quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ser médico hoje


Diante de sua vocação e missão, o médico é chamado a conjugar três verbos: lembrar, reconhecer e agradecer.
Para o médico, cada pessoa deve ser única.
Por Dom Murilo S. R. Krieger*

Tendo em vista a festa de seu padroeiro – São Lucas, no dia 18 de outubro –, os médicos da Associação Bahiana de Medicina me convidaram para lhes dar uma palestra sobre "As possibilidades e os desafios do médico hoje". Não tenho condições de transcrever neste espaço tudo o que lhes falei; posso, sim, recordar algumas ideias que traduzirão minha gratidão por sua presença e missão na sociedade e em minha vida.

São Lucas é padroeiro dos médicos porque ele próprio foi um médico. Quem testemunhou isso foi o apóstolo S. Paulo que, no final de sua carta aos Colossenses (de Colossas, cidade da Ásia Menor – hoje, Turquia), escreveu: “Saúdam-vos, enfim, Lucas, o querido médico, e Demas” (Cl 4,14).

Há médicos porque existem doenças e existe a dor: "A enfermidade e o sofrimento sempre estiveram entre os problemas mais graves da vida humana. Na doença, o homem experimenta sua impotência, seus limites e sua finitude. (...) A enfermidade pode levar a pessoa à angústia, a fechar-se sobre si mesma e, às vezes, ao desespero e à revolta contra Deus. Também pode, no entanto, tornar a pessoa mais madura, ajudá-la a discernir em sua vida o que não é essencial, para voltar-se àquilo que é essencial. Não raro, a doença provoca a busca de Deus, um retorno a Ele”. (CIC, 1500-1501).

Jesus Cristo, ao longo de sua vida, demonstrou compaixão para com os doentes, e os curou. Com essa sua atitude, deixava claro que, para Deus, o ser humano ideal é o saudável. De quem é a “culpa” pela doença e pelo sofrimento? A fé nos responde que a causa do sofrimento é o pecado. O Papa emérito Bento XVI lembrou que “... o sofrimento faz parte da existência humana. Este deriva, por um lado, da nossa finitude e, por outro, do volume de culpa que se acumulou ao longo da história e, mesmo atualmente, cresce de modo irreprimível. Certamente, é preciso fazer tudo o que for possível para diminuir o sofrimento... mas eliminá-lo completamente do mundo não entra nas nossas possibilidades, simplesmente porque não podemos desfazer-nos da nossa finitude e porque nenhum de nós é capaz de eliminar o poder do mal, da culpa que – como constatamos - é fonte contínua de sofrimento” (Bento XVI, Spes salvi, 36).

As atividades que os médicos realizam todos os dias são um nobre serviço em benefício da vida. Sua missão os coloca diariamente em contato com a misteriosa e maravilhosa realidade da vida humana, impelindo-os a se ocuparem dos sofrimentos e das esperanças de inúmeros irmãos e irmãs. O doente deve ser ajudado a reencontrar o bem-estar não só físico, mas também psicológico e moral; isso supõe do médico, além de competência profissional, uma atitude de solicitude amorosa, inspirada na imagem evangélica do bom Samaritano.

Dentre os valores que devem guiar os trabalhos dos médicos merecem destaque o respeito à vida – que deve ser defendida e salva também quando no ventre materno ou em seu estágio final –, e o respeito pela unidade do ser humano, com suas dimensões corporal, afetiva, intelectual e espiritual.

Diante de sua vocação e missão, o médico é chamado a conjugar três verbos: lembrar, reconhecer e agradecer. (1º) Lembrar que a saúde é um dom preciso. Muitas vezes a pessoa só percebe isso quando a saúde lhe falta ou parece fugir de suas mãos. (2º) Reconhecer que ele, médico, é limitado. Longe de ser um “deus” – apesar de todo valor que a sociedade lhe dá –, não terá resposta para muitas situações que enfrentará.

Cada pessoa é única e, portanto, cada doente tem direito de receber toda a sua atenção. Como médico, estará sempre diante de pessoas frágeis e fragilizadas, capazes de valorizar tanto a saúde que, em função dela, se disporão a desfazer-se de seus bens para pagar o tratamento. (3º) Agradecer a Deus pela importância de seu trabalho, feito em favor do próximo – imagem de Deus. Quanto mais frágil for uma pessoa, mais forte é a imagem divina nela impressa. Agradecer, enfim, o privilégio de viver em função de uma missão que ocupou um lugar privilegiado na vida de Jesus Cristo.
CNBB, 21-10-2014.
*Dom Murilo S. R. Krieger, scj, é arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil.

Consep: Cardeais apresentam assuntos abordados no Sínodo dos Bispos



“Estamos vivendo um processo sinodal, de amadurecimento, aprofundamento de todas as questões que envolvem a família no contexto da evangelização”, esclareceu o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, nesta terça-feira, 21, aos bispos do Conselho Permanente, reunidos em Brasília (DF).  O cardeal foi um dos três presidentes delegados da 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo, realizada de 5 a 19 de outubro, com o tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.
Segundo o arcebispo, uma novidade é que o Sínodo acontece em duas etapas. A primeira foi a Assembleia Extraordinária. Já a segunda, a 14ª Assembleia do Sínodo dos Bispos,  acontecerá, de 4 a 25 de outubro de 2015, com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo”.
Dom Damasceno disse que esta primeira fase do Sínodo foi marcada por intervenções e testemunhos sobre vários aspectos relacionados à família na atualidade. O cardeal apontou os temas mais abordados durante o evento como os desafios culturais e econômicos, divórcio, violência no ambiente familiar, a vida sacramental dos casais em segunda união, união civil de pessoas do mesmo sexo.
Para o arcebispo de São Paulo e um dos padres sinodais, cardeal Odilo Pedro Scherer, o Sínodo provocou o questionamento sobre os desafios pastorais da Igreja no contexto da evangelização. “Diante de todos esses desafios, o que a Igreja vai fazer? Como se posicionar e que atitudes tomar?”, disse serem estas as principais questões do Sínodo.  De acordo com dom Odilo, “o grande eixo é o da nova evangelização. Isso continua na assembleia do ano que vem, mas ampliando o horizonte. O tema será a vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo. No próximo ano, entrarão mais as questões doutrinais”, assinalou.
Dom Odilo explicou, ainda, que o Sínodo não toma decisões. “É um organismo consultivo. O papa convoca o Sínodo para ouvir a Igreja. O que é produzido não é uma decisão, mas proposta”,  acrescentou.
O arcebispo de São Paulo lembrou também que o Sínodo é fruto do Concílio Vaticano II e que “foi instituído por Paulo VI para dar continuidade às questões do Concílio e as que viriam depois”.
Além de dom Raymundo Damasceno Assis e de dom Odilo Pedro Scherer, representaram o Brasil na 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos os cardeais: João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Também participaram da Assembleia o eparca da Eparquia Maronita de Nossa Senhora do Líbano (SP), dom Edgard Amine Madi, e o casal responsável pelas equipes de Nossa Senhora da super-região do Brasil, Arturo e Hermelinda Zamberline.
O evento reuniu 191 padres sinodais e 62 participantes entre especialistas, auditores e delegados fraternos.
Fonte: CNBB

Liturgia Diária

DIA 22 DE OUTUBRO - QUARTA-FEIRA

XXIX SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).
Oração do dia
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Efésios 3,2-12)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
3 2 Vós deveis ter aprendido o modo como Deus me concedeu esta graça que me foi feita a vosso respeito.
3 Foi por revelação que me foi manifestado o mistério que acabo de esboçar.
4 Lendo-me, podereis entender a compreensão que me foi concedida do mistério cristão,
5 que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.
6 A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho.
7 Eu me tornei servo deste Evangelho em virtude da graça que me foi dada pela onipotente ação divina.
8 A mim, o mais insignificante dentre todos os santos, coube-me a graça de anunciar entre os pagãos a inexplorável riqueza de Cristo,
9 e a todos manifestar o desígnio salvador de Deus, mistério oculto desde a eternidade em Deus, que tudo criou.
10 Assim, de ora em diante, as dominações e as potestades celestes podem conhecer, pela Igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina,
11 de acordo com o desígnio eterno que Deus realizou em Jesus Cristo, nosso Senhor.
12 Pela fé que nele depositamos, temos plena confiança de aproximar-nos junto de Deus.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial Is 12
Com alegria bebereis do manancial da salvação. 

Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo;
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
com alegria bebereis do manancial da salvação.

E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

Louvai, cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião,
porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”
Evangelho (Lucas 12,39-48)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 39 disse Jesus: “Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa.
40 Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem”.
41 Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?”
42 O Senhor replicou: “Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo?
43 Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier!
44 Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens.
45 Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
46 o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis.
47 O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes.
48 Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O SERVO PRUDENTE E FIEL
O discípulo do Reino não se deixa pegar de surpresa. Pelo contrário, ele se precavém e cuida para não deixar o pecado se apoderar de seu coração, indispondo-o a receber o Senhor. Sua atenção deve ser como a de um homem que guarda sua casa, sabendo a que horas virá o ladrão. O homem sábio protege sua propriedade e frustra a ação do arrombador. O ladrão não o pega desprevenido.
O cristão sabe apenas que o Senhor virá de maneira improvisa e não quer se deixar pegar de surpresa. Daí seu esforço para superar a preguiça e a indolência. Ele age sempre com prudência e fidelidade. A prudência leva-o a não perder de vista a exortação do Senhor que anunciou sua vinda como certa. A fidelidade mantém-no na via traçada pelo Senhor, porque sabe que é inútil optar por desvios ou falsas propostas de salvação. A prudência coloca diante dele o Reino e o que está reservado para quem se encontrar preparado, por ocasião da vinda do Senhor. A fidelidade convence-o de que vale a pena consagrar toda a vida ao Senhor e ao seu Reino.
Sobretudo, o cristão está convencido da responsabilidade que lhe foi confiada. Na ausência do Senhor, compete-lhe entregar-se, sem reserva, à construção do Reino. É arriscado não levar a sério esta missão. Bem-aventurado quem for encontrado fazendo o bem!

Oração
Senhor Jesus, reforça minha responsabilidade no serviço ao Reino, para eu ser encontrado fazendo o bem.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Dai-nos, ó Deus, usar os vossos dons servindo-vos com liberdade, para que, purificados pela vossa graça, sejamos renovados pelos mistérios que celebramos em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: O Filho do Homem veio dar a sua vida para a salvação dos homens (Mc 10,45).
Depois da comunhão
Dai-nos, ó Deus, colher os frutos da nossa participação na eucaristia para que, auxiliados pelos bens terrenos, possamos conhecer os valores eternos. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

BEATO TIMÓTEO GIACCARDO
(VERMELHO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Ó Deus, que guiastes com a luz da vossa palavra e com a força da eucaristia o bem-aventurado Timóteo Giaccardo na vida e no apostolado, fazei que por sua intercessão, na Igreja e no mundo, os meios de comunicação social sejam utilizados para conduzir ao bem e contribuam eficazmente em todos os lugares para a difusão da mensagem evangélica. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Santificai, Senhor, com a vossa benção, os dons que vos oferecemos na memória do bem-aventurado Timóteo Giaccardo. Transformai-os para nós em sacramento de salvação, a fim de que, aproximando-nos do vosso altar, sejamos libertados de toda culpa e possamos participar do banquete da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: A comunhão no vosso sacramento nos santifique e nos renove, Senhor, e a intercessão do bem-aventurado Timóteo Giaccardo nos ajude a progredir a cada dia na doação ao vosso serviço. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (BEATO TIMÓTEO GIACCARDO):
Em maio de 1908, José, nascido em Narzole, província de Cuneo, encontrou o futuro fundador da Família Paulina, padre Tiago Alberione, que, ao reconhecer nele dons de natureza e de graça, encaminhou-o para o sacerdócio no seminário de Alba. Padre Alberione, captando os “sinais dos tempos”, em 1914 fundou a congregação religiosa da Sociedade de São Paulo, depois o ramo feminino das filhas de são Paulo, para difundir a mensagem evangélica por meio dos meios de comunicação social. Em 1917, José Giaccardo ingressou na congregação paulina e foi colaborador fidelíssimo do fundador. Ordenado sacerdote em 1919, viveu o espírito do Evangelho e o ensinamento de são Paulo com profunda e progressiva interioridade, desdobrando-se pelas congregações paulinas, em particular para a terceira, nascida em 1924, as irmãs pias discípulas do Divino Mestre, cujo reconhecimento jurídico teve um difícil caminho. “Ofereço minha vida ao Senhor”, disse, “para que esta congregação tenha vida na Igreja. Estou seguro de que Deus me ouvirá”. A congregação teve o decreto de louvor de Pio XII em 12 de janeiro de 1948. Doze dias depois, padre Timóteo (este era o nome assumido por ele na profissão religiosa) morria. Celebrava-se a festa litúrgica de são Timóteo, o fiel discípulo de são Paulo. Padre Giaccardo foi beatificado em 22 de outubro de 1989.

Evangelho do Dia

Ano A - 22 de outubro de 2014

Lucas 12,39-48

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt24,42.44).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 39 disse Jesus: “Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa.
40 Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem”.
41 Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?”
42 O Senhor replicou: “Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo?
43 Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier!
44 Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens.
45 Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
46 o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis.
47 O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes.
48 Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O SERVO PRUDENTE E FIEL
O discípulo do Reino não se deixa pegar de surpresa. Pelo contrário, ele se precavém e cuida para não deixar o pecado se apoderar de seu coração, indispondo-o a receber o Senhor. Sua atenção deve ser como a de um homem que guarda sua casa, sabendo a que horas virá o ladrão. O homem sábio protege sua propriedade e frustra a ação do arrombador. O ladrão não o pega desprevenido.
O cristão sabe apenas que o Senhor virá de maneira improvisa e não quer se deixar pegar de surpresa. Daí seu esforço para superar a preguiça e a indolência. Ele age sempre com prudência e fidelidade. A prudência leva-o a não perder de vista a exortação do Senhor que anunciou sua vinda como certa. A fidelidade mantém-no na via traçada pelo Senhor, porque sabe que é inútil optar por desvios ou falsas propostas de salvação. A prudência coloca diante dele o Reino e o que está reservado para quem se encontrar preparado, por ocasião da vinda do Senhor. A fidelidade convence-o de que vale a pena consagrar toda a vida ao Senhor e ao seu Reino.
Sobretudo, o cristão está convencido da responsabilidade que lhe foi confiada. Na ausência do Senhor, compete-lhe entregar-se, sem reserva, à construção do Reino. É arriscado não levar a sério esta missão. Bem-aventurado quem for encontrado fazendo o bem!

Oração
Senhor Jesus, reforça minha responsabilidade no serviço ao Reino, para eu ser encontrado fazendo o bem.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Efésios 3,2-12
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
3 2 Vós deveis ter aprendido o modo como Deus me concedeu esta graça que me foi feita a vosso respeito.
3 Foi por revelação que me foi manifestado o mistério que acabo de esboçar.
4 Lendo-me, podereis entender a compreensão que me foi concedida do mistério cristão,
5 que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.
6 A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho.
7 Eu me tornei servo deste Evangelho em virtude da graça que me foi dada pela onipotente ação divina.
8 A mim, o mais insignificante dentre todos os santos, coube-me a graça de anunciar entre os pagãos a inexplorável riqueza de Cristo,
9 e a todos manifestar o desígnio salvador de Deus, mistério oculto desde a eternidade em Deus, que tudo criou.
10 Assim, de ora em diante, as dominações e as potestades celestes podem conhecer, pela Igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina,
11 de acordo com o desígnio eterno que Deus realizou em Jesus Cristo, nosso Senhor.
12 Pela fé que nele depositamos, temos plena confiança de aproximar-nos junto de Deus.
Palavra do Senhor.
Salmo Is 12
Com alegria bebereis do manancial da salvação. 

Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo;
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
com alegria bebereis do manancial da salvação.

E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

Louvai, cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião,
porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

´Cristãos são povo de esperança´, diz o papa


Em homilia, Francisco ressalta que cristãos são pessoas que sabem esperar.
Cidade do Vaticano – "O cristão é um homem ou uma mulher que sabe esperar Jesus, e por isso, é um homem ou uma mulher de esperança". Foi esse o centro da homilia da missa da manhã de terça-feira (21), presidida pelo papa na Casa Santa Marta. "Os cristãos são um povo que sabe esperar e, na espera, cultivam uma sólida esperança".

Francisco refletiu, ligando o Evangelho de Lucas e a Carta de São Paulo aos Efésios: no primeiro, Cristo fala aos discípulos comparando-se ao patrão que volta tarde de uma festa de casamento e chama os servos que o aguardavam acordados e com as lâmpadas acesas de "beatos". Na cena seguinte, Jesus se faz servo de seus servidores e lhes serve o almoço na mesa.

O papa observou: "O primeiro serviço que o Mestre fez aos cristãos foi lhes dar 'identidade', e relacionando esse ponto às palavras de Paulo aos pagãos, disse: "Recordem-se que naquele tempo estavam sem Cristo, excluídos da cidadania de Israel". Francisco reiterou ainda que “o que Jesus veio fazer conosco foi dar-nos a cidadania, a pertença a um povo; nome e sobrenome”.

Assim, como inimigos sem paz, Cristo nos uniu com seu sangue, abatendo o muro de separação que divide: “Todos nós sabemos que quando não estamos em paz com as pessoas, eleva-se um muro, um muro que divide; mas Jesus nos oferece seu serviço: abate este muro para que nos encontremos. E se estivermos divididos, não seremos amigos, mas inimigos. E fez ainda mais para nos reconciliar em Deus. Reconciliou-nos com Deus: de inimigos a amigos; de estranhos a filhos”.

De “gente de rua”, de pessoas que nem eram “hóspedes”, somos “compatriotas dos Santos e familiares de Deus”, como diria São Paulo. "Isto é o que criou Jesus com a sua vinda. Mas qual é a condição?”, questionou o papa. “Esperá-lo, aguardá-lo como os servos fizeram com seu patrão”.

“Esperar Jesus. Quem não espera Jesus, fecha a porta a Ele, não deixa que faça esta obra de paz, de comunidade, de cidadania, e mais ainda: de nome. Ele nos dá um nome. Nos faz filhos de Deus. Esta é a atitude de esperar Jesus, que está dentro da esperança cristã. O cristão é um homem ou uma mulher de esperança. Sabe que o Senhor virá. E realmente virá, hein? Não sabemos a hora, como eles, mas virá para nos encontrar. Não isolados, inimigos, isso não. Virá para nos encontrar como Ele nos fez com o seu serviço: amigos próximos, em paz”.

A este ponto, conclui o papa Francisco, há outra pergunta que o cristão pode se colocar: como espero Jesus? Ou melhor: “espero ou não espero?”: “Eu acredito nesta esperança, que Ele virá? Eu tenho o coração aberto, para ouvir o barulho, quando bate à porta, quando abre a porta? O cristão é um homem ou uma mulher que sabe esperar Jesus e por isso é homem ou mulher de esperança. Ao invés, o pagão – e muitas vezes nós cristãos nos comportamos como os pagãos – se esquece de Jesus, pensa em si mesmo, nas suas coisas, não espera Jesus. O egoísta pagão faz como se fosse um deus: ‘Eu me viro sozinho’. E essa pessoa acaba mal, acaba sem nome, sem proximidade, sem cidadania”.
SIR

CNBB recebe núncio apostólico no Brasil


Em evento, Dom Giovanni D’aniello fala da importância da formação sacerdotal.
Brasília - "Estou aqui com vocês para ter a alegria de me encontrar e compartilhar algumas considerações no desejo sincero de poder continuar, na amizade e no respeito recíproco, o caminho iniciado juntos desde minha chegada ao seu querido País, que sinto sempre mais como minha segunda pátria”, disse o núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’aniello aos bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos na sede da instituição, nessa terça-feira (21).

Dom Giovanni expressou satisfação ao saber da acolhida que teve a Presidência da CNBB no Vaticano. "É sinal de estima e consideração para com a Igreja no Brasil que me enche de tanto orgulho", ressaltou.

No final de setembro, o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis; o arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente, dom José Belisário; e o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral, dom Leonardo Steiner, viajaram a Roma, onde se encontraram com o papa Francisco e visitaram alguns dicatérios da Cúria Romana.

Formação

Em seu discurso, o núncio pediu aos bispos para que "continuem dando a atenção máxima à formação e à pastoral vocacional" e destacou a importância do projeto da Escola de Formação para Formadores, um dos assuntos em pauta na reunião do Conselho Permanente. Para o núncio, “a concepção do projeto é apropriada e está em consonância com a compreensão atual dos formadores”. Disse, ainda, que a Escola deve propiciar a formação integral do formador, considerando-se os aspectos técnicos e pedagógicos, as dimensões humana e espiritual e o estudo aprofundado dos conteúdos cujo conhecimento haverá de fundamentar o trabalho formativo”.

Ao final, dom Giovanni recordou o discurso do papa Francisco ao episcopado brasileiro sobre o cuidado “de uma formação qualificada que crie pessoas capazes de descer na noite sem ser invadidas pela escuridão e perder-se; capazes de ouvir a ilusão de muitos, sem se deixar seduzir; capazes de acolher as desilusões, sem se desesperar nem precipitar na amargura; capazes de tocar a desintegração alheia, sem se deixar dissolver e decompor na sua própria identidade”.

O cardeal Raymundo Damasceno Assis, manifestou gratidão à presença do núncio e suas palavras de motivação. “Agradeço pela animação de nosso ministério episcopal e pelas palavras que nos incentiva nesta comunhão com o Santo Padre, sucessor de Pedro. Obrigada pelas sugestões em relação à Escola de Formação dos futuros presbíteros e de formação permanente de nosso clero das Igrejas Particulares”, expressou o cardeal.
SIR/CNBB