sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

32ª Festa – Nossa Senhora das Candeias


“Nossa Senhora das Candeias, mostrai-nos Jesus, o rosto da misericórdia do Pai”

22 a 31 de janeiro de 2016

Programação da Festa de Nossa Senhora

22 de janeiro (sexta-feira) – “Ano Santo da Misericórdia”, etapas dessa vivência!

18h – Terço na Praça da Comunidade São João Paulo II (ao lado dos condomínios Estação do Sol e Blueville)
19h – Procissão da Bandeira – Part. Comunidade Chama
19h30 – Celebração Eucarística (Missa de abertura da Festa)

Atração Cultural: Vozes da Igreja
Noiteiros: Todas as Comunidades da Paróquia; Apostolado da Oração.

Noite das Escolas

23 de janeiro (sábado) – “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai”

17h30 – Terço
18h20 – Véspera
19h – Celebração Eucarística

Atração Cultural: Tucano do Forró
Noiteiros: Comissão Paroquial Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz; Pastorais Sociais, da Criança, da Saúde, da Solidariedade e da Sobriedade; Sociedade São Vicente de Paulo.

Noite das Crianças que fizeram a 1ª Comunhão.

24 de janeiro (domingo) –“Misericórdia é o caminho que une Deus e o Homem”, misericordiosos como o Pai!

7h – Celebração Eucarística
10h – Celebração Eucarística
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística

Atração Cultural: Luraul
Noiteiros: Comissão Paroquial Pastoral para a Juventude; EJC; Grupos Jovens da paróquia.

Noite da Juventude e dos Crismados

25 de janeiro (segunda-feira) –“É próprio de Deus usar de misericórdia e, nisto, se manifesta de modo especial a sua onipotência” (São Tomás de Aquino)

18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística

Atração Cultura: Comunidade Chama
Noiteiros: Comissão Paroquial Pastoral para o Laicato; Grupos de Oração Luz Divina e Nossa Senhora das Candeias; Comunidade Chama e Comunidade São Pedro.

Noite dos Batizados

26 de janeiro (terça-feira) – “A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia”

18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística

Atração Cultural: Banda PJ
Noiteiros: : Comissão Paroquial Pastoral para Ação Missionária; COMIPA; Terço dos homens; Comunidade Timóteo e Comunidade São José (Carolinas)


Noite dos Comerciantes

27 de janeiro (quarta-feira) – “A relação entre Justiça e Misericórdia!”

18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística

Atração Cultural: Comunidade Timóteo
Noiteiros: Comissão Paroquial Pastoral para Liturgia; Pastoral Litúrgica (Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, da Palavra, da Acolhida, da Musica, da Coleta e Alcólitos), Oficina de Oração e Vida; Comunidades Nossa Senhora das Graças e São Vicente de Paulo.
Noite dos Missionários

28 de janeiro (quinta-feira) – “Obras de misericórdia corporal”

18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística
20h15 – Adoração ao Santíssimo Sacramento

Atração Cultural: DJ Rony
Noiteiros: Comissão Paroquial Pastoral para a Comunicação; Comissão Paroquial Pastoral Bíblico Catequética; Pastoral do Batismo e 1ª Eucaristia; Casas Geriátricas; Movimento da Mãe Rainha; Comunidade Senhora Rainha e Comunidade São João Paulo II.

 Noite dos Catequistas

29 de janeiro (sexta-feira) – “Obras de misericórdia espiritual”

18h – Terço
18h45 – Vésperas
19h30 – Celebração Eucarística

Atração Cultura: Agravo de Instrumento
Noiteiros: Comissão Paroquial Pastoral para a Vida e Família; Pastoral Familiar, ECC; Pastoral do Dizimo; Comunidade Santo Antônio.

Noite das Famílias e dos Casais, namorados e noivos.

30 de janeiro (sábado) – “A vivencia da misericórdia na Confissão”

8h - Atividade da Pastoral da Juventude
16h30 – Celebração Eucarística com as crianças
17h30 – Terço
18h20 – Vésperas
19h – Celebração Eucarística

Atração Cultural: Cristina Amaral
Noiteiros: Pais das Crianças e Jovens da Catequese e da Crisma; Legião de Maria; Comunidade Santa Terezinha; Ex-alunos da Escola Teológica; Famílias que recebem o Oratório de Nossa Senhora das Candeias; Famílias que recebem o Cenáculo.

Noite das Comunidades convidadas; Nossa Senhora da Boa Esperança, Conceição e Loreto; Paroquia de Santo Antônio.

Dia 31 de janeiro (domingo) – “A relação entre Justiça e Misericórdia”

7h – Celebração Eucarística
10h – Celebração Eucarística
16h30 – Celebração Eucarística – “Maria, Mãe de misericórdia”
18h – Procissão – Part. Comunidade Timóteo

Atração Cultural: Dudu do Acordeon
Noiteiros: Toda comunidade paroquial

Noite dos Acólitos

Confissões
25 a 29/01 – 18h às 18h40

Dia da cidadania – 29 de janeiro (sexta-feira)
Horário 8h às 18h
Serão oferecidas ações de saúde, de pressão e glicemia, e serviços de emissão de documentos e de acessória jurídica.
Estão programadas atividades culturais, sociais e de evangelização para crianças.
Palestra sobre controle do Aedes Aegypti

Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes
Exames Médicos (glicemia e Pressão), Emissão de Documentos e acessória jurídica.

Homenageados da Festa
Dom Antônio Tourinho Neto
Padre Paulo Sérgio Vieira Leite
Rozidete Fenelon (Secretária por 13 anos)
José Alves dos Santos
Carlos Queiroz
Paroquianos e amigos

Mega Sorteio – 20 Premios

SmartPhone – Fogão Esmaltec, Joia, Forno Elétrico, entre outros

Jamais perca suas esperanças


Somos convidados a viver a certeza da vida eterna. A fé na salvação orienta a nossa vida!
Por Monsenhor Jonas Abib*

Por que hoje as pessoas estão cada vez mais propensas à depressão e estão cada vez mais desanimadas? Não estou menosprezando quem sofre deste mal, pois, nos tempos atuais, todos estão sujeitos a ele. Por isso, nós, cristãos, precisamos nos encher das verdades de fé, pois a esperança nasce da certeza da fé.
Quando apenas olhamos as dificuldades, os problemas, ficamos sem esperança e, consequentemente, vivemos desanimados. Todo homem precisa viver de esperança, porque se perdermos a visão do que vem, o nosso objetivo, morremos espiritualmente, psicologicamente e fisicamente. E Deus não quer a nossa morte, mas sim a nossa vida!
Somos convidados a viver a esperança, na certeza da vida eterna, que só será alcançada em sua totalidade após a morte. A fé na salvação orienta a nossa vida!
Não podemos dizer: “Nossa esperança acabou, está tudo perdido” ou “minha família não tem mais jeito, este mundo não tem mais jeito”. Não é verdade. Nada é impossível para Deus!
Deus nos ama mesmo quando estamos na miséria, quando pecamos ou estamos perdidos. Ele sempre nos acompanha, porque somos filhos e filhas. Deus se compadece de nós!
Não tenha medo de enfrentar as situações difíceis da vida. Não tema as pessoas que, muitas vezes, estão confusas e enfermas pela falta de perdão, pelo desânimo e pelo sofrimento. Vá ao encontro delas e semeie a paz, o amor e a esperança.
Arquidiocese Rio, 12-01-2016.
*Monsenhor Jonas Abib é fundador da Comunidade Canção Nova e presidente da Fundação João Paulo II.

Evangelho do Dia

C - 22 de janeiro de 2016

Marcos 3,13-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 3 13 Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer "Filhos do Trovão".
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O CHAMADO DOS DOZE 
O chamado dos doze foi de suma importância para o ministério de Jesus. Superava-se, assim, o risco de cair numa forma de personalismo, no qual tudo estivesse centrado na sua pessoa, sobrando pouco ou nenhum espaço, até mesmo para o Pai. Os Evangelhos, pelo contrário, testemunham de que o Pai e seu Reino constituíram os eixos da vida de Jesus, sendo o ponto de convergência de tudo quando ele dizia ou fazia.

A presença dos doze, no ministério de Jesus, expressa sua disposição de partilhar com eles a missão recebida do Pai. Como Jesus, os doze teriam a tarefa de pregar, proclamar a Boa Nova do Reino e expulsar os demônios, manifestando, assim, a eficácia do Reino na vida de quem era oprimido por forças malignas.

Desde o início, o relacionamento entre Jesus e seus companheiros de missão foi de proximidade e confiança. Não era usual esta forma de os mestres tratarem seus discípulos. Em geral, a veneração do discípulo pelo mestre exigia que se mantivesse uma respeitosa distância entre eles. Era uma forma de sublinhar o desnível da relação: superioridade do mestre - inferioridade do discípulo, sabedoria de um - ignorância do outro etc.

Fazendo-se próximos de Jesus, os discípulos são introduzidos numa nova pedagogia. O Mestre irá instruí-los com o testemunho de sua própria vida, fazendo-os partilhar de sua missão e destino.
 
Leitura
1 Samuel 24,3-21
Leitura do primeiro livro de Samuel.
24 3 Tomou então Saul três mil israelitas de escol e foi em busca de Davi com sua gente nos rochedos dos Cabritos Monteses.
4 Chegando perto dos apriscos de ovelhas que havia ao longo do caminho, entrou Saul numa gruta para satisfazer suas necessidades. Ora, no fundo dessa mesma gruta se encontrava Davi com seus homens,
5 os quais disseram-lhe: “Eis o dia anunciado pelo Senhor, que te prometeu entregar o teu inimigo à tua discrição”. Davi, arrastando-se de mansinho, cortou furtivamente a ponta do manto de Saul.
6 E logo depois o seu coração bateu-lhe, porque tinha ousado fazer aquilo.
7 E disse aos seus homens: “Deus me guarde de jamais cometer este crime, estendendo a mão contra o ungido do Senhor, meu senhor, pois ele é consagrado ao Senhor!”
8 Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, deixou a gruta e prosseguiu o seu caminho.
9 Então Davi saiu por sua vez e bradou atrás de Saul: “Ó rei, meu senhor!” Saul voltou-se para ver, e Davi inclinou-se, prostrando-se até a terra.
10 E disse ao rei: “Por que dás ouvidos aos que te dizem: Davi procura fazer-te mal?
11 Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou a mim na gruta. (Meus homens) insistiam comigo para que te matasse, mas eu te poupei, dizendo: Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.
12 Olha, meu pai, vê a ponta de teu manto em minha mão. Se eu cortei este pano do teu manto e não te matei, reconhece que não há perversidade nem revolta em mim. Jamais pequei contra ti, e tu procuras matar-me.
13 Que o Senhor julgue entre mim e ti! O Senhor me vingará de ti, mas eu não levantarei minha mão contra ti.
14 ‘O mal vem dos malvados’, como diz o provérbio; por isso não te tocará a minha mão.
15 Afinal, contra quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto! Uma pulga!
16 Pois bem! O Senhor julgará e pronunciará entre mim e ti. Que ele olhe e defenda a minha causa, fazendo-me justiça contra ti!”
17 Acabando Davi de falar, Saul disse-lhe: “É esta a tua voz, ó meu filho Davi?” E pôs-se a chorar.
18 “Tu és mais justo do que eu”, replicou ele; “fizeste-me bem pelo mal que te fiz.
19 Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor tinha-me entregue a ti e não me mataste.
20 Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranqüilamente? Que o Senhor te recompense o que hoje me deste!
21 Agora eu sei que serás rei, e que nas tuas mãos será firmada a realeza”.
Palavra do Senhor.
Salmo 56/57
Piedade, Senhor, tende piedade.

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minha alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus altíssimo,
a esse Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!
Vosso amor é mais alto que os céus
mais que as nuvens a vossa verdade!

 
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz.Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Combate à indiferença


A indiferença é incontestável ameaça à paz e, por isso, o Papa Francisco faz o convite-convocação: "Vence a indiferença e conquista a paz". Essa interpelação, tema do Dia Mundial da Paz 2016, diz respeito a todos os cidadãos. Exige redobrada atenção por parte dos diferentes segmentos da sociedade. Não se trata de um movimento simples e qualquer, mas da capacidade para o diálogo, que vai além de simples conversa e está distante dos conchavos interesseiros. Trata-se de caminho para nova cultura.

A indiferença é espessa camada a ser removida, com muito esforço, para dar lugar à fluidez da escuta e sensibilidade que fazem nascer no coração humano a competência para eleger, em todas as circunstâncias, o outro como prioridade. Por isso, se equivocam dirigentes, governantes e todos os que escolhem, decidem e operam na contramão do diálogo. Os prejuízos são enormes e facilmente constatáveis: a vergonhosa exclusão social, a perpetuação dos esquemas de corrupção e a manipulação do que é bem comum em benefício de interesses particulares. O resultado é uma terrível mediocridade na atuação de dirigentes e governos, sem lucidez para encontrar soluções e saídas. Consequentemente, a paz segue ameaçada.

É óbvio concluir que a falta de diálogo provocada pela indiferença é um problema grave. Trata-se de carência comum a vários ambientes – parlamentos, muitas vezes cenários de poucos e ineficazes entendimentos; diversos ambientes de trabalho e famílias. A falta do diálogo, alimentada e alimentadora da indiferença, tudo envenena. A indiferença comprova a carência de sabedoria na condução da vida. É sinal da perda de rumo e da incompetência que impede exercícios responsáveis e inventivos na atuação profissional e cidadã.

Situações desoladoras resultam desse verdadeiro veneno: os desperdícios, a perda de oportunidades para avanços e progressos, o recrudescimento de grupos, a disputa entre pessoas, famílias, nações. Ninguém fica isento de pagar um alto preço, que inclui o aumento da violência. Ela nasce também das revoltas e da dor da indiferença sofrida pelos mais pobres, por quem não tem voz e vez. E não adiantam esquemas de segurança, isolamentos que desenham segregações, ou portas fechadas para tratar em mesas restritas os assuntos que dizem respeito ao interesse do bem comum.

Nesse contexto, a vida de todos, indistintamente, é temperada pelos espectros de incertezas e desconfianças que descompassam corações, inteligências e vivências. Não há, assim, outro caminho, senão acolher, efetiva e urgentemente, a convocação de investir na superação da indiferença, particularmente pela prática sincera e permanente do diálogo, compreendido como escuta prioritária do outro, antes de qualquer juízo e decisão. Isso envolve a conduta pessoal e também transformações nas dinâmicas institucionais. É mudança cultural capaz de introduzir uma novidade na esfera de entendimentos e de deixar aparecer a luz da sabedoria, que permite encontrar saídas para as crises.  Uma luminosidade apropriada para oferecer respostas aos muitos questionamentos, soluções para problemas e dar nova configuração aos cenários sociais, políticos e culturais.

Vale acolher a instigante convocação feita pelo Papa Francisco, "Vence a indiferença e conquista a paz", que se torna ainda mais forte pela exemplaridade de suas atitudes – em permanente diálogo com todas as pessoas, com a cultura contemporânea – e também por sua simplicidade cativante. Acolher essa convocação significa admitir que a indiferença globalizada é um inimigo comum a ser combatido e vencido com urgência. Esse embate inclui indispensavelmente o empenho pessoal de todos. Raciocínio lógico e simples é considerar que se cada pessoa enfrenta a indiferença e luta pela paz, alcança-se grande impacto positivo na qualidade dos relacionamentos e valiosas soluções para as crises governamentais, institucionais, familiares e de relações humanas.

Há um caminho a ser trilhado para qualificar-se como agente de combate à indiferença na sociedade: buscar aproximar-se de Deus. O Papa Francisco lembra que a indiferença em relação a Deus supera a esfera íntima e espiritual do indivíduo e traz consequências para a esfera pública e social. De modo interpelante, Francisco acrescenta que o esquecimento e a negação de Deus induzem o homem a não reconhecer qualquer norma que esteja acima de si. Isso produz crueldade e violência.  Assim, para edificar um mundo melhor, é hora de vencer a indiferença que ameaça a paz.

Dom Walmor Oliveira de AzevedoO arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

domingo, 10 de janeiro de 2016

Festa do batismo de Jesus


Neste Domingo a Igreja oferece-nos ler e meditar no relato do Batismo de Jesus.
O povo estava esperando o Messias. E todos perguntavam a si mesmos se João não seria o Messias.
Por isso, João declarou a todos: “Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo”.
Todo o povo foi batizado. Jesus, depois de batizado, estava rezando. Então o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado”.

Jesus desce nas águas da humanidade

Neste Domingo a Igreja oferece-nos ler e meditar no relato do Batismo de Jesus. Iniciamos assim a conhecer mais sobre a vida pública de Jesus e sua missão como Filho de Deus que anuncia a Boa Notícia do Reino de Deus para todo o povo.
Podemos perguntar-nos sobre anos transcorridos entre sua infância e este momento da sua vida. Sabemos que aos doze anos depois da subida a Jerusalém para a festa da Páscoa, ele fica no Templo "sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas e todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com a inteligência de suas respostas" (Lc 2, 45-46). Depois não temos mais dados sobre sua vida, fica no silêncio.
Para entender este silêncio consideremos que na mentalidade do Antigo Testamento os grandes personagens são importantes no momento que inicia sua vida ao serviço de Deus e a sua Vontade. Nos relatos dos evangelhos ficam registrados os momentos considerados importantes na vida de Jesus. O batismo marca a passagem de uma realidade a outra e para Jesus é o início de uma nova etapa na sua vida porque manifesta sua disponibilidade ao serviço a Deus.
Jesus é batizado junto a todos aqueles e aquelas que precisam ser sanados, libertados do cativeiro, servidaõ e sofrimento que padecem.
Podemos imaginá-lo realizando a fila na espera do batismo no Jordão. O batismo de João era um batismo de conversão que orienta as expectativas do povo para um novo batismo que será dado pelo Messias. João se preocupa em esclarecer que ele não é o Messias, senão que ajuda o povo na espera do Messias. Ele profetizava “eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu” e “Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo”.
Como disse Marcel Domergue no seu comentário deste texto “Cristo Bem amado do Pai: “O Batismo, como sabemos, é inicialmente um rito de purificação, uma espécie de banho espiritual, se quisermos. Com João Batista, trata-se mais de uma transformação, de uma mudança de vida. Já com Jesus, o Batismo “no Espírito e no fogo” irá significar, seguindo o seu itinerário, a passagem pela morte e o acesso à sua ressurreição“.
O batismo de Jesus acontece “depois que todo o povo foi batizado”. João Batista leva sua missão pacientemente, conhecendo que em face de dignidade do Messias ele é um humilde servidor. Neste momento podemos nos perguntar quantas vezes nós, que nos consideramos servidores e servidoras do Evangelho, tentamos ocupar o espaço do Messias porque não sabemos valorizar a profundeza de nossa missão.
Depois que Jesus foi batizado, o relato nos narra bastante detalhadamente uma profunda experiência espiritual acontecida nele. A descida de Jesus para o Jordão simboliza a “descida nas águas da humanidade”, onde todo o povo mergulhava e procurava liberdade.
Por isso precisamos, como Jesus, “descer ao rio Jordão”, tomar contato com as nossas necessidades e de tantas pessoas que estão ao nosso lado, solidarizarmos com seu sofrimento, escutar seus clamores de libertação. Jesus tinha ouvidos afinados, aguçados para reconhecer os gemidos, as súplicas mais do povo.
“Depois de batizado, estava rezando”. Imaginemos o que significaria para Jesus o fato de ser batizado, de participar humildemente com todo o povo desse acontecimento, como era o batismo que recolhe uma grande expectativa do povo. Eles não sabiam quem estava tão perto deles.
Sob o impulso do Espírito Jesus se dedica a libertar a vida, a curá-la e a fazê-la mais humana.
Na celebração do Batismo do Senhor no dia 11/01/2015 o Papa Francisco destacou em sua homilia, que com o Batismo, somos consagrados pelo Espírito Santo. “A palavra ‘cristão’ – observou – significa isso, significa consagrado como Jesus, no mesmo Espírito em que Jesus foi imerso em toda a sua existência terrena. Ele é o “Cristo”, os batizados somos ‘cristãos”.
Como é nossa capacidade para escutar a voz do Pai que se revela nos seguidores de Jesus que estão ao nosso lado? Vamos atrás do Mestre e tomamos o lado dos mais fracos, daqueles que não são escutados?
Como Jesus, somos capazes de descobrir novos rostos, novas histórias e deixarmos banhar por essa realidade carente de horizontes e de sentido? Como diz Francisco Orofino, “o caminho de nossa divinização exige de nossa parte a mais profunda humanização”.
Não podemos ser insensíveis ao que acontece ao nosso redor. Neste Natal, celebramos que Deus se fez homem para que todos/as vivam a dignidade de ser seus filhos/as, participando de sua Vida já nesta terra.
Que este amor universal de Deus, que habita em nossos corações, nos ajude a quebrar nossas “prisões” interiores que nos fecham aos nossos irmãos e irmãs. E assim também nos iniciemos ao caminho ao Jordão, ao encontro deste mundo que geme dores de parto impulsionados pela força do Espírito.
Instituto Humanitas Unisinos, 08-01-2016.

Evangelho do Dia

C - 10 de janeiro de 2016

Lucas 3,15-16.21-22

Aleluia, aleluia, aleluia.
Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu filho muito amado; escutai-o, todos vós! (Mc9,7)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 3 15 como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo,
16 ele tomou a palavra, dizendo a todos: “Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.
21 Quando todo o povo ia sendo batizado, também Jesus o foi. E estando ele a orar, o céu se abriu
22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e veio do céu uma voz: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O FILHO AMADO
A cena do batismo revela o traço fundamental da identidade de Jesus: sua condição de Filho amado de Deus. Outro elemento importante desta identidade é oferecido pelo quadro trinitário no qual a revelação é feita. Do céu, o Pai se dirige ao Filho, e o Espírito Santo desce sobre ele, em forma de pomba. A origem divina de Jesus fica, assim, perfeitamente evidenciada. Ele provém do seio da Trindade, em cujo nome exercerá sua missão.
Daqui decorrem dois eixos da ação histórica de Jesus. Ela se desenrolará na mais absoluta fidelidade a Deus, refletindo-se nela o agir divino em favor da humanidade. Da fidelidade decorrerá a liberdade. Jesus não suportará que criatura alguma, nem mesmo as tradições religiosas se imponham em sua vida, de forma absoluta. Ele jamais suportou a tirania da Lei e dos costumes do povo quando, contrastavam com o projeto do Reino de Deus.
A pessoa e a ação de Jesus, sendo baseadas na fidelidade e na liberdade, suscitarão constantes conflitos. Apesar disto, como Filho amado, ele não abrirá mão do projeto traçado pelo Pai.

 
Leitura
Isaías 42,1-4.6-7
Leitura do livro do profeta Isaías.
42 1 “Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião.
2 Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas.
3 Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião; não desanimará, nem desfalecerá,
4 até que tenha estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos.
6 Eu, o Senhor, chamei-te realmente, eu te segurei pela mão, eu te formei e designei para ser a aliança com os povos, a luz das nações;
7 para abrir os olhos aos cegos, para tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão aqueles que vivem nas trevas”.
Palavra do Senhor.
Salmo 28/29
Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

Filhos de Deus, tributai ao Senhor,
tributai-lhe a glória e o poder!
Dai-lhe a glória devida ao seu nome;
adorai-o com santo ornamento!

Eis a voz do Senhor sobre as águas,
sua voz sobre as águas intensas!
Eis a voz do Senhor com poder!
Eis a voz do Senhor majestosa.

Sua voz no trovão reboando!
No seu templo os fiéis bradam: “Glória!”
É o Senhor que domina os dilúvios,
o Senhor reinará para sempre!
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que, sendo Cristo batizado no Jordão e pairando sobre ele o Espírito Santo, o declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Calendário Anual do Encontro de Noivos – 2016


MÊS:_________________________________________DIA:

FEVEREIRO __________________________________ 21


ABRIL _______________________________________ 24


JUNHO­_______________________________________05

AGOSTO_____________________________________ 07

OUTUBRO____________________________________23

DEZEMBRO___________________________________11



Horário do Encontro: da 08h00 às 12h00 – intervalo para almoço  - retorno das 14h00  às 18h00

Casal Responsável:

Hudson e Keila – fone: 988147625


                                

Inscrições na secretaria no horário das 08h00 às 12h00 e das 14h00 às 16h30min, de terça a sexta e aos sábados das 08h00 às 11h30min.

PROCLAMAS MATRIMONIAIS



09 e 10 de janeiro de 2016



COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:



  • WAGNER RODRIGUES DE LIMA
E
ALINE TORRES GOMES


  • ZÓSIMO LEONARDO PACHECO NEVES
E
DÉBORAH TEIXIEIRA DOS SANTOS MIRANDA


  • JOSÉ DAER CAVALCANTI DE MÉLO ANDRADE LIMA
E
MILENA DE MOURA WANDERLEY


  • HEITOR RODRIGO DE QUEIROZ GUIMARÃES
E
NATHALIA CRISTINA RUFFO RIBAS


  • GUILHERME COÊLHO DE ARAÚJO CARVALHO
E
NATHALIA FRIAS DE LIMA


  • EDUARDO LUIZ CAVALCANTI CAMPOS
E
NATÁLIA PAULINO BONNOMI





                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em  consciência a declarar.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Convite

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Batizados para a missão

A partir do momento em que Jesus foi batizado, sua voz começou a ser escutada.

Por Dom Canísio Klaus*

No dia 10 de janeiro celebramos o Batismo de Jesus. Com isso também concluímos o ciclo de celebrações ligadas ao Natal e, liturgicamente, entramos no Tempo Comum.
A partir do momento em que Jesus foi batizado, sua voz começou a ser escutada, porque se entendeu que Ele era o “Filho amado de Deus Pai” (Mt 3,17). Desde então Jesus começou a formar o seu grupo de discípulos e saiu a pregar a conversão, anunciando a chegada do Reino dos Céus e, antes de ser arrebatado para o céu, enviou os apóstolos a fazerem “discípulos entre todas s nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
É assim que o batismo se tornou o rito de incorporação das pessoas na comunidade cristã, comprometendo-as a serem discípulas e missionárias de Jesus Cristo.
Entre os batizados, Deus chama algumas pessoas para permanecerem mais próximas a Ele e assim serem enviadas a anunciar a Boa Nova para além da sua comunidade de origem (Mc 3,14). São os padres e religiosos, que “abandonam pai, mãe e filhos” para melhor poderem servir ao Reino de Deus.
Foi isso que fez o Pe. Miguel Ody, de quem nos despedimos no domingo passado, em Santa Clara do Sul. Desde cedo ele abraçou a vida religiosa, tornando-se irmão lassalista. Mais tarde, em 1971, aceitou o chamado do Mestre para seguir a vocação sacerdotal e tornou-se padre da Diocese de Santa Cruz do Sul.
Pe. Miguel faleceu aos 93 anos de idade, deixando como marca a jovialidade e o seu testemunho de alegria. A ele sempre seremos gratos pelos belos trabalhos realizados como pároco, vigário paroquial, formador de seminaristas e animador vocacional. Deus o tenha junto de si.
Também é praxe que no começo de cada ano aconteçam algumas transferências de padres. Quando isso acontece, os padres são convidados a renovarem o ardor que os levou a abraçarem a vida sacerdotal, e assim assumirem suas novas funções em favor do Reino de Deus. Por isso, nas próximas semanas, estaremos dando posse aos novos párocos, vigários paroquiais e formadores dos seminários. Tudo isso para que, ao iniciar a quaresma, todos possam estar em suas funções. Pedimos às comunidades que acolham os padres que vem e os ajudem a serem fiéis mensageiros da Boa Nova do Evangelho de Jesus Cristo.
Faço votos de que o ano de 2016, quando celebramos o Ano Santo da Misericórdia, seja um ano de renovação da fé batismal e aprofundamento da vida cristã. Aproveito para saudar com muito carinho ao Pe. Clécio José Henckes que neste domingo celebra seus 25 anos de ordenação sacerdotal. Que Pe. Clécio e todas as pessoas batizadas se sintam, assim como Jesus Cristo, “filhos amadas de Deus Pai”.
CNBB 07-01-2016.
*Dom Canísio Klaus é bispo de Santa Cruz do Sul (RS).

Nosso Batismo e o de Jesus


Recordamos o nascimento carnal, mas desconhecemos o dia em que nascemos para Deus.
Por Cardeal Orani Tempesta*

A Festa do Batismo do Senhor, celebrada no domingo depois da Epifania, encerra o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio Jordão. Sem ter necessidade do batismo de penitência de João em preparação à vinda do Messias, Jesus quis submeter-se a esse rito tal, como se submetera às demais observâncias legais que também não O obrigavam, mas que adquire o caráter de manifestação, pois nesse momento a Trindade se manifesta.
O Pai apresenta, manifesta a Israel o Salvador que Ele nos deu, o Menino que nasceu para nós: “Tu és o meu Filho amado; em ti ponho o meu bem-querer”, ou, segundo a versão de Mateus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”! (3,17). Estas palavras contêm um significado muito profundo: o Pai apresenta Jesus usando as palavras do profeta Isaías, que ouvimos na primeira leitura da missa. Mas, note-se: Jesus não é somente o Servo; ele é o Filho, o Filho amado! O Servo que o Antigo Testamento anunciava é também o Filho amado eternamente! No entanto, é Filho que sofrerá como Servo, que deverá exercer Sua missão de modo humilde e doloroso.
Às margens do Jordão, Jesus foi ungido com o Espírito Santo como o Messias, o Cristo, aquele que as Escrituras prometiam e Israel esperava. Agora, Ele pode começar publicamente a missão de anunciar e inaugurar o Reino de Deus. Esta missão Ele começou desde que se fez homem por nós; agora, no entanto, vai manifestar-se publicamente, primeiro a Israel e, após a ressurreição, a toda a humanidade. É na força do Espírito Santo que Ele pregará, fará Seus milagres, expulsará o mal e inaugurará o Reino; é na força do Espírito que Ele viverá uma vida de total e amorosa obediência ao Pai, e doação aos irmãos até a morte, e morte de cruz.
O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).
E Jesus já começa cumprindo sua missão na humildade: Ele entra na fila para ser batizado por João. Ele, que não tinha pecado, assume os nossos pecados, faz-se solidário conosco; Ele, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! “João tentava dissuadi-lo, dizendo: ‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’ Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa estar, pois assim nos convém cumprir toda a justiça’” (Mt 3,14s). Assim convinha, no plano do Pai, que Jesus se humilhasse, se fizesse Servo e assumisse os nossos pecados! Ele veio não na glória, mas na humildade, não na força, mas na fraqueza, não para impor, mas para propor, não para ser servido, mas para servir. Eis o caminho que o Pai indica a Jesus, eis o caminho que Jesus escolhe livremente em obediência ao Pai, eis o caminho dos cristãos, e não há outro!
O Batismo de João não é o sacramento do Batismo: era somente um sinal exterior de que alguém se reconhecia pecador e queria preparar-se para receber o Messias. Ao ser batizado no Jordão, Jesus é ungido com o Espírito Santo para a missão. Esta unção será plena na ressurreição, quando o Pai derramará sobre ele o Espírito como vida da sua vida. Então – e só então – Ele, pleno do Espírito Santo que o ressuscitou, derramará este Espírito, que será também seu Espírito, sobre nós, dando-nos uma nova vida.
O Batismo de Jesus leva-nos à meditação sobre o nosso batismo. A importância do Sacramento que nos inseriu na Igreja. Quem de nós recorda a data de seu batismo? Recordamos o nascimento carnal, mas desconhecemos o dia em que nascemos para Deus e nos tornamos “Participantes da natureza divina (...) somos, realmente, filhos de Deus!”.
“Graças ao Sacramento do Batismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te passe pela cabeça – exorta São Leão Magno – afugentar com as tuas más ações um hóspede tão nobre, nem voltar a submeter-te à servidão do mal, porque o teu preço é o sangue de Cristo”.
Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O Batismo é a porta por onde se entra na Igreja. “E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somos todos chamados à santidade” (LG 11 e 42), cada um no seu próprio estado e condição. O chamado à santidade e a consequente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o Batismo, as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude. É importante lembrar o caráter sacramental do Batismo “certo sinal espiritual e indelével” impresso na alma no momento (Dz, 852). É como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado. Cristo tomou posse da nossa vida no momento em que fomos batizados. Ele nos resgatou do pecado com a sua Paixão e Morte.
Portanto, Batismo é nascimento para uma vida nova e é compromisso de seguir Jesus Cristo como discípulo missionário. A água batismal não pode secar tão rapidamente de nossa fronte! Os cristãos primitivos eram batizados adultos e, ao pedirem o Batismo, sabiam que eram candidatos ao martírio. E mesmo assim, queriam ser batizados para se tornarem filhos de Deus! “Somos chamados filhos de Deus e o somos de fato!”
Jornal do Brasil, 08-01-2016.
*Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.

Nova espiritualidade


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 3,15-16.21.22.
Por José Antonio Pagola*

"Espiritualidade" é uma palavra desafortunada. Para muitos só pode significar algo inútil, afastado da vida real. Para que pode servir? O que interessa é o concreto e prático, o material, não o espiritual.
No entanto, o "espírito" de uma pessoa é algo valorizado na sociedade moderna, pois indica o mais profundo e decisivo da sua vida: a paixão que a anima, a sua inspiração última, o que contagia os outros, o que essa pessoa vai colocando no mundo.
O espírito alenta os nossos projetos e compromissos, configura o nosso horizonte de valores e a nossa esperança. Segundo o nosso espírito, assim será a nossa espiritualidade. E assim será também nossa religião e a nossa vida inteira.
Os textos que nos deixaram os primeiros cristãos mostram-nos que vivem a sua fé em Jesus Cristo como um forte "movimento espiritual". Sentem-se habitados pelo Espírito de Jesus. Só é cristão quem foi batizado com esse Espírito. "O que não tem o Espírito de Cristo não lhe pertence". Animados por esse Espírito, vivem-No todo de forma nova.
O primeiro que muda radicalmente é a sua experiência de Deus. Não vivem já com "espírito de escravos", cansados pelo medo a Deus, mas com "espírito de filhos" que se sentem amados de forma incondicional e sem limites por um Pai. O Espírito de Jesus faz gritar-lhes do fundo do seu coração: Abbá, Pai! Esta experiência é o primeiro que todos deveriam encontrar nas comunidades de Jesus.
Muda também a sua forma de viver a religião. Já não se sentem "prisioneiros da lei", das normas e dos preceitos, mas libertos pelo amor. Agora conhecem o que é viver com "um espírito novo", escutando a chamada do amor e não com "a letra velha", ocupados em cumprir obrigações religiosas. Este é o clima que entre todos temos de cuidar e promover nas comunidades cristãs, se queremos viver como Jesus.
Descobrem também o verdadeiro conteúdo do culto a Deus. O que agrada ao Pai não são os ritos vazios de amor, mas que vivamos "no espírito e na verdade". Essa vida vivida com o espírito de Jesus e da verdade do Seu evangelho é para os cristãos o seu autêntico "culto espiritual".
Não temos de esquecer o que Paulo de Tarso dizia às suas comunidades: "Não apagueis o Espírito". Uma igreja apagada, vazia do espírito de Cristo, não pode viver nem comunicar a sua verdadeira Natividade. Não pode saborear nem contagiar a sua Boa Nova. Cuidar da espiritualidade cristã é reavivar a nossa religião.
Instituto Humanitas Unisinos, 08-01-2016.
*José Antonio Pagola, teólogo espanhol.

Evangelho do Dia

C - 09 de janeiro de 2016

João 3,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.
O povo, sentado nas trevas, grande luz enxergou; aos que viviam na sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz (Mt 4,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 3 22 Jesus foi com os seus discípulos para os campos da Judéia, e ali se deteve com eles, e batizava.
23 Também João batizava em Enon, perto de Salim, porque havia ali muita água, e muitos vinham e eram batizados.
24 Pois João ainda não tinha sido lançado no cárcere.
25 Ora, surgiu uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, a respeito da purificação.
26 Foram e disseram-lhe: “Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, de quem tu deste testemunho, ei-lo que está batizando e todos vão ter com ele”.
27 João replicou: “Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu.
28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: ‘Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante dele’.
29 Aquele que tem a esposa é o esposo. O amigo do esposo, porém, que está presente e o ouve, regozija-se sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa.
30 Importa que ele cresça e que eu diminua”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
A CONSCIÊNCIA DO PRECURSOR
            O Evangelho refere-se a João Batista como uma testemunha qualificada do Messias, enviada para precedê-lo. O Precursor chega a ser apresentado como a testemunha por excelência, para que, na qualidade de “testemunha da luz, todos pudessem crer por meio dele”.
            Seu comportamento modelar revelava-se na recusa de usurpar algo que não lhe pertencia. Manteve-se isento de qualquer ciúme ou inveja, quando Jesus deu inicio ao seu ministério. E a quem confundia os papéis de ambos, João declarava, sem titubear: “Eu não sou o Messias”. Sua consciência lúcida impedia-o de passar por aquilo que não era. Seu papel era comparável ao do amigo escolhido para acompanhar o noivo, por ocasião da festa de casamento. Existe alegria maior para o amigo do noivo, quando o vê chegar, entre vivas e aclamações? Seria mesquinho se pretendesse ver as atenções voltarem-se para ele, e não para o noivo!
            Sendo assim, João Batista só tinha motivos para se alegrar. Já tinha concluído a sua missão. Importava, agora, que o Messias crescesse e ele diminuísse, sem qualquer espécie de ciúme.
Enganar-se-ia quem perdesse a chance de se tornar discípulo do Messias, para apegar-se a uma luz efêmera, quando já havia despontado a verdadeira “luz do mundo”. Por conseguinte, os discípulos de João foram instados a tomar uma decisão..

 
Leitura
1 João 5,14-21
Leitura da primeira carta de são João.
14 Caríssimos, a confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, ele nos atenderá.
15 E se sabemos que ele nos atende em tudo quanto lhe pedirmos, sabemos daí que já recebemos o que pedimos.
16 Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.
17 Todainiqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte.
18 Sabemos que aquele que nasceu de Deus não peca; mas o que é gerado de Deus se acautela, e o Maligno não o toca.
19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno.
20 Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!
Palavra do Senhor.
Salmo 149
O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez,
e Sião se rejubile no seu rei!

Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória
e, cantando, se levantem de seus leitos
com louvores do Senhor em sua boca.
Eis a glória para todos os seus santos.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, pelo vosso filho nos fizestes nova criatura pra vós. Dai-nos, pela vossa graça, participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.