quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Horários das Celebrações Eucarísticas - Tempo do Natal


Francisco na Missa do Galo: os pastores foram os primeiros a receber o anúncio do nascimento de Jesus porque eram os últimos


Cidade do Vaticano (RV) - Nesta Noite partilhamos a alegria do Evangelho: Deus ama-nos; e ama-nos tanto que nos deu o seu Filho como nosso irmão, como luz nas nossas trevas. O Senhor repete-nos: «Não temais» (Lc 2, 10). E vo-lo repito também eu: Não temais! Foi a exortação do Santo Padre na Missa do Galo celebrada na noite de ontem, no primeiro Natal do Papa Francisco.

De fato, milhares de fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo lotaram a Basílica de São Pedro para participar da tradicional missa da noite de Natal presidida pelo Pontífice, concelebrada por mais de 300 cardeais, bispos e sacerdotes.

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz." Com essa citação do profeta Isaías (9, 1), Francisco iniciou a homilia da celebração. "Esta profecia – disse – não cessa de comover, especialmente quando a ouvimos na liturgia da Noite de Natal."

O Bispo de Roma observou não tratar-se apenas de um fato emotivo, sentimental.

"Comove-nos porque exprime a realidade profunda daquilo que somos: somos povo em caminho, e ao nosso redor – mas também dentro de nós – há trevas e luz."

"E nesta noite, enquanto o espírito das trevas envolve o mundo, renova-se o acontecimento que sempre nos maravilha e surpreende: o povo em caminho vê uma grande luz. Uma luz que nos faz refletir sobre este mistério: o mistério do andar e do ver."

Recordando o curso da história ao longo do caminho da salvação, partindo do nosso pai na fé Abraão, o Bispo de Roma recordou a nossa identidade de fiéis qual povo peregrino que caminha para a terra prometida.

"Deus é luz, e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas", enfatizou o Papa citando a 1º Carta de João (1, 5).

"Diversamente, do lado do povo, alternam-se momentos de luz e de escuridão, fidelidade e infidelidade, obediência e rebelião; momentos de povo peregrino e de povo errante", observou.

"E, na nossa historia pessoal, também se alternam momentos luminosos e escuros, luzes e sombras. Se amamos a Deus e aos irmãos, andamos na luz; mas, se o nosso coração se fecha, se prevalece em nós o orgulho, a mentira, a busca do próprio interesse, então calam as trevas dentro de nós e ao nosso redor."

Aquele que odeia seu irmão está nas trevas e nas trevas caminha, sem saber para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos, frisou o Papa Francisco, citando novamente a 1ª Carta do Apóstolo João (2, 11). Em seguida, recordou o anuncio do Apóstolo Paulo na Carta a Tito (2, 11): "Manifestou-se a graça de Deus, que traz a salvação para todos os homens".

"A graça que se manifestou no mundo é Jesus, nascido da Virgem Maria, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Entrou na nossa história, partilhou o nosso caminho. Veio para nos libertar das trevas e nos dar a luz. N’Ele manifestou-se a graça, a misericórdia, a ternura do Pai: Jesus é o Amor feito carne."

Frisando que Jesus pôs a sua tenda no meio de nós, o Santo Padre recordou que os pastores foram os primeiros a ver esta "tenda", a receber o anúncio de Jesus. "Foram os primeiros porque estavam entre os últimos, os marginalizados". Com eles, detemo-nos diante do Menino, detemo-nos em silêncio.

"Com eles, agradecemos ao Pai do Céu por nos ter dado Jesus e, com eles, deixamos subir do fundo do coração o nosso louvor pela sua fidelidade: Nós Vos bendizemos, Senhor Deus Altíssimo, que Vos humilhastes por nós. Sois imenso, e fizestes-Vos pequenino; sois rico, e fizestes-Vos pobre; sois onipotente, e fizestes-Vos frágil."

Nesta noite partilhamos a alegria do Evangelho, acrescentou: "Deus ama-nos; e ama-nos tanto que nos deu o seu Filho como nosso irmão, como luz nas nossas trevas."

Concluindo, o Santo Padre acrescentou:

"O nosso Pai é paciente, ama-nos, dá-nos Jesus para nos guiar no caminho para a terra prometida. Ele é a luz que ilumina as trevas. Ele é a nossa paz."

Ao término, Francisco deixou o Altar da Confissão deslocando-se com a imagem do Menino Jesus até a entrada da nave central, onde depositou o Menino na manjedoura do presépio montado na Basílica Vaticana. (RL)




Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 

Em Mensagem de Natal, Papa lembra os sofrimentos da guerra e pede paz. "Deixemos que nosso coração se comova com Deus"


Cidade do Vaticano (RV) – Diante de mais de cem mil pessoas que o aguardavam na Praça São Pedro, o Papa Francisco leu em sua sacada, ao meio-dia deste dia de Natal, a mensagem "Urbi et Orbi", à cidade e o mundo.

Desejando um Feliz Natal a todos, Francisco lembrou que a primeira coisa que o Natal nos chama a fazer é dar glória a Deus, porque Ele é bom, é fiel, é misericordioso. O Papa espera que “todos possam sentir que Deus está perto, possam estar na sua presença, amá-Lo e adorá-Lo”.

O Papa frisou que “a verdadeira paz não é um equilíbrio entre forças contrárias; não é uma bela ‘fachada’, por trás da qual há contrastes e divisões. A paz é um compromisso de todos os dias, que se realiza a partir do dom de Deus, da graça que Ele nos deu em Jesus Cristo”.

A partir daí, disse Francisco, “pensamos nas crianças que são as vítimas mais frágeis das guerras, nos idosos, nas mulheres maltratadas, nos doentes... As guerras dilaceram e ferem tantas vidas!”.

Muitas vidas dilacerou, nos últimos tempos, o conflito na Síria, fomentando ódio e vingança. Continuemos a pedir ao Senhor que poupe novos sofrimentos ao amado povo sírio, e as partes em conflito ponham fim a toda violência e assegurem o acesso à ajuda humanitária”.

O Bispo de Roma se disse contente em saber que pessoas de diversas confissões religiosas se unem à súplica pela paz na Síria.

Depois foi a vez do Papa lembrar a situação da República Centro-Africana, frequentemente esquecida dos homens e “dilacerada por uma espiral de violência e miséria onde muitas pessoas estão sem casa, sem água nem comida, sem o mínimo para viver”.

Ainda no continente africano, o Papa pediu “concórdia no jovem Estado do Sudão do Sul e na Nigéria, países onde a convivência pacífica tem sido ameaçada por ataques que não poupam inocentes nem indefesos”.

Como sempre, Francisco dedicou um pensamento aos deslocados e refugiados, especialmente no Chifre da África e no leste da República Democrática do Congo:

Fazei que os emigrantes em busca duma vida digna encontrem acolhimento e ajuda. Que nunca mais aconteçam tragédias como aquelas a que assistimos este ano, com numerosos mortos em Lampedusa”.

Passando ao Oriente Médio, Francisco clamou pela “conversão do coração dos violentos, por um desfecho feliz das negociações de paz entre israelenses e palestinos e pela cura das chagas do amado Iraque, ferido ainda frequentemente por atentados”.

O Papa mencionou ainda outro tema que o preocupa:

Tocai o coração de todos os que estão envolvidos no tráfico de seres humanos, para que se dêem conta da gravidade deste crime contra a humanidade. Voltai o vosso olhar para as inúmeras crianças que são raptadas, feridas e mortas nos conflitos armados e para quantas são transformadas em soldados, privadas da sua infância”.

Sempre sensível à questão ambiental e às consequências dos nossos maus comportamentos, o Pontífice chamou a atenção para “a ganância e a ambição dos homens e pediu proteção para as vítimas de calamidades naturais, especialmente o querido povo filipino, gravemente atingido pelo recente tufão”.

Francisco terminou sua fala com uma mensagem de esperança:

Deixemos que o nosso coração se comova, se incendeie com a ternura de Deus; precisamos das suas carícias. Deus é grande no amor; Deus é paz: peçamos-Lhe que nos ajude a construí-la cada dia na nossa vida, nas nossas famílias, nas nossas cidades e nações, no mundo inteiro. Deixemo-nos comover pela bondade de Deus”.

Na sequência, o Papa Francisco fez votos de Feliz Natal aos fiéis reunidos na Praça e aos que estavam em conexão no mundo inteiro através dos meios de comunicação, invocando os dons natalícios da alegria e da paz para todos: para as crianças e os idosos, para os jovens e as famílias, para os pobres e os marginalizados.

Nascido para nós, Jesus conforte quantos suportam a prova da doença e da tribulação; e sustente aqueles que se dedicam ao serviço dos irmãos mais necessitados. Feliz Natal!”, concluiu o Papa, concedendo a bênção Urbi et Orbi.



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 

Evangelho do dia

Ano C - 25 de dezembro de 2013

João 1,1-18 ou 1-5.9-14

Aleluia, aleluia, aleluia.
Despontou o santo dia para nós: ó nações, vinde adorar o Senhor Deus, porque hoje grande luz brilhou na terra! 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio junto de Deus.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim”.
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O VERBO SE FEZ CARNE 
Pelo mistério da Encarnação, estabeleceu-se uma comunhão indissolúvel entre a divindade e a humanidade. Jesus foi o ponto de encontro deste movimento que ligou a Terra ao Céu, o homem a Deus, a história à eternidade.
Vindo de junto do Pai, Jesus é a Palavra de Deus que se tornou visível na história humana. Sua existência iria manifestar os desígnios divinos, tanto no seu falar quanto no seu agir. A vida que haveria de transmitir, mediante gestos poderosos, provinha da abundância da vida herdada do Pai. Sua presença se constituiria em luz para orientar a humanidade dacaída, ansiosa de salvação. Por meio dele, seria possível chegar até Deus e experimentar a comunhão divina.
Todavia, este Jesus era plenamente humano, excluindo-se apenas a experiência do pecado. Não lhe foram concedidas regalias, pelo fato de ser o Filho de Deus. Por isso, experimentou a rejeição exatamente daqueles para os quais fora enviado. Sua não-acolhida revelar-se-ia em forma de perseguição, hostilidades e abandono, para culminar na morte de cruz. Na medida em que descia aos porões da humanidade, Jesus ia comunicando ao ser humano, ferido pelo pecado, o lenitivo da salvação. Desta forma, as pessoas reconciliavam-se com Deus e recuperavam sua dignidade original. Nisto consiste o mistério do Natal!

Oração Senhor Jesus, vieste ao mundo para reconciliar a humanidade com Deus. Que eu saiba colher os frutos de teu gesto de amor, deixando a divindade transparecer em mim.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês) 
Leitura
Isaías 52,7-10
Leitura do livro do profeta Isaías.
52 7 Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação, que diz a Sião: “Teu Deus reina!”
8 Ouve! Tuas sentinelas elevam a voz, e todas juntas soltam alegres gritos, porque vêem com seus próprios olhos o Senhor voltar a Sião.
9 Prorrompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor se compadece de seu povo, e resgata Jerusalém!
10 O Senhor descobre seu braço santo aos olhares das nações, e todos os confins da terra verão o triunfo de nosso Deus.
Palavra do Senhor.
Salmo 97/98
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus. 


Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!

Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso rei!
Oração
Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser humano e mais admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou a assumir a nossa humanidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Alegria, chegou o Natal!

Que Natal de Jesus aconteça, de fato, no coração de todos.


Com a aceitação do Menino-Deus, tudo encontra sentido e esperança.
Por Dom José Alberto Moura*
Ver Jesus numa criança colocada numa manjedoura de uma gruta requer fé e aceitação plena do projeto de Deus para a humanidade. Ver com o olhar da fé faz gotejar os pingos férteis das palavras do anjo aos pastores: “Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” Lucas 2,11).

O que é o Messias? O Senhor da história, o prometido pela Pai, seu Filho, que vem recolocar de cheio Deus no coração de cada ser humano para que ele pulse do amor divino e tenha condição de felicidade infinita, a começar na terra. Não é um fundador humano a mais de qualquer religião. Não vem fazer promessas mirabolantes de solução de problemas imediatos. Sua salvação se dá na ordem global e não só em curas físicas e superação de situações financeiras e circunstanciais. Ele vem para consertar o coração humano para que ele haja com amor, misericórdia, compreensão, promova a vida e respeite o semelhante. Faça justiça.  Erga os caídos. Dê suporte total aos fragilizados. Dê vida, mesmo tendo que desgastar a própria. Saiba ser humano. Use tudo para servir. Faça, promova e estruture a família com laços de verdadeira união e compromisso de mútua ajuda para a realização de um projeto de vida conforme o proposto pelo Criador. Use os dons para o serviço ao outro. A política para o real benefício à sociedade e não para uso egoísta e injusto de interesse fechado em si e nas corporações. Use o dinheiro público para a promoção do bem da saúde, da educação, da segurança, do lazer, do transporte e da inclusão social.

Celebrar o Natal é mais do que dar algo neste dia para os pobres. É o compromisso cotidiano com eles para a defesa e promoção de sua causa, lutando por sua inclusão humana, social e cristã.

A Liturgia do Natal precisa ser participada mais do que a refeição festiva com melhores comidas.  Saborear espiritualmente a presença do Emanuel nos dá força para a caminhada. A fé é solidificada. O amor é potencializado. A esperança nos faz verdadeiros apóstolos de Cristo para inundarmos o convívio humano com a Palavra feita carne e darmos a todos a certeza de que, caminhando com Ele, nós nos tornamos mais humanos e fraternos. Construímos mais união para superarmos as desavenças, os ódios, as desonestidades e as politicagens que destroem a justiça e a promoção da dignidade humana. Tornamo-nos pessoas do bem e do real serviço à comunidade. Nossas famílias se tornam celeiros de fraternidade e vida digna.

Que Natal de Jesus aconteça, de fato, no coração de todos, em todas as famílias, organizações e comunidades. Assim, nasça a esperança de dias felizes e esperançosos para todos, até para os que se encontram em situações difíceis da vida. Saibam que tudo é passageiro na vida. Com a aceitação do Menino-Deus tudo encontra sentido e esperança. Ele liberte a todos de todas as aflições e lhes dê sua graça e sua paz!
CNBB, 20-12-2013.
*Dom José Alberto Moura é arcebispo de Montes Claros (MG).

Natal: Roteiro Homilético


A proposta de reflexão para a liturgia do dia do Natal é de autoria do Pe. Johan Konings SJ, preparada pelo Pe. Jaldemir Vitório SJ, professor e reitor da FAJE.


JESUS NASCE POBRE

Sete séculos antes de Cristo, o povo de Israel andava oprimido pelas ameaças dos assírios, que já tinham deportado parte da sua população. Em meio a essas trevas – anuncia o profeta – aparece uma luz: nasce um novo príncipe, portador das esperanças que seus títulos exprimem: “Conselheiro admirável, Deus forte” (1ª leitura).
Em Jesus, o significado deste nascimento recebe sua plenitude. Ele nasce como luz para o povo oprimido. Seu nascimento no meio dos pobres é o sinal que Deus dá aos pastores (gente bem pobre), para mostrar que o Messias veio ao mundo (evangelho). No meio das trevas, eles se encontram envoltos em luz...
Celebramos “a aparição da graça de Deus” em Jesus (2ª leitura). A escolha dos pobres como primeiras testemunhas evidencia a gratuidade: nada de aparato oficial. Nós podemos corresponder a esta graça por uma vida digna e pela viva esperança – que se verifica em nossa prática – da plena manifestação da luz gloriosa de Cristo, quando de sua nova vinda (cf. 1º dom. do Advento). Quem acolhe Jesus no meio dos pobres não precisa ter medo de sua glória...
Reunindo-se em torno do presépio, o povo exprime algo muito importante. Jesus nasceu num estábulo, no meio dos pobres, que foram os primeiros a adorá-lo, porque, para ser o Salvador de todos, tinha que começar pelos mais abandonados. Quem quer ser amigo de todos tem que começar pelos pequenos, pois, se começa com os grandes, nunca chega até os pequenos. A devoção popular do presépio merece valorização e aprofundamento, e não podemos permitir que ela se degenere em algo puramente comercial.
À luz do presépio, solidariedade com Cristo significa solidariedade com os pobres. Viver uma vida “digna” (de Cristo) não significa elitismo, mas solidariedade em que se manifestam a graça e a bondade de Deus para todos.

No primeiro Natal como papa, Francisco pede que fiéis evitem o egoísmo


Por Philip Pullella
Cidade do Vaticano - O papa Francisco, comemorando seu primeiro Natal como líder de 1,2 bilhão de católicos do mundo, pediu nesta terça-feira que as pessoas que evitem o orgulho e o egoísmo e que os fiéis abram o coração a Deus.
Francisco, que em março passado tornou-se o primeiro papa não europeu em 1.300 anos, celebrou uma solene missa de véspera de Natal para cerca de 10 mil pessoas na basílica de São Pedro.
Francisco fez uma breve homilia, tão simples como suas vestes brancas: o homem pode escolher entre a escuridão e a luz.
"Por parte das pessoas há momentos de luz e escuridão, fidelidade e infidelidade, obediência e rebelião", disse Francisco em italiano.
"Em nossa história pessoal também, há momentos iluminados e escuros, de luz e de sombra. Se amamos a Deus e aos nossos irmãos e irmãs, nós andarmos na luz. Mas se o nosso coração está fechado, se somos dominados pelo orgulho, o engano, o egoísmo, caímos na escuridão", disse ele.
Francisco, que celebrou a missa com mais de 300 cardeais, bispos e padres, pediu que as pessoas não tenham medo de chegar a Deus.
"Não tenha medo! Nosso Pai é paciente, ele nos ama, ele nos dá Jesus para nos guiar no caminho que leva para a terra prometida. Jesus é a luz que ilumina a escuridão. Ele é a nossa paz", acrescentou Francisco.
Reuters