Os Conceitos
A Moral é
um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e
estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Já a
palavra Éticaé o domínio da Filosofia que procura determinar a finalidade
da vida humana e os meios de alterá-la.
Ética significa,
etimologicamente, “costume, conjunto de atos que uma comunidade ou uma
pessoa realizam porque os consideram válidos”. Num sentido mais específico, a
Ética é uma disciplina filosófica que compreende todas as questões relativas às
idéias morais e às normas de conduta humanas.
A Moral sempre existiu, pois
todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal
no contexto em que vive. Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem
livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com
seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele
apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim
ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral
se formam numa mesma realidade.
- Imoral = o que é
contrário à moral. Ex: a nudez do índio não é imoral, por causa do costume indígena,
por causa da cultura.
- Moral cristã =
costumes religiosos
.- Ética = costumes
indicados pela razão humana ou valores descobertos pela razão humana.
Ex: o aborto = objeção da
consciência. É capitulado em lei, mas é contra a moral cristã. É legal, porém é
imoral.
Portanto, nem tudo o que é
legal, é ÉTICO, é MORAL.
Quando falamos de moral, de
ética, falamos de valores.
A Moral e a
Ética Cristã
O que são valores? à Valor é um conjunto de qualidades que determina o
mérito e a importância de um ser referente ao binômio BEM e MAL. Por exemplo:
Caráter, Honra, Fidelidade, Idoneidade. Ex: Se quero fazer um contrato, procuro
uma pessoa honesta. Se quero casar, procuro uma pessoa que seja fiel, que tenha
caráter. Nós nascemos com valores, com razão independentes do credo, religião,
porque todos nós nascemos com uma lei eterna que sempre diz "Faça o bem e
evite o mal" - este é o princípio da ética. E nós sabemos quando agimos
corretamente porque essa lei está dentro de cada um de nós na faculdade que se chama
CONSCIÊNCIA.
Se a Ética representa o
costume ou conjunto de atos que uma comunidade ou uma pessoa realizam porque os
consideram válidos, então a Ética Cristã responderá pelos costumes ou conjunto
de atos praticados pelos cristãos. E se alguém se preocupa com os bons
costumes, os cristãos deverão encontrar-se na primeira linha de ataque. Ataque
àquilo que é mau e contrário aos costumes dos cristãos mais antigos. A palavra
“ethos” aparece 12 vezes no Novo Testamento (Lucas 1:9; 2:42; 22:39; João 19:40;
Atos 6:14; 15:1; 16:21; 21:21; 25:16: 26:3; 28:17; Hebreus 10:25) e significa
estilo de vida, conduta, costume ou práticas. O plural “ethe” aparece em I
Coríntios 15,33 quando se diz que “as más conversações corrompem os bons
costumes”.
O cristão não vive de
tradições!! Apóia-se na Bíblia, que é a sua regra de fé, busca a direção de
Deus para a sua vida através da oração e comunhão com o Criador. A Bíblia é o
Livro do Deus vivo e conseqüentemente um Livro vivo. Os seus textos,
aparentemente conservadores, encerram mensagens vivas e atuais para a nossa
vida. Há, porém, um aspecto que não se deve perder de vista; a maneira simples
e piedosa de aceitação do Evangelho, o modo de proceder em cada situação e
outras qualidades que foram transitando através dos tempos entre os filhos de
Deus. São esses costumes que constituem a Ética Cristã. Se há costumes
respeitados pelos cristãos que vêm desde épocas distantes, não há razão para
serem postos de lado agora. Sim, se os cristãos do passado eram abençoados
procedendo de certa maneira, devemos continuar com esses bons costumes nos dias
de hoje.
Não podemos
ser “pescadores de aquário”, como diz o bispo de Friburgo Dom Rafael
Cifuentes. Eu preciso ser exemplo (“Sal da terra e luz do mundo”) perante minha
família, meu ministério, minha Igreja sempre, em todo o lugar e a toda a
hora!!! O que adianta eu ser uma pessoa na igreja, nos encontros e eventos e
outra totalmente diferente com a minha namorada, com meus amigos... Mascarado
não dá mais pra viver! Temos que fazer nossas escolhas, sair de cima dos muros
da indecisão (Ap 3, 15-16)
Deus não quer homens e
mulheres conformados com este mundo (Rm 12, 2); é preciso ir além e não tomar a
forma dada por uma vida paganizada. Antes devemos, convertendo-nos para o
Senhor, deixar renovar a nossa mente. Essa é a única maneira de discernir a
vontade de Deus. Todo aquele que assume a Fé em Jesus, deve assumi-la
incondicionalmente “Aquele que vive E crê em mim jamais morrerá” (Jo
11, 26) Se somos cristãos, devemos seguir o exemplo de Jesus. "Aquele
que diz que está nele, também deve andar como ele andou." (1Jo 2, 6)
Não podemos apresentar um Jesus deformado, quando não aceitamos a renovação da
nossa vida. Lembre-se sempre: O ouvido mais próximo de suas palavras, não é o
do irmão, é o seu!!! . “Meu justo viverá pela fé, mas se voltar atrás não
contará com a minha estima” (Hb 10, 38). Não podemos criar um novo
catecismo, viver e pregar o nosso próprio Evangelho, anunciar
um Cristo light. A oração deve orientar a nossa vida e devemos aproveitar
dos nossos momentos de intimidade com Deus para pedir as diretrizes que nos vão
conduzir. Quem reza e não ouve a Deus é como um cego diante de um imenso
horizonte, só faz idéia por aquilo que lhe dizem e não pelo que de fato
experimentou.
Assim, a Ética Cristã não
exclui a razão, mas aplica-se à obediência a Cristo. Na sua essência é
normativa, enquanto a Ética secular é descritiva. A Ética Cristã é também
ensino, mandamento, diretriz, enquanto os costumes são variáveis e flexíveis.
Os Dez Mandamentos constituem o primeiro tratado de ética dado pelo Senhor com
o propósito de regular o comportamento humano no cumprimento dos seus deveres
para com Deus, para com o próximo e para consigo próprio. A Ética Cristã é
normativa porque se baseia em normas estabelecidas pelo Criador.
Há costumes dos povos que se
desatualizam: as modas passam, e até outros aspectos que caem em desuso devido
à sua pouca expressividade. Porém, as nossas reações, a maneira de proceder, o
comportamento, a apresentação e muitos outros valores próprios de quem vai
viver com Jesus por toda a Eternidade, não devem passar de moda. Os cristãos
ficam abismados e indignados ao ver que essa sociedade de padrões morais
supostamente flexíveis, a qual se recusa a aceitar parâmetros de certo e errado,
tende a condenar veementemente os cristãos que desafiam as suas idéias. “O Deus
de vocês só sabe condenar”, anunciou-me uma amiga minha – sem perceber ou
talvez sem se importar com o aspecto de que ela mesma estava julgando o nosso
amado Deus.
Um cristão deverá ser
diferente dos não-cristãos?? Sim. Refiro-me a ser diferente para melhor. Não a
chamar a atenção imediata por vestir algo muito antigo ou extravagante, mas
pela sua postura. O cristão deverá deixar uma boa impressão, o bom cheiro de
Cristo, como a Bíblia refere. Não basta ser cristão; é preciso parecer também
que o é. Não é suficiente ter uma boa moral; é necessário não deixar dúvidas a
esse respeito. Como deverá ser a atitude de um católico face à guerra? E
quanto à responsabilidade social? E o sexo? A Homossexualidade? Como deverá ser
visto o controle de natalidade? Qual a posição de um cristão quanto à
eutanásia, suicídio, pena capital e aborto? Ecologicamente como estamos? Como
procedemos? Atendemos às normas sociais e às condutas bíblicas? E os reais
valores?
Pela ginástica do raciocínio
comum hoje, os escritores dizem que não podemos mais retomar aqueles valores
ingênuos, pois os problemas da sociedade atual são por demais complexos e
esmagadores. E quais são esses problemas? Gravidez na adolescência,
disparada do número de divórcios, doenças sexualmente transmissíveis, pais
ausentes, famílias criadas só pelo pai ou só pela mãe, vulgarização e
exploração do sexo na mídia, conflitos raciais, violência nos meios de
comunicação, violência das gangues, crianças que matam sem remorso... A
lista assustadora parece não ter fim. Isso deixa os cristãos decepcionados e
desconcertados, pois são exatamente os problemas que poderiam ser resolvidos –
ou pelo menos atenuados – por meio do comprometimento com a moral bíblica. São
problemas que se exacerbaram justamente quando a sociedade abandonou os valores
cristãos. A coincidência é grande demais para não ser levada em consideração.
Para compreender o fervor
moral dos cristãos, os não cristãos precisam entender que a nossa moral começa
não por uma lista de mandamentos, mas pelo relacionamento com Deus. Em
conseqüência de ter fé em Cristo e de conhecê-lo, é claro que tentamos segui-lo
em nossos atos. As suas leis ajudam a segui-lo com maior fidelidade e de
maneira mais inteligente. Elas dão uma referência objetiva quando somos
assaltados por dúvidas ou desviados pelos desejos. Como nem sempre queremos
obedecer a Deus, as suas leis morais evitam que vivamos segundo os caprichos
dos sentimentos.
Em todos esses estágios da
sociedade, há pessoa cuja religião é sincera e viva e cuja moral não é apenas
uma máscara, mas procede do coração. Um ensinamento vital tanto da fé judaica
quanto da religião cristã é que Deus conserva um “remanescente” de fiéis,
testemunhando a sua santidade e a sua misericórdia. A partir do testemunho e
das orações desse remanescente, pela misericórdia de Deus, vem novamente a
renovação espiritual. As pessoas se voltam para Deus. A conduta delas muda,
pois são transformadas no íntimo pelo Espírito Santo. A moral é incorporada, e
a sociedade se renova porque as pessoas se renovam. Esse é o “reavivamento” que
os cristãos esperam e pedem em oração – primeiro espiritual, depois
inevitavelmente moral. Não podemos brincar de ser Igreja!
pastoral liturgica formação 2015 pnsc