terça-feira, 13 de novembro de 2012

Somos servos inúteis

"Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer."

Lucas 17,7-10
O discípulo do Reino comporta-se, na comunidade, como um servidor. Tudo quanto faz prima pela gratuidade. Não se poupa, em se tratando de ser útil aos irmãos, pelo fato de servir por vocação. E faz tudo quanto está a seu alcance, sem optar pelo serviço que lhe é mais cômodo. Também se recusa a fazer exigências.

Rompe com o projeto do Reino, o discípulo que se deixa contaminar pelo espírito farisaico e serve aos outros com segundas intenções. Serve para ser visto e louvado, para poder exigir de Deus a salvação, para fazer penitência pelos próprios pecados, para pagar alguma promessa. Todas essas são motivações que desmerecem o serviço realizado.

A correta compreensão do serviço cristão decorre do tipo de relacionamento do discípulo com Jesus. O servidor cristão sabe que seu Senhor olha para além das aparências; que concede a salvação movido por misericórdia, e que é inútil pretender apresentar-se diante dele com o título de justo. O Mestre recusa-se a estabelecer relações comerciais com seus discípulos, na base do dar e receber. Não impõe a ninguém um serviço para castigá-lo ou levá-lo a penitenciar-se, e sim, como sinal de superação do próprio egoísmo e demonstração da capacidade de fazer-se solidário.

Quando o discípulo serve, movido por este espírito, tem consciência de estar fazendo o que lhe compete. E não passa de um servo inútil.
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a servir aos irmãos com gratuidade e generosidade, certo de estar fazendo simplesmente a minha obrigação.

Sem valor aos olhos de Deus



RS: mais de 400 casamentos foram declarados nulos. (Foto: )
Os casamentos católicos são considerados indissolúveis até a morte de um dos cônjuges, mas a Igreja deixou aberta uma porta que mais de 400 casais atravessaram nos últimos seis anos no Rio Grande do Sul: decretar que, apesar da cerimônia no altar, da bênção do padre, do testemunho dos padrinhos e do “sim” dos noivos, o matrimônio nunca existiu.
Para essa regressão do histórico nupcial à estaca zero, a condição básica é convencer os juízes do Tribunal Eclesiástico de que a boda não ocorreu de fato, porque não foi abençoada por Deus. Já há 59 nulidades homologadas no Estado em 2012.
A busca por esse tipo reconhecimento pode causar estranheza numa época em que o casamento religioso perde fôlego – o Censo revela que no Rio Grande do Sul já há mais gente em união consensual ou civil do que aqueles que subiram ao altar. No entanto, para quem é católico praticante e acredita na doutrina da Igreja, perseguir a nulidade faz todo o sentido.
O empresário de Cachoeirinha Andreo Pereira da Costa, 29 anos, diz que trocou alianças aos 19 anos motivado pela festa e para contrariar a mãe. Divorciou-se em 2006 e ficou com a guarda do filho, Bruno. Em 2009, foi confessar-se e descobriu que estava impedido de fazê-lo – porque tinha uma nova companheira, Lucilene, apesar de ser casado com outra aos olhos da Igreja.
Costa apresentou o pedido de nulidade em 2010. Foram oito meses até o reconhecimento em primeira instância e mais quatro para a decisão de segunda instância. A ex, que estava em um novo relacionamento e tinha outro filho, colaborou e prestou depoimento perante o Tribunal Eclesiástico.
– Aleguei falta de liberdade na decisão de casar. Foi um casamento para agradar uma pessoa, sem discernimento. Conseguir a nulidade foi muito importante, porque eu estava indo contra o que minha religião pregava. Minha vida melhorou muito, por uma questão espiritual. Foi uma libertação do pecado – conta Costa.
Segundo casamento, desta vez uma “decisão consciente”
Uma motivação para o empresário era o desejo de um novo matrimônio na Igreja, possível apenas se o primeiro fosse considerado inexistente. Costa e Lucilene casaram-se em julho do ano passado, quatro meses depois de reconhecida a nulidade pelo Tribunal Eclesiástico.
– Dessa vez foi uma decisão consciente – afirma o empresário.
A reportagem é de Itamar Melo e publicada pelo jornal Zero Hora, 11-11-2012.

CNBB apresenta versão oficial da tradução do Hino do Ano da Fé


Brasília, 13 nov (CNBB/SIR) - Após um cuidadoso trabalho de tradução e revisão, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga a versão oficial do Hino da Fé para o Brasil. Trata-se de uma iniciativa das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a Doutrina da Fé, para que a canção seja usada pela Igreja no Brasil durante este Ano da Fé.

Clique aqui para conhecer a letra e as partituras do Hino Oficial do Ano da Fé.

A seguir, reproduzimos o texto enviado pelas comissões, com um breve comentário sobre a canção.

CREIO, Ó SENHOR!
Breve comentário ao hino do Ano da Fé
Conhecemos bem o quanto a música e o canto são importantes para a compreensão e o aprofundamento das ideias, e o quanto são úteis para a divulgação de campanhas e de projetos. Seguindo o convite do Santo Padre, “queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda” (PF, 8). Por isso, o Ano da Fé não poderia ficar sem seu hino. Dele esperamos que ajude a marcar este “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé” (PF, 4).

Divulgado pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o hino circulou rapidamente pela internet, inclusive em uma versão portuguesa. Os assessores das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a Doutrina da Fé prepararam esta versão brasileira. Depois de avaliada pelos presidentes dessas Comissões e pelo Secretário Geral da CNBB, tornamos pública, para que seja usada pela Igreja no Brasil durante este Ano da Fé.

A súplica do pai que apresentou seu filho para ser curado por Jesus – “Eu creio, mas aumentai a minha fé” (Mc 9,24) – é assumida por todos nós. Desse modo, o hino é um grande pedido pela renovação e pelo crescimento da fé. Há uma particularidade a ser notada: a primeira parte da súplica está no singular: “creio, ó Senhor”.  E a segunda parte está no plural: “aumenta nossa fé”. Assim se destacam os vários aspectos da fé, que são aprofundados pelo Papa no número 10 da Porta Fidei: ao mesmo tempo ela é pessoal e eclesial, é um ato pessoal e tem conteúdo “objetivo”.

Outro elemento que se destaca pela repetição é a expressão “caminhamos”, que ocorre no início de cada estrofe. Na mesma Porta Fidei, Bento XVI nos recorda que, uma vez atravessado o limiar da porta, por meio do batismo, abre-se diante de nós um caminho que dura a vida toda e que se conclui com a passagem para a vida eterna (PF, 1). O povo brasileiro se identifica muito com as romarias, peregrinações, procissões e caminhadas. Elas são um símbolo da peregrinação espiritual que toda a nossa existência cristã: “não temos aqui cidade permanente, mas andamos à procura da que está para vir” (Hb 13,14). O modo como caminhamos é destacado de modo diferente a cada nova estrofe: cheios de esperança, frágeis e perdidos, cansados e sofridos, sob o peso da cruz, atentos ao chamado, com os irmãos e as irmãs. É um caminho feito em companhia, desafiador, é certo, mas dirigido pelas marcas dos passos de Nosso Senhor, como bem recorda a estrofe 4.

O caminhar da Igreja é marcado, portanto, pelos mistérios da vida de Cristo, reflexos do grande Mistério Pascal. Na sequência, nos são recordados: o Advento, o Natal, a Quaresma, a Páscoa, Pentecostes e o Reino definitivo. Do mistério do Filho de Deus feito homem é que a Igreja vive permanentemente. É a comunhão com Ele que orienta e anima toda a caminhada eclesial ao longo da história e, na grande comunhão dos santos, é também o que anima cada um dos fieis, pessoalmente.

Alguns títulos de Cristo são evocados, junto com os mistérios. Filho do Altíssimo, estrela da manhã, mão que cuida e que cura, o Vivente que não morre, Palavra, esperança da chegada. Desse modo o Mistério do Filho de Deus feito nosso irmão impregna toda a existência dos cristãos, na Igreja. Assim ele nos anima no caminho e nos conduz para a meta.

Esse caminhar é feito em companhia. Como companheiros são recordados, na sequência das estrofes: os Santos que “caminham entre nós”, Maria, “a primeira dos que creem”, os pobres que “esperam à porta”, os humildes que “querem renascer”, a Igreja que “anuncia o Evangelho”, o mundo, no qual se encontram sinais do Reino que “está entre nós”. Esta grande companhia de fé nos permite muitas e profundas reflexões: a comunhão dos santos, o significado da presença da Mãe de Jesus na vida da Igreja, os pobres, nos quais podemos servir ao próprio Cristo e pagar-lhe amor com amor, o espírito das bem-aventuranças expresso nos “humildes”. Como resume a última estrofe, trata-se da companhia de fé, de esperança e de amor que é a Igreja.

A consciência de que o hino expressa a súplica da Igreja que quer ser renovada na fé é expressa nos termos com os quais se conclui cada estrofe: pedimos, oramos, invocamos, suplicamos, rogamos, clamamos. A renovação eclesial e o impulso para a nova evangelização, objetivos principais do Ano da Fé (PF, 7-8), não serão alcançados simplesmente por nosso esforço. São dons da graça divina, que devemos suplicar com humildade e buscar com toda energia.

Valha-nos sempre a proteção da Virgem Maria, bem-aventurada porque acreditou (Lc 1,45).

Evangelho do dia

Ano B - Dia: 13/11/2012



Discípulo é o que serve
Leitura Orante


Lc 17,7-10

Jesus disse:
- Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer: "Venha depressa e sente-se à mesa"? Claro que não! Pelo contrário, você dirá: "Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber." Por acaso o empregado merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? Assim deve ser com vocês. Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: "Somos empregados que não valem nada porque fizemos somente o nosso dever."

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos que se encontram na web:
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis)
- Sua fidelidade dura eternamente (bis)
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis)
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 17,7-10
O discípulo é alguém que serve. É aquela pessoa que aprendeu a superar o próprio egoísmo. Compreendeu a sua missão de discípulo servidor e reconhece até, ser um "servo inútil", quer dizer não é indispensável. Há uma outra compreensão desta expressão. Os santos a entenderam assim: o discípulo apenas é um instrumento de Deus, um canal do qual Deus se serve para comunicar a sua graça, o seu amor. O canal por si não realiza nada. É preciso que a graça de Deus passe por ele, É Deus quem age!

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Pensando na forte expressão "somos servos inúteis" ou na tradução que li " empregado que não vale nada", recordo-me das palavras sábias e experientes do bem-aventurado Tiago Alberione, ao reler a história de Deus na sua vida. Disse ele: "Sou como um "semicego" (AD 202), iluminado e guiado passo a passo; uma vez mais o instrumento inadequado" (cf. AD 209)
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para "que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar" (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de "ser d'Ele" e fazer parte "dos seus" e participar de sua missão. (DA,131).
E eu me interrogo: Como é meu discipulado? Tenho consciência de que sou uma pessoa escolhida por Deus para seu serviço? De que sirvo a Deus e não a mim mesmo?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração do bem-aventurado Alberione, cuja festa celebramos no dia 26 de novembro.
"Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém".

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

13 de novembro

Santo Estanislau Kostka
Apelidado de "anjo" na infância, Estanislau Kostka atingiu a juventude guardando todas as virtudes, como um anjo realmente. Mas não faltaram oportunidades para entregar-se aos prazeres mundanos, pois pertencia a uma família polonesa nobre e poderosa.

Nascido em 28 de outubro 1550, até a idade de treze anos Estanislau viveu na casa dos pais. Aos quatorze, eles o enviaram para estudar no seminário dos padres jesuítas em Viena, junto com o irmão mais velho e o tutor. Mas o seminário logo foi fechado pelo imperador Maximiliano e toda a comunidade estudantil acabou abrigada no castelo de um príncipe protestante. Aquele ambiente cheio de festas e jogos de prazeres em nada combinava com Estanislau, que buscava uma vida de virtudes e oração, dentro da doutrina cristã.

A situação para ele era das mais inadequadas, entretanto agradou o irmão e o tutor, que passaram a requisitar sua participação nesses jogos. Não bastasse isso, o tal príncipe protestante queria impedir os católicos de irem à missa receber a comunhão. Depois, também era atormentado pelos colegas, que zombavam muito de sua preferência pela vida religiosa.

Mas a luta contra o ambiente hostil e a vida de privações a que se obrigava acabaram por minar a saúde do rapaz. Frágil, ficou doente a ponto de quase perder a vida, mas o salvaram a fé profunda e a confiança em Maria Santíssima, de quem era devoto. Durante um sonho, um anjo apareceu para dar-lhe a eucaristia, e a Virgem Mãe também, curando-o ao colocar-lhe o Menino Jesus nos braços. Maria, em sua aparição, também o convidou a ingressar na Companhia de Jesus.

Estanislau, que já pensava em ser um padre jesuíta, contou tudo à família, que fora a Viena verificar como os filhos estavam vivendo e estudando. Aproveitou para dizer que queria mesmo ser um sacerdote. A oposição dos seus pais foi total. Tentou insistir, mas foi inútil. Então, fugiu sozinho, a pé e vestido de mendigo, para despistar se o perseguissem.

De Viena, na Áustria, foi para Treves, na Alemanha, percorrendo setecentos quilômetros até chegar a uma casa provincial dos jesuítas. O provincial, na época, era Pedro Canísio, que o recebeu com amabilidade, mas teve de enfrentar a reação do pai do jovem, que ameaçou fazer expulsar todos os jesuítas da Polônia caso o filho não voltasse ao convivo da família. Mas Estanislau manteve-se irredutível.

Aos dezessete anos, Estanislau foi enviado para Roma, com uma carta de recomendação ao superior geral da Ordem, são Francisco de Bórgia, que com carinho o encaminhou para complementar o noviciado e os estudos de teologia no Colégio Romano. Foram apenas nove meses entre os jesuítas, mas plenos de trabalho, estudo, dedicação e disciplina, exemplares. Até ser acometido por uma febre misteriosa e, no dia 15 de agosto de 1568, festa da Assunção de Nossa Senhora, partir docemente ao encontro de Deus.

O seu túmulo tornou-se local de muitas graças e rota de peregrinação. O papa Bento XIII canonizou-o em 13 de novembro de 1726, e designou esta data para celebrar a festa em memória do padroeiro dos noviços.

Mensagens

Bênção de casal
Pe. Zezinho, scj


Abençoem sempre; não amaldiçoem nunca ! Rm 3,14

Orem sem cessar no Espírito ,
com preces e súplicas de todo o tipo
Façam vigílias ,
intercedendo incansavelmente por todos os cristãos .
Orem também por mim.
Que a palavra seja colocada na minha boca
Que eu pregue a palavra certa, do jeito certo
na hora certa e para a pessoa certa .
para anunciar ousadamente o mistério do Evangelho
do qual sou embaixador e prisioneiro.
Que eu continue a anunciá-lo com ousadia
como é meu dever .
Paulo aos Efésios 6,18-20

Dias Bíblicas

"O DISCURSO ESCATOLÓGICO NO EVANGELHO DE MARCOS"
novembro 2012

O texto que será refletido, neste mês de novembro, é o capítulo 13 do Evangelho de Marcos, que corresponde ao “Discurso Escatológico”. Você deve estar se perguntando, o que é a escatologia? São as reflexões que nasceram na comunidade de Marcos, sobre as últimas coisas que vão acontecer antes do fim dos tempos. Se você olhar na margem da Bíblia de Jerusalém, no capítulo 13 de Marcos, você irá encontrar a citação de Mateus 24 e de Lucas 21, que tratam do mesmo assunto. Contudo, Mateus, por exemplo, fala sobre a ruína de Jerusalém, do Templo e do mundo. Enquanto Marcos fala apenas, da destruição de Jerusalém. Como ele é o primeiro evangelho que foi escrito, os estudiosos reconhecem neste texto, um pequeno apocalipse judaico, que se inspirou no livro de Daniel e, foi completado por Jesus.
Quais são estas últimas coisas que irão acontecer no fim dos tempos? São fatos assustadores, que metem medo no povo. Este discurso em Marcos, começa com Jesus e os discípulos saindo do templo de Jerusalém. Um dos discípulos chama a atenção de Jesus: “Mestre, vê que pedras e que construções!” É neste momento que ele anuncia a destruição do templo ao afirmar que “não ficará pedra sobre pedra.” Mais adiante, os discípulos lhe perguntaram quando isso iria acontecer? Jesus não responde à pergunta, mas continua o seu discurso sobre o fim: cuidado, que ninguém vos engane, falando em meu nome, dizendo quem “sou eu”. Antes que isso aconteça, haverá guerras, terremotos, fome, nações contra nações, o irmão entregará o irmão, o pai entregará o filho, vocês serão odiados por causa do meu nome. E faz, ainda, outro alerta: quando estas coisas acontecerem, quem estiver na Judéia fuja para as montanhas e quem estiver no terraço não desça, no campo não volte e, ai das mulheres grávidas e das que amamentam, pois, vão encontrar muita dificuldade para se livrar dessa aflição. O Messias intervirá para abreviar estes dias. Depois desta grande tribulação, o sol e a lua escurecerão, as estrelas cairão e os poderes celestes serão abalados. Só depois de tudo isso, o Filho do Homem virá entre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará seus anjos e reunirá os eleitos. E para concluir conta a parábola da figueira e adverte a comunidade dos discípulos a vigiarem, para não serem pegos de surpresa.
Estes assuntos não nascem do nada, eles já circulavam na comunidade de Marcos. Pois, já havia acontecido o martírio de Estevão, por volta do ano 34 da E.C.. Mais tarde, por volta dos anos cinquenta e quatro a sessenta e quatro, aconteceu a perseguição de Nero, o imperador, aos cristãos. Entre os anos sessenta e cinco a setenta, contemporaneamente à redação do Evangelho de Marcos, aconteceu a 1ª grande revolta judaica, contra a dominação romana. Estes acontecimentos estão gravados na memória coletiva da comunidade e são confirmados pelo texto de Daniel.
Todo o capítulo 13 do Evangelho de Marcos, desemboca numa conclusão sábia: a vigilância. Esta é uma atitude básica que recomenda para os cristãos: “Atenção, e vigiai, pois, não sabeis quando será o momento. Será como um homem que partiu de viagem: deixou sua casa, deu autoridade aos seus servos, distribuiu a cada um a sua responsabilidade e ao porteiro ordenou que vigiasse. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o senhor da casa voltará: à tarde, à meia noite, ao canto do galo, ou de manhã, para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo. E o que vos digo, digo a todos: vigiai!”

Algumas perguntas que podem ajudar na reflexão:
Leia Marcos 13 e observe o que chama a sua atenção e por quê?
Qual é o sentimento que nasce em você, ao falar do fim dos tempos?
O que pode trazer tranquilidade à alguém que tem medo do fim dos tempos?