deus". Mesmo depois de ordenar-se sacerdote, continuou a cultivar a ciência, ao mesmo tempo que fazia seu trabalho pastoral como vigário da paróquia de Olkusz. Homem de profunda vida interior, jejuava e penitenciava-se semanalmente, ao mesmo tempo que espalhava o amor pelo próximo entre os estudantes e os pobres da cidade. Há um exemplo claro de sua personalidade em sua biografia, que remonta às inúmeras peregrinações e romarias aos túmulos dos mártires em Roma, bem como aos lugares santos da Palestina. Numa dessas incontáveis viagens, foi assaltado. Os bandidos exigiram que João Câncio lhes desse tudo que tinha, depois perguntaram ainda se não estava escondendo mais nada. Ele afirmou que não. Depois que os ladrões partiram, ele se lembrou de que ainda tinha algumas moedas no forro do manto. Achou-as, correu atrás dos bandidos, deu-lhes as moedas e ainda pediu desculpa pelo esquecimento. Anos depois, ao perceber a proximidade da morte, distribuiu os poucos bens que possuía aos pobres, falecendo às vésperas do Natal de 1473. Foi canonizado por Clemente II em 1767. São João Câncio era celebrado no dia 20 de outubro, mas agora sua festa acontece um dia antes daquele que marca sua morte. Para homenagear o "professor santo", que foi modelo para gerações inteiras de religiosos, o papa João Paulo II foi à Polônia em 1979. Na ocasião, consagrou uma capela em memória do padroeiro da Polônia, são João Câncio, na igreja de São Floriano. Nela, na metade do século XX, o mesmo papa, então um jovem sacerdote, iniciava o seu serviço de vigário paroquial.

Arcebispo preside Missas durante ciclo natalino

O Natal é para a Igreja mais do que uma festa onde ocorre troca de presentes. É a celebração da esperança que deve chegar especialmente aos mais necessitados. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, preside Missas de Natal e Ano Novo no Recife e Região Metropolitana.
O calendário de celebrações, por ocasião do período natalino, segue com cinco missas. No dia 22, o arcebispo preside a Eucaristia na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Olinda, a partir das 19h. No dia 24, também às 19h, será realizada da tradicional Missa do Galo, em frente ao Quartel da Polícia Militar, no Derby, área central do Recife.
A missa do Dia de Natal propriamente dita será no dia 25, às 9h, na Igreja Catedral Sé de Olinda, no Sítio Histórico da cidade. A solenidade terá transmissão ao vivo pelas rádios Olinda (AM 1030) e Clube (FM 99.1). No dia 27, ainda dentro das oitavas de Natal, Dom Saburido preside a missa no Comando Geral do Corpo de Bombeiros, em Santo Amaro. A Missa de Ano Novo será celebrada no dia 31, às 18h, em Candeias, Jaboatão dos Guararapes.
O ciclo de celebrações natalinas começou no último dia 9, quando o arcebispo antecipou a alegria do nascimento de Jesus com os moradores de rua. Já no dia 18, foi a vez dos encarcerados terem um encontro com Deus. Tem se tornado tradição celebrar em uma unidade prisional. A Celebração Eucarística foi realizada no Complexo Prisional Professor Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, Zona Oeste da Capital.
Celebrações Natalinas presididas por Dom Fernando Saburido
22/12
19h –
Praça do Carmo – Olinda

24/12
19h –
Missa do Galo
Quartel da Polícia Militar – no Derby, área central do Recife.
25/12 – Missa de Natal
9h -
Igreja Catedral – Sé de Olinda
27/12 – Missa
19h30 - Comando Geral do Corpo de Bombeiros – Avenida João de Barros – Recife
31/12 – Missa de Ano Novo
18h - Praia de Candeias – Jaboatão dos Guararapes

Da Assessoria de Comunicação AOR

Convite aos católicos, 'Volta para casa neste Natal'


Londres – Com uma campanha publicitária, com tanto de cartaz e vídeo que apresenta uma lareira acesa, uma árvore de Natal iluminada e uma cadeira confortável, a Igreja católica da Inglaterra e Gales está si dirigindo aos distantes ou melhor aos que, aos poucos, se afastaram da prática religiosa. E o título não deixa dúvidas: “Come home for Christmas” (Volta para casa neste Natal”). Este é um ligar para você, continua a campanha que acrescenta uma citação do evangelho de João e precisamente, as palavras de Jesus à samaritana: “Se tu conhecesse o dom de Deus e aquele que te fala...” (Jo 4,10).

A iniciativa proposta pela Comissão episcopal pela catequese e a evangelização se insere numa ação corajosa voltada a “recuperar” os que, por diferentes motivos (não último o escândalo da pedofilia), deixaram de frequentar a igreja e as atividades da comunidade paroquial. Mas para alcançar o objetivo não são suficientes as boas intenções e as interessantes ideias promocionais, é preciso o compromisso direito daqueles que ainda se sentem parte da Igreja e que se tornem missionários. Eis, então, no site da Igreja católica inglesa, o link dedicado a quem, sobretudo leigos, quer se envolver e ir em busca dos irmãos distantes.

“Explora como podes te tornar membro ativo de tua comunidade” é o convite associado a conselhos e subsídios para colocar em prática. Folders, cartazes, vídeos, cartões, frases – como por ex. “Também tu tem um lugar importante e és amado na Igreja, corpo de Cristo” -, mas, sobretudo, ideais e propostas de encontros informais. A Igreja católica inglesa está se mexendo para chegar às periferias existenciais e anunciar o amor e a misericórdia de Deus. A bola agora passa para os leigos apontados como missionários e chamados a ir ao encontro de seus irmãos distantes. É o reflexo prático do estilo pastoral de Papa Francisco, que sacode a Igreja inglesa e a impulsiona a se tornar mais criativa, mais empreendedora e mais acolhedora.
SIR

Mensagem de Natal do Conselho Mundial de Igrejas


Genebra, Suíça - "O alvorecer de uma nova esperança." Este é o título da mensagem anual de Natal do Secretário-Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Rev. Olav Fykse Tveit. "Em relação à Natividade, o Novo Testamento fala sobre pessoas que olham para o céu, abertas à ideia de ver alguma coisa, alguém que traga esperança ao mundo. À noite, de fato, é um momento de contemplação dos dias passados, um momento em que se expressam as próprias expectativas, em que se prepara para o que Deus vai trazer com o novo amanhecer. Nós precisamos ser guiados por Deus para encontrar o caminho da paz e da justiça, da reconciliação e da vida em abundância. Precisamos da luz da Palavra de Deus para guiar os nossos passos no caminho de Deus", ressalta o Rev. Tveit na nota.

Segundo o secretário-geral do CMI, esse foi o conteúdo principal da recente Assembleia Geral do organismo realizada, em Busan, na Coreia do Sul. Um dos momentos marcantes foi a peregrinação. "Viajamos simbolicamente rezando juntos e percorremos concretamente a área desmilitarizada situada no confim entre as duas Coreias. Percebemos que o caminho da justiça e da paz deve atravessar a fronteira traçada no coração da Coreia e fizemos um convite a todos os homens e mulheres de boa vontade, pedindo-lhes para se unirem a nós numa peregrinação em vista da paz no mundo para manifestar a nossa união e amor recíproco", concluiu o Rev. Tveit.
SIR

A presença de Deus, uma experiência interior



O mistério de Deus tem,seus caminhos para fazer-se presente em cada vida. (Foto: Arquivo)
Por José Antonio Pagola*

O evangelista Mateus tem um interesse especial em dizer aos seus leitores que Jesus há de ser chamado também de “Emanuel”. Sabe muito bem que isto pode resultar chocante e estranho. Quem pode ser chamado com um nome que significa “Deus conosco”? No entanto, este nome encerra o núcleo da fé cristã e é o centro da celebração do Natal.

Esse mistério último que nos rodeia por todas as partes e que os crentes chamam “Deus” não é algo longínquo e distante. Está com todos e cada um de nós. Como o pode saber? É possível acreditar de forma razoável que Deus está comigo, se eu não tenho experiência pessoal por pequena que seja?

Normalmente, aos cristãos não se ensinou a perceber a presença do mistério de Deus dentro de nós. Por isso, muitos o imaginam em algum lugar indefinido e abstrato do Universo. Outros o buscam adorando a Cristo presente na eucaristia. Muitos tratam de escutá-lo na Bíblia. Para outros, o melhor caminho é Jesus.

O mistério de Deus tem, sem dúvida, os seus caminhos para fazer-se presente em cada vida. Mas pode-se dizer que, na cultura atual, se não o experimentamos de alguma forma dentro de nós, dificilmente o encontraremos fora. Pelo contrário, se percebemos a Sua presença no nosso interior, será mais fácil rastrear o Seu mistério a nossa volta.

É possível? O segredo consiste, sobretudo, em saber estar com os olhos fechados e em silêncio aprazível, acolhendo com um coração simples essa presença misteriosa que está nos alentando e sustendo. Não se trata de pensar nisso, mas de estar "acolhendo" a paz, a vida, o amor, o perdão... que nos chega desde o mais íntimo do nosso ser. 

É normal que, ao aprofundarmos no nosso próprio mistério, nos encontremos com os nossos medos e preocupações, as nossas feridas e tristezas, a nossa mediocridade e o nosso pecado. Não temos de nos inquietar, mas permanecer no silêncio. A presença amistosa que está no fundo mais íntimo de nós irá nos apaziguando, libertando e sarando.

Karl Rahner, um dos teólogos mais importantes do século XX, afirma que, no meio da sociedade secular dos nossos dias, "esta experiência do coração é a única com a que se pode compreender a mensagem de fé do Natal: Deus fez-se homem". O mistério último da vida é um mistério de bondade, de perdão e salvação, que está conosco: dentro de todos e cada um de nós. Se o acolhemos em silêncio, conheceremos a alegria do Natal.
*José Antonio Pagola é teólogo. A leitura proposta neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 1, 18-24 que corresponde ao Quarto Domingo do Advento, ciclo A do Ano Litúrgico.

Papa deseja Natal de 'justiça' e pede casa para todas as famílias


Cidade do Vaticano – O Papa Francisco, ao meio-dia de hoje, deixou votos de um Natal de “justiça” para todos, numa intervenção em que pediu que todas as famílias possam ter a sua casa. “Desejo a todos um bom domingo e um Natal de esperança, de justiça e de fraternidade”, disse, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas para a oração do ângelus, no último domingo do tempo litúrgico do Advento. Após a oração, o Papa comentou uma das faixas que se podiam ler na Praça de São Pedro: “Os pobres não podem esperar”.

“É bonito, isso faz-me pensar que Jesus nasceu num estábulo, não numa casa: depois, teve de fugir, rumo ao Egito, para salvar a vida. No fim, regressou à sua casa, em Nazaré e eu penso que também hoje há tantas famílias sem casa, seja porque nunca a tiveram, seja porque a perderam”, declarou. Francisco destacou que é “muito difícil” manter a vida familiar “sem morar numa casa”. “Nestes dias de Natal, convido todos, pessoas, organizações sociais, autoridades, a fazer todos os possíveis para que todas as famílias possam ter uma casa”, apelou, numa passagem saudada pelos presentes com uma salva de palmas.

A catequese dominical partiu da figura de São José, esposo de Maria, que o Papa apresentou como um exemplo de “homem bom” que “não odiava e não deixou que o rancor lhe envenenasse a alma”. Francisco recordou que, segundo os relatos evangélicos, José ficou “desconcertado” ao ter conhecimento da gravidez de Maria, antes do seu casamento, e que mesmo nessa situação “procurou fazer a vontade de Deus, pronto para a renúncia mais radical”, num “drama interior”. Diante da decisão de “renunciar à coisa mais preciosa, à pessoa mais amada”, José descobre um caminho diferente, “de amor e de felicidade”.

“Este Evangelho mostra-nos toda a grandeza de alma de São José. Ele seguia um bom projeto de vida, mas Deus reservava-lhe um outro desígnio, uma missão maior”, precisou Francisco. São José, acrescentou, soube ouvir as “mensagens que lhe chegavam do fundo do coração e do alto”, sem deixar que “o rancor lhe envenenasse a alma”. “Assim tornou-se mais livre e maior”, declarou, e descobriu-se “para lá de si mesmo”. “Disponhamo-nos então a celebrar o Natal, contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça, que teve a coragem de se confiar totalmente à Palavra de Deus; José, o homem fiel e justo, que preferiu acreditar no Senhor em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano”, concluiu.

Após a catequese, o Papa dirigiu-se aos católicos italianos que hoje se reuniram para “manifestar o seu compromisso social”, pedindo-lhes um “contributo construtivo, recusando as tentações do confronto, da violência, procurando sempre a via do diálogo” para defender os direitos das pessoas. Francisco vai presidir à tradicional Missa do Galo, esta terça-feira, a partir das 21h30 (menos três em Brasília), que este ano será concelebrada não só por cardeais mas também por todos os bispos e sacerdotes que manifestem essa vontade ao Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.
SIR

Natal: Roteiro Homilético

A proposta de reflexão para a liturgia do dia do Natal é de autoria do Pe. Johan Konings SJ, preparada pelo Pe. Jaldemir Vitório SJ, professor e reitor da FAJE.


JESUS NASCE POBRE

Sete séculos antes de Cristo, o povo de Israel andava oprimido pelas ameaças dos assírios, que já tinham deportado parte da sua população. Em meio a essas trevas – anuncia o profeta – aparece uma luz: nasce um novo príncipe, portador das esperanças que seus títulos exprimem: “Conselheiro admirável, Deus forte” (1ª leitura).
Em Jesus, o significado deste nascimento recebe sua plenitude. Ele nasce como luz para o povo oprimido. Seu nascimento no meio dos pobres é o sinal que Deus dá aos pastores (gente bem pobre), para mostrar que o Messias veio ao mundo (evangelho). No meio das trevas, eles se encontram envoltos em luz...
Celebramos “a aparição da graça de Deus” em Jesus (2ª leitura). A escolha dos pobres como primeiras testemunhas evidencia a gratuidade: nada de aparato oficial. Nós podemos corresponder a esta graça por uma vida digna e pela viva esperança – que se verifica em nossa prática – da plena manifestação da luz gloriosa de Cristo, quando de sua nova vinda (cf. 1º dom. do Advento). Quem acolhe Jesus no meio dos pobres não precisa ter medo de sua glória...
Reunindo-se em torno do presépio, o povo exprime algo muito importante. Jesus nasceu num estábulo, no meio dos pobres, que foram os primeiros a adorá-lo, porque, para ser o Salvador de todos, tinha que começar pelos mais abandonados. Quem quer ser amigo de todos tem que começar pelos pequenos, pois, se começa com os grandes, nunca chega até os pequenos. A devoção popular do presépio merece valorização e aprofundamento, e não podemos permitir que ela se degenere em algo puramente comercial.
À luz do presépio, solidariedade com Cristo significa solidariedade com os pobres. Viver uma vida “digna” (de Cristo) não significa elitismo, mas solidariedade em que se manifestam a graça e a bondade de Deus para todos.

Natal, tempo de promessas cumpridas


Na esfera bonita das festas natalinas, tudo inspira alegria.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*
Estando plenamente em sintonia, com todo o conteúdo do Natal, é possível entender a realização, na história da salvação, do cumprimento das promessas anunciadas pelos profetas do Antigo Testamento. No nascimento de Deus, Jesus se torna verdadeiramente humano, assumindo, em sua pessoa, todas as realidades contidas na fraqueza humana.

A origem de Jesus Cristo é divina, mas sua presença na terra não foi diferente da vida de todos os seres humanos. Nasceu na vila de Belém como algo de novo, fato nunca acontecido antes na história. Isto envolve dois fatos inéditos: nasceu de uma virgem e concebido pelo poder do Espírito Santo, cumprindo a profecia da Escritura (Mt 1, 22 – 23).

Em Jesus Cristo Deus se torna visível e palpável. A palavra “Jesus” é igual a Josué, que em hebraico significa “salvador”. Com Ele começa a era messiânica, sendo revelado Deus no meio do povo com um anúncio totalmente novo, marcado essencialmente pela palavra “amor”. Só conseguimos entender todo o mistério de Deus no mundo tendo em conta o amor.

Além de ser o cumprimento da promessa (Is 7, 14), o nascimento de Jesus no Natal, é também ocasião de quebra de certas estruturas, tanto pessoais como comunitárias. As opções puramente materiais do coração humano devem ser conhecidas, assumindo os esquemas propostos pela Palavra de Deus. Só assim que o Natal passa a ter sentido.

Na esfera bonita das festas natalinas, tudo inspira alegria. Não simplesmente pela chegada do fim do ano, pelos presentes trocados e pela confraternização das famílias, amigos e comunidade, mas pela chegada do “Presente-Jesus”. Ele é o alvo principal, o realizador das promessas, milenarmente esperado e gora se tornando realidade. Ele é o “Emanuel”, o Deus conosco na história.

Na fragilidade de uma criança, a humanidade se fortalece, porque nasce o autor da salvação, de valor incomensurável. Com isto, há possibilidade de encontro das pessoas com Deus, entrando no mistério de sua vida. Para isto, é importante um sim coerente de nossa parte. Feliz e Santo Natal para você.
CNBB, 18-12-2013.
* Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).

Horários das Celebrações Eucarísticas (Tempo de Natal)