sexta-feira, 5 de junho de 2015

Feijoada do ECC da Paróquia Nossa Senhora das Candeias


Do diálogo à paz


O diálogo é o único caminho para se conquistar a efetivação da paz, em todos os níveis, instâncias e segmentos da sociedade. No fundamento do diálogo, está o enorme desafio do entendimento. Os desajustes nas dinâmicas que levam ao entendimento prejudicam a busca pela verdade, não possuída, em caráter absoluto, por ninguém - por nenhuma autoridade religiosa ou sistema político-ideológico.

Só se aproxima da verdade quem dialoga. Essa constatação se aplica na administração de situações que ocorrem no ambiente doméstico, nas que se relacionam ao ambiente profissional, ao exercício da cidadania e também nas grandes tratativas de relações políticas internacionais. Buscar a paz acima de tudo é abrir-se ao diálogo. Só o entendimento conquistado pelo diálogo possibilita o avanço na direção da paz. O distanciamento desse dom de Deus é resultado da incompetência para o diálogo. Nesse ponto, há um detalhe de grande importância a ser observado para que o dialogar permita o entendimento e, consequentemente, o aproximar-se da verdade. Trata-se da superação das visões de mundo estreitas, que impossibilitam os avanços necessários para se alcançar a paz a partir do diálogo.

É interessante pensar, como exemplo que clarifica essa análise, em um conflito de ordem familiar, baseado nas diferenças entre gerações. A velocidade das mudanças culturais e tecnológicas que afetam de modo mais intenso os jovens, localizando-os numa dinâmica muito peculiar de vida e de compreensão, não raramente colide com as visões, posturas e escolhas da geração adulta. O convívio de diferentes perspectivas requer boa administração para que o diálogo não fique comprometido e, consequentemente, falte paz às famílias. A competência para o diálogo é necessária na articulação do conhecimento, no uso das tecnologias e na compreensão das mudanças culturais.

Caminhar rumo à paz, a partir do diálogo que leva ao entendimento, exige sensibilidade social e política.  O tipo de orientação que se dá à vida no exercício das próprias responsabilidades tem consequências que podem ser graves. Pode-se avaliar, entre as diversas e importantes situações, a reunião de um grupo em determinado parlamento. Se a visão de mundo desses representantes do povo for equivocada, se agirem orientados a partir de interesses cartoriais - o que indica pouco compromisso com o interesse do povo -, somente serão capazes de oferecer respostas medíocres diante das muitas necessidades sociais.

Concretamente, pode-se pensar no projeto de reforma política desenvolvido no ambiente parlamentar sem a devida escuta da sociedade civil e, também, na proposta de diminuição da maioridade penal. Iniciativas que escancaram as limitações dos que se posicionam e votam de modo favorável a essas mudanças. A consequência é desastrosa, atrasa processos e inviabiliza o desenvolvimento da sociedade. O que se passa na esfera política não é muito diferente do que ocorre no âmbito religioso. O horizonte de compreensão, muitas vezes, torna-se estreito pela rigidez, pela hegemonia do conservadorismo ou pela falta de preparo intelectual. É alto o preço pago por se “rifar” projetos e pessoas - o outro que deve estar na ponta do diálogo que salva.

A referência ao diálogo como caminho para a paz emoldura o conjunto de outros âmbitos e incursões que precisam permanentemente ser bem tratados.  Do diálogo entre diferentes culturas, passando pelo respeito aos direitos humanos, a responsabilidade no cuidado ambiental - livre da ganância, em parâmetros de verdadeira sustentabilidade -, até o primordial combate à pobreza, como condição indispensável na construção e conquista da paz.

Curioso é que o instrumento contemporâneo das redes sociais e toda a tecnologia digital à disposição, eivadas de informações, podem ter sua força de serviço enfraquecida e comprometida por conta da incompetência individual de dialogar em busca da verdade. Mal maior forma-se quando desmorona o mais importante santuário de cada pessoa: a sua consciência. Esse importante lugar para o diálogo, em função de interesses, com o objetivo de elaborar justificativas e de esconder razões espúrias, torna-se ambiente em que mentiras ganham aparência de verdades.  Corrompida a consciência, não haverá mesmo saída para a paz.

A incompetência para o diálogo que constrói a paz impossibilita que sejam alcançadas as muitas soluções necessárias, induz a sociedade a pensar, erroneamente, que a solução de suas crises depende apenas dos números e cifras. Perpetua uma dinâmica cultural da dependência e da mediocridade. É hora de investir na educação para o diálogo a partir da convicção incontestável de que ele é o caminho para a paz.

Dom Walmor Oliveira de AzevedoO arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

Quem é o culpado?


O que chamamos de arrependimento é uma das atitudes mais corajosas e libertadoras.
As primeiras páginas da Bíblia relatam de forma ao mesmo tempo realista e poética a situação humana, inclusive os dramas vividos por todas as gerações que se sucederiam. Lá dentro de nosso coração, existe o terrível drama do pecado, a possibilidade de dizer não ao projeto de amor desenhado por Deus, quando por amor e para o amor nos criou (Cf. Gn 3, 9-15). Adão e Eva refletem o que todos podemos viver, quando o mistério da liberdade se apresenta inquietante e provocante.
Chamado à própria responsabilidade, Adão joga a culpa da desobediência sobre Eva, e esta a atribui a serpente. Alguém, jocosamente, já disse que a serpente, olhando para trás, acabou ficando com todo o peso, por não encontrar ninguém para acusar. Sabemos que não foi assim, pois a figura da serpente aponta para a ação do maligno, que continuamente provoca com a tentação todos os seres humanos. Entretanto, fica o desafio da liberdade e da responsabilidade.
Não é fácil assumir o que fazemos de errado! E o que chamamos de arrependimento é, em nossa vida, uma das atitudes mais corajosas e libertadoras, ainda que marcada pela dor, e esta purifica, pois abre o coração para acolher o perdão, coisa divina! Ao nos apresentarmos diante do Senhor, com o coração contrito e humilhado, muitas vezes e sempre seremos acolhidos por aquele que não se cansa de perdoar. Só que a porta da contrição é o espaço estreito por ponde quer passar o amor de Deus, para abrir novos e inimagináveis horizontes à nossa realização nesta vida e para a eternidade.
Diante de Jesus se apresentaram continuamente grupos diversos de pessoas (Cf. Mc 3, 30-35). A multidão que o cerca é tamanha que "nem sequer podiam comer". É o primeiro e maior dos grupos, do qual emergem, pouco a pouco, os que foram chamados de discípulos. Um terceiro é formado por parentes de Jesus e um outro por mestres da lei e gente que vivia em Jerusalém. Parentes e o pessoal das rodas importantes de Jerusalém são vistos no Evangelho de São Marcos como adversários, que se contrapõem continuamente a Jesus. Os parentes acham que está fora de si e os outros, pior ainda, atribuem a Satanás o bem que é feito pelo Senhor. Este desmascara com firmeza as acusações que lhe são feitas.
Ainda bem que suas palavras anunciam que o reino de Satanás não sobrevive, pois está dividido e será destruído! A insistência dos que acusam Jesus o leva a identificar, a nosso favor, o que significa o pecado contra o Espírito Santo, fundamentalmente o não reconhecimento do Senhor e Salvador. Sabemos com São Paulo que ninguém pode chamá-lo de Senhor a não ser pela ação do Espírito Santo (Cf. 1 Cor 12, 3). Trata-se, pois, de tomar uma decisão que muda a vida!
Este mesmo apóstolo fez a experiência da conversão, que significa aceitar a responsabilidade pelos próprios pecados, submeter-se ao senhorio de Jesus Cristo e abrir-se à maravilhosa liberdade dos filhos de Deus: "É digna de fé e de ser acolhida por todos esta palavra: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Mas alcancei misericórdia, para que em mim, o primeiro dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência, fazendo de mim um exemplo para todos os que crerão nele, em vista da vida eterna" (1 Tm 1, 15-16).
E não fez pouca coisa: "Eu sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apóstolo, pois eu persegui a Igreja de Deus" (1 Cor 15, 9). Sabemos que esteve presente ao martírio de Estevão, com o qual concordava (Cf. At 7, 58 - 8, 1), ou que respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor (At 9, 1). Parece que Deus tem o fraco gosto de escolher os que são piores, e assim sua obra de misericórdia fica mais patente!
Antes tinha escolhido Simão, a quem Jesus chamou de Pedro, uma rocha tão limitada que a grandeza do amor de Deus se mostrou infinita. Ele experimentou a grandeza do arrependimento libertador: "O Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: 'Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás'. Então Pedro saiu do pátio e pôs-se a chorar amargamente" (Lc 22, 61-62) lágrimas que abriram seu coração ao Senhor, a quem declarou três vezes seu amor, na confirmação de sua vocação, após a Ressurreição.
A história se repete, com lances cada vez mais provocantes, quando chega perto de nós e às nossas aventuras pessoais, marcadas por quedas e reerguimentos, vividos às centenas de vezes. Os santos, retratados na hagiografia eclesiástica com traços tão belos, foram homens e mulheres resgatados do pecado, escolhidos de famílias com currículo nem sempre admirável. Quer dizer que cabem todos no Reino de Deus e em sua Igreja, culpados e inocentes, justos e injustos, todos os que se abrirem à verdade do Evangelho, que passa necessariamente pelo reconhecimento da própria pequenez. A altivez orgulhosa é o único impedimento! Quem já visitou Belém de Judá passou pela porta da Basílica da Natividade, inclinando-se necessariamente para penetrar naquele lugar santo, gesto que se torna ícone das virtudes necessárias ao acolhimento da salvação que vem de Deus.
Mas sabemos o quanto custa, na hora da verdade, reconhecer-nos frágeis, culpados e necessitados de perdão. Há um nó a ser desatado, que se chama confissão. O orgulho pode levar-nos a não aceitar a beleza do Sacramento da Reconciliação, que nos convida a abrir o coração justamente diante de um homem, o confessor, também ele carente de perdão! Há até pessoas que se gabam de terem se confessado apenas em tempo de primeira comunhão. É uma pena ver o quanto perdem e quando buscam subterfúgios para se "confessarem", algumas delas até com um copo de bebida, ou outras drogas mais pesadas. E, infelizmente, com frequência vemos vidas desrespeitadas e expostas em público, sem o respeito que só o sigilo sacramental garante, além do fato de a confissão sempre se concluir com a sentença da absolvição!
Voltando ao Evangelho de São Marcos (Cf. Mc 3, 30-35), ao final do episódio, comparece uma pessoa, Maria, a Mãe de Jesus. A ela se aplica de forma completa o elogio de Jesus: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos? E passando o olhar sobre os que estavam sentados ao seu redor, disse: 'Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe'” (Mc 10, 33-35). Sabemos que foi preservada do pecado justamente pelos méritos de seu Filho e que nela se realizou a profecia do livro do Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela" (Gn 3,15). No entanto, fez-se pequena para que os pecadores, que somos nós, encontremos o modelo para entrar na plena comunhão com Deus: "Eis a escrava"! "Olhou para a humildade de sua serva" (Lc 1, 38-48).
*Dom Alberto Taveira Corrêa é arcebispo metropolitano de Belém do Pará.

Meu Dia com Deus

DIA 5 DE JUNHO - SEXTA-FEIRA

Ouça: 
Evangelho do Dia: (Marcos 12,35-37)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
12 35 Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão: “Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi?
36 Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: ‘Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés’.
37 Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho?” E a grande multidão ouvia-o com satisfação.
Palavra da Salvação.
 
Meditando o Evangelho
QUESTIONANDO UMA CRENÇA
A crença de que o Messias descenderia de Davi vinha de longa data. No início da monarquia, Deus prometera suscitar para Davi um descendente que o sucedesse no trono, de maneira a consolidar a realeza. A relação entre Deus e o monarca seria como a de pai e filho: "Eu serei para ele um pai, e ele será meu filho". O Senhor comprometia-se a garantir a estabilidade do trono real de Israel, a fim de que subsistisse para sempre.
O fim da monarquia deu lugar à crença de que, no final do tempos, Deus haveria de suscitar um descendente de Davi, para restaurar Israel. Esta esperança messiânica era muito viva no tempo de Jesus. Aliás, ele mesmo foi identificado como filho de Davi.
Contudo, Jesus olhava com reservas para esta antiga tradição, e a questionou servindo-se da citação de um salmo. Considerado do rei Davi, este salmo refere-se a alguém superior a seu autor: "Disse o Senhor ao meu Senhor". O Messias não seria um descendente de Davi, mas seu Senhor. Por conseguinte, deveria ser procurado fora da descendência davídica. Fixar-se na continuidade dinástica, ao longo dos tempos, poderia levar a identificações enganosas.
Relativizado o critério davídico, Jesus sugere aos ouvintes perguntar-se por uma outra identidade do Messias. Não seria ele o Filho de Deus?
Oração
Espírito do Messias Jesus, leva-me a compreender que o Pai realizou sua promessa, enviando-nos seu Filho como penhor de salvação.

Evangelho do Dia

B - 05 de junho de 2015

Marcos 12,35-37

Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
12 35 Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão: “Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi?
36 Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: ‘Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés’.
37 Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho?” E a grande multidão ouvia-o com satisfação.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
QUESTIONANDO UMA CRENÇA
A crença de que o Messias descenderia de Davi vinha de longa data. No início da monarquia, Deus prometera suscitar para Davi um descendente que o sucedesse no trono, de maneira a consolidar a realeza. A relação entre Deus e o monarca seria como a de pai e filho: "Eu serei para ele um pai, e ele será meu filho". O Senhor comprometia-se a garantir a estabilidade do trono real de Israel, a fim de que subsistisse para sempre.
O fim da monarquia deu lugar à crença de que, no final do tempos, Deus haveria de suscitar um descendente de Davi, para restaurar Israel. Esta esperança messiânica era muito viva no tempo de Jesus. Aliás, ele mesmo foi identificado como filho de Davi.
Contudo, Jesus olhava com reservas para esta antiga tradição, e a questionou servindo-se da citação de um salmo. Considerado do rei Davi, este salmo refere-se a alguém superior a seu autor: "Disse o Senhor ao meu Senhor". O Messias não seria um descendente de Davi, mas seu Senhor. Por conseguinte, deveria ser procurado fora da descendência davídica. Fixar-se na continuidade dinástica, ao longo dos tempos, poderia levar a identificações enganosas.
Relativizado o critério davídico, Jesus sugere aos ouvintes perguntar-se por uma outra identidade do Messias. Não seria ele o Filho de Deus?
Leitura
Tobias 11,5-17
Leitura do livro de Tobias.
11 5 Entretanto, Ana ia todos os dias assentar-se perto do caminho, no cimo de uma colina, de onde podia ver ao longe.
6 Ela espreitava ali a volta de seu filho, quando o viu de longe que voltava e o reconheceu. Correu ao seu marido e disse-lhe: Eis que aí vem o teu filho!
7 Ora, Rafael tinha dito a Tobias: “Logo que entrares em tua casa, adorarás o Senhor teu Deus e dar-lhe-ás graças. Irás em seguida beijar teu pai,
8 e pôr-lhe-ás imediatamente nos olhos o fel do peixe que tens contigo. Sabe que seus olhos se abrirão instantaneamente e que teu pai verá a luz do céu. E, vendo-te, ficará cheio de alegria”.
9 O cão, que os tinha acompanhado durante a viagem, correu então adiante como um mensageiro, e mostrava o seu contentamento fazendo festas e abanando a cauda.
10 O pai cego levantou-se e pôs-se a correr, tropeçando. Dando então a mão a um criado, foi ao encontro de seu filho.
11 Abraçou-o e beijou-o, fazendo o mesmo sua mulher, e ambos começaram a chorar de alegria.
12 Só se assentaram depois de terem adorado e agradecido a Deus.
13 Tobias tomou então o fel do peixe e pô-lo nos olhos de seu pai.
14 Depois de ter esperado cerca de meia hora, começou a sair-lhe dos olhos uma belida branca como a membrana de um ovo.
15 Tobias tomou-a e a arrancou dos olhos de seu pai, o qual recobrou instantaneamente a vista.
16 E louvaram a Deus, ele, sua mulher e todos os que o conheciam.
17 Bendigo-vos, Senhor Deus de Israel, dizia ele, porque depois de me terdes provado, me salvastes: eis que vejo o meu filho Tobias!
Palavra do Senhor.

 
Salmo 145/146
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Bendirei ao Senhor toda a vida,
cantarei ao meu Deus sem cessar!

O Senhor é fiel para sempre,
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

ele ampara a viúva e o órfão,
mas confunde os caminhos dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!
 
Oração
Interceda por nós, ó Deus, o mártir são Bonifácio, para que guardemos fielmente e proclamemos em nossas obras a fé que ele ensinou com a sua palavra e testemunhou com o seu sangue. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 5 DE JUNHO - SEXTA-FEIRA

SÃO BONIFÁCIO *
BISPO E MÁRTIR 
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Antífona de entrada:
Este santo lutou até a morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável.
Oração do dia
Interceda por nós, ó Deus, o mártir são Bonifácio, para que guardemos fielmente e proclamemos em nossas obras a fé que ele ensinou com a sua palavra e testemunhou com o seu sangue. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Tobias 11,5-17)
Leitura do livro de Tobias.
11 5 Entretanto, Ana ia todos os dias assentar-se perto do caminho, no cimo de uma colina, de onde podia ver ao longe.
6 Ela espreitava ali a volta de seu filho, quando o viu de longe que voltava e o reconheceu. Correu ao seu marido e disse-lhe: Eis que aí vem o teu filho!
7 Ora, Rafael tinha dito a Tobias: “Logo que entrares em tua casa, adorarás o Senhor teu Deus e dar-lhe-ás graças. Irás em seguida beijar teu pai,
8 e pôr-lhe-ás imediatamente nos olhos o fel do peixe que tens contigo. Sabe que seus olhos se abrirão instantaneamente e que teu pai verá a luz do céu. E, vendo-te, ficará cheio de alegria”.
9 O cão, que os tinha acompanhado durante a viagem, correu então adiante como um mensageiro, e mostrava o seu contentamento fazendo festas e abanando a cauda.
10 O pai cego levantou-se e pôs-se a correr, tropeçando. Dando então a mão a um criado, foi ao encontro de seu filho.
11 Abraçou-o e beijou-o, fazendo o mesmo sua mulher, e ambos começaram a chorar de alegria.
12 Só se assentaram depois de terem adorado e agradecido a Deus.
13 Tobias tomou então o fel do peixe e pô-lo nos olhos de seu pai.
14 Depois de ter esperado cerca de meia hora, começou a sair-lhe dos olhos uma belida branca como a membrana de um ovo.
15 Tobias tomou-a e a arrancou dos olhos de seu pai, o qual recobrou instantaneamente a vista.
16 E louvaram a Deus, ele, sua mulher e todos os que o conheciam.
17 Bendigo-vos, Senhor Deus de Israel, dizia ele, porque depois de me terdes provado, me salvastes: eis que vejo o meu filho Tobias!
Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial 145/146
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Bendirei ao Senhor toda a vida,
cantarei ao meu Deus sem cessar!

O Senhor é fiel para sempre,
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

ele ampara a viúva e o órfão,
mas confunde os caminhos dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!
 
Evangelho (Marcos 12,35-37)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
12 35 Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão: “Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi?
36 Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: ‘Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés’.
37 Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho?” E a grande multidão ouvia-o com satisfação.
Palavra da Salvação.
 
Comentário ao Evangelho
QUESTIONANDO UMA CRENÇA
A crença de que o Messias descenderia de Davi vinha de longa data. No início da monarquia, Deus prometera suscitar para Davi um descendente que o sucedesse no trono, de maneira a consolidar a realeza. A relação entre Deus e o monarca seria como a de pai e filho: "Eu serei para ele um pai, e ele será meu filho". O Senhor comprometia-se a garantir a estabilidade do trono real de Israel, a fim de que subsistisse para sempre.
O fim da monarquia deu lugar à crença de que, no final do tempos, Deus haveria de suscitar um descendente de Davi, para restaurar Israel. Esta esperança messiânica era muito viva no tempo de Jesus. Aliás, ele mesmo foi identificado como filho de Davi.
Contudo, Jesus olhava com reservas para esta antiga tradição, e a questionou servindo-se da citação de um salmo. Considerado do rei Davi, este salmo refere-se a alguém superior a seu autor: "Disse o Senhor ao meu Senhor". O Messias não seria um descendente de Davi, mas seu Senhor. Por conseguinte, deveria ser procurado fora da descendência davídica. Fixar-se na continuidade dinástica, ao longo dos tempos, poderia levar a identificações enganosas.
Relativizado o critério davídico, Jesus sugere aos ouvintes perguntar-se por uma outra identidade do Messias. Não seria ele o Filho de Deus?

Oração
Espírito do Messias Jesus, leva-me a compreender que o Pai realizou sua promessa, enviando-nos seu Filho como penhor de salvação.

 

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês) 
 
Sobre as oferendas
Santificai, ó Deus, com a vossa bênção, as nossas oferendas e acendei em nós o fogo do vosso amor, que levou são Bonifácio a vencer os tormentos do martírio. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Quem quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me, diz o Senhor (Mt 16,24).
Depois da comunhão
Ó Deus, que estes sagrados mistérios nos concedam a fortaleza de ânimo que levou vosso mártir são Bonifácio a vos servir fielmente e a vencer o martírio. Por Cristo, nosso Senhor.


MISSA VOTIVA

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
(BRANCO – MISSAL, PÁG. 382)

Oração do dia:
Ó Deus, que no coração do vosso filho, ferido por nossos pecados, nos concedestes infinitos tesouros de amor, fazei que lhe ofereçamos uma justa reparação, consagrando-lhe toda a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas:
Considerai, ó Deus, o indizível amor do coração do vosso amado Filho, para que nossas oferendas vos agradem e sirvam de reparação por nossas faltas. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão:
Ó Deus, que este sacramento da caridade nos inflame em vosso amor e, sempre voltados para o vosso Filho, aprendamos a reconhecê-lo em cada irmão. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS):
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas da piedade eclesial, tal como refere recentemente o “Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia” da Congregação para o Culto Divino. Os Pontífices romanos têm salientado constantemente o sólido fundamento na Sagrada Escritura desta maravilhosa devoção. Como conseqüência das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque no mosteiro de Paray-le-Monial a partir de 1673, este culto teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta. Entre os documentos mestres nesta matéria encontramos a encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, de 15 de Maio de 1956. Pio XII salienta que é o próprio Jesus que toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt. 11, 28-30) Não é por acaso que as aparições a Santa Margarida Maria deram-se num momento crucial em que se pretendia afirmar secularização e que a devoção ao Sagrado Coração apareceu sempre como o mais característico de todos os movimentos que resistiram à descristianização da sociedade moderna. Fonte: www.asc.org.br/site/devocao/devocao.htm