domingo, 7 de dezembro de 2014

Por um tempo de esperança


Para a maioria das pessoas o único tempo que existe é o presente. O relógio simboliza seu domínio sobre passado e futuro. Muitas pessoas perderam o referencial histórico e não conseguem enxergar uma esperança que transcende o momento atual e se abre para o futuro.
 
O que esperar?

A modernidade trouxe para a pessoa humana uma vivência do tempo como busca febril e apressada em vista de empreendimentos e realizações. Mesmo a utopia de uma nova sociedade e outras utopias, nas últimas décadas, eram vividas como angústia e urgência de realizar-se neste tempo. Vivia-se a história como um trem acelerado, no qual não se podia perder tempo.

Hoje parece que se vislumbra algo de diferente na vivência do sentido do tempo. Há um ar de melancolia, de expectativa, e a história já não corre como um trem acelerado. “Há tempos, são os jovens que adoecem; há tempos, o encanto está ausente e há ferrugem nos sorrisos; só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção”. Esta música de Renato Russo expressa a melancolia com que a juventude encara a vida e a história. Se, em anos passados, uma parcela da juventude vivia orientada pelo horizonte da mudança que logo aconteceria, os jovens de hoje preocupam-se em aproveitar o instante que estão vivendo. “O presente está como que contraído em si mesmo”, diz o teólogo Sebastián Politi.

O questionamento, diante do qual cada pessoa se coloca, parece ser: o que esperar no tempo? Foi assim com o povo de Deus, no Antigo Testamento, na sua esperança por libertação; no judaísmo, na esperança do Messias; nas comunidades do Apocalipse, na sua esperança teimosa de se livrar da opressão e em tantas expressões de esperança em todos os tempos.

Vale observar que é justamente nos tempos mais difíceis que a esperança encontra o seu lugar. A situação de exclusão e incertezas, que vivemos hoje, exige um lugar mais privilegiado para a esperança, que deixa de lado velhas e falsas certezas, acolhendo novidades que vêm do futuro, invadindo o presente, apontando caminhos.
 
Bendito o que vem

“Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu” (2Cor 5,17). A morte e ressurreição de Jesus abrem um novo tempo.

O futuro, à primeira vista, é projeto que nasce do passado e do presente, e volta ao presente como realidade, em direção ao passado até perder-se. O futuro, no entanto, pode ser visto como fruto do que vem como novidade, como advento que porta um futuro realmente novo. O advento tem caráter transcendental e messiânico. Para os que estão na história, é sempre bendito o que vem ! - e não o que será. Trata-se, portanto, de um futuro constituído pelo que vem. O próprio Deus se encontra, não na evolução daquilo que se torna, mas na visitação e na revelação do que vem, provocando a evolução das criaturas e tornando bendito também aquilo que será.

Na história de Israel, a esperança se fundamenta na experiência das ações salvíficas de Javé, que é fiel ao seu povo. A aliança e a promessa são o fundamento da esperança, porque dão um sentido à história.
 
“Vejam! Eu vou criar um novo céu e uma nova terra”

Nos profetas, a esperança ganha sentido de cumprimento definitivo. “Ai dos que vivem suspirando pelo Dia de Javé! Como será para vocês o Dia de Javé? Será trevas e não luz” (Am 5,18). Este juízo, no entanto, prepara uma situação nova para o povo. Uma esperança, uma nova criação: “Vejam! Eu vou criar um novo céu e uma nova terra” (Is 65,17).

Enquanto para os profetas a esperança tem lugar na história, para a apocalíptica só há esperança na destruição desta história. “Os caminhos da história se fecham, mas Deus está próximo”, interpreta Politi.

O núcleo da esperança no Novo Testamento é a proximidade do Reino de Deus. “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia.” (Mc 1,15)

A esperança cristã, diante da realidade de exclusão que vivemos hoje, apoia-se numa entrega total à ação de Deus, numa esperança contra toda esperança.

A experiência humana, ensina a Bíblia, é uma experiência vivida no tempo. É possível olhar o tempo com esperança naquilo que traz felicidade. No entanto não existem atalhos para alcançar a felicidade, sem o esforço de cada dia. Importa caminhar solidários com os pequenos deste mundo, construindo fraternidade, celebrando e reconhecendo nestas práticas a ação misericordiosa e terna de Deus.
A palavra de Deus nos convida a recriar o mundo. Não há esperança na passividade, na acomodação com o momento presente. O cristão não vive somente o cotidiano, mas tem o início e o fim diante dos olhos.

Rui Antônio de Souza, teólogo, mestre em Comunicação Social, da equipe do jornal Mundo Jovem, Porto Alegre, RS. (fonte, Site A12 – Jovens com Maria)
 
SIR

Evangelho do Dia

Ano A - 07 de dezembro de 2014

Marcos 1,1-8

Aleluia, aleluia, aleluia.
Preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas. Toda a carne há de ver a salvação do nosso Deus (Lc 3,4.6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 1 Princípio da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías:
2 Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho.
3 Uma voz clama no deserto: "Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas".
4 João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados.
5 E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
6 João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
7 Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
8 Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O MEU MENSAGEIRO
A vinda de Jesus foi devidamente preparada pela pregação e pelo testemunho de João Batista. O batismo de conversão para o perdão dos pecados, anunciado pelo Precursor, predispunha o coração das pessoas para a proposta do Reino que Jesus iria anunciar. A figura os costumes austeros do Batista constituíam um questionamento contínuo para quem buscava algo melhor e se dispunha a acolher o Messias que estava para vir.
O Precursor tinha consciência de ser um simples mensageiro de quem era mais forte do que ele e cuja grandeza tornava-o indigno até mesmo de desatar-lhe as sandálias. Tinha consciência da provisoriedade de sua missão. O batismo com água, que ele ministrava, seria substituído pelo batismo com o Espírito Santo, que seria conferido pelo Messias vindouro. Sua pessoa, pois, estava fadada a cair no esquecimento.
Contudo, o Batista não se sentia diminuído no exercício da missão que lhe fora confiada. Preparar os caminhos do Senhor era sua tarefa. Aplicava-se a ele, perfeitamente, o texto em que o profeta se referira ao mensageiro enviado por Deus para preparar o caminho do povo, de volta do exílio babilônico. Tratava-se, agora, de preparar o povo para entrar no Reino que seria instaurado por Jesus. O desempenho do Batista foi exemplar. Jesus podia caminhar seguro, nos caminhos preparados por ele.

Oração Senhor Jesus, a exemplo de João Batista, faze-me teu mensageiro, que prepare tua chegada no coração de quem precisa de ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
Isaías 40,1-5.9-11
Leitura do livro do profeta Isaías.
40 1 "Consolai, consolar meu povo, diz vosso Deus.
2 Animai Jerusalém, dizei-lhe bem alto que suas lidas estão terminadas, que sua falta está expiada, que recebeu, da mão do Senhor, pena dupla por todos os seus pecados".
3 Uma voz exclama: "Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus.
4 Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas: que os cimos sejam aplainados, que as escarpas sejam niveladas!
5 Então a glória do Senhor manifestar-se-á; todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor, porque a boca do Senhor o prometeu.
9 Subi a uma alta montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz, para anunciar a boa nova a Jerusalém. Elevai a voz sem receio, dizei às cidades de Judá: Eis vosso Deus!
10 Eis o Senhor Deus que vem com poder, estendendo os braços soberanamente. Eis com ele o preço de sua vitória; faz-se preceder pelos frutos de sua conquista;
11 como um pastor, vai apascentar seu rebanho, reunir os animais dispersos, carregar os cordeiros nas dobras de seu manto, conduzir lentamente as ovelhas que amamentam´".
Palavra do Senhor.
Salmo 84/85
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade
e a vossa salvação nos concedei!


Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para que o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Oração
Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 7 DE DEZEMBRO - DOMINGO

II SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – II SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona de entrada:
Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações! E, na alegria do vosso coração, soará majestosa a sua voz (Is 30,19.30).
Oração do dia
Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 40,1-5.9-11)
Leitura do livro do profeta Isaías.
40 1 "Consolai, consolar meu povo, diz vosso Deus.
2 Animai Jerusalém, dizei-lhe bem alto que suas lidas estão terminadas, que sua falta está expiada, que recebeu, da mão do Senhor, pena dupla por todos os seus pecados".
3 Uma voz exclama: "Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus.
4 Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas: que os cimos sejam aplainados, que as escarpas sejam niveladas!
5 Então a glória do Senhor manifestar-se-á; todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor, porque a boca do Senhor o prometeu.
9 Subi a uma alta montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz, para anunciar a boa nova a Jerusalém. Elevai a voz sem receio, dizei às cidades de Judá: Eis vosso Deus!
10 Eis o Senhor Deus que vem com poder, estendendo os braços soberanamente. Eis com ele o preço de sua vitória; faz-se preceder pelos frutos de sua conquista;
11 como um pastor, vai apascentar seu rebanho, reunir os animais dispersos, carregar os cordeiros nas dobras de seu manto, conduzir lentamente as ovelhas que amamentam´".
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 84/85
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade
e a vossa salvação nos concedei!


Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para que o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Leitura (2 Pedro 3,8-14)
Leitura da segunda carta de são Pedro.
3 8 Mas há uma coisa, caríssimos, de que não vos deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como, um dia.
9 O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam.
10 Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém.
11 Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade,
12 enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados!
13 Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.
14 Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz.
Palavra do Senhor.
Evangelho (Marcos 1,1-8)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas. Toda a carne há de ver a salvação do nosso Deus (Lc 3,4.6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 1 Princípio da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías:
2 Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho.
3 Uma voz clama no deserto: "Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas".
4 João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados.
5 E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
6 João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
7 Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
8 Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O MEU MENSAGEIRO
A vinda de Jesus foi devidamente preparada pela pregação e pelo testemunho de João Batista. O batismo de conversão para o perdão dos pecados, anunciado pelo Precursor, predispunha o coração das pessoas para a proposta do Reino que Jesus iria anunciar. A figura os costumes austeros do Batista constituíam um questionamento contínuo para quem buscava algo melhor e se dispunha a acolher o Messias que estava para vir.
O Precursor tinha consciência de ser um simples mensageiro de quem era mais forte do que ele e cuja grandeza tornava-o indigno até mesmo de desatar-lhe as sandálias. Tinha consciência da provisoriedade de sua missão. O batismo com água, que ele ministrava, seria substituído pelo batismo com o Espírito Santo, que seria conferido pelo Messias vindouro. Sua pessoa, pois, estava fadada a cair no esquecimento.
Contudo, o Batista não se sentia diminuído no exercício da missão que lhe fora confiada. Preparar os caminhos do Senhor era sua tarefa. Aplicava-se a ele, perfeitamente, o texto em que o profeta se referira ao mensageiro enviado por Deus para preparar o caminho do povo, de volta do exílio babilônico. Tratava-se, agora, de preparar o povo para entrar no Reino que seria instaurado por Jesus. O desempenho do Batista foi exemplar. Jesus podia caminhar seguro, nos caminhos preparados por ele.

Oração Senhor Jesus, a exemplo de João Batista, faze-me teu mensageiro, que prepare tua chegada no coração de quem precisa de ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade nossas humildes preces e oferendas, e, como não podemos invocar os nossos méritos, venha em nosso socorro a vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Levanta-te, Jerusalém, põe-te no alto e vê; vem a ti a alegria do teu Deus (Br 5,5; 4,36).
Depois da comunhão
Alimentados pelo pão espiritual, nós vos suplicamos, ó Deus, que, pela participação nesta eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.

Reflexão para o 2º Domingo do Advento


A liturgia deste II Domingo do Advento, de modo especial, nos propõe uma mudança radical que nos torne pessoas de acordo com o coração de Deus. A primeira leitura tirada do livro do Profeta Isaías nos dá uma visão do mundo querido por Deus e pelo qual deveríamos trabalhar para que se tornasse realidade: a harmonia reinando entre as criaturas, sejam animais racionais ou irracionais. O Evangelho nos leva à radicalidade ao apresentar a pessoa de João Batista: ele prega a metanoia, a mudança de mentalidade.
O termo técnico usado pela espiritualidade ao falar de mudança de pensar e de querer é a palavra grega metanoia. Usamos geralmente a palavra metamorfose para falar de mudança de forma. Metanoia é mudar de cabeça, de maneira de pensar e de agir.
João Batista prega isso ao falar em conversão e a mostra quando se apresenta com um modo de proceder bastante simples e voltado para aquele que virá – Jesus Cristo!
Se vivo voltado para mim mesmo, se sou consumista, se me fecho em meu mundinho formado por minha família e minha roda de amigos, se desconheço a realidade que está à minha volta e se penso apenas nos negócios da família, necessito de conversão. Se continuo assim, nunca será Natal em minha vida, mesmo que minha casa esteja bem iluminada e decorada, mesmo que em cada canto haja um presépio, mas será o famoso Natal consumista, sem a presença do aniversariante porque não existe lugar para ele com seus valores em nossa vida. 
O Natal autêntico é a abertura do coração ao Senhor para que venha até nós e se instale como quiser. Certamente os frutos serão a fraternidade, a alegria sincera, o serviço despretencioso, a gratuidade no ser e no agir.
Existe uma fábula de La Fontaine - o Cordeiro e o Lobo -  onde fica claro que o mais forte sempre possui uma razão para devorar o mais fraco, mesmo que seja sem culpa alguma do primeiro. Também nós, fechados em nosso mundo e confiantes em nossa sabedoria e discernimento, sempre encontramos razões para continuar fazendo o que nos agrada e julgar que sempre temos razão e os errados são os outros. Deixemo-nos questionar pela Palavra de Deus! É a nossa salvação, a libertação de nós mesmos! Eis o tempo propício à conversão, à mudança de mentalidade.
Se o coração não estiver mudado, o Senhor não virá até cada um de nós. A imagem usada pelo Batista deixa claro que para o rei poder chegar ao seu povo, necessita de haver caminhos endireitados, caso contrário se torna impossível. Não é que o Senhor exija caminhos, mas como entrar em um coração fechado, em uma mente que não se abre para acolher novas ideias e para sempre deixar outras? Como acolher o outro se temos muros que impedem o acesso a nós?
Na Eucaristia celebramos o mundo da partilha, onde Deus e não o dinheiro é o Pai. O caminho é o da austeridade de vida e o da solidariedade. E isso com todos os bens que possuímos, desde os materiais até os espirituais, passando pelos psicológicos, os afetivos, os intelectuais. O sacrificar-se pelo outro e até a própria liberdade se for o caso, faz parte dessa dinâmica, pois Eucaristia é o sacrifício da Vida, realizado pelo Amor, partilhada em favor de todos.
A segunda leitura nos ensina que essa acolhida será para todos os homens, sejam fracos ou fortes, sem preconceito algum. Mas ela também nos diz a necessidade de unirmos nossos sentimentos, a exemplo de Jesus Cristo. 
Além disso é preciso criar raízes. Nos primeiros tempos da Evangelização do Brasil, os nossos índios, após um tempo em que os missionários estavam contentes pelos aparentes frutos colhidos, voltavam aos antigos costumes, deixando com isso os missionários muito tristes com a falta de perseverança dos nativos. É necessário mudança radical!
Nesse segundo domingo peçamos ao Senhor que invada nosso coração e aplaine nossa afetividade, corrija nossos valores e derrube nossos muros. Que nossa vida, com toda sua riqueza seja colocada em favor da paz, da harmonia entre os homens. Que a paz e a beleza da noite de Natal, quando veio ao mundo o Príncipe da Paz, não seja impedida pelo nosso egoísmo, mas permitida pelo nosso querer e agir, pelo nosso coração. Advento/Natal é tempo de amar, tempo de mudar de vida para amar mais, em plenitude. 
Nossa vocação é o Amor! Vivamos o Amor sem limites, sem empecilhos, sem barreiras, o Amor da Noite de Natal!
SIR

PROCLAMAS MATRIMONIAIS

06 e 07 de dezembro de 2014


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:
                                                                                  







·         IVAN CARLOS PARANHOS ARENA JUNIOR
E
ADRIANA MARIA BURGO DE MENDONÇA


·         ROMERO CESAR AFONSO DE MELO
E
MARIA IMACULADA CAMPELO OLIVEIRA



                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em  consciência a declarar.