explicação da missa e o sentido de cada parte
Texto de autoria de Roberto, Brasília/DF, publicado no site Emaús Nacional
Para
que a Santa Eucaristia não se constitua em um mero rito mecânico, onde
as pessoas só "copiam" o que as outras fazem (gestos, sinal da cruz,
genuflexão, etc.) sem entender exatamente o que está acontecendo, é bom
que cada fiel católico entenda melhor a Santa Missa, pois só amamos
aquilo que conhecemos. A missa é igual para toda a Assembléia mas a
maneira de cada um participar pode ser diferente pois depende da fé que
as pessoas têm e também do grau de formação na religião. As vezes vamos
fazendo muitas coisas sem saber por quê. Para participar da missa com fé
e alegria, além da sua formação catequética básica, o fiel deve
conhecer todas as etapas da liturgia da missa pois ninguém ama o que não
conhece.
A palavra MISSA vem do latim missio, que significa
despedida ou envio. E, quando os catecúmenos saíam antes do início da
Liturgia Eucarística o celebrante os despedia. Desta forma, toda a
Celebração Eucarística acabou por ser denominada missa.
A missa é dividida em quatro partes principais: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais.
I RITOS INICIAIS
1. Monição Ambiental
Ao entrar e sair de uma igreja com um sacrário, procedemos à genuflexão %uFFFD um gesto de adoração a Jesus Eucarístico.
Feita
pelo comentarista, ao lado do altar. Um convite à Assembléia para
participar da Celebração, criando um clima de oração e fé. Solicita que
todos, de pé, recebam o celebrante.
2. Canto de Entrada e Sinal da Cruz
Durante
o canto, o padre, os ministros e/ou acólitos dirigem-se ao altar. O
padre faz uma inclinação profunda e deposita o beijo no altar,
endereçado a Cristo.
Em seguida, o padre faz o sinal da cruz e o
povo faz com ele (não precisa beijar a mão após o sinal), mas sem dizer
nada. Ao final, todos respondem o "Amém".
A expressão "em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo" quer dizer a pessoa, não apenas o
"nome". Iniciamos a Missa colocando nossa vida e toda a nossa ação
invocando a Santíssima Trindade.
3. Acolhida e Saudação
É
o "bom dia" de inspiração divina dado pelo Presidente à Assembléia. Em
uma das formas litúrgicas, o padre saúda o povo com as palavras de São
Paulo aos Coríntios (2Cor 13,11-13):
- A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!
Independente da forma utilizada, todos respondem:
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
4. Ato Penitencial
"Se
estás diante do altar para apresentar a tua oferta e ali te lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa tua oferta lá diante
do altar. Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, depois volta para
apresentares tua oferta." (Mt 5,23-24)
Convite para cada um olhar para si (reconhecer os próprios pecados e não os dos outros), buscando um arrependimento sincero.
Precisamos pedir que Jesus purifique nosso coração para termos parte com ele.
A
absolvição geral que o padre dá no Ato Penitencial é uma purificação
das faltas leves, e realmente nos purificam para participarmos da Ceia
do Senhor. Os pecados graves necessitam de uma confissão sacramental.
5. Hino de Louvor (Glória)
É
um cântico solene, uma das mais perfeitas formas de louvor à Santíssima
Trindade, porque se dirige ao Pai e a Jesus Cristo, na unidade do
Espírito Santo. Vem logo após o Ato Penitencial, porque o perdão de Deus
nos faz felizes e agradecidos.
Inspirado no canto dos anjos que
louvaram a Deus no nascimento de Jesus: "Glória a Deus no mais alto dos
céus e paz na terra aos homens de boa vontade." (Lc 2,14)
O Glória não é cantado (nem recitado) na Quaresma e no Advento, tempos que não são próprios para se expressar alegria.
6. Coleta
Do
latim "collígere", que quer dizer reunir, recolher, coletar. Tem o
sentido de reunir, numa só oração, todas as orações da Assembléia.
Por
isso, começa com o "Oremos" %uFFFD um convite aos presentes para que se
ponham em oração %uFFFD seguido de uma pausa, para que cada um faça
mentalmente a sua oração pessoal. A seguir, o padre eleva as mãos %uFFFD
assumindo as intenções dos fiéis e elevando-as a Deus %uFFFD e profere a
oração em nome de toda a Igreja.
Por fim, todos dizem "Amém" para dizer que a oração do padre também é sua.
É
uma oração presidencial, feita apenas pelo padre, como representante de
Cristo. Todas as orações presidenciais são compostas por: invocação,
pedido e conclusão. As orações são dirigidas ao Pai, em nome de Jesus
%uFFFD nosso mediador %uFFFD, na unidade do Espírito Santo.
II %uFFFD LITURGIA DA PALAVRA
Após o "Amém" da Coleta, a comunidade senta-se, aguardando, antes, o Presidente dirigir-se à sua cadeira.
A
Eucaristia é o "mistério de nossa fé" e a fé vem pela Palavra de Deus
(cf. Rm 10,14). Daí a importância da pregação, abrangida pela Liturgia
da Palavra. "Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai
da boca de Deus." (Mt 4,4)
A Palavra de Deus não é para ser apenas "lida", mas "proclamada" solenemente. "A fé entra pelo ouvido."
As
leituras das missas dominicais variam a cada ano, repetindo-se a cada
três anos. São os chamados ANOS A, B e C. Em cada ano meditamos o
Evangelho segundo Mateus, Marcos e Lucas respectivamente. O Evangelho
segundo João intercala-se durante o ano em momentos fortes.
Os 3
primeiros Evangelhos fazem como que uma sinopse dos fatos acerca da vida
de Jesus %uFFFD são, por isso, chamados de "sinóticos". O Evangelho
escrito por São João focaliza outros fatos e palavras de Jesus,
destacando Sua divindade e penetrando mais o Mistério do Filho de Deus.
A
Liturgia da Palavra é tão importante quanto a Liturgia Eucarística e
deve ter um lugar reservado para a proclamação a MESA DA PALAVRA.
1. Primeira Leitura
A
Primeira Leitura, em geral, é tirada no Antigo Testamento, onde se
encontra o passado remoto da História da Salvação. Em alguns tempos
litúrgicos também são tiradas de outros livros do Novo Testamento que
não sejam os Evangelhos.
2. Salmo Responsorial
É uma
resposta cantada ou recitada à mensagem proclamada. Ou ainda, uma
"oração" da Leitura, ajudando o povo a rezar e a meditar na Palavra de
Deus que acabou de ser proclamada. Não pode ser substituída por outros
cânticos que não sejam inspirados no salmo previsto.
3. Segunda Leitura
Em
geral, é uma carta, retirada do Novo Testamento. Só é proclamada em
missas dominicais ou de dias festivos, não nas missas feriais (no meio
da semana).
Assim, a Liturgia da Palavra, no decorrer das missas
do ano, nos dá uma visão de toda a História da Salvação, recordando
quase toda a Bíblia.
4. Canto de Aclamação ao Evangelho
Jesus
Cristo é a Palavra de Deus. Ele se torna presente na proclamação do
Evangelho. Aclamar é aplaudir com alegria, então o canto de Aclamação ao
Evangelho é uma espécie de "aplausos" para o Senhor que vai nos falar.
Para expressar essa alegria podemos bater palmas, expressando a fé e a
alegria em ouvi-lo.
Pode ser antecedido por um breve comentário
(não é uma homilia, que não deve antecipar o que vai ser dito no
Evangelho), convidando e motivando a Assembléia para ouvir o Evangelho.
Na Quaresma e no Advento, o canto não tem "Aleluia".
5. Proclamação do Evangelho
Antes
da proclamação do Evangelho, pode-se fazer uma procissão com a Bíblia
ou Lecionário e as velas. Para se dar mais destaque ao anúncio da
Palavra de Jesus, dois ministros ou acólitos podem segurar uma vela em
cada lado do ambão.
O diácono, e na falta deste o padre, proclama em
um lugar mais elevado, para ser visto e ouvido por toda a Assembléia,
que deve estar em pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem.
É como se o próprio Jesus se colocasse diante de nós para nos falar do
que mais nos interessa.
O diácono/padre saúda a Assembléia:
- O Senhor esteja convosco!
- Todos: Ele está no meio de nós!
- Diácono/Padre: Evangelho de Jesus Cristo, escrito por ...
- Todos: Glória a vós, Senhor!
E, ao final do Evangelho:
- Diácono/Padre: Palavra da Salvação! (E beija a Bíblia)
- Todos: Glória a vós, Senhor!
"Bem-aventurado os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática." (Lc 11,28)
6. Homilia (Pregação)
É a interpretação de uma profecia ou a explicação dos textos bíblicos das leituras proclamadas.
Os
próprios Apóstolos, depois de ouvirem as parábolas, pediam a Jesus que
lhes explicasse o que elas queriam dizer. Assim também é o Povo de Deus,
que precisa de alguém que lhes explique as Escrituras, do mesmo modo
que Filipe explicou ao ministro da Rainha Candace, da Etiópia, uma
passagem do AT:
"Ouvindo que lia o profeta Isaías, disse-lhe:
"Porventura entendes o que lês?" Ele respondeu: "Como é que vou entender
se ninguém me explicar?"." (At 8,30b-31a)
As Escrituras não são
de simples compreensão e não estão sujeitas a interpretações
particulares, mas tão somente da Igreja que Cristo fundou, sob o Primado
de Pedro:
"Pois, antes de tudo, deveis saber que nenhuma profecia
da Escritura é de interpretação pessoal, porque jamais uma profecia se
proferiu por vontade humana, mas foi pelo impulso do Espírito Santo que
homens falaram da parte de Deus." (2Pd 1,20-21)
"É o que ele faz
em todas as epístolas em que vem a tratar do assunto. Nelas há alguns
pontos de difícil inteligência, que homens ignorantes e sem firmeza
deturpam, não menos que as demais Escrituras, para sua própria
perdição." (2Pd 3,16)
Além do que, a Bíblia não é a única fonte
de doutrina para o cristão, mas, inclusive, a Tradição (Oral e Escrita) e
o Magistério da Igreja fundada por Jesus:
"Jesus fez ainda muitas
outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo
inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever." (Jo 21,25)
"Assim,
pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós
aprendestes, seja por palavras seja por carta." (2Ts 2,15)
7. Creio (Profissão de Fé)
Crer
em Deus é confiar nele! Com o Creio, a comunidade afirma que crê na
Palavra de Deus que foi proclamada e está pronta para pô-la em prática. É
como um juramento público.
Há dois textos diferentes para a Profissão de Fé: o Símbolo Apostólico e o Símbolo Niceno- Constantinopolitano.
O
primeiro vem do tempo dos Apóstolos. É um resumo das verdades de fé
professada pelos primeiros cristãos. É também mais curto e mais recitado
nas missas no Brasil.
O Símbolo Niceno-Constantinopolitano surgiu
no séc. IV, a partir da heresia de Ário, que, em sua heresia (negação de
verdades de fé), disse que Jesus era apenas homem, não Deus (como hoje o
fazem os espíritas e os "Testemunhas de Jeová"). Então a Igreja, no
Concílio de Nicéia (ano 325), colocou no "Creio" algumas palavras a
mais, acentuando a divindade de Jesus:
"Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro..."
Alguns
anos depois, Macedônio, outro herege, negou a divindade do Espírito
Santo. A Igreja reafirmou essa divindade, a partir do Concílio de
Constantinopla (ano 381):
"Senhor que dá a vida e procede do Pai e
do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; ele que falou
pelos profetas."
Assim se formou esse Símbolo, surgido após os
Concílios de Nicéia e Constantinopla. É uma síntese das verdades
fundamentais da fé, para manter os cristãos unidos, à medida que iam se
espalhando pelo mundo.
No Brasil, o Símbolo
Niceno-Constantinopolitano é recitado apenas em alguns domingos,
geralmente quando se fala de Jesus como Messias, o Filho de Deus. Eis o
símbolo completo:
"Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador
do céu e da terra; de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um
só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes
de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as
coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos
céus: e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se
fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e
foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e
subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir,
em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá
fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e
do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou
pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a
ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém!".
8. Oração dos Fiéis (Oração Universal)
No
início da missa existe a Oração Coleta %uFFFD uma oração presidencial
breve, a fim de colocar a Assembléia em clima de fé para ouvir a Palavra
de Deus. A Oração dos Fiéis é um espaço mais abrangente para que os
fiéis coloquem publicamente suas intenções.
Após ouvirmos a Palavra
de Deus e de professarmos nossa fé nessa Palavra, nós colocamos em Suas
mãos as nossas preces de modo oficial e coletivo.
Nessa oração, o povo exerce sua função sacerdotal, suplicando por todos os homens, incluindo as seguintes intenções:
- pelas necessidades da Igreja e do papa;
- pelos governantes, legisladores e magistrados; (pois eles têm um poder temporal, e devem servir ao povo)
- pelos que sofrem qualquer necessidade, especialmente pelos doentes; e
- pelas necessidades da comunidade local.
A
Equipe de Liturgia deve tomar a iniciativa de ver as intenções da
comunidade incluídas na oração, possibilitando que a fé expresse algo
mais concreto e vivencial.
O que não se pode fazer na missa são as orações particulares, como leitura de livros piedosos, novenas e o terço.
Na
Oração dos Fiéis, a introdução e a conclusão são feitas pelo
Presidente. As outras preces são feitas pelos fiéis, em voz alta,
expressando a fé viva e alegria de toda a comunidade, unidade num só
coração e numa só alma.
Durante a Oração dos Fiéis, todos ficam de pé %uFFFD a posição própria do orante e como rezavam os primeiros cristãos.
III %uFFFD LITURGIA EUCARÍSTICA
Onde
o mesmo pão é repartido entre muitos... O Sacrifício redentor de Cristo
é universal. Destina-se a toda a humanidade. Seu valor é espiritual,
infinito para todos.
A Eucaristia, como Sacramento, renova a Ceia Pascal; como Sacrifício, renova a ato redentor de Cristo na Cruz.
Todos
os gestos, palavras, preces e cantos da Liturgia da Palavra devem levar
a Assembléia a participar da Ceia que o Senhor desejou "ardentemente"
celebrar com seus discípulos.
1. Preparação das Oferendas (Ofertório)
i) Canto e Procissão das Oferendas
Durante
e preparação das oferendas, canta-se o Canto do Ofertório. As
principais ofertas são o pão e o vinho. Podem-se trazer outras coisas,
como ramos de trigo, cachos de uva, água, flores.
O ato de levar ao
altar as ofertas significa que o pão e o vinho estão saindo das mãos do
homem que trabalha. As outras oferendas representam também a vida do
povo: a flor, símbolo de amor e gratidão; a coleta em dinheiro, fruto do
trabalho e da generosidade dos fiéis.
O dinheiro para o ofertório é
a nossa oferta para a conservação e manutenção da casa de Deus. Não é
uma "esmola", pois Deus não é mendigo, mas o Senhor de nossa vida. Outra
condição para Deus aceitar a nossa oferta é que estejamos em paz como
nossos irmãos. A fé pede nossa comunhão com Deus e com os irmãos (cf. Mt
5,23-24).
A procissão é opcional. Quando houver, deve haver alguma
colocação do comentarista, explicando o sentido das ofertas, sobretudo
quando se leva algo que não seja o pão e o vinho. As ofertas devem ter
um significado e ajudar a participação da comunidade na Liturgia.
As pessoas que trazem as oferendas em procissão não as trazem apenas em seu nome, mas representando toda a comunidade.
No
início da Missa, o Presidente e seus Ministros ficam nas cadeiras em
frente ao altar. Eles não vão para o altar, porque este representa a
mesa da Ceia, que começa na Liturgia Eucarística.
Ao fim da Oração
dos Fiéis, o Presidente e os Ministros vão para o altar para preparar as
oferendas: corporal estendido no centro (como uma toalha), missal
aberto, o cálice e a patena com a hóstia grande do sacerdote (que pode
vir junto com as hóstias dos fiéis, na âmbula %uFFFD sentido de unidade
do Presidente com a Assembléia).
ii) Apresentação do Pão e do Vinho
Na
Missa, oferecemos a Deus o pão e vinho que, pelo poder do mesmo Deus,
mudam-se no Corpo e no Sangue do Senhor. Deus aceita nossa oferta e a
transforma numa dádiva de valor infinito %uFFFD a própria Divindade!
O Presidente recebe as ofertas da comunidade e, por sua vez, oferece o pão a Deus, dizendo:
"Bendito
sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de vossa
bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que agora vos
apresentamos e para nós se vai tornar pão da vida!"
E a Assembléia responde:
"Bendito seja Deus para sempre!"
Então
o padre coloca a hóstia (de trigo puro, não fermentado) sobre o
corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Antes, ele põe
um pouco de água no vinho e diz: "Pelo mistério desta água e deste
vinho, possamos participar da divindade de vosso Filho, que se dignou
assumir a nossa humanidade."
A mistura da água no vinho (puro, de
uva) simboliza a união da natureza humana com a divina. Nós (água), na
Missa, nos unimos a Cristo (vinho) para formar um só Corpo com Ele. Em
seguida, o Presidente eleva o cálice e diz:
"Bendito sejais, Senhor,
Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da
videira e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se
vai tornar vinho da salvação!"
E a Assembléia bendiz a Deus:
"Bendito seja Deus para sempre!"
Abençoar
é bendizer! Bendizemos a Deus nessa hora porque o pão comum que
oferecemos vai se tornar para nós o "Pão da Vida" e o vinho, o "Vinho da
Salvação". E porque recebemos muito mais do que oferecemos.
O
cálice com o vinho e a âmbula com as hóstias para a comunidade ficam
sobre o corporal, no centro do altar, junto da hóstia grande do
Presidente, que é colocada sobre a patena.
iii) Presidente lava as mãos
A oração seguinte fala que nosso sacrifício é aceito por Deus quando temos um coração purificado e humilde.
Após colocar o cálice sobre o corporal, o padre inclina-se diante do altar e reza em voz baixa:
"De
coração contrito e humilde, sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja o
nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso
Deus!"
Essa oração é tirada do Livro de Daniel. Deportado para a
Babilônia, o Povo de Israel estava longe do Templo e não podia oferecer a
Deus os sacrifícios de cordeiros e bois. Então Azarias fez essa bela
oração, oferecendo a Deus o seu sacrifício espiritual.
Quando a
missa é festiva, costuma-se incensar o altar, o Presidente da Celebração
e a Assembléia. O incenso significa que aquele sacrifício deve subir
até Deus, como a fumaça.
Antigamente a comunidade levava para o
altar ofertas como alimentos e outros objetos que poderiam sujar as mãos
do padre, que, por isso, lavava as mãos. Hoje, além da purificação das
mãos, há também o sentido da purificação espiritual. Ao lavar as mãos, o
padre reza em voz baixa:
"Lavai-me, Senhor, das minhas faltas e purificai-me do meu pecado." (Sl 50,4)
Essa oração lembra Davi pedindo perdão de seu pecado.
iv) Orai, irmãos!
O sacerdote intercede por toda a Assembléia, que deve responder ativamente.
Assim, o padre se volta ao povo e pede:
"Orai, irmãos, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai Todo-Poderoso!"
Ao que a Assembléia responde:
"Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória de seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja."
Em primeiro lugar, a glória de Deus!
v) Oração sobre as Oferendas
Tem por fim colocar nas mãos de Deus os dons que trouxemos para o sacrifício.
É um modo de insistir a mesma coisa diante de Deus, como nas parábola que Jesus contou (cf. Lc 11,5-8 e 18,1-8).
2. Oração Eucarística ou Anáfora
Inicia
o centro, o "coração" da Celebração %uFFFD o Mistério da presença real
de Jesus no pão e vinho consagrados. Não é "mais uma oração" da missa
%uFFFD é a própria Missa.
Para os judeus, santo era todo o lugar
onde Deus se manifestava. De modo especial, o Templo era santo. Dentro
do Templo, havia uma parte santíssima %uFFFD o "santo dos santos", uma
sala que continha a Arca da Aliança ou Tabernáculo. Lá só o sumo
sacerdote entrava, e uma vez por ano apenas, para o sacrifício
expiatório. Só depois de se purificar é que o sacerdote podia entrar
ali.
Hoje, em termos de presença de Deus, o mais simples templo
católico é mais importante que o Templo de Jerusalém, porque tem dentro
de si mais que a Arca da Aliança: o próprio Cristo, Deus Vivo, no
sacrário, com a luz acesa ao lado. Ele é o verdadeiro "Santo dos
Santos".
Antes do Concílio Vaticano II, havia uma só forma de Oração
Eucarística. Atualmente, para que cada povo possa participar mais e
utilizarem sua própria cultura existem várias fórmulas que são aprovadas
pela Igreja. No Brasil existem 14 formas.
i) Prefácio e "Santo"
O
Prefácio é um hino de "abertura", que nos introduz no Mistério
Eucarístico. Nele, o padre convida o povo a elevar seus corações a Deus e
proclamar a santidade de Deus, dando-lhe graças.
No Prefácio, o Presidente sempre reza de braços abertos. Ele inicia com o diálogo:
Padre: O Senhor esteja convosco!
Povo: Ele está no meio de nós.
Padre: Corações ao alto!
Povo: O nosso coração está em Deus.
Padre: Demos graças ao Senhor nosso Deus!
Povo: É nosso dever e nossa salvação.
O trecho seguinte do Prefácio compreende algumas palavras próprias, dependendo do Tempo Litúrgico ou da festa que se celebra.
O final do Prefácio é sempre igual. Termina com o cântico:
"Santo,
Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! O céu e a terra proclamam a
vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hosana nas alturas!"
O "Santo" é tirado de Is 6,3. A repetição, dizendo 3 vezes "Santo" significa o máximo de santidade, "Santíssimo".
Às
vezes, quando o "Santo" é cantado, mudam-se algumas palavras, mas o
sentido deve ser o mesmo. O Santo deveria ser sempre cantado.
ii) Invocação do Espírito Santo
Momentos
antes da Consagração, o padre estende as mãos sobre o pão e o vinho e
pede ao Pai que os santifique, enviando sobre eles o Espírito Santo.
Toda invocação do Espírito Santo é feita de pé.
iii) Narrativa da Ceia e Consagração do Pão e do Vinho
Neste
momento a Assembléia se ajoelha, ou mesmo de pé (normalmente aqueles
que por algum problema não podem ajoelhar-se) porém em posição de
adoração (cabeça baixa, em posição de reverência). A Ceia Eucarística
celebrada por Jesus com os Apóstolos teve origem na Ceia Pascal
Hebraica, que também não é celebrada como uma simples recordação, mas
como um acontecimento que se faz presente.
Dentro da missa, esta é a hora da transformação do pão e do vinho, que se tornam o Corpo e o Sangue do Senhor.
Por
ordem de Cristo, o Presidente recorda o que Jesus fez na Última Ceia.
Ele pega o pão, o apresenta ao povo e pronuncia as palavras de
Consagração:
"Tomai, todos, e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós." (Lc 22,17ss)
Após
a consagração do pão, o padre levanta a hóstia à vista da Assembléia. A
seguir, genuflecte para adorar Jesus presente no Santíssimo Sacramento.
A mesma coisa faz o padre com o cálice de vinho. Ele recorda que
Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o deu a seus
discípulos, dizendo:
"Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu
Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e
por todos, para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim."
Novamente, o padre genuflecte para adorar o Cristo presente após a consagração do vinho.
Na
Consagração do pão e do vinho o povo deve ajoelhar-se ou ainda fazer
uma profunda inclinação de cabeça no momento em que o padre eleva a
hóstia e o cálice.
Durante as palavras de Consagração é que há a
transubstanciação % uFFFD a transformação das espécies no Corpo
Eucarístico. Nessa hora, o silêncio deve ser total %uFFFD não deve haver
nem mesmo fundo musical.
Lembremos que na missa o padre age "in
persona Christi", ou seja, em lugar da pessoa de Cristo. É como se Jesus
estivesse pessoalmente presidindo a Celebração.
A Igreja celebra a Missa para cumprir a vontade de Jesus, que mandou celebrar a Ceia:
"Fazei isto em memória de mim!"
No
início das comunidades cristãs, eles não falavam "missa", mas "fração
do pão" (cf. At 2,42). São Paulo também fala de missas celebradas em
algumas comunidades (cf 1Cor 11,17-34), inclusive celebradas por ele
(cf. At 20,7-11).
A Eucaristia não é simplesmente uma das coisas que
Jesus fez por nós: é a grande surpresa que Ele nos preparou durante
toda a sua vida. Ele já havia prometido nos dar "pão vivo descido do
céu" e que esse pão seria a sua carne "para a nossa salvação" (cf. Jo
6,35-69).
iv) "Eis o Mistério da Fé!"
Terminada a Consagração, o Presidente proclama solenemente, mostrando o Sacramento:
"Eis o Mistério de nossa fé!"
v) Lembrança da Morte e Ressurreição de Jesus
A
Assembléia, levanta-se no mesmo momento em que o padre (logo depois da
consagração do vinho ele genuflectiu e se levantou) e responde:
"Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!"
Há
outras formas de resposta. O que é importante é que todos respondam com
fé! O Mistério só é aceito por quem crê! Assim, as palavras do
celebrante soam como que um "desafio à fé": "Eis o Mistério da fé!" No
Emaús temos o costume de cantar o Maranatha que é perfeitamente
litúrgico para o momento, é um clamor ao Jesus que vem!
vi) Orações pela Igreja
A
Igreja é o "Corpo Místico de Cristo". Nela circula a vida da Graça. É o
que chamamos de Comunhão dos Santos, dita no "Creio". Entre todos os
membros da Igreja, no céu ou na terra, existe a intercomunicação da
Graça. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da grande
Família de Deus.
Assim, na Missa, dentre as orações pela Igreja, a
primeira é pelo Papa e pelo Bispo Diocesano, pelas suas grandes
responsabilidades. Pedimos também pelos evangelizadores e evangelizados,
pela conversão dos pagãos e pela perseverança dos cristãos.
Oramos
também pelos falecidos % uFFFD um ato de caridade. Na Bíblia há um
elogio a Judas Macabeu pela sua intercessão e oferecimento de um
"sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem
absolvidos do seu pecado" (2Mac 12,45-46).
Finalmente pedimos por
nós como "povo santo e pecador", para que estejamos um dia reunidos com a
Virgem Maria, os Apóstolos e todos os bem- aventurados no céu, para
louvarmos e bendizermos a Deus. A oração termina "por Jesus Cristo nosso
Senhor", que nos disse:
"Em verdade, em verdade, vos digo: se
pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, ele vos dará. Até agora não
pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis." (Jo 16,23-24)
vii) Louvor Final ("Por Cristo...")
É
dito pelo sacerdote e somente por ele. Esse é o verdadeiro ofertório,
pois é o próprio Cristo que oferece e é oferecido. É por meio de Jesus
que damos graças e louvores ao Pai. Ele é o nosso Pontífice, isto é, a
nossa "ponte" entre o céu e a terra, como Ele disse:
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim." (Jo 14,6)
Por isso, encerra-se a Oração Eucarística proclamando:
Padre:
"Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na
unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para
sempre!"
Depois disso a Assembléia responde o chamado GRANDE AMÉM,
que é o principal de toda a missa! Devia ser festivamente dito ou
cantado com uma profunda devoção pois é o Amém Síntese da Missa.
Esse até de louvor é dito de pé, sendo que o Presidente levanta a hóstia e o cálice.
3. Rito da Comunhão
i) Pai-Nosso e Oração Seguinte
Começa
a preparação para a Comunhão Eucarística. É a síntese do Evangelho.
Para bem rezá-lo, precisamos entrar no pensamento de Jesus e na vontade
do Pai. É uma oração de sentido comunitário que, mesmo rezada só,
deve-se proferi-la em intenção de todos.
Para comungar o Corpo do
Senhor na Eucaristia, preciso estar em comunhão com meus irmãos %uFFFD
membros do Corpo Místico de Cristo.
A oração do Pai Nosso é rezada da seguinte forma:
"Pai
nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o
vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o
pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal."
O primeiro céus aparece no plural
na versão em português do Pai-Nosso por significar TODO LUGAR e um
estado de espírito, de alegria de VIDA. O segundo céu aparece no
singular em oposição a terra, significando realmente o céu no sentido da
Vida Eterna. Dizemos perdoai-NOS com a partícula NOS pois pedimos que
Deus perdoe a NÓS e não as nossas ofensas, assim como perdoamos AQUELES
que nos ofenderam e não os pecados deles.
Dentro da missa, o Pai
Nosso não tem o AMÉM final. A oração do Pai Nosso se estende até o
final da oração que o sacerdote reza a seguir, pedindo a Deus que nos
livre de todos os males. Porque só quando estamos libertos do mal é que
podemos experimentar a paz e dar a paz. Assim como só Deus pode dar a
verdadeira paz, também só quem está em comunhão com Deus é que pode
comunicar a seus irmãos a paz.
Sac.: Livrai-nos de todos os males, ó
Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia,
sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos,
enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo salvador.
O
"Amém" do Pai Nosso, dentro da missa é substituído pela oração: "Vosso é
o reino, o poder e a glória para sempre!", que é dito logo após a
oração anterior.
ii) Saudação da Paz
A paz é um dom de Deus, que só ele pode dar:
"Deixo-vos a paz. Dou-vos a minha paz. Não a dou como o mundo a dá." (Jo 14,27)
Antes
de o Presidente convidar a Assembléia para que se saúdem mutuamente no
amor de Cristo, ele recorda as palavras de Jesus, fazendo este diálogo
com o povo:
Padre: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos
Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os
nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe segundo o
vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o
Espírito Santo.
Povo: Amém!
Padre: A paz do Senhor esteja sempre convosco!
Povo: O amor de Cristo nos uniu.
iii) Fração do Pão
Ao
fim da saudação entre os fiéis, o celebrante parte a hóstia grande e
coloca um pedacinho dela dentro do cálice com vinho consagrado. Esse ato
tem o sinal da fraternidade, da repartição do pão, como Jesus o fez
para seus discípulos na Ceia, além do reconhecimento de Cristo, por
parte dos discípulos de Emaús, ao partir o pão em sua casa.
iv) Cordeiro de Deus
Logo após, o Presidente põe um pedaço da Hóstia no cálice e reza em voz baixa:
"Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna!"
Ao mesmo tempo, a Assembléia canta o "Cordeiro de Deus".
Embora
no Ato Penitencial todos já se tenham purificado, ao aproximar-se do
momento da Comunhão os fiéis sentem-se indignos de receber o Corpo do
Senhor e pedem perdão mais uma vez, dizendo:
"Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós! Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós! Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!"
Enquanto isso, o padre se
inclina diante do Santíssimo Sacramento e pede a Jesus que aquela
comunhão seja para a sua salvação. Ninguém se atreva a receber o Corpo
do Senhor indignamente!
No AT e no NT Jesus é apresentado como o
"Cordeiro de Deus". Sete séculos antes de Cristo, o profeta Isaías
predisse que o Messias seria levado à morte, "sem abrir a boca, como um
cordeiro conduzido ao matadouro" (cf. Is 53,7). João Batista, ao ver
Jesus passando, disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo" (Jo 1,29). São Paulo disse: "Cristo, nossa Páscoa, foi imolado"
(1Cor 5,7b).
E, de fato, na hora em que Jesus morria na cruz, era
imolado no Templo o cordeiro pascal para os judeus comemorarem a Páscoa.
São Pedro também disse que não fomos resgatados pelo preço vil de ouro
ou de prata, mas "pelo sangue precioso de Cristo, o Cordeiro sem mancha"
(cf. 1Pd 1,18-19).
v) Felizes os Convidados!
Terminado o "Cordeiro de Deus", o Presidente levanta a Hóstia consagrada e a apresenta à Assembléia, dizendo:
"Felizes os convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! "
Pelo
sangue de Cristo fomos salvos. Jesus é o nosso Libertador. Dele nos
aproximamos com alegria. Daí o Presidente nos convidar à comunhão,
dizendo "Felizes os convidados".
Ao que o povo responde:
"Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo."
Essa
resposta é tirada da resposta do oficial romano, o centurião, dada a
Jesus (cf. Mt 8,8). Na verdade, ninguém é digno de comungar. É por
bondade de Jesus que Ele vem a nós. Por isso, nos aproximamos da
Comunhão com fé e humildade.
A comunhão eucarística não é um
"prêmio" para os justos que já se libertaram de todos os pecados, mas um
Alimento que fortalece os pecadores na sua caminhada em busca da
libertação de todo o mal.
vi) Distribuição da Comunhão
Comungar
é receber Jesus Cristo, Rei dos reis, para alimento de vida eterna.
Quem comunga deve meditar um pouco nesse Mistério da presença real do
Senhor em sua vida. E não comungar e já ir saindo da Igreja, ou ficar
conversando e se distraindo. Não convém nem mesmo ir rezar diante de
alguma imagem, pois Jesus deve ser o centro da atenção e piedade nessa
hora. Ele é o Hóspede divino que acaba de ser recebido.
Após dizer "Felizes os convidados...", com a resposta da comunidade, o padre reza em voz baixa:
"Que o Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna."
Em
seguida, comunga o Corpo e o Sangue do Senhor. Depois o padre e os
ministros dão a comunhão para os fiéis. Mostrando a Hóstia a cada um,
diz:
"O Corpo de Cristo!"
E quem comunga responde: "Amém!"
Quanto
ao modo de receber a comunhão, na boca ou na mão, é de competência do
Bispo. Quem comunga, recebendo a Hóstia na mão, deve elevar a mão
esquerda aberta, para o padre colocar a comunhão na palma da mão. O
comungante, imediatamente, pega a Hóstia com a mão direita e comunga ali
mesmo, na frente do padre. Não pode sair com a Hóstia na mão e comungar
andando.
Para comungar é preciso estar na Graça de Deus (sem pecado grave) e em jejum (uma hora antes da comunhão).
Por
uma questão prática, normalmente se dá apenas a Hóstia e não o Vinho
Consagrado. Porém, na Hóstia está o Cristo inteiro e vivo, com seu
corpo, sangue, alma e divindade.
vii) Canto de Ação de Graças
Após
a Comunhão do povo, convém haver alguns momentos de silêncio para
interiorização da Palavra de Deus e ação de graças. Pode-se também
recitar algum salmo ou cantar algum canto de ação de graças. Não é o
momento de dar avisos ou prestar homenagens a alguém. A Ação de Graças é
de toda a Assembléia e não apenas dos cantores ou de algum solista.
viii) Oração após a Comunhão
Apenas
após terminada esta oração, que é presidencial, podem-se dar avisos e
fazer convites. Se for algo breve, a Assembléia pode ouvir de pé, caso
contrário, pode sentar-se.
IV %uFFFD RITOS FINAIS
1. Comunicados e Convites
2. Bênção Final
Solene,
dada pelo Presidente. Antes da bênção, o Presidente da Celebração saúda
a Assembléia, dizendo: "O Senhor esteja convosco!" E todos respondem:
"Ele está no meio de nós."
Nesta hora, se a comunidade estiver
sentada, deve levantar-se. Aí vem a bênção, que pode ser com uma fórmula
simples ou solene. Por exemplo, uma fórmula é: "Abençoe-vos Deus
Todo-Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo!" E todos respondem "Amém!"
Ao dar a bênção, o padre traça uma cruz sobre a Assembléia e todos devem inclinar a cabeça.
É
muito importante a bênção de Deus dada solenemente na Missa! Essa
bênção é para cada pessoa presente! É preciso valorizar mais e receber
com fé a bênção solene dada no final da Missa.
A Missa termina com a
bênção! Em seguida, vem o canto final, que deve ser alegre, pois foi
uma felicidade ter participado da Missa.
3. Despedida
Todos devem esperar o sacerdote sair do altar para depois se retirarem.
Bibliografia:
A Missa Parte por Parte -Pe. Luiz Cechinato, 18ª ed., Ed. Vozes, 1992
Celebrar a Vida Cristã - Ed. Vozes
Catecismo da Igreja Católica
Riquezas da Mensagem Cristã - Ed. Lumen Christi