segunda-feira, 30 de setembro de 2013

REUNIÃO DE LITURGIA DIA 05-10-2013 -MATRIZ AS 16,30 H.

Convidamos todos    os  coordenadores(as)  das pastorais, movimentos  e  serviços da Paróquia, para uma   reunião    de  Liturgia,   no próximo sábado  dia  05-10-2013,  as  16,30 h.  na  Matriz.
com  a  participação  de  Pe. Paulo Sergio

 Contamos  com  a  presença  de  todos.

PASTORAL  LITÚRGICA.

"Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro": tema do Dia Mundial das Comunicações 2014


Cidade do Vaticano (RV) – Foi divulgado esta segunda-feira o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2014: “Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do encontro”.

A cultura do encontro é um assunto recorrente no magistério do Papa Francisco. Em várias ocasiões, inclusive no Brasil, o Pontífice insistiu neste tema.

Em sua recente visita a Cagliari, no dia 22 deste mês, no encontro com os acadêmicos, o Papa afirmou: “Esta é uma proposta: cultura da vizinhança. O isolamento e o fechamento em si mesmo ou nos próprios interesses nunca são o caminho para voltar a dar esperança e operar uma renovação, mas é a proximidade, é a cultura do encontro. O isolamento, não; proximidade, sim. Cultura do conflito, não; cultura do encontro, sim. A universidade é espaço privilegiado em que se promove, ensina e vive esta cultura do diálogo, que não nivela indiscriminadamente diferenças e pluralismos – este é um dos riscos da globalização – e muito menos os extrema, tornando-os motivo de conflito, mas abre ao confronto construtivo. Isto significa compreender e valorizar as riquezas do outro, considerando-o não com indiferença ou temor, mas como fator de crescimento. As dinâmicas que regulam as relações entre pessoas, grupos e nações não são muitas vezes de proximidade, de encontro, mas de conflito”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, a única celebração mundial estabelecida pelo Concílio Vaticano II (Decr. Inter mirifica, 1963), está marcada na maioria dos países, por indicação do episcopado mundial, para o domingo precedente a Pentecostes (em 2014, dia 1º de junho).

Em geral, o anúncio do tema é divulgado no dia 29 de setembro, festa dos Arcanjos S. Miguel, S. Rafael e S. Gabriel, o qual foi designado Padroeiro dos radialistas.

A Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é publicada tradicionalmente em coincidência com a memória de S. Francisco de Sales, Padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro), para permitir que as Conferências episcopais, os escritórios diocesanos e as organizações que se ocupam de comunicação social tenham tempo suficiente para preparar subsídios audiovisuais e outros materiais destinados às celebrações em nível nacional e local.

(BF)




Texto proveniente da página 
do site da Rádio Vaticano

http://pt.radiovaticana.va/news/2013/09/30/comunica%C3%A7%C3%A3o_a_servi%C3%A7o_de_uma_aut%C3%AAntica_cultura_do_encontro:_tema_do/bra-732994
 

Estado laico e religião


A laicidade do Estado tem sido um tema recorrente nos debates e abordagens. As necessárias evoluções no entendimento sobre o Estado e a realidade religiosa justificam essas reflexões. No caso da sociedade brasileira, a religiosidade é constitutiva, independentemente das singularidades confessionais. Não se pode desconhecer e desconsiderar as raízes cristãs no nascedouro e nos desdobramentos da história da nossa sociedade. Ignorar essa importância é uma postura preconceituosa, que considera a religião como elemento descartável ou de pouca valia. Trata-se de uma avaliação que revela estreitamentos da racionalidade.
Como antidoto para essa distorcida visão, é preciso reconhecer a importância da fé cristã católica como elemento que sustenta crescimentos, avanços e configurações culturais de muita importância para o nosso país.  Certamente, nesse horizonte de compreensão, é que se afirma como um dito incontestável “que o Estado é laico, mas o povo é religioso”. E o povo constitui a nação à qual o Estado está a serviço, com o compromisso de edificar e manter uma sociedade justa e solidária.
Povo é mais do que Estado, que é uma configuração sociopolítica a serviço do bem comum de uma nação, em respeito e obediência a princípios advindos da justiça, da verdade, do amor e do bem de todos. Nessa direção, portanto, não é inteligente confrontar como opostas e inconciliáveis as categorias Estado e religiosidade. A distinção é benéfica e necessária para não incorrer em misturas indevidas. Contudo, colocar essas dimensões como antagônicas é confrontar-se diretamente com o povo, a partir de uma perspectiva preconceituosa.
Trata-se de uma grande incoerência pensar o Estado como instância prestadora de serviço ao bem comum que, ao mesmo tempo, deve discriminar a religiosidade, uma dimensão importante na inteireza da vida cotidiana. Infelizmente, essa discriminação acontece de muitas maneiras. Um claro exemplo ocorre quando o Estado, por compreensões equivocadas de gestores, propõe restrições legais ao uso de espaços por instituições religiosas. É obvio que a normatização é necessária para se evitar abusos ou mau uso de espaços públicos. Sem definições regulatórias, uma sociedade plural, marcada pelo sentido de liberdade e autonomia, não pode funcionar adequadamente. Contudo, não se pode chegar ao absurdo de considerar a laicidade do Estado como uma oposição a tudo o que diz respeito à religiosidade.
É verdade que há de se considerar a seriedade de cada confissão religiosa numa sociedade plural. A própria legislação proporciona esse discernimento, com emissão de juízos de valor a respeito de igrejas e grupos religiosos. Inaceitável é a compreensão da laicidade do Estado que exclui completamente a religiosidade e sua vivência. Quem perde, obviamente, é o povo e o próprio Estado, que não se permite intercambiar com uma força que muito o ajuda na promoção do bem comum. Imagine se a Igreja Católica, por exemplo, deixasse de prestar os serviços sociais que oferece. Incontáveis iniciativas, muitas ainda desconhecidas, realizadas nas periferias, em áreas urbanas e rurais, com grande impacto, sobretudo, na vida dos pobres. Certamente os reflexos seriam muito negativos para um Estado que deve buscar o bem de todos.
A laicidade configura o Estado não como oposição à religiosidade. É um parâmetro que deve ajudar na distinção entre Estado e outras instituições, como os próprios partidos políticos, atualmente tão questionados no núcleo central de sua significação, representatividade, competência nas abordagens ideológicas e debates em vistas do bem comum. Nenhum partido pode se considerar “dono do Estado”, impondo sua própria ideologia.  Além disso, a máquina de governo que um Estado precisa não pode ser “cabide de emprego”, “trampolim de promoção pessoal” e mecanismo de favorecimentos. A laicidade, quando bem entendida, não deixa que o Estado seja manipulado, permitindo, assim, um eficiente serviço ao seu povo.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

Presidência da CNBB recebida pelo Papa. Na pauta do encontro, formação e Amazônia



Cidade do Vaticano (RV) – A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, foi recebida na manhã de sábado, 28, pelo Papa Francisco, no Vaticano.

Antes da audiência, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, (Presidente); Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São Luís do Maranhão, (Vice-Presidente); e Dom Leonardo Ulrich Steiner, auxiliar de Brasília (Secretário-geral), concelebraram a missa da manhã presidida pelo Papa na Casa Santa Marta.

Após o encontro com o Papa, Dom Raymundo conversou com a RV e revelou os temas abordados. Segundo o cardeal, Francisco insistiu na formação do clero, dando muito destaque à questão da Amazônia. Para ouvir o Presidente da CNBB, clique acima.

No discurso feito aos bispos do Brasil, no dia 27 de julho, Francisco disse que considera a Amazônia relevante não somente para o caminho atual e futuro da Igreja no Brasil, mas para toda a estrutura social:

A Igreja está na Amazônia não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderem”, disse Francisco, acrescentando que “desde o início a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas e lá continua ainda presente e determinante no futuro daquela área”.

A Comissão Episcopal para a Amazônia, presidida pelo Cardeal Cláudio Hummes, atendendo à solicitação do Papa, promove de 28 a 31 de agosto, em Manaus, o I Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal.
(CM)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/09/30/presid%C3%AAncia_da_cnbb_recebida_pelo_papa._na_pauta_do_encontro,/bra-733027
do site da Rádio Vaticano 

CIC: "Catequese deve renovar sua forma para ser mais fácil"


Cidade do Vaticano (RV) – O Congresso Internacional de Catequese (CIC), se encerrou neste sábado em Roma com uma palestra do Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Arcebispo Octavio Ruiz Arenas.

Na conclusão, lida por Dom Arenas, “a catequese deve hoje procurar renovar a forma de transmitir a fé com novas abordagens de ensino, reformulando as palavras para facilitar a compreensão dos catequizados”.

“Ao embarcar no caminho da Nova Evangelização, a catequese não pode permanecer com as mesmas características do passado”, disse, apontando o mundo digital e as redes sociais como instrumentos que a Igreja deve utilizar para fazer ouvir a mensagem do Evangelho no mundo contemporâneo.

“Ser catequista é uma vocação e não um trabalho; o mundo de hoje exige dos catequistas grande criatividade, simplicidade de vida, espírito de oração, obediência e humildade, renúncia de si mesmo, muita generosidade e autêntica caridade para todos, em particular com os pobres”, concluiu o arcebispo colombiano.

O Congresso apontou ainda que “a catequese deve estar profundamente unida à liturgia que a Igreja é o primeiro sujeito de evangelização e que a transmissão de fé deve ser feita com palavras de vida e não com linguagem de simples refrão de sobrevivência”.

Após a leitura das conclusões, Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, sem anunciar local e data do próximo encontro, referiu que “estes congressos não terminam e que temas e ideias estão surgindo para dar continuidade ao trabalho”.

Neste domingo, os 1.600 participantes do Congresso participaram da missa presidida por Papa Francisco que encerrou oficialmente o evento, enquadrado nas comemorações do Ano da Fé.
(CM-Ecclesia)



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/09/29/cic:_catequese_deve_renovar_sua_forma_para_ser_mais_f%C3%A1cil/bra-732819
do site da Rádio Vaticano 

Evangelho do dia

Lucas 9,46-50

Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o filho do homem, a fim de servir dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naqueles tempo, 9 46 veio-lhes então o pensamento de qual deles seria o maior.
47 Penetrando Jesus nos pensamentos de seus corações, tomou um menino, colocou-o junto de si e disse-lhes:
48 "Todo o que recebe este menino em meu nome, a mim é que recebe; e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou; pois quem dentre vós for o menor, esse será grande".
49 João tomou a palavra e disse: "Mestre, vimos um homem que expelia demônios em teu nome, e nós lho proibimos, porque não é dos nossos".
50 Mas Jesus lhe disse: "Não lho proibais; porque, o que não é contra vós, é a vosso favor". Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
PENSAMENTO INCONVENIENTE
Jesus e os discípulos caminhavam em direções opostas. Enquanto Jesus preanunciava seu destino de sofrimento e morte, os discípulos nutriam ideais de grandeza, preocupados em saber quem dentre eles seria o maior.
Descurando as exortações recebidas, anteviam um destino de glória e esplendor para si e para o Mestre. E procuravam organizar seu futuro a partir desta lógica mundana. Em outras palavras, eram incapazes de imaginar um projeto de vida fora de relações desiguais, próprias de uma sociedade de classes.
Jesus tentava fazê-los compreender ser possível viver de uma maneira nova, dentro e fora da comunidade. Dentro da comunidade, as relações interpessoais seriam regidas pelo princípio da igualdade e do serviço. Prestígio, poder e autoridade nenhuma importância teriam. Com os de fora da comunidade, o Reino exigia ser tolerante e respeitoso, superando toda tentação de sectarismo e de fanatismo.
Os velhos esquemas deveriam ser invertidos, ou melhor, substituídos pela novidade do Reino. Grandes seriam os menores da comunidade. Os desprezados, como as crianças, tornar-se-iam objeto de atenção. O Messias glorioso deveria ser encontrado nas pessoas marginalizadas, pois a grandeza do Reino é bem diferente daquela que os discípulos imaginavam.

OraçãoEspírito de igualdade, tira de mim todo ideal de grandeza que consiste no domínio sobre meu semelhante, e torna-me servidor humilde dos mais pequeninos.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Zacarias 8,1-8
Leitura da profecia de Zacarias.
8 1 A palavra do Senhor foi-me de novo dirigida nestes termos: "Eis o que diz o Senhor dos exércitos:
2 consumo-me de ardente amor por Sião; estou animado em favor dela de uma violenta cólera.
3 Assim fala o Senhor: eis que volto a Sião, venho residir em Jerusalém. Jerusalém chamar-se-á a cidade-fidelidade, e a montanha de Sião, a montanha-santidade.
4 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: ver-se-ão ainda velhos e velhas sentados nas praças de Jerusalém, tendo cada um na mão o seu bastão.
5 As praças da cidade regorgitarão de meninos e meninas que brincarão nas suas praças. 6 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: se isso parecer um milagre aos olhos dos sobreviventes desse povo, naqueles dias, acaso será impossível aos meus olhos? - oráculo do Senhor dos exércitos.
7 Eis o que diz o Senhor dos exércitos: vou libertar o meu povo, tirá-lo das terras do Levante e do Poente
8 e conduzi-lo a Jerusalém, onde habitará; será o meu povo e eu serei o seu Deus na fidelidade e na justiça".
Palavra do Senhor.
Salmo 101/102
O Senhor edificou Jerusalém
e apareceu na sua glória!


As nações respeitarão o vosso nome,
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
quando o Senhor reconstruir Jerusalém
e aparecer com gloriosa majestade,
ele ouvirá a oração dos oprimidos
e não desprezará a sua prece.

Para as futuras gerações se escreva isto,
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
Ele inclinou-se de seu templo nas alturas,
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
para os gemidos dos cativos escutar
e da morte libertar os condenados.

Assim também a geração dos vossos servos
terá casa e viverá em segurança,
e ante vós se firmará sua descendência.
Para que cantem o seu nome em Sião
e louve ao Senhor Jerusalém
quando os povos e as nações se reunirem
e todos os impérios o servirem.
Oração
Ó Deus, que destes ao presbítero são Jerônimo profundo amor pela Sagrada Escritura, concedei ao vosso povo alimentar-se cada vez mais da vossa palavra e nela encontrar a fonte da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Dom Orani: 'Não acreditar nas Escrituras é ignorar Cristo'


Rio de Janeiro - “Ninguém dos mortos precisa voltar para nos dizer como viver nos caminhos do Senhor. Cristo morreu e já ressuscitou e, ainda hoje, muitos não ouvem, não seguem a Sua palavra”, disse o arcebispo Dom Orani João Tempesta ao presidir a celebração eucarística na manhã deste domingo, 29 de setembro, nos estúdios da TV Brasil, no Centro do Rio de Janeiro.

No início da celebração, os fiéis presentes e os telespectadores foram acolhidos pelo padre Dionel Amaral, responsável pelo programa “Santa Missa”, que vai ao ar todo domingo, às 8h, com transmissão para todo o Brasil. Animada pelo Coral Stella Mater, da Paróquia São José e Nossa Senhora das Dores, no Andaraí, a celebração contou com a presença do padre Francisco Reinaldo Gonçalves Oliveira, que fez a proclamação do Evangelho.

No contexto do Dia Nacional da Bíblia, Dom Orani lembrou na homilia que a liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum é um convite a escutar e colocar em prática a Palavra de Deus, tendo como consequência o amor ao próximo, principalmente aos mais necessitados.

Viver a Palavra de Deus

Na parábola do pobre Lázaro e do rico epulão, contada por Jesus no Evangelho, Moisés e os profetas para a época entende-se toda a Sagrada Escritura. A resposta de Abraão é clara: “Se não escutam a Moises, nem aos profetas, não irão acreditar, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”.

O não acreditar na Palavra de Deus, explicou Dom Orani, é ignorar o próprio Cristo, o Verbo que se fez carne, que morreu e ressuscitou, e está vivo entre nós. Sobre a preocupação do rico da parábola, de possuir e desfrutar dos bens, sem se preocupar com os outros, explicou o arcebispo, acontecem todas às vezes quando as pessoas acabam dominadas pelos falsos deuses do mundo.

“O mundo hoje vive em torno do dinheiro. A ganância pelos bens, o ‘ter mais’, provoca todo tipo de violência, guerras e divisões. A Palavra de Deus nos convida a colocar o verdadeiro Deus como o centro de nossa vida, buscá-lO de todo o coração, para que nossos relacionamentos sejam mais justos e fraternos”, disse.

No final, disse que quem encontrou Cristo, deve viver e conviver como donos e não dominados pelos bens e falsos deuses do mundo. “Que também nós escutemos a Palavra de Deus e deixemos ser conduzidos pelo Espírito do Senhor”, concluiu.
SIR/Arq. Rio

Papa: 'O catequista desperte nos outros a memória de Deus'


Cidade do Vaticano, 29 set (SIR) - "Cuidado com os despreocupados de Sião e com aqueles que se consideram seguros... deitados em camas de marfim, comem, bebem, cantam, se divertem e não se interessam pelos problemas dos outros". Papa Francisco, na homilia da missa para os catequistas, no Ano da Fé, iniciou com estas duras palavras do profeta Amos na primeira Leitura para descrever um perigo que todos corremos. O de se deitar, da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de ter como centro o nosso bem-estar. Acabando assim por considerar a vida no ter, nas coisas, perdemos o nosso próprio rosto, como o rico do Evangelho, que não tem nome porque as coisas, isto é o que possui são seu rosto.

"Isto acontece quando perdemos a memória de Deus e tudo se reduz no eu, no meu bem-estar... Quem corre atrás do nada, ele mesmo se torna um nada. Olhando para vocês me pergunto: quem é o catequista? É aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; a guarda em si mesmo e a sabe despertar nos outros. Como fez Maria, que depois da anunciação não pensou «na honra, no prestígio, nas riquezas, mas partiu para ir ajudar a idosa prima grávida, Isabel, e quando chegou louvou a iniciativa de Deus no magnificat. A fé contém exatamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus que toma por primeiro a iniciativa, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória de sua Palavra que esquenta o coração, de suas ações de salvação com as quais nos dá a vida, nos purifica, nos cura, nos alimenta. O catequista é exatamente um cristão que coloca esta memória ao serviço do anúncio; não para aparecer, não para falar de si, mas para falar de Deus, de seu amor, de sua fidelidade", explicou o Papa.

"O catequista é um cristão que carrega consigo a memória de Deus, se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e a sabe despertar no coração dos outros. É um sério compromisso isso! Envolve toda a vida!". O Papa, a esse ponto, perguntou aos catequistas: "Vos pergunto: somos memória de Deus? Somos realmente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que esquenta o coração?". E perguntou ainda: "Que caminho percorrer para não ser pessoas despreocupadas, que colocam sua segurança em si mesmos e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus?".

A resposta está na carta de são Paulo a Timóteo, proclamada na segunda leitura, que se torna um programa também para os catequistas: procurar a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. O catequista, explicou ainda Francisco, «é uma pessoa da memória de Deus se tiver uma constante, vital relação com Ele e com o próximo; se for uma pessoa de fé, que confia realmente em Deus e põe nEle sua segurança; se for pessoa de caridade, de amor, que vê todos como irmãos; se é pessoa de paciência e perseverança, que sabe enfrentar as dificuldades, as provas, os fracassos, com serenidade e esperança em Deus; se for pessoa calma, capaz de compreensão e de misericórdia.

Papa Francisco, no final da missa, dirigiu mais uma vez um pensamento ao conflito na Síria, dirigindo uma saudação particular ao patriarca grego-ortodoxo de Antioquia Youhanna X, chamando-o de meu irmão. "Sua presença nos convida a rezar ainda uma vez pela paz na Síria e no Médio Oriente".

E na hora do abraço da paz, durante a missa na Praça de São Pedro, com a presença de quase 250 mil fiéis, em sua maioria catequistas, de todas as partes do mundo, papa Francisco trocou um abraço, entre outros, exatamente com o patriarca grego-ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente, Youhanna X, nestes dias em Roma para participar do Encontro organizado pela Comunidade de Santo Egídio, é irmão de um dos dois bispos ortodoxos sequestrados na Síria.
SIR

'Será difícil voltar atrás depois do papado de Francisco'


O mundo recebeu recentemente de Francisco algumas declarações infalíveis. Ele mudou para sempre a conversação católica. Nós nunca poderemos voltar atrás completamente.

Por Richard Rohr*

"A pessoa mais importante nunca pode estar errada". Eu me lembro de ter ficado totalmente chocado, insultado e em total desacordo quando ouvi pela primeira vez essa afirmação de uma consultor organizacional anos atrás. Somente depois que eu lhe pedi para explicá-la é que eu finalmente fui forçado a ceder e a concordar relutantemente.

Por essa afirmação, os especialistas em governança querem dizer que, quando o diretor-executivo, o fundador ou o presidente de qualquer grupo faz qualquer declaração ou ação públicas, ela deve ser tratada como tal. Ela se sustenta, e o fardo de refutação fica em outro lugar. Ela agora é um dado que deve ser respondido, refinado, mudado ou provado como errado. Nunca pode ser simplesmente descartada como se não tivesse acontecido.

Se você tentar, você estará sendo muito ingênuo, mesmo que isso faça você se sentir forte e mesmo que você esteja finalmente certo. Mesmo o seu grito "Ele/a está errado/a!" deve ser sustentado por argumentos e ações superiores de sua parte. Nesse sentido válido, a pessoa mais importante nunca está "errada". Elas ainda determinam a agenda, mesmo forçando-nos a lutar contra ela.

No meu mundo secreto, eu sempre fui convencido de que esse é o único sentido útil à infalibilidade papal. Nesse sentido, o Concílio Vaticano I estava totalmente certo, e nesse sentido o Papa Francisco certamente é infalível.

Eu começo com essas ideias talvez controversas porque eu acho que o mundo recebeu recentemente de Francisco algumas declarações infalíveis. Ele mudou para sempre a conversação católica. Nós nunca poderemos voltar atrás completamente. Ninguém jamais pode dizer que um papa legitimamente eleito, com tudo o que isso implica na mente de alguém, não disse as coisas que Francisco disse na entrevista publicada na quinta-feira, 19 de setembro. Elas serão citadas por um longo tempo ainda. Agora elas fazem parte dos dados oficiais, como os próprios Evangelhos, e devem ser levadas em consideração.

Ele fez isso não tanto em termos de asserções doutrinais ou morais, mas simplesmente em termos de uma mudança radical de estilo, de personalidade e de ênfase, que, ironicamente, tem um enorme substância. Pela primeira vez, temos um papa falando pessoalmente, honestamente, pastoralmente, sem ser meticuloso e detalhista. Um papa sendo vulnerável! Alguém já ouviu falar disso antes? Será que a história já permitiu isso alguma vez? Pelo registro histórico, talvez só quando o papa Pedro disse: "Afasta-te de mim, Senhor, porque eu sou um homem pecador" (Lucas 5, 8).

Quando ouvimos uma fala tão sincera de um vigário de Pedro – que parece ser como Francisco quer ser conhecido e deve ser conhecido? Como você pode falar de tu a tu e de uma forma humilde quando lhe dizem que você é o próprio "vigário de Cristo"? Esse é um fardo que apenas o corpo inteiro de Cristo pode carregar, e de alguma forma todos os cristãos também devem carregar. Até o próprio Jesus é considerado apenas a "cabeça" do corpo (Efésios 5, 23), e não o corpo todo, mas o papa ultrapassou o próprio Cristo em ter que ser o vigário pleno de Cristo. Essa é uma arrogância com a qual nenhum indivíduo pode conviver, mas eles tinham que fingir e tentar. Eu não os odeio por isso; eles estavam meramente seguindo o impossível script que nós lhes demos.

A própria maneira de Francisco falar é não papal e assustador para qualquer um que sinta que um papa lhes deve respostas absolutas e certeza perfeita sobre tudo – e eles têm um direito absoluto a essas respostas absolutas. Agora, nós temos um papa que sabe o seu papel: ser um pastor, um amigo, um companheiro de jornada e um cirurgião no "hospital de campanha depois de uma batalha".

Francisco vai ainda mais longe ao dizer: "Se alguém tem a resposta a todas as perguntas, essa é a prova de que Deus não está com ela. Quer dizer que é um falso profeta, que usa a religião para si próprio".

Irmãos e irmãs da Igreja, devemos saber que nesse tipo de ensino Francisco está nos fazendo retornar, depois de séculos de "tomismo decadente" e de racionalismo pós-iluminista, ao gênio bíblico que nós chamamos de fé, que ainda é o nosso grande dom ao mundo. A fé madura sempre será um equilíbrio de saber com não saber, de dizer com uma incapacidade de dizer, de certeza profunda combinada com uma humildade igualmente profunda, tolerância e paciência.

No entanto, Francisco vai mais longe: "O risco em procurar e encontrar Deus em todas as coisas é, portanto, a vontade de explicar demais, de dizer com certeza humana e arrogância: ´Deus está aqui´. Encontraremos somente um deus à nossa medida. A atitude correta é a agostiniana: procurar Deus para encontrá-Lo, e encontrá-Lo para procurá-lo sempre".

Francisco, de fato, é um verdadeiro tradicionalista nos ensinando não novas doutrinas ou moralidades, mas sim uma nova forma de saber que é profundamente formado pelo Evangelho. Até agora, o catolicismo enfatizou amplamente a metafísica ("o que nós pensamos que sabemos") e negligenciou severamente a epistemologia ("exatamente como nós sabemos o que pensamos que sabemos?").

Francisco não está nos dizendo tanto o que ver (o que as nossas mentes dualistas irão meramente lutar e resistir), mas sim ensinando-nos a como ver e em que prestar atenção. De alguma forma, ele está nos dizendo que a visão da verdade é, primeiro, ver através dos olhos do amor e da misericórdia. E isso é o próprio cristianismo.

Francisco se tornou um convite vivo e feliz a toda a humanidade, até mesmo além dos limites muito apertados do cristianismo, em vez de um segurança exclusivista que fica junto às portas sempre abertas do céu. Nisso apenas ele mudou o papado – talvez para sempre. Vai ser muito difícil voltar atrás completamente de novo.

Sim, é verdade, a pessoa mais importante nunca pode estar errada. O papa, de alguma forma, ainda é infalível.
National Catholic Reporter, 24-09-2013.
*Richard Rohr é frei franciscano e diretor fundador do Center for Action and Contemplation, em Albuquerque, Estados Unidos.

Crentes e não crentes unidos contra os ídolos

Por Enzo Bianchi


Existe uma exigência de luta espiritual, de combate para alcançar a qualidade própria de todo ser humano, que une crentes comprometidos a discernir a sua incredulidade e não crentes que visam a reafirmar os fundamentos do seu pensamento: é a luta anti-idolátrica, o esforço cotidiano para responder à fundamental pergunta: "a quem ou a que, como pessoa livre, eu decido obedecer livremente?". O ídolo – ou, melhor, os ídolos, porque a não unicidade é a sua característica – continua sendo obra do homem, e a sua criação, sobrevivência, transformação e funcionamento respondem a instâncias e necessidades antropológicas específicas.

O que emerge em nível de "simulacro", de objeto, se revela autêntico também em nível mais profundo da imagem: o ídolo – seja ele estátua, realidade imaterial ou ideologia – fornece certezas referentes ao divino, e a presunção com que as oferece esconde o engano mais radical, o de não parecer enganoso. Desse aspecto, nasce a surpreendente eficácia "política" do ídolo: antigamente, ele tornava próximo, ao alcance das mãos, o deus que, identificando-se com a polis, lhe assegurava uma identidade e lhe garantia proteções. É por isso que, mesmo depois do declínio do paganismo, a política não deixou de suscitar "ídolos", seres humanos divinizados que esconjuram o divino, ou, se se preferir, o destino humano. É a idolatria que confere dignidade ao culto da personalidade, que a transforma em uma figura "próxima", familiar, domesticada do divino. Capta-se, então, a dimensão política da idolatria, o seu ser um atentado contra a liberdade humana, e se compreende também como a luta anti-idolátrica requer adesão à realidade e à ativação de uma dimensão espiritual, de um espaço interior, da capacidade crítica, para que a liberdade não seja apenas liberdade de reagir, mas de agir, de propor, de projetar.

Além disso, o cancelamento da distância, isto é, essa "familiaridade" que torna escravos (não esqueçamos que o termo familia indicava originalmente o conjunto dos servidores de uma casa), se encontra também nos ídolos "imateriais" tão poderosos hoje: não é por acaso que um dos mitos desde sempre mais fascinantes – o sucesso em termos de poder, de dinheiro e de sexo – favorece e dá vazão a três libidines inerentes a todo ser humano: a libido dominandi, a libido possidendi e a libido amandi. Assim, obra não das mãos, mas das pulsões do homem, essas três forças se erguem diante dele, pedem-lhe adoração e serviço, roubam-lhe a liberdade prometendo-lhes participação ao "divino", acesso ao sobre-humano, proteção contra as forças mortíferas.

Ora, quando a cessão aos apelos das três libidines passa da esfera pessoal para a social, ela assume conotações idolátricas que, na nossa sociedade ocidental, podem ser identificadas no plano econômico com a adoração de tudo a que se pode "dar um preço", enquanto no plano ético e sociológico alimentam a adequação ao comportamento da "massa": é exatamente isso que todos fazem, em uma espécie de reedição demagógica do adágio vox populi, vox Dei. Mas a opinião pública na sua acepção degenerada de "gente" não é uma entidade autônoma, livre, não é um corpo cujos membros interagem pelo bem comum, mas sim um aglomerado indefinido, uma aproximação de individualidade fortemente manipulável. Nesse sentido, a realidade virtual não só supera, mas afugenta a realidade efetiva: então, verdadeiro, objetivo é o que aparece; lícito é o que é tecnicamente possível; recomendável é o que desperta inveja.

No fundo, a estrada em direção à idolatria é sempre a mesma: uma fascinante estrada de escravidão, cujas cadeias e cuja jaula aparecem cada vez mais douradas, mas se revelam cada vez mais rígidas. É a estrada do agir humano desvinculado de uma instância superior – a dimensão do "divino" – que, sozinha, é capaz de trazer à tona toda a grandeza do ser humano e de lhe conferir unidade e plenitude.

É significativo que, para a Bíblia, não existam os ateus, os sem-Deus: ao invés, existem os idólatras, e existe acima de tudo a tentação da idolatria que afeta a todos, o crente assim como aquele que não se define como crente. O ser humano abandonado a si só, que ignora ou despreza a dimensão interior, a capacidade do bem, a dignidade da existência – aquela que a fé chama de imagem de Deus – presentes em si mesmo e no seu próprio semelhante, é idólatra, é escravo das dominantes mais instintivas: se ele renunciar a cultivar a própria dimensão espiritual, descobrirá que o seu coração é presa dos elementos deteriorados que o desumanizam.

Por isso, a luta espiritual diz respeito a todos, combate-se na interioridade de cada um e é mais exigente do que todos os combates exteriores. Mas, ao mesmo tempo, a sua prática constante também produz frutos de pacificação, de liberdade, de mansidão e de caridade: é graças a ela que a fé-confiança torna-se perseverança no bem, que o conhecimento de si renova e vivifica as relações com o outro, que o amor é purificado e ordenado.
Avvenire, 27-09-2013.

'Prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja doente'

Por Domenico Agasso Jr.

“A catequese é um pilar para a educação da fé e necessitamos de bons catequistas”; por isso, precisamos voltar a partir de Cristo, que significa “não ter medo de ir com Ele às periferias”, disse o papa Francisco durante a audiência com os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese (que terminou neste domingo), promovido no contexto do Ano da Fé. Do encontro, que trata sobre o tema “O catequista, testemunha da fé”, participaram 1.600 pessoas, entre catequistas, agentes de pastoral, professores e especialistas de diferentes realidades.

O pontífice agradeceu pelo serviço dos catequistas “à Igreja e na Igreja. Embora às vezes possa ser difícil, trabalhar tanto, comprometer-se e não ver os resultados esperados, é bonito educar na fé! Ajudar as crianças, os adolescentes, os jovens e os adultos a conhecer e amar cada vez mais o Senhor é uma das aventuras educativas mais bonitas”. Francisco indicou, na sequência, que é necessário “ser catequista”. “A Igreja – explicou Bergoglio citando Bento XVI – não cresce por proselitismo, mas pelos testemunhos”. Ser catequista não é um trabalho: “Atenção, eu não disse ‘estar’ catequista, mas ‘ser’ catequista, porque envolve a vida toda. Guia para o encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o testemunho. E ‘ser’ catequista exige amor, amor cada vez mais forte por Cristo, amor por seu povo santo”. E este amor, “necessariamente, parte de Cristo”.

O papa refletiu sobre o conceito de “partir de Cristo”: “O que significa isto para um catequista, para vocês e também para mim, porque eu também sou catequista?”. Pelo menos três coisas.

Quer dizer, sobretudo, “ter familiaridade com Ele. Jesus recomenda insistentemente aos discípulos na Última Ceia, quando se prepara para viver o dom mais sublime do amor, o sacrifício na Cruz”. O Filho de Deus usa a imagem da videira e dos ramos “e disse: permaneçam em meu amor, permaneçam unidos a mim, como os ramos estão unidos à videira. Se todos estamos unidos a Ele podemos dar fruto e esta é a familiaridade com Cristo”. Assim, pois, o que um discípulo deve fazer acima de tudo é “estar com o Mestre, escutá-lo, aprender d’Ele. E isso vale sempre, é um caminho que dura toda a vida!”.
O papa que está reformando a Igreja através da “normalidade” contou uma das suas experiências cotidianas, “normal”: “Para mim, por exemplo, é muito importante permanecer diante do Tabernáculo; é estar na presença do Senhor, deixar-se guiar por Ele. E isto aquece o coração, mantém aceso o fogo da amizade, te faz sentir verdadeiramente o seu olhar, que está perto de ti e que te quer”.
O pontífice compreende que “para vocês não é tão simples: especialmente para os que estão casados e têm filhos, é difícil encontrar um momento de calma. Mas, graças a Deus, não é necessário que todos façamos a mesma coisa; na Igreja existe uma variedade de vocações e uma variedade de formas espirituais; o importante é encontrar a maneira adequada para estar com o Senhor; e isto se pode, é possível em qualquer estado de vida”.

Em seguida, Francisco indicou qual é o segundo elemento: partir de Cristo “significa imitá-lo no sair de si mesmo e ir ao encontro do outro. Esta é uma experiência bonita, um pouco paradoxal. Porque os que colocam Cristo no centro da própria vida perdem o centro. Quanto mais te unes a Jesus, quanto mais Ele se torna o centro da tua vida, mais te faz sair de ti mesmo, te ‘descentra’ e te abre aos outros”. O Papa continua: “o verdadeiro dinamismo do amor, este é o movimento de Deus mesmo! Deus é o centro, mas é sempre dom de si, relação, vida que se comunica... Assim, nos tornamos também nós se permanecemos unidos a Cristo, Ele nos faz entrar neste dinamismo do amor. Onde há verdadeira vida em Cristo, há abertura para o outro, há saída de si para ir ao encontro do outro em nome de Cristo”.

Por último, partir de Cristo “significa não ter medo de ir com Ele às periferias”. Uma das palavras chaves do Pontificado de Bergoglio: as periferias, não apenas geográficas, mas também existenciais. E a este respeito, o papa sugeriu “a história de Jonas, uma figura verdadeiramente interessante, especialmente em nossa época de mudanças e de incertezas. Jonas é um homem piedoso, com uma vida tranquila e ordenada; isto o leva a ter seus esquemas sempre muito claros e a julgar tudo com estes esquemas, rigidamente”.

E assim, quando “o Senhor o chama e lhe diz para que vá pregar em Nínive, a grande cidade pagã, Jonas prefere não fazê-lo. Nínive ultrapassa seus esquemas, está na periferia do mundo. E então foge, embarca num navio que vai longe”.

O pontífice recomendou reler o “Livro de Jonas. É uma parábola muito instrutiva, especialmente para nós, que estamos na Igreja. Ensina-nos a não ter medo de sair de nossos esquemas para seguir a Deus, porque Deus sempre nos ultrapassa, Deus não tem medo das periferias”. “Deus é sempre fiel – prosseguiu – é criativo, não é fechado, e por isto nunca é rígido, nos acolhe, vem ao nosso encontro, nos compreende”. Mas, para sermos fiéis, “para sermos criativos, devemos saber mudar. Para permanecer com Deus devemos saber sair, não ter medo de sair”.

E depois fez uma tríplice advertência: “Se um catequista se deixa possuir pelo medo, é um covarde; se um catequista se acomoda, acaba como estátua de museu; se um catequista é rígido, torna-se estéril”. É preciso mudar, para adequar-se às circunstâncias nas quais se deve anunciar o Evangelho, disso o papa: às vezes, na comunidade da Igreja, “é como estar em um quarto fechado, e aos poucos ficamos doentes; claro, se vamos para a rua podemos sofrer acidentes, mas eu digo que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja doente”.
Vatican Insider, 27-09-2013.

As parábolas? Parecem ter sido pensadas para o Twitter

Por Franca Giansoldati


No princípio era o tuíte. Dois mil anos atrás, o passarinho azul que pia não existia, e era Jesus quem falava às multidões com uma linguagem tão imediata e cristalina, e com frases tão essenciais, a ponto de fazer o cardeal Gianfranco Ravasi, biblista refinado e animador do Átrio dos Gentios, a ágora entre crentes e não crentes, dizer que as parábolas contidas no Evangelho foram como que pensadas justamente para o Twitter, frases esculpidas, contidas em 140 caracteres, mas tão explosivas e revolucionárias a ponto de aquecer o coração, alimentar a mente, converter os incrédulos, sacudir as consciências.

Depois da carta do papa Francisco a Scalfari e depois de uma segunda carta de Ratzinger a Odifreddi, um matemático ateu, os homens da Igreja e o mundo da imprensa se reuniram no dia 25 de setembro para falar sobre a relação entre informação e verdade. Que laços subsistem? O objetivo do intercâmbio foi a busca de pontos comuns, principalmente em termos éticos, em uma sociedade em rápida mudança no plano das culturas e das linguagens.

No Templo de Adriano, os primeiros a abrirem as reflexões foram Scalfari – o destinatário da carta de Francisco – e o "ministro" vaticano da Cultura, Gianfranco Ravasi. "Se um pastor não se interessa pela comunicação está fora do seu ministério. Jesus disse: vão e sejam arautos, proclamem o anúncio sobre os telhados. E, hoje, isso não pode ser feito com a retórica clássica".

Com efeito, o problema, principalmente para a Igreja, é como lidar com os novos sistemas de comunicação, porque na web avança "um novo modelo humano", além de "uma nova gramática". Em suma, "muda o conceito de verdade", que hoje não é mais vista como no passado, "externa e a se conquistar", mas sim "elaborada pelo sujeito, que extrai a sua visão de milhares de fontes possíveis, pronto também para mudá-la em um minuto".

Dúvidas

Scalfari lembrou ter vencido, quando criança, o prêmio da catequese, depois de ter feito um mês e meio de exercícios espirituais com os jesuítas junto aos quais havia se refugiado para escapar do serviço militar, e de ter aprendido com eles "o raciocínio, a lógica".

A partir do debate que nasceu daí, é claro que ninguém quer converter ninguém, mas, parafraseando Sócrates, uma vida sem busca não merece ser vivida. Por isso, a manhã logo havia se preenchido com muitas intervenções de diretores de jornais, subdivididos em três momentos. Depois do debate Ravasi-Scalfari, moderado por Emilio Carelli, houve uma mesa redonda com De Bortoli, Mauro, Calabresi e Napoletano; por fim, uma última mesa redonda conclusiva, moderada por Fiorenza Sarzanini, entre Vian, Cusenza e Tarquino.

Diferentes pontos de vista, diferentes solicitações sobre a relação com a fé ou com a atividade informativa. Para De Bortoli, é claro que, neste contexto, "se há uma culpa com a qual nos manchamos é não ter respeitado a centralidade da pessoa, muitas vezes esquecida na rapidez da informação, com o risco até de destruir vidas humanas". Muitas vezes, seria útil o "benefício laico da dúvida".

Mauro chamou a atenção da honestidade com relação aos leitores e à "separação" com relação ao poder, enquanto para Vian "o jornal é a Bíblia laica, mas muito mais interessante é a Escritura Sagrada verdadeira".

Enquanto isso, como também demonstra o papa Francisco, é o Twitter que já move tudo. O tuíte esteja convosco, ide em paz.
Il Messaggero, 26-09-2013.

Como muda a Igreja nos tempos de internet?


"A possível separação entre conexão e encontro, entre partilha e relação implica o fato de que, hoje, as relações podem ser mantidas sem renunciar ao isolamento egoísta."
Por Antonio Spadaro

A internet está mudando o nosso modo de pensar e de viver. As recentes tecnologias digitais não são mais "tools", isto é, instrumentos completamente externos ao nosso corpo e à nossa mente. A rede não é um instrumento, mas sim um "ambiente" no qual nós vivemos. Talvez até mesmo algo mais, um verdadeiro "tecido conectivo" da nossa experiência da realidade.

Bento XVI escreveu na sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2010: "Os meios modernos de comunicação fazem parte, desde há muito tempo, dos instrumentos ordinários por meio dos quais as comunidades eclesiais se exprimem, entrando em contato com o seu próprio território e estabelecendo, muito frequentemente, formas de diálogo mais abrangentes".

É ainda mais verdade se considerarmos que a internet se tornou importante para o desenvolvimento das relações entre os pertencentes daquela que já é comumente definida como "geração Y", ou seja, a dos jovens nascidos entre os anos 1980 e 2000. A geração Y é caracterizada por uma grande familiaridade com as comunicações, as mídias e as tecnologias digitais. É a geração da chamada web 2.0, na qual as relações entre as pessoas estão no centro do sistema e da troca comunicativa, ao menos tanto quanto os conteúdos.

As "social networks" não dão expressão a um conjunto de indivíduos, mas sim a um conjunto de relações entre indivíduos. O conceito-chave não é mais a "presença" em rede, mas a "conexão": se estamos presentes mas não conectados, estamos "sozinhos". Entramos na internet para experimentar ou incrementar alguma forma de "proximidade", de cercania. É preciso, portanto, compreender bem de que modo o próprio conceito de "próximo" – tão caro à terminologia cristã e assim ligado à vizinhança espacial – evoluiu precisamente por causa da Rede. Daí certamente seguirão consequências de ordem política.

A possível separação entre conexão e encontro, entre partilha e relação implica o fato de que, hoje, as relações, paradoxalmente, podem ser mantidas sem renunciar à própria condição de isolamento egoísta. Sherry Turkle resumiu essa condição no título de um livro seu: Alone together, isto é, "Juntos, mas sozinhos". De fato, os "amigos", justamente por estarem sempre online, isto é, disponíveis ao contato ou imaginados como presente para dar uma olhada nas nossas atualizações nas social networks, estão invariavelmente presente e, portanto, justamente por isso, correm o risco de desaparecer em uma projeção da nossa imaginação. A fratura na proximidade se dá pelo fato de que a proximidade é estabelecida pela mediação tecnológica pela qual quem está "perto" de mim, isto é, próximo, é quem está "conectado" comigo.

O verdadeiro núcleo problemático da questão é o conceito de "presença" nos tempos das mídias digitais e das redes de relacionamento que desenvolvem uma forma de presença digital. O que significa estar presentes uns aos outros? O que significa estar presentes em um evento, em uma decisão? A existência digital parece se configurar com um estatuto ontológico incerto: prescinde da presença física, mas oferece uma forma, às vezes até mesmo vívida, de presença social. O conceito de participação – eclesial ou político – está estritamente ligado ao de "presença".

A existência digital, certamente, não é um simples produto da consciência, uma imagem da mente, mas também não é uma res extensa, uma realidade objetiva ordinária, até porque só existe na ocorrência da interação. As esferas existenciais envolvidas na presença em Rede, de fato, devem ser melhor investigadas no seu entrelaçamento. Abre-se diante de nós um mundo "intermediário", híbrido, cuja ontologia deve ser melhor investigada.

À luz das considerações sobre o fato de ser "próximo", como é possível, portanto, imaginar o futuro da vida de uma comunidade eclesial nos tempos da Rede? Já em 2001, Manuel Castells compreendia bem que a questão-chave para nós é a passagem da comunidade à network como forma central de interação organizativa. As comunidades, ao menos na tradição da pesquisa sociológica, eram baseadas na partilha de valores e organização social. As "networks" são constituídas através de escolhas e estratégias de atores sociais, sejam eles indivíduos, famílias ou grupos.

A Igreja nos tempos da internet poderia acabar sendo vista como uma estrutura de suporte, um "hub", uma praça, onde as pessoas podem "reagrupar-se", dar origem a grupos ou, melhor "cachos" (clusters) de conexões. Essa visão oferece uma ideia da comunidade que adota as características de uma comunidade virtual entendida como leve, sem vínculos históricos e geográficos, fluidas.

Como avaliar esse modelo? Certamente, a relacionalidade da rede funciona se as conexões (links) estão sempre ativos: se um nó ou uma ligação fosse interrompido, a informação não passaria, e a relação seria impossível. A reticularidade da videira em cujos ramos escorre uma mesma seiva, portanto, não está muito distante da imagem da Internet. A Igreja, de fato, é um corpo vivo se todas as relações em seu interior são vitais.

Ainda na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011, o papa notava que a web está contribuindo para o desenvolvimento de "novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada". A rede desses conhecimentos dá origem a uma forma de "inteligência conectiva".

Dom Gerhard Ludwig Müller, hoje prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em novembro de 2012, tinha captado lucidamente o desafio, isto é, a "responsabilidade da Igreja na formação de uma cultura humana coletiva, para a qual a sociedade de hoje, com a sua rede de conexões internacionais – globais – fornece, além disso, ótimos pressupostos".

No entanto, restam em aberto muitas interrogações. A Igreja, de fato, não é simplesmente uma rede de relações imanentes, nem é concebível como um projeto enciclopédico fruto do esforço de homens de boa vontade. A Igreja sempre tem um princípio e um fundamento "externo" e não é redutível a um modelo sociológico. O pertencimento à Igreja é dado por um fundamento externo, porque é Cristo que, por meio do Espírito, une os seus fiéis intimamente a si.

A Igreja, em suma, é um "dom" e não um "produto" da comunicação. E essa perspectiva ajuda a compreender como a própria sociedade civil não é um "produto". O "pertencimento" (eclesial, civil...) não é o produto da comunicação. Os passos da iniciação cristã não podem se resolver em uma espécie de "procedimento de acesso" (login) à informações, talvez até com base em um "contrato", que permite até uma rápida desconexão (log off). O enraizamento em uma comunidade não é uma espécie de "instalação" (set up) de um programa (software) em uma máquina (hardware), que pode ser, portanto, facilmente "desinstalado" (uninstall).

Eis então o nó: a cidade de Deus e a cidade do homem são chamadas a pensar o pertencimento nos tempos da rede, que, por sua natureza, é fundamentada nos links, isto é, nas ligações horizontais. O papa Francisco afirmou que a cidadania só é plena se for lida à luz da experiência de povo que compartilha um horizonte comum que transcende o equilíbrio flutuante e provisório de interesses: "É impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que permaneça fechada na pura lógica ou no mero equilíbrio de representação de interesses constituídos". E, portanto, "ser cidadão significa ser convocado para uma escolha, chamado a uma luta, a essa luta do pertencimento a uma sociedade e a um povo". Mas essa, mutatis mutandis, é uma definição válida também para aqueles que fazem parte do "povo fiel de Deus a caminho" que é a Igreja.
La Stampa, 27-09-2013.

Confirmadas canonizações de João Paulo II e João XXIII em 2014


João XXIII (centro) sempre conservou a imagem de um pastor próximo do povo, simples e de bom humor, atitude parecida com a de Francisco atualmente.
Cidade do Vaticano – O papa Francisco, durante o conistório de cardeais, nesta segunda-feira (30) confirmou a canonização dos papas João Paulo II e João XXIII, no dia 27 de abril de 2014. Diante dos cardeais presentes em Roma, Francisco confirmou que Karol Wojtyla e Angelo Giuseppe Roncalli serão declarados santos.

Os dois foram muito importantes para a Igreja Católica: o primeiro foi papa entre 1978 e 2005 e o segundo entre 1962 e 1965. A data da dupla canonização já havia sido revelada por fontes do Vaticano. No dia 27 de abril de 2014 se comemora a festa da Divina Misericórdia, estabelecida por João Paulo II. A cerimônia provavelmente atrairá centenas de milhares de pessoas, principalmente da Itália e Polônia, até a praça de São Pedro.

João Paulo II, primeiro papa polonês da história, muito popular nos mais de 100 países aos quais levou a palavra da Igreja, será canonizado apenas nove anos depois de sua morte, um tempo recorde. Bento XVI preferiu não levar em consideração o prazo obrigatório de cinco anos para abrir o processo de beatificação e canonização do antecessor, que foi beatificado em maio de 2011.

Francisco inovou para canonizar João XXIII, sem esperar a atribuição de um milagre. João XXIII convocou o grande Concílio Vaticano II (1962-1965), que pretendia abrir a Igreja ao mundo. Sempre conservou a imagem de um pastor próximo do povo, simples e de bom humor, atitude parecida com a de Francisco atualmente.

A canonização conjunta dos papas mostra a intenção de Francisco de manter o equilíbrio entre duas figuras muito diferentes da Igreja, assim como a de evitar um grande culto à personalidade de João Paulo II.

sábado, 28 de setembro de 2013

PROCLAMAS MATRIMONIAIS

28 e 29 de setembro de 2013


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:


·         CLÁUDIO SILVEIRA DE SOUZA JUNIOR
E
MARIANA VALENÇA CORDEIRO BARBOSA

·         ROMERO MIMOUN DO NASCIMENTO
E
VIVIAN ALVES DA SILVA

·         BRUNO ABREU DE SOUZA
E
THALITA ALVES DE SOUZA

·         ÍCARO SANTOS DE ANDRADE  TENÓRIO
E
THAMIRYS  DE ALMEIDA SILVA

·         ARTUR FILIPE FERREIRA DUTRA
E
CAMILA MELO DA SILVA

·         JURANDIR BORGES VASCONCELOS
E
MARIA  ALDENISE DE ANDRADE ARAÚJO

·         JAMESSON ROBERTO RODRIGUES MARINHO FILHO
E
KALINE RAKELLE  DA COSTA BEZERRA

·         MARCUS VINICIUS DE LIMA
E
GRACE MICHELINE BARBOSA DA SILVA



                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em   consciência a declarar.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Diáconos serão ordenados nesta sexta-feira na Igreja Catedral



1369049_535854279827715_87781857_n
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, ordena na noite desta sexta-feira, 27, cinco diáconos. A celebração será na Igreja Catedral, Sé de Olinda, a partir das 19h30. Serão ordenados Davi Gonçalves, Edivaldo Manoel, PSPM; Givanildo Lima, Luiz Gustavo e Rogério José. Quatro serão diáconos diocesanos. Edivaldo Manoel faz parte da Pia Sociedade Padre Mazza.

Ordenação Diaconal
Local: Igreja Catedral, Sé de Olinda
Dia: 27 de setembro de 2013
Horário: 19h30

Foto: Seminarista Elvis Caio
Da Assessoria de Comunicação AOR

Caminhada no centro do Recife celebra 10 anos do Estatuto do Idoso


caminhadadoidoso_480x679O Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (Cedi) em parceria com algumas instituições, entre elas a Arquidiocese de Olinda e Recife, promove na próxima terça-feira, 1 de outubro, Caminhada em comemoração aos 10 anos do Estatuto do Idoso. A concentração será às 13h, na Praça 17, na Rua do Imperador, centro do Recife. A saída está prevista para às 14h.
No dia 1º de outubro é celebrado o Dia Nacional do Idoso. Data escolhida para promover a caminhada que promete ser lúdica, reivindicatória e festiva animada com muito frevo. Mostrar a importância da participação da pessoa idosa na sociedade e reivindicar direitos não efetivados.
A caminhada terminará na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Os participantes entregarão a pauta de reivindicações aos deputados estaduais.

Caminhada em Comemoração pelos 10 anos do Estatuto do Idoso
Local: 
Praça 17, Rua do Imperador – Centro do Recife
Dia: 1 de outubro de 2013
Horário:
 13h (concentração)

Da Assessoria de Comunicação AOR

'Não é possível conhecer Jesus sem ter problemas', diz o papa


Para conhecer Jesus é necessário se comprometer com Ele. É o que afirmou o papa Francisco na missa desta quinta-feira (26), na Casa Santa Marta. O papa disse que Jesus não pode ser conhecido em “primeira classe”, mas na vida cotidiana de todos os dias. Apontou-nos três linguagens necessárias para conhecer Jesus: “a da mente, a do coração e a da ação”.

"Quem é esse, de onde vem?" O papa Francisco começou sua homilia partindo da pergunta que Herodes faz sobre Jesus. Uma pergunta, disse, que na verdade todos os que o encontram se fazem. É uma pergunta, afirmou, que “pode ser feita por curiosidade” ou que “pode ser feita por segurança”. E observou que, lendo o Evangelho, vemos que “alguns começam a sentir medo deste homem, porque pode levá-los a um conflito político com os romanos”. “Mas, perguntamo-nos: quem é este que provoca tantos problemas?” Porque, disse o papa, “Jesus cria problemas”.

“Não é possível conhecer Jesus sem ter problemas. E eu me atrevo a dizer: ‘Se você quer ter problemas, vai pelo caminho de Jesus. Não um, você terá muitos! Contudo, é o caminho para conhecer Jesus! Não é possível conhecer Jesus em primeira classe! Conhece-se a Jesus no cotidiano de todos os dias. Não é possível conhecer Jesus na tranquilidade, nem na biblioteca... Conhecer Jesus”.

Correto, acrescentou, “é possível conhecer Jesus no Catecismo”, porque o “Catecismo nos ensina muitas coisas sobre Jesus”. E disse, “devemos estudá-lo, devemos aprendê-lo”. Assim, “conhecemos o Filho de Deus, que veio para nos salvar; entendemos toda a beleza da História da Salvação, do amor do Pai, estudando o Catecismo”. E, no entanto, observou, “quantos leram o Catecismo da Igreja Católica, quando foi publicado há vinte anos?”

“Sim, é necessário conhecer Jesus no Catecismo. Contudo, não é suficiente conhecê-lo com a mente. É um passo, mas é necessário conhecer Jesus no diálogo com Ele, falando com Ele, na oração, de joelhos. Se você não reza, se não fala com Jesus, não o conhece. Você sabe coisas sobre Jesus, mas não com o conhecimento que o coração lhe oferece na oração. Conhecer Jesus com a mente, o estudo do Catecismo; Conhecer Jesus com o coração, na oração, no diálogo com Ele. Isto nos ajuda bastante, mas não é suficiente... Há um terceiro caminho para conhecer Jesus: é o de segui-lo. Ir com Ele, caminhar com Ele”.

É necessário “ir por seus caminhos, caminhando”. É necessário, afirmou, “conhecer Jesus com a linguagem da ação”. Então, você pode conhecer de verdade Jesus com estas “três linguagens: a da mente, do coração e da ação”. Se “eu conheço Jesus assim, concluiu, envolvo-me com Ele”.

“Não é possível conhecer Jesus sem nos envolvermos com Ele, sem arriscar a vida por Ele. Quando muita gente, também nós, faz esta pergunta: ‘Quem é este?’, a Palavra de Deus nos responde: ‘Você quer conhecê-lo? Leia o que a Igreja diz Dele, fale com Ele na oração e caminhe com Ele pelo seu caminho. Assim, você conhecerá quem é este homem’. Este é o caminho! Cada um deve fazer a sua escolha!”.
L'Osservatore Romano, 26-09-2013.

A Maria da hierarquia é tão diferente da nossa


Maria era uma mulher não intimidada pela Encarnação, que não devia nada a respostas masculinas, não intimidada a dar orientações sobre o que deveria ser feito, que tinha um alto senso de responsabilidade pessoal e que não tinha nem um pouco de dúvida sobre o seu lugar na hierarquia da Igreja.

Por Joan Chittister*

Uma das grandes descobertas científicas do século XX gira em torno do papel desempenhado pela comunicação em situações estressantes – a noção de que o estilo de comunicação de uma pessoa pode suavizar ou endurecer o conflito, dependendo de como ele seja usado; a ideia de que simplesmente a quantidade de informação fornecida em situações cruciais afeta o tom, a eficácia e os resultados das negociações. Como resultado dessas descobertas, corporações inteiras mudaram os seus processos de tomada de decisão e de disseminação de informações.

Então, com isso em mente, as pessoas esperaram obter informações sobre o andamento da visitação vaticana da LCWR a partir do encontro deste ano, em Orlando, na Flórida. Dado o fato de que não veio nenhuma informação, as pessoas tiraram as suas próprias conclusões.

Eu, por outro lado, fui buscar o único fragmento de dados que a assembleia conseguiu produzir sobre o assunto, a homilia que Sartain proferiu aos seus membros. E era um claro fragmento de comunicação.

Nessa homilia, Maria é "quieta", "dócil", submete a si mesma e não tem nenhum "desejo ou necessidade de entender as coisas (...) ou de resolvê-las para a sua própria satisfação pessoal". Não havia – nos é dito aqui – nenhum "não" ou "meu" nela. A Maria dessa homilia é um receptáculo passivo do que ela entende ser a Palavra de Deus.

Bem, talvez. Mas pode ser bom pensar um pouco sobre tudo isso à luz das outras coisas que nós também sabemos sobre Maria.

O objetivo desta coluna não é para analisar o que o bispo disse sobre Maria na festa da Assunção. Ao contrário, eu prefiro olhar para o que ele não disse sobre ela, porque, parece-me, o que ele deixou de fora dessa homilia diz muito sobre o que se espera das mulheres na Igreja Católica.

Por exemplo, Maria responde à declaração do anjo a ela questionando-o. Um anjo! Alguém de uma posição muito mais elevada, ao que parece, do que até mesmo os delegados apostólicos. E só então ela responde com uma resposta "Seja feita a sua vontade" a uma situação em que, aparentemente, um "não" era uma resposta viável. Caso contrário, por que se incomodar conversando?

Ainda mais importante, talvez, é a consciência de que, apesar da seriedade – até mesmo do perigo – da sua situação, Maria não recorreu a homem algum – aos sumos sacerdotes do templo, ao rabino local, ao seu pai ou mesmo a José – para obter instruções sobre o que deveria fazer. Ao invés, ela recorreu a outra mulher em busca da sabedoria que ela precisava e seguiu-a. Não houve visitações aqui.

Em outro exemplo, nas bodas de Caná, Maria dá o seu próprio conjunto de ordens apostólicas a ninguém menos do que o próprio Jesus, assim como para a equipe de servidores, dizendo: "Vão e façam o que ele lhes disser".

A própria Maria questionou a conveniência daquilo que Jesus estava fazendo no templo com os anciãos e, posteriormente, fez parte de uma multidão de familiares e de amigos que estavam até preocupados que Jesus pudesse estar "perdendo o juízo".

E, finalmente, se alguém quiser saber como Maria foi uma figura influente e importante para o desenvolvimento da Igreja primitiva, a própria ideia de ela fazer parte da reunião dos apóstolos em Pentecostes, quando cada um deles foi ungido no discipulado pelo Espírito Santo, deveria ser suficiente para dissipar a noção de que o que temos aqui é uma mulher sem um forte senso de si mesma.

Não, a Maria não mencionada nessa homilia sobre a Assunção era uma mulher não intimidada pela Encarnação, que não devia nada a respostas masculinas, não intimidada a dar orientações sobre o que deveria ser feito, que tinha um alto senso de responsabilidade pessoal e que não tinha nem um pouco de dúvida sobre o seu lugar na hierarquia da Igreja.

Essas, penso eu, são precisamente as qualidades que vemos nas mulheres do nosso próprio tempo que estão abrindo espaço para aquilo que algumas partes da Igreja chamam agora de "feminismo radical".

Do meu ponto de vista, esse é um triste mau uso da linguagem e até mesmo um caso mais triste de cegueira espiritual.
Adista, 23-09-2013.
*Joan Chittister é irmã beneditina, prioresa por 12 anos da comunidade de Erie, Pennsylvania, nos EUA, co-presidente da Global Peace Initiative of Women, organização internacional parceira da ONU em temas de paz e mulheres, e ex-presidente da Leadership Conference of Women Religious (LCWR).

Francisco vive a mensagem do Concílio em palavras e ações


Francisco mudou as prioridades, e uma mudança nas prioridades é um grande momento de mudança para qualquer organização.

Por John W. O´Malley*

Nenhum papa antes jamais havia concedido uma entrevista à imprensa. O evento, como visto na longa história dos sucessores de Pedro, é absolutamente sem precedentes. É igualmente tão sem precedentes para um papa revelar tanto sobre si mesmo como ser humano, falar sobre suas fraquezas e nomear seus erros e expressar arrependimento por eles. Eu poderia continuar. Mas não devemos pensar que a entrevista causou tal sensação.

Não devemos, no entanto, pensar tanto sobre a mensagem básica da entrevista. Nela, o Papa Francisco simplesmente coloca em palavras a mensagem que ele tem pregado pelas suas ações e pelo estilo de comportamento desde o momento em que foi eleito. Qual é essa mensagem? Eu penso no mandato que o Papa João XXIII deu ao Vaticano II no dia em que o Concílio abriu. Ele disse aos bispos que o Concílio deveria mostrar que a Igreja era "a mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade".

O Concílio levou a sério esse mandato. Ele fez o seu melhor para torná-lo operativo nos seus decretos, como quando descreveu a Igreja como povo de Deus, como quando estendeu a mão em amizade a outras Igrejas e a outras religiões, como quando dirigiu o seu documento final a todas as pessoas de boa vontade.

Francisco é o primeiro papa das Américas, o primeiro jesuíta papa, o primeiro a assumir o nome de Francisco. Ele também é o primeiro papa em 50 anos a não ter participado do Concílio. E isso é uma boa notícia! Os Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, todos eles participaram do Concílio e, durante os seus pontificados, tiveram que lidar com as suas batalhas. Francisco está acima disso. Não tendo participado, ele era mais livre para assumir a mensagem básica do Concílio, e ele a tem colocado em ação por palavras e atos desde a sua eleição.

O Concílio estava mais preocupado com o "como" a Igreja é do que com o "quê" ela é, mesmo que essas duas coisas realmente não possam ser separadas. O Concílio estava preocupado com "como" a Igreja se comporta, com "como" ela vai ao encontro dos seus membros e daqueles que não são membros. Ela se comporta em primeiro lugar como a mãe amorosa de todos ou ela se comporta como a polícia moral do mundo? Francisco claramente escolheu a primeira opção.

Mas será que ele realmente vai mudar as coisas? Bem, você não acha que ele já mudou muito as coisas? Ele mudou as prioridades, e uma mudança nas prioridades é um grande momento de mudança para qualquer organização. Ao assumir o nome de Francisco, sua primeira decisão como papa, ele fez a primeira proclamação das suas prioridades para a Igreja. Como ele explicou, ele escolheu o nome por três motivos: por causa do amor de Francisco pelos pobres, pelo seu cuidado pela natureza e pelo seu amor pela paz. Paz, cuidado pelo ambiente e cuidado pelos pobres deste mundo.

Ao escolher o nome de Francisco, ele escreveu a sua primeira encíclica, e o fez de uma forma mais poderosa do que qualquer documento escrito. Ele fez o mesmo quando ele lavou os pés da mulher muçulmana.

Há um velho ditado com o qual você pode estar familiarizado: as ações falam mais alto do que as palavras. Há outro: o que você é ressoa tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz. Pelas suas ações, Francisco foi revelando-se, e essas ações, há seis meses, têm ressoado muito alto por toda a Igreja e pelo mundo para além dela.
America, 24-09-2013.
*John W. O'Malley é do jesuíta, professor do departamento de teologia da Georgetown University e autor do livro What Happened at Vatican II.

Rompendo a indiferença


A leitura que a Igreja propõe neste domingo (29) é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16, 19-31 que corresponde ao 26º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico.

"É inumano nos fecharmos em nossa 'sociedade do bem-estar', ignorando totalmente essa outra 'sociedade do mal-estar'".
Por José Antonio Pagola*
Segundo Lucas, quando Jesus gritou "não podem servir a Deus e ao Dinheiro", alguns fariseus que estavam escutando-o e eram amigos do dinheiro "caçoaram de Jesus". Jesus não recua. Pouco depois, ele narra uma parábola lancinante para que aqueles que vivem escravos da riqueza abram os olhos.

Jesus descreve com poucas palavras uma situação sangrenta. Um homem rico e um pobre mendigo que moram perto um do outro, mas estão separados pelo abismo que existe entre a vida da opulência insultante do rico e a miséria extrema do pobre.

O relato descreve os dois personagens, destacando fortemente o contraste entre ambos. O rico se veste de púrpura e linho fino, o corpo do pobre está coberto de feridas. O rico dá banquetes não somente nos dias de festa, mas todos os dias; o pobre está caído à porta do rico, sem poder comer nada das sobras que caem da mesa do rico. Somente se aproximam para lamber suas chagas os cachorros que procuram alguma coisa no lixo.

Em nenhum momento, diz-se que o rico explorou o pobre, ou que o maltratou ou o desprezou. Até pode-se dizer que não tenha feito nada de errado. Porém, toda sua vida é inumana, pois vive somente para seu próprio bem-estar. Seu coração é de pedra. Ignora totalmente o pobre. Está na sua frente, doente, faminto e abandonado, mas não é capaz de atravessar a porta para cuidar dele.

Não podemos nos enganar. Jesus não está denunciando somente a situação da Galileia dos anos trinta. Está tentando sacudir a consciência daqueles que estão acostumados a viver na abundância, tendo ao lado de nossa casa, muito próximo de nós, povos que estão vivendo e morrendo na mais absoluta miséria.

É inumano nos fecharmos em nossa “sociedade do bem-estar”, ignorando totalmente essa outra “sociedade do mal-estar”. É cruel seguir alimentando essa “secreta ilusão de inocência”, que nos permite viver com a consciência tranquila, pensando que a culpa é de todos e não é de ninguém.

Nossa primeira tarefa é quebrar a indiferença. Resistir a seguir desfrutando de um bem-estar vazio de compaixão. Não nos isolarmos mentalmente para deslocar a miséria e a fome que há no mundo para uma distância abstrata e assim viver sem ouvir nenhum clamor, gemido ou pranto.

O Evangelho pode nos ajudar a viver vigilantes, sem nos tornarmos cada vez mais insensíveis aos sofrimentos dos abandonados, sem perder o sentido da responsabilidade fraterna e sem permanecer passivos quando podemos agir.
Religión Digital, 27-09-2013.
*José Antonio Pagola é teólogo.

Companhia de Jesus celebra 473 anos de fundação


Santo Ignácio de Loyola: compromisso com a educação humanística.
Redação Dom Total

Nesta sexta-feira (27), celebram-se os 473 anos da fundação da Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada por Santo Ignácio de Loyola que é responsável por levar educação e conhecimento para várias partes do mundo e hoje conta com mais de 20 mil membros em 123 países. Entre seus membros, está Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, o primeiro jesuíta eleito pontífice da História.

Apesar de ter sido criada por Ignácio de Loyola e outros seis estudantes em 15 de agosto de 1534, foi em 27 de setembro de 1540 que a ordem recebeu autorização do Papa III, por meio da Bula “Regimini Militantis Ecclesiae”.

O objetivo principal da Companhia de Jesus era ajudar a Igreja na sua reforma interna, principalmente no que tange aos aspectos morais e espirituais do clero. Assim, Inácio buscou trazer para o contexto eclesial do início da modernidade, através da sua mais significativa obra, os Exercícios Espirituais, um verdadeiro guia de aprofundamento da vida espiritual como base para a superação dos graves problemas morais que assolavam o clero. Também buscou oferecer, por meio do ensino religioso dirigido, uma maior formação dos cristãos, tendo dirigido sua atividade em duas grandes frentes: a educação e uma espiritualidade profunda. No princípio, sua atuação esteve restrita a países europeus, com a fundação de escolas, liceus e seminários. Com a colonização das Américas, no entanto, a ordem jesuíta ganhou território e importância mundial.

Durante séculos de História, os jesuítas se destacaram por sua atuação na área da educação. No Brasil, foram inclusive dois padres jesuítas, Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que fundaram a cidade de São Paulo, em 1554. Missões jesuíticas também se estabeleceram na Região Sul do país, alfabetizando índios e os batizando na fé católica, entre tantas outras obras significativas.

Em seu livro “O Povo Brasileiro”, o sociólogo Darcy Ribeiro ressalta a importância que os jesuítas tiveram para a defesa dos povos indígenas, à revelia da Coroa Portuguesa. A estrita obediência dos jesuítas a seus superiores, ignorando os desmandos do rei português, levou inclusive à expulsão da companhia do território brasileiro, pelo Marquês de Pombal, em 1759.

A qualidade e excelência de sua pedagogia favoreceu a expansão de seus liceus e colégios. Atualmente, existem cerca de 200 centros de educação e pesquisa superior jesuítas no mundo, entre eles a Escola Superior Dom Helder Câmara.