quarta-feira, 6 de novembro de 2013

E, agora, jovem?!


Passada a Jornada Mundial da Juventude, é hora de verificarmos as "chamas que ainda fumegam".

Por Geraldo Trindade*

O ano de 2013 foi singular na vida da Igreja Católica no Brasil, pela escolha da juventude como sua prioridade. A CNBB escolheu como tema da Campanha da Fraternidade a juventude, o Rio de Janeiro sediou a Jornada Mundial da Juventude.  Transpareceu que a Igreja Católica quer respirar com os jovens, caminhar com eles, sonhar seus sonhos, lutar suas lutas...

A peregrinação da cruz e do ícone de Nossa Senhora pelas comunidades em nosso país favoreceu com que a presença da Igreja, que tem com missão comunicar Cristo, estivesse junto às mais variadas realidades: educacionais, de sofrimento, exclusão, de trabalho, de oração, caminhada, reflexão, celebrações, adoração...

A JMJ marcou vivamente a memória de todos os que lá estiveram ou acompanharam pelos meios de comunicação. Em torno do sucessor de Pedro, Francisco, que tem como missão confirmar na fé, os jovens puderam renovar seu compromisso com a humanidade e com Jesus Cristo, atendendo o Seu convite: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

Muitos bons propósitos, planos, projetos e iniciativas surgiram a partir das vivências desses momentos e de inúmeros outros. Passado o tempo de empolgação inicial, é hora de verificarmos as chamas que ainda fumegam, de planos e iniciativas, que não estão apenas ancorados em nós mesmos, mas no fundamento, que é Cristo e no desejo de segui-Lo. Porém, a relação do jovem com a Igreja passa, necessariamente, pelos ministros sagrados, consagrados, passa pelas nossas paróquias, pastorais e movimentos. Será que todos esses agentes têm também se ocupado com os jovens? Estão eles comunicando e proporcionando uma experiência de Deus? A juventude tem sido prioridade pastoral em vários planos, mas tem se constituído em ação de oportunidade, escuta, participação dos jovens como força ativa em nossas comunidades?

Não pode ser permitido aos jovens a apatia diante da fé, do projeto de Jesus Cristo, da vida social do nosso país e das realidades mais desafiadoras e excludentes! É preciso que os jovens saibam viver, buscando os mais altos valores, os projetos mais audaciosos, os sonhos mais preciosos... Viver é pouco se se não coloca razão no dia-a-dia da vida, dando sentido a partir de uma meta de vida. O que muda a história é o que, antes, muda o coração humano. Nada melhor do que deixarmos enquanto batizados, que seja Cristo capaz de nos encantar com sua vida, seus gestos e posturas. Não podemos considerar Jesus totalmente conhecido e apreendido por nossa razão e sentimentos, é sempre uma novidade que deve nos questionar e nos encantar.

 "Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé recebe mais alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho.  Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de ´extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar´ (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo.” (Papa Francisco).
*Geraldo Trindade é seminarista da Arquidiocese de Mariana.

Evangelho do dia

Ano C - 07 de novembro de 2013

Lucas 15,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
15 1 Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo.
2 Os fariseus e os escribas murmuravam: "Este homem recebe e come com pessoas de má vida!"
3 Então lhes propôs a seguinte parábola:
4 "Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5 E depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo,
6 e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: ‘Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido’.
7 Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma delas, não acende a lâmpada, varre a casa e a busca diligentemente, até encontrá-la?
9 E tendo-a encontrado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: ‘Regozijai-vos comigo, achei a dracma que tinha perdido’.
10 Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa".
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
AO ENCONTRO DOS PECADORES
A pedagogia de Jesus, no trato com a humanidade, foi aprendida diretamente do Pai. Este quer ter junto de si todos os seus filhos. Quanto mais distantes estiverem, tanto mais Deus desejará atrai-los com o seu amor. No coração do Pai não há lugar para o ressentimento, o desejo de castigar, o fechamento para o perdão. Tudo nele é amor, compreensão, esquecimento das ofensas recebidas, disposição para acolher e recomeçar.
Foi assim que Jesus tratou todas as pessoas. De modo particular, os pecadores e as vítimas da marginalização social foram objeto de sua acolhida carinhosa. Recusando a se tornar juiz deles, buscava fazer-se próximo, de modo a mostrar-lhes o quanto eram amados pelo Pai. Acolhendo-os e pondo-se à mesa com eles, quebrava um tabu social de segregação a que estavam relegados, revelando-lhes a dignidade de seres humanos. Indo ao encontro deles, manifestava-lhes o propósito divino de não rejeitá-los e seu anseio de fazê-los voltar à casa paterna. Alegrando-se com a sua conversão e disposição a fazer penitência, revelava a confiança do Pai na capacidade do ser humano renunciar ao seu mau caminho para reinserir-se nos caminhos de Deus.
Os adversários olhavam com suspeita para o modo como Jesus tratava os pecadores. Só nutriam o desejo de que fossem punidos por Deus e votados à condenação eterna. Nada mais incompatível com os ideais de Jesus!

Oração
Espírito de benevolência para com os pecadores, dá-me a mesma disposição de Jesus no trato com quem se encontra longe de Deus e precisa ser reconduzido à casa paterna.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Romanos 14,7-12
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
14 7 Nenhum de nós vive para si, e ninguém morre para si.
8 Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor. Quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor.
9 Para isso é que morreu Cristo e retomou a vida, para ser o Senhor tanto dos mortos como dos vivos.
10 Por que julgas, então, o teu irmão? Ou por que desprezas o teu irmão? Todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus.
11 Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará glória a Deus.
12 Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
Palavra do Senhor.
Salmo 26/27
Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.


O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contemplá-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!
Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vosso filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Desejos de Deus

Deixa que a tua alma se consuma em desejos... Desejos de amor, de esquecimento, de santidade, de Céu! Não te detenhas a pensar se chegarás alguma vez a vê-los realizados (como te sugerirá algum conselheiro sisudo...); aviva-os cada vez mais, porque o Espírito Santo diz que Lhe agradam os "varões de desejos". Desejos operativos, que tens de pôr em prática no trabalho quotidiano.
Sulco, 628

Parece-me muito oportuno que manifestes com frequência ao Senhor um desejo ardente, grande, de ser santo, ainda que te vejas cheio de misérias... Fá-lo, precisamente por isso!
Forja, 419
Pormenor central da obra de Miguel Ângelo na Capela Sistina no Vaticano.
Pormenor central da obra de Miguel Ângelo na Capela Sistina no Vaticano.

Apresenta a Nosso Senhor, com sinceridade e constantemente, os teus desejos de santidade e de apostolado..., e então não se quebrará o pobre vaso da tua alma; ou, se se partir, recompor-se-á com nova graça, e continuará a servir para a tua própria santidade e para o apostolado.
Forja, 357

Quando na tua luta diária, composta normalmente por muitos poucos, há desejos e realidades de agradar a Deus continuamente, asseguro-te: nada se perde!
Forja, 278

Que grandes desejos te consomem de confirmar a entrega que um dia fizeste: saber-te, e viver, como filho de Deus! Põe nas mãos do Senhor as tuas muitas misérias e infidelidades. Sim, isso também, porque é a única maneira de lhes aliviares o peso.
Sulco, 175

Desejos de criança
Quando uma alma de criança apresenta ao Senhor os seus desejos de indulto, deve estar certa de que, em breve, verá cumpridos esses desejos. Jesus arrancará da alma a cauda imunda que arrasta pelas suas misérias passadas; tirará o peso morto, resto de todas as impurezas, que a faz prender-se ao chão; atirará para longe do menino todo o lastro terreno do seu coração, para que suba até à Majestade de Deus, para fundir-se na labareda viva de Amor que Ele é.
Caminho, 886

- Criança, não ardes em desejos de fazer com que todos o amem?
Forja, 300

Deus não se escandaliza com os homens. Deus não Se cansa das nossas infidelidades. O nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo até Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é tão verdadeiramente pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e se adianta com a sua graça, abrindo-nos amorosamente os braços.

Reparai que não estou a inventar nada. Recordai a parábola que o Filho de Deus nos contou para que entendêssemos o amor do Pai que está nos Céus: a parábola do filho pródigo.
Cristo que passa, 64

Sei que o conseguirei… Estou seguro de Ti
"Ure igne Sancti Spiritus!". - Queima-me com o fogo do teu Espírito! - clamas. E acrescentas: é necessário que, quanto antes, a minha pobre alma comece de novo o voo... e que não deixe de voar até descansar nele!

- Parecem-me muito bem os teus desejos. Vou pedir muito por ti ao Paráclito; invocá-lo-ei continuamente, para que se assente no centro do teu ser e presida e dê tom sobrenatural a todas as tuas acções, palavras, pensamentos e afãs.
Forja, 516

Hoje, na tua oração, confirmaste-te no propósito de ser santo. Compreendo-te quando acrescentas, concretizando: - Sei que o conseguirei, não porque esteja seguro de mim, Jesus, mas porque... estou seguro de Ti.
Forja, 320
Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo.

Pede-lhe sem medo, insiste. Lembra-te da cena que nos relata o Evangelho sobre a multiplicação dos pães. Olha com que magnanimidade corresponde aos Apóstolos: - Quantos pães tendes? Cinco?... Que me pedis?... E Ele dá seis, cem, milhares... Porquê? - Porque Cristo vê as nossas necessidades com uma sabedoria divina, e com a sua omnipotência pode e chega mais longe que os nossos desejos. Nosso Senhor vê mais para mais além da nossa pobre lógica e é infinitamente generoso!
Forja, 341

Desejos e realidades
Enche-te de bons desejos, que são uma coisa santa e que Deus louva. Mas não fiques apenas nisso! Tens que ser uma alma - homem, mulher - de realidades. Para levar a cabo esses bons desejos, precisas de formular propósitos claros, precisos. - E, depois, meu filho, luta para pô-los em prática, com a ajuda de Deus!
Forja, 116

Contempla Nosso Senhor por detrás de cada acontecimento, de cada circunstância, e assim saberás tirar de todos os sucessos mais amor de Deus e mais desejos de correspondência, porque Ele espera-nos sempre e oferece-nos a possibilidade de cumprir continuamente esse propósito que fizemos: "serviam!", servir-te-ei!
Forja, 96

É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática.
Cristo que passa, 58

Só! - Não estás só. Fazemos-te muita companhia de longe. - Além disso..., morando na tua alma em graça, o Espírito Santo - Deus contigo - vai dando tom sobrenatural a todos os teus pensamentos, desejos e obras.
Caminho, 273

Não sentes às vezes, durante o dia, desejos de falar mais devagar com Ele? Não Lhe dizes: logo vou contar-te isto e aquilo; logo vou conversar sobre isso contigo?
Nos momentos dedicados expressamente a esse colóquio com o Senhor o coração expande-se, a vontade fortalece-se, a inteligência - ajudada pela graça - enche a realidade humana com a realidade sobrenatural. E, como fruto, sairão sempre propósitos claros, práticos, de melhorares a tua conduta, de tratares delicadamente, com caridade, todos os homens, de te empenhares a fundo - com o empenho dos bons desportistas - nesta luta cristã de amor e de paz.
Cristo que passa, 8

Ser o cristão que sonhas ser
Muitas conversões, muitas decisões de entrega ao serviço de Deus, foram precedidas de um encontro com Maria. Nossa Senhora fomentou os desejos de busca, activou maternalmente a inquietação da alma, fez aspirar a uma transformação, a uma vida nova. E assim, o fazei o que Ele vos disser converteu-se numa realidade de amorosa entrega, na vocação cristã que ilumina desde então toda a nossa vida.
Cristo que passa, 149
Serás o cristão que às vezes sonhas ser: cheio de obras de caridade e de justiça, alegre e forte, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo.

Asseguro-te que, se empreenderes este caminho, encontrarás imediatamente todo o amor de Cristo; e ver-te-ás metido na vida inefável de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Conseguirás forças para cumprir bem a Vontade de Deus, encher-te-ás de desejos de servir todos os homens. Serás o cristão que às vezes sonhas ser: cheio de obras de caridade e de justiça, alegre e forte, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo. Este e não outro é o carácter da nossa fé. 
Recorramos a Santa Maria, que Ela nos acompanhará com um passo firme e constante.
Amigos de Deus, 293

Sentir a pobreza de Jesus


Por ocasião da festa de S. Francisco de Assis no dia 4 de outubro, S. Josemaria aconselhava a meditar sobre a virtude da pobreza. Dizia: “retirai as consequências práticas necessárias para a vossa vida pessoal”.

- Não ficas contente por sentir tão de perto a pobreza de Jesus?... Que bonito carecer até do necessário! Mas como Ele: oculta e silenciosamente.
Forja, 732

Dizes-me que desejas viver a santa pobreza, o desprendimento das coisas que usas. Pergunta a ti mesmo: tenho os afectos de Jesus e os seus sentimentos, em relação à pobreza e às riquezas? E aconselhei-te: - Além de descansares no teu Pai-Deus, com verdadeiro abandono de filho..., põe particularmente os olhos nessa virtude, para amá-la como Jesus. E assim, em vez de vê-la como uma cruz, considerá-la-ás como sinal de predilecção.
Forja, 888

- Meu Deus, vejo que não te aceitarei como meu Salvador, se não te reconhecer ao mesmo tempo como Modelo. Já que quiseste ser pobre, dá-me amor à Santa Pobreza. O meu propósito, com a tua ajuda, é viver e morrer pobre, ainda que tenha milhões à minha disposição.
Forja, 46

Sempre pobres. Como?
Basta escutar as palavras do Senhor: bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. Se desejas alcançar esse espírito, aconselho-te a que sejas sóbrio contigo e muito generoso com os outros. Evita os gastos supérfluos por luxo, por capricho, por vaidade, por comodidade...; não cries necessidades. Numa palavra, aprende com S. Paulo a viver na pobreza e a viver na abundância, a ter fartura e a passar fome, a ter de sobra e a padecer necessidade. Tudo posso naquele que me conforta. E, como o Apóstolo, também sairemos vencedores da luta espiritual, se mantivermos o coração desapegado, livre de ataduras.
Amigos de Deus, 123

Não tens espírito de pobreza, se, podendo escolher de modo que a escolha passe inadvertida, não escolhes para ti o pior.
Caminho, 635

Desapega-te dos bens do mundo. - Ama e pratica a pobreza de espirito. Contenta-te com o que basta para passar a vida sóbria e temperadamente.
Caminho, 631

Não tens espírito de pobreza, se, podendo escolher de modo que a escolha passe inadvertida, não escolhes para ti o pior.
Forja, 524

Se és homem de Deus, põe em desprezar as riquezas o mesmo empenho que põem os homens do mundo em possuí-las.
Caminho, 633

Se estamos perto de Cristo e seguimos as suas pegadas, temos de amar com todo o coração a pobreza, o desprendimento dos bens terrenos, as privações.
Forja, 997

Pobreza é o verdadeiro desprendimento das coisas terrenas, é levar com alegria as incomodidades, se as há, ou a falta de meios.
Temas actuais, 111

“Ide e contai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem , os coxos andam, os leprosos ficaam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e o Evangelho aos pobres” (Mt., XI, 4–S): Meus filhos, escutastes o que o Senhor nos diz, as suas palavras comovem-me: amemos, pois, o desprendimento, amá-lo-emos com predileção, porque quando o espírito de pobreza abranda, é que toda a vida interior vai mal.
Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Madrid, Lisboa, 1978 (trad. port.)


Nas situações difíceis
Copio este texto, porque pode dar luz à tua alma: "Encontro-me numa das situações económicas mais difíceis que atravessei. Não perco a paz. Tenho a certeza absoluta de que Deus, meu Pai, resolverá todo este problema de uma vez. Quero, Senhor, abandonar todos os meus cuidados nas tuas mãos generosas. A nossa Mãe - a tua Mãe! - a estas horas, como em Caná, já fez soar aos teus ouvidos: não têm!... Eu creio em Ti, espero em Ti, amo-Te, Jesus: para mim, nada; tudo para eles".
Forja, 807

Amo a tua Vontade. Amo a santa pobreza, minha grande senhora. E abomino, para sempre, tudo o que implicar mesmo de longe, falta de adesão à tua justíssima, amabilíssima e paternal Vontade.
Forja, 808

Só assim nos portaremos como senhores da Criação e evitaremos a triste escravidão em que tantos caem, porque esquecem a sua condição de filhos de Deus, preocupados com um amanhã ou um depois que talvez nem sequer cheguem a ver.
Não amas a pobreza se não amas o que a pobreza traz consigo.
Caminho, 637

Se vivêssemos mais confiados na Providência divina, seguros - com fé firme - desta protecção diária que nunca nos falta, quantas preocupações ou inquietações pouparíamos a nós próprios. Desapareceriam muitos desassossegos que, segundo palavras de Jesus, são próprios dos pagãos, dos homens do mundo, das pessoas que carecem de sentido sobrenatural. Quereria, em confidência de amigo, de sacerdote, de pai, trazer-vos à memória em cada circunstância, que nós, pela misericórdia de Deus, somos filhos desse Pai Nosso, todo-poderoso, que está nos Céus e, ao mesmo tempo, na intimidade dos nossos corações. Quereria gravar a fogo nas vossas mentes que temos todos os motivos para caminhar com optimismo nesta terra, com a alma bem desprendida dessas coisas que parecem imprescindíveis, pois bem sabe o vosso Pai que tendes necessidade delas. E Ele providenciará. Crede que só assim nos portaremos como senhores da Criação e evitaremos a triste escravidão em que tantos caem, porque esquecem a sua condição de filhos de Deus, preocupados com um amanhã ou um depois que talvez nem sequer cheguem a ver.
Amigos de Deus, 116


E os meios para viver e trabalhar?
Logicamente tens de empregar meios terrenos. Mas põe um empenho muito grande em estares desprendido de tudo o que for terreno, para manejá-lo pensando sempre no serviço de Deus e dos homens.
Forja, 728

Viver neste mundo com sentido realista, mas como peregrinos, que vão a caminho da morada eterna e, por consequência, devem encher-se de um grande desejo de viver totalmente desprendidos das coisas qua utilizam, trabalhando com retidão de intenção, sem um desejo desordenado de lucro, amando, como vindas das mãos de Deus, as incomodidades, as privações que se lhes depararem, preocupando-se por contribuir pessoalmente, com o seu trabalho, para remediar a indigência material e espiritual de tantas almas, abandonando no Senhor as suas preocupações.
Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Madrid, Lisboa, 1978 (trad. port.)

Sacrifício: eis aí, em grande parte, a realidade da pobreza. Pobreza é saber prescindir do supérfluo, medido não tanto por regras teóricas como segundo essa voz interior que nos adverte de que se está infiltrando o egoísmo ou a comodidade desnecessária. Conforto, em sentido positivo, não é luxo nem voluptuosidade, mas tornar a vida agradável à própria família e aos outros, para que todos possam servir melhor a Deus.
Temas actuais,111

Atrevo-me a dizer que, quando as circunstâncias sociais parecem ter feito desaparecer de um ambiente a miséria, a pobreza ou a dor, precisamente então torna-se mais urgente esse ‘engenho’ da caridade cristã, que sabe adivinhar onde há necessidade consolo, no meio de um aparente bem-estar geral.
Tanta afeição às coisas da terra! - Bem cedo te fugirão das mãos, que não descem com o rico ao sepulcro as suas riquezas.
Caminho, 634


Perante a indigência, ternura eficaz
Atrevo-me a dizer que, quando as circunstâncias sociais parecem ter feito desaparecer de um ambiente a miséria, a pobreza ou a dor, precisamente então torna-se mais urgente esse ‘engenho’ da caridade cristã, que sabe adivinhar onde há necessidade consolo, no meio de um aparente bem-estar geral. A generalização da solidariedade social contra a praga do sofrimento ou da indigência – que tornam possível nos dias de hoje alcançar resultados humanitários que noutros nem sequer era possível imaginar -, não poderá suprir nunca, porque os apoios sociais se encontram noutro plano, a ternura eficaz (humana e sobrenatural) da proximidade pessoal, com um pobre de um bairro da zona, com um ou outro doente que vive a sua dor num hospital de grande dimensão, ou com aquela pessoa (rica talvez), que necessita de uma conversa afetuosa, de uma amizade cristã para a sua solidão, um amparo espiritual que dê remédio às suas dúvidas e ceticismos.
Salvador Bernal, Apontamentos sobre a vida do Fundador do Opus Dei, Madrid, Lisboa, 1978 (trad. port.)

Pelo "caminho do justo descontentamento" têm ido e estão a ir-se embora as massas. Dói... Quantos ressentidos temos fabricado entre os que estão espiritual ou materialmente necessitados! É preciso voltar a meter Cristo entre os pobres e entre os humildes: precisamente entre esses é que Ele se sente melhor.
Sulco, 228

A comunhão na participação aos bens espirituais: os sacramentos, os carismas e a caridade - o Papa Francisco na audiência geral rezou por Noemi, uma menina com uma doença gravíssima



A comunhão na participação aos bens espirituais: os sacramentos, os carismas e a caridade - o Papa Francisco na audiência geral rezou por Noemi, uma menina com uma doença gravíssima


A Praça de São Pedro começa a ser pequena para as multidões que em cada quarta-feira inundam de alegria as audiências gerais com o Papa Francisco.

“...na passada quarta-feira falei da comunhão dos santos, vista como comunhão entre as pessoas santas. Hoje gostaria de aprofundar outro aspeto desta realidade, ou seja, a comunhão às coisas santas, aos bens culturais. Os dois aspetos estão diretamente ligados entre si, com efeito a comunhão entre os cristãos cresce mediante a participação aos bens espirituais, Em particular consideramos: os sacramentos, os carismas e a caridade.”
Segundo o Papa Francisco o artigo do Credo, em que professamos «a comunhão dos santos», afirma duas coisas: a comunhão entre as pessoas santas e a comunhão nas coisas santas, ou seja, nos sacramentos, nos carismas e na caridade. Assim cada encontro com Cristo, que nos sacramentos nos dá a salvação, convida-nos a ir ao encontro dos outros levando-lhes esta salvação que podemos ver, tocar e receber; e que é credível porque é amor.

“Desta forma, os sacramentos empurram-nos a ser missionários e o empenho apostólico de levar o Evangelho em cada ambiente, mesmo naqueles mais hostis, constitui o fruto mais autêntico de uma assídua vida sacramental, por quanto é participação à iniciativa salvifica de Deus, que quer dar a todos a salvação.”
O Papa Francisco apresentou depois um segundo aspeto o da comunhão nos carismas. Estes são predisposições, inspirações e impulsos interiores, que surgem na consciência e na experiência das pessoas para serem postos ao serviço da comunidade. Todos somos chamados a respeitar os carismas em nós e nos outros, como nos recomendou São Paulo: «Não apagueis o Espírito».

“Em particular, estes dons espirituais vão em favor da santidade da Igreja e da sua missão. Todos somos chamados a respeitá-la em nós e nos outros, a acolher como estímulos utéis por uma presença e uma obra fecunda da Igreja. São Paulo avisava: ‘Não apagueis o Espírito’.”
Finalmente, um terceiro e último aspeto da comunhão nas coisas santas é a comunhão na caridade: não uma “caridadezinha” para descargo de consciência, mas uma comunhão que nos leva a entrar de tal maneira nas alegrias e dores alheias que as assumimos sinceramente como nossas.

“Esta solidariedade fraterna não é uma figura retórica, um modo de dizer, mas é parte integrante da comunhão entre os cristãos, Se a vivemos, nós somos no mundo sinal, sacramento, do amor de Deus.”
O Santo Padre convidou todos os presentes a abrirem-se à comunhão com Jesus nos sacramentos, nos carismas e na caridade, para viverem de maneira digna a nossa vocação cristã.
“O Senhor convida-nos a abrirmo-nos à comunhão com Ele, nos sacramentos, nos carismas e na caridade, para viver em maneira digna a nossa vocação cristã!”

O Papa Francisco concluiu a sua catequese com um pedido por uma menina, a Noemi, uma menina com uma gravíssima doença que o Santo Padre visitou nesta manhã:

“Permito-me de pedir-vos um ato de caridade. Estejam tranquilos que não vamos fazer um peditório! Um ato de caridade. Antes de vir para a praça fui visitar uma menina, de um ano e meio com uma doença gravíssima: o seu pai e a sua mãe rezam e pedem ao Senhor a saúde desta linda menina. Chama-se Noemi. Sorria coitadinha, Façamos um ato de amor. Nós não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, uma cristã. Façamos um ato de amor por ela e em silêncio antes peçamos ao Senhor que a ajude neste momento e lhe dê saúde. Em silêncio e depois rezaremos a Avé-Maria”
No final da audiência o Santo Padre dirigiu uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao grupo inaciano de Portugal e aos fiéis brasileiros de Bauru e de São Bernardo do Campo. A todos deu a sua benção! (RS)

Arquidiocese define novas regras e valores para a cessão de uso dos túmulos em Santo Amaro

A partir de segunda-feira, dia 11, as solicitações dos serviços de sepultamento e renovação da cessão de uso dos túmulos do Cemitério de Santo Amaro serão realizadas na sede da Cúria Metropolitana, bairro das Graças. A decisão foi divulgada nesta terça-feira, 5, pela comissão arquidiocesana responsável pela intervenção em 34 irmandades que possuem mais de dois mil jazigos no cemitério. Os valores também foram padronizados, ficando R$ 200 para sepultamentos, e R$ 100 em caso de renovação.
O escritório da comissão para a emissão das autorizações de cessão de uso dos túmulos funcionará de domingo a domingo, das 7h às 17h. “Será de acordo com o expediente do Cemitério de Santo Amaro. As taxas serão cobradas por meio de boletos bancários. Na próxima segunda-feira já estará funcionando a conta que receberá essas quantias”, afirmou o presidente da comissão arquidiocesana responsável pela intervenção, padre Miguel Batista.
As novas taxas só serão válidas enquanto durar o processo de intervenção, atualmente estimado em 90 dias. “As irmandades cobravam em média R$ 300 por sepultamento e R$ 200 pela renovação, diante desses valores definimos os novos que poderão ser mantidos pelas associações depois que for concluído o nosso trabalho, isso dependerá das irmandades”, explicou padre Miguel.
Prazo
Termina na próxima sexta-feira, 8, o prazo dado pela comissão arquidiocesana responsável pela intervenção nas 34 irmandades para a entrega de toda a documentação dos grupos. O padre Miguel Batista e os outros quatro integrantes esperam receber até lá, os estatutos, atas de reuniões, números do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e demais informações das associações. “Em caso de atraso seremos obrigados a notificá-los extrajudicialmente”, adiantou o presidente.
Da Assessoria de Comunicação AOR

Bispos refletem sobre mudanças socioculturais a partir da comunicação

curso2Um mergulho nas teorias da comunicação e mudanças socioculturais provocadas pelas tecnologias digitais. Assim, teve início o segundo dia do Curso de Comunicação para bispos da Igreja no Brasil. Os painéis temáticos da manhã desta terça-feira, 5, foram apresentados pelo professor doutor padre Pedro Gilberto Gomes e pelo professor e doutorando em Ciências da Comunicação, Moisés Sbardelotto.
Durante o painel “Teorias da Comunicação: possibilidades e limites”, padre Pedro Gilberto lembrou a inquietação e interesse da Igreja pelo assunto: “A Igreja foi quem mais escreveu e se preocupou com a comunicação através da elaboração de documentos importantes e avançados.” Gomes destacou ainda a realização em 1989 da Campanha da Fraternidade (CF) que teve como lema “Comunicação para a verdade e a paz”. Além da Carta Apostólica por ocasião da CF e da existência de cartas pastorais dos bispos sobre a imprensa.
De acordo com o palestrante, os estudos das Teorias da Comunicação oscilam entre dois pólos: a realidade da comunicação humana e a análise dos meios de comunicação. Padre Pedro fez um passeio pelas Escolas e seus teóricos refletindo sobre as teorias Funcionalista, Crítica e das Mediações. “Nós estamos vivendo hoje um momento tão importante quanto à invenção da escrita. Mudou tudo. Não há como voltar atrás e essa mudança está apenas começando. Isto significa um salto qualitativo”, afirmou.
O segundo painel teve como tema “Comunicação e mudanças socioculturais provocadas pelas tecnologias digitais”. Sbardelotto apresentou o tema a partir dos estudos do educador e filósofo pernambucano Paulo Freire. O professor ressaltou que a mera transmissão de informação não pode ser considerada comunicação. “Tudo isso é extensão. Estender algo a alguém. Isso acaba coisificando tanto o algo quanto o alguém. A coisificação gera alienação. Eu me torno mediador de algo que está coisificado. Pego algo que está na minha cabeça e imponho ao outro. Eu alieno o outro.” E acrescentou: “Dessa forma, nós não estamos fazendo evangelização, mas colocando aquilo o que cremos. A comunicação é a ação de tornar comum.”
Moisés Sbardelotto explicou que a comunicação é processo de construção de sentidos em oferta e em recepção. “A comunicação é diálogo e discurso. Eles não podem viver separados, mas têm que estar em tensão criativa. A comunicação é uma dinâmica ‘alterizante’. Isso também afeta nosso processo pastoral. É preciso reconhecer o outro também como agente, pois a comunicação não se faz sobre o e nem para o outro, mas com o outro”, concluiu.
Práticas laboratoriais – Para o período da tarde, foi reservada a parte prática do curso. Os bispos se dividirão em três grupos: Internet e mídias digitais, Media Training e Rádio. Os laboratórios serão ministrados pelo assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação padre Clóvis Andrade, professor e doutor Elson Faxina e pelo jornalista e membro da Comunidade Canção Nova, Ronaldo da Silva.
Da Assessoria de Comunicação AOR

Morte e nova vida

Para o cristão, a certeza da ressurreição pode amenizar a dor da partida.

"Que bom pensar que, com a morte, nem tudo se acaba!"
Por João Batista Nunes Coelho
A morte, comumente assusta. Será que porque não temos fé? Ou até os que têm fé se incomodam diante da morte? Está bem, pode estar pensando você, quem se incomoda com a morte é porque não tem fé. Talvez você tenha razão.

Passagem. Sabemos, desde cedo, que a morte é passagem. Contudo, esta certeza nem sempre nos livra das lágrimas diante do sono definitivo de uma pessoa querida. Livra? Nem sempre. Morrer é sempre algo que assusta.  Quem não quer remédio, tanto quanto possível, para evitar a dor, a morte? Todos ou quase todos. Todavia, existe quem enfrente a morte com serenidade. Por que razão? Por diferentes razões. Os cristãos vêem nela o passaporte para uma vida melhor. Foi o que já havia dito o quarto dos irmãos que morreram sequencialmente, em nome da fé, segundo relato bíblico do Livro dos Macabeus. Ele disse, após ser torturado e antes de receber o último golpe: "Vale a pena morrermos às mãos dos homens, quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida"  (2Mc 7,14).

Vida nova. Sim, a morte nos coloca diante de Deus.  E aí? Descortina-se o momento de  recebermos o prêmio, se o merecemos, ou da definitiva distância dele. Por isso encorajava Paulo: O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança (2Ts 3,5). Ali começará uma vida totalmente nova.

Vida de ressuscitado. Vida sem bens materiais, sem apegos, sem casamento. Com relação a este último, foi o que respondeu Jesus quando alguns saduceus - integrantes de partido religioso do judaísmo que negavam crença na ressurreição dos mortos - lhe perguntaram sobre o casamento após a morte:  34 Jesus respondeu-lhes: "Neste mundo, homens e mulheres casam-se, 35 mas os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam; 36 e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos; serão filhos de Deus, porque ressuscitaram  (Lc 20,34-36). Para Deus todos estão vivos. Importa a vida! Deus dos vivos. Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele". (Lc 20,38).
Que bom pensar que, com a morte, nem tudo se acaba! Essa certeza já existia em Moisés. Que os mortos ressuscitam, também foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de "Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó" (Lc 20,37).

No entanto, a morte sacode as estruturas existenciais do ser humano. É uma despedida de alguém que se vai, para nunca mais voltar. Dói para os que ficam? Dói. Por outro lado, como diz uma oração católica, a certeza da imortalidade consola. Para o cristão, a certeza da ressurreição pode amenizar a dor da partida.  Esta eterna consolação e feliz esperança, confortem os vossos corações (2Ts 2,16-17), ensinava Paulo. Para você, conforta?

Que possamos enxergar a morte com esta visão cristã.
* Reflexão sobre as leituras do 32º domingo do tempo comum

Como conservar a esperança



Papa abraça fiel: "Devemos ser luzeiros para os jovens, encorajando-os a serem generosos e protagonistas na construção de um mundo melhor." (Foto: AFP)
Por Irmão Gilberto Cunha
O papa Francisco, durante sua visita à Casa da Mãe Aparecida, no mês de julho deste ano, destacou a importância de buscar a Cristo batendo na casa da Mãe. Ele mesmo quis antes de começar a Jornada Mundial da Juventude visitar o Santuário e “bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um país e de um mundo mais justo, solidário e fraterno". Para isso, nos convidou a viver três posturas: Conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria. Sobre a primeira postura gostaria de refletir sobre.
Muitas vezes em nossas vidas, experimentamos muitas dificuldades que podem nos levar a desanimar, a perder a esperança. Frente a todas essas dificuldades, o papa nos fala: "Tenham sempre no coração essa certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações!" A luz que ilumina nossas vidas e que nos permite manter a chama sempre acesa é Cristo. Ele é "nossa esperança!" (Tm 1,1)

O tema deste ano da Novena e Festa da Padroeira faz alusão aos mistérios luminosos. Cristo é a nossa luz, que ilumina as nossas trevas e nos aponta o caminho a seguir. E quem nos conduz a Cristo certamente é Maria. A mensagem do papa Francisco na Casa da Mãe está em total sintonia com o tema deste ano. Como não ver mais uma delicadeza de Deus, um gesto singelo da Mãe?

No dia seguinte à visita ao Santuário, durante a festa de acolhida na Praia de Copacabana, o papa Francisco falou novamente sobre a esperança: "´bote esperança´ e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso". Na Vigília com os jovens durante a JMJ falou sobre o fundamento de nossa esperança: Cristo. Ele "nos oferece algo maior que a Copa do Mundo, a possibilidade de uma vida fecunda, de uma vida feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim, na vida eterna".

O mundo muitas vezes busca apagar essa luz, oferecendo “ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros.” Sabemos que nossa fome de infinito só pode ser saciada por alguém infinito, por Cristo. Não nos deixemos iludir por essa cultura do passageiro e do efêmero!

“Sejamos luzeiros de esperança!”

Diante desse horizonte que acabamos de falar, o papa nos faz um convite: sejamos luzeiros de esperança! Desde essa luz da esperança toda a realidade se ilumina e se vê de forma positiva, a vida passa a ter sentido e vale a pena ser vivida.

Ele pede que sejamos especialmente luzeiros para os jovens, encorajando-os a serem generosos e protagonistas na construção de um mundo melhor. Lembremos que eles são o futuro da Igreja e da sociedade. “Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo”. Essa responsabilidade ele deu especialmente às pessoas mais experientes (durante o encontro com os argentinos na catedral da Sé enfatizou a necessidade dos jovens de escutar os anciãos, receberem seus valores, aprenderem de sua sabedoria).

Muito significativo que o papa Francisco tenha colocado o Santuário Nacional como um dos lugares de referência onde podemos encontrar esses valores: “Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã”.

Olhar a Maria, Mãe da Esperança

Certamente do Santuário emana todos esses valores, emana a chama da esperança porque aí habita aquela que é a Mãe da Esperança, aquela que viveu todos esses valores em plenitude. Ela quer que todos os seus filhos sejam semelhantes a Cristo o seu Filho. Como não aprender a viver a esperança na escola de Maria?

Portanto, caros devotos, com a Mãe Aparecida, sigamos Jesus, nossa luz e certamente seremos felizes!.

Leia também:

Como deixar-se surpreender por Deus
A12, 09-10-2013.

Evangelho do dia

Ano C - 06 de novembro de 2013

Lucas 14,125-33

Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes sereis vós se fordes ultrajados por causa de Jesus, pois repousa sobre vós o Espírito de Deus (1Pd 4,14).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
14 25 Muito povo acompanhava Jesus. Voltando-se, disse-lhes:
26 “Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo.
28 Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la?
29 Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele,
30 dizendo: Este homem principiou a edificar, mas não pode terminar.
31 Ou qual é o rei que, estando para guerrear com outro rei, não se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?
32 De outra maneira, quando o outro ainda está longe, envia-lhe embaixadores para tratar da paz.
33 Assim, pois, qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
DECIDIR-SE COM PONDERAÇÃO
A decisão de seguir Jesus, por ser muito exigente, deve ser feita com muita ponderação. É indigno do discípulo ficar pelo caminho, sem atingir a meta fixada pelo Senhor. De sua parte, Jesus jamais pretendeu enganar seus seguidores, induzindo-os a assumir um projeto de vida, sem conhecer-lhe o teor. Ele falou claro, para evitar frustrações.
O discípulo de Jesus deveria estar disposto a colocar o Reino acima de tudo. Mesmo as relações familiares ocupariam um lugar secundário, quando confrontadas com as exigências do Reino. Caso contrário, seria impossível fazer-se discípulo. Por outro lado, a decisão pelo Reino comportaria perseguições, incompreensões e ódio para os discípulos. É a cruz inevitável do discipulado. Só quem está preparado para defrontá-la, poderá pôr-se no seguimento de Jesus.
Duas parábolas ilustram esta situação do discípulo. Ficará sujeito ao ridículo quem se puser a construir uma torre, sem verificar se tem condições para concluí-la. Está fadado à derrota quem vai lutar contra um exército mais forte, sem ter uma idéia exata do seu próprio potencial. Igualmente, quem pretende fazer-se discípulo de Jesus sem avaliar se está em condições de levar adiante este projeto, acabará por abandoná-lo na primeira dificuldade.

Oração
Senhor Jesus, reforça o que em mim é fraco, para eu perseverar no discipulado, sem me render diante das dificuldades.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Romanos 13,8-10
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
13 8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei.
9 Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
10 A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.
Palavra do Senhor.
Salmo 111/112
Feliz quem tem piedade e empresta!

Feliz o homem que respeita o Senhor
e que ama com carinho a sua lei!
Sua descendência será forte sobre a terra,
abençoada a geração dos homens retos!

Ele é correto, generoso e compassivo,
como luz brilha nas trevas para os justos.
Feliz o homem caridoso e prestativo,
que resolve sues negócios com justiça.

Ele reparte com os pobres os seus bens,
permanece para sempre o bem que fez,
e crescerão a sua glória e seu poder.
Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vosso filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.