terça-feira, 30 de setembro de 2014

Evitar “lamentação teatral” e rezar por quem sofre, pede Papa



homilia-franciscoO lamento também se torna oração nos momentos sombrios, mas é preciso se guardar das “lamentações de teatro”, disse o Papa Francisco na Missa desta terça-feira, 30, na Casa Santa Marta. Ao falar de sofrimento, o Santo Padre recordou aqueles que vivem grandes tragédias, como os cristãos expulsos de suas casas por causa da fé, e reiterou a necessidade de rezar por eles.
O Pontífice concentrou sua homilia na Primeira Leitura, que mostra Jó amaldiçoando sua vida por ter perdido tudo. Diante dessa situação, Jó diz algumas palavras duras, que expressam a verdade do que ele está sentindo no momento. Essas lamentações podem parecer uma blasfêmia, mas, segundo o Papa, também constituem uma forma de oração.
“Jesus, quando se lamenta – ‘Pai, por que me abandonastes!’ – é uma blasfêmia? O mistério é este. Tantas vezes eu ouvi pessoas que estão vivendo situações difíceis, dolorosas, que perderam tanto ou se sentem sozinhas e abandonadas, e vêm se lamentar e fazem esta pergunta: ‘Por quê?’ Rebelam-se contra Deus. E eu digo: ‘Continue a rezar assim, porque também esta é uma oração’. Era uma oração quando Jesus disse ao seu Pai: ‘Por que me abandonastes!’”.
Da mesma forma, é uma oração a lamentação de Jó na Primeira Leitura, explicou o Papa Francisco, porque rezar é se tornar verdade diante de Deus. Jó rezou com a realidade, a verdadeira oração vem do coração, do momento que a pessoa vive, enfatizou. Esta é uma oração que surge nos momentos sombrios da vida, nos quais não há esperança.
“E tanta gente hoje está na situação de Jó. Tanta gente boa, como Jó, não entende o que aconteceu com elas, porque é assim. Tantos irmãos e irmãs que não têm esperança. Pensemos nas tragédias, nas grandes tragédias, por exemplo nestes nossos irmãos que, por serem cristãos, são expulsos de suas casas e ficam sem nada: ‘Mas, Senhor, eu acreditei em Ti. Por quê? Acreditar em Ti é uma maldição, Senhor?’”.
O Santo Padre também citou como exemplo os idosos deixados de lado, os doentes e pessoas sozinhas nos hospitais, lembrando que a Igreja toma para si esta dor e reza por eles. E muitas pessoas que não estão doentes, não passam fome nem têm necessidades importantes, quando passam por algum momento difícil, acreditam que são mártires e deixam de rezar.
Ainda há aqueles, segundo o Santo Padre, que ficam irritados com Deus e deixam de ir à Missa, e quando se pergunta o motivo de tal atitude, vê-se que é algo pequeno. Francisco mencionou o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, que, nos últimos dias de sua vida, ouvia dentro de si uma voz que lhe dizia que o “nada” a esperava. Mas ela não deixava de rezar.
“Tantas vezes passamos por esta situação, vivemos esta situação. E tanta gente que somente pensa em terminar no nada. E ela, Santa Teresinha, rezava e pedia força para seguir adiante, na escuridão. Isso se chama entrar em paciência. A nossa vida é muito fácil, as nossas lamentações são lamentações de teatro diante dessas [lamentações] de tanta gente, de tantos irmãos e irmãs que estão na escuridão, que quase perderam a esperança, que vivem aquele exílio de si mesmos, são nada! E Jesus fez este caminho: da noite no Monte das Oliveiras até a última palavra da Cruz: ‘Pai, por que me abandonastes!’”.
Sua Santidade indicou duas coisas que podem servir para nos auxiliar nos momentos de lamentação. A primeira é preparar-nos para esses momentos, preparar o coração. A segunda é rezar, como o faz a Igreja, pelos irmãos que sofrem com o exílio de si mesmos, no sofrimento e sem esperança. “É a oração da Igreja por estes ‘Jesus sofredores’ que estão em todos os lugares”.
Fonte: Canção Nova

Aprendendo a ler e a ouvir a Palavra de Deus


Sem a referência constante à Palavra de Deus, perdemos nossa referência religiosa principal.
Por Dom Odilo Pedro Scherer*

No Brasil, setembro é o mês da Bíblia. Há algumas décadas, este “mês temático” era ocasião para uma intensa animação bíblica nas comunidades: divulgação da Bíblia, cursos introdutórios à sua leitura compreensão, atividades com crianças e jovens para promover o amor à Palavra de Deus...
Tenho a impressão que esse entusiasmo anda em baixa contido atualmente. Será por não se perceber da mesma forma a importância da Bíblia para a Igreja? Em todo caso, não é isso que a Igreja entende. Tivemos em 2008 uma assembléia do Sínodo dos Bispos sobre “a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, depois da qual o papa Bento XVI fez a extraordinária Exortação Apostólica Verbum Domini (“A Palavra do Senhor”). Vale a pena retomá-la e absorver melhor a riqueza de suas orientações.
Em novembro de 2013, o papa Francisco entregou à Igreja a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”), na qual trata da alegria despertada em nós pelo encontro com Cristo e com Deus, sobretudo através da Sagrada Palavra. Essa alegria leva a partilhar com os outros a experiência realizada.
Sem a referência constante à Palavra de Deus, anunciada, acolhida, crida e vivida como uma experiência pessoal de encontro com Deus na Igreja, perdemos a nossa referência religiosa principal, que é a acolhida do dom de Deus e da salvação em Cristo Jesus; a Igreja precisa evitar sempre a tentação de ser referência última para si mesma: ela é discípula e servidora da Palavra de Deus e testemunha do amor de Deus “derramado em nossos corações”...
Falamos da necessidade de uma boa “iniciação à vida cristã”: penso que tenhamos aqui uma questão fundamental para a iniciação à vida cristã. Nossa fé - e se quisermos, nossa “religião” – tem seu fundamento e sua referência última na Palavra de Deus, e não em nós mesmos, nem em projetos humanos. Nossa fé é resposta à Palavra de Deus, que se manifestou e falou; é resposta a Deus, em última análise.
Daí a importância do primeiro anúncio, ou querigma, bem feito, para se confrontar com essa realidade. Se conseguirmos ajudar as pessoas a se colocarem em atitude de escuta atenta da Palavra de Deus, como sendo o próprio Deus que interpela e fala, então teremos conseguido algo importante. A resposta de fé será também resposta pessoal a um Deus pessoal, e não a uma verdade abstrata.
Após o querigma vem a iniciação à escuta e à acolhida constante da Palavra de Deus. Ninguém nasce conhecendo a Bíblia, nem seus métodos de leitura, nem a fé que a Igreja nutre em relação à Palavra de Deus. Tudo isso precisa ser apreendido com métodos adequados. É preciso haver uma iniciação à leitura bíblica, aos métodos de compreensão e acolhida de Palavra, à resposta que deve ser dada à Palavra.
Isso pode acontecer em qualquer momento e período da vida; mas na comunidade católica é importante que as crianças já sejam iniciadas à escuta e acolhida da Palavra de Deus. Elas aprendem a se colocar diante do “mistério da Palavra” e a se familiarizar com ela; da mesma forma, os adolescentes, jovens e também os adultos, que ainda não foram iniciados nessa prática.
Desnecessário é dizer que não se trata apenas de um exercício intelectual: muito mais que isso, trata-se de uma experiência de encontro pessoal, de uma “mistagogia” e de um exercício de fé orante.
Ao “ler a Palavra”, é preciso ter presente sempre que há um “tu” que fala através dela e da linguagem humana usada. Quem lê ou escuta, coloca-se diante de Deus que fala através da linguagem humana: “fala, Senhor, teu servo escuta”; e aprende a dar sua resposta, não ao leitor ou narrador da Palavra, mas a Deus que fala: Creio, Senhor! Glória a vós, Senhor!
CNBB, 29-09-2014.
*Dom Odilo Pedro Scherer é cardeal e arcebispo de São Paulo (SP).

É preciso ler e estudar a Bíblia todos os dias


O papa Francisco insiste sempre em levarmos no bolso (e nos aplicativos) um exemplar do Evangelho.
Por Dom Orani João Tempesta*

No último domingo do mês de setembro, celebramos o Dia Nacional da Bíblia. A Igreja no Brasil dedica este mês à Bíblia. Neste ano aprofundamos o tema: “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Mateus”, motivados pelo lema: “Ide fazer discípulos e ensinai”. A motivação deste mês temático vem do fato de a Igreja celebrar em 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, que, a pedido do Papa Dâmaso (366-384), preparou a tradução da Bíblia em latim, a partir das línguas originais. Foi um trabalho gigantesco, que demandou muitos anos e estudos. São Jerônimo dizia que quem não conhece os Evangelhos não conhece Cristo.

São Jerônimo (347-420), chamado de “Doutor Bíblico”, nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é um dos Padres da Igreja Latina; sabia o grego, o latim e o hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379, foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa São Dâmaso. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor à Igreja e à Sé de Pedro.

Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para todo cristão. A Carta aos hebreus diz que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,12). Jesus conhecia profundamente o Antigo Testamento.  Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto, Ele venceu o demônio lançando em seu rosto, por três vezes, a santa Palavra.  Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães para provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3c).

É preciso acolher, ler e estudar a Bíblia todos os dias! O papa Francisco insiste sempre em levarmos no bolso (e nos aplicativos) um exemplar do Evangelho para ler durante o dia onde quer que estejamos. Isso nos faz aquecer a alma com um trecho dela; e saber usá-la nos momentos de dor, dúvida, angústia, medo etc. Abra a Palavra, deixe Deus falar a seu coração. E fale com Deus; é a maneira mais fácil de rezar (Leitura, Meditação, Oração e Contemplação). O Espírito Santo nos ensina essa verdade pela boca do profeta Isaías; cuja boca tornou “semelhante a uma espada afiada” (Is 49,2): “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à Palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missão” (Is 55,10).

A Palavra de Deus é transformadora, santificante! São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo, com toda convicção: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16). Ela é, portanto, um instrumento indispensável para a nossa santificação. Não conseguiremos ter “os mesmos sentimentos de Cristo” (Fl 2,5) sem ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a sua santa Palavra. São Jerônimo dizia que “quem não conhece o Evangelho não conhece Jesus Cristo”. Jesus nos ensina que “a Escritura não pode ser desprezada” (Jo 10,34). São Paulo recomendava a Timóteo: “aplica-te à leitura da Palavra” (1Tm 4,13). Ela não é palavra humana, mas “palavra de Deus... que age eficazmente em vós” (1Ts 2,13).

Jesus é a própria Palavra de Deus, o Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1,1s). “No livro do Apocalipse, São João viu o Filho do homem”… “e de sua boca saía uma espada afiada, de dois gumes” (Ap 1,16). É o símbolo tradicional da irresistível penetração da Palavra de Deus. Além da leitura, é muito importante aprofundar o conhecimento das escrituras. Cada ano, no Brasil, no Mês da Bíblia somos convidados a aprofundar um dos livros bíblicos. É preciso estudar a Bíblia, fazer um curso bíblico ou outros tipos de aprofundamento para que não caiamos em fanatismos e fundamentalismos. Ela não é um livro de ciência, mas, sim, da revelação da vontade de Deus para nossa salvação.

É a Igreja quem tem o serviço de interpretar os textos bíblicos. E isso é feito de maneira especial através do Sagrado Magistério, dirigido pela cátedra de Pedro (o Papa), e da Sagrada Tradição Apostólica, que constitui o acervo sagrado da Igreja e de tudo quanto o Espírito Santo lhe revelou no passado e continua fazendo no presente. (Jo 14, 15.25; 16, 12-13).  Conduzidos pelo Espírito e alicerçados no Magistério poderemos caminhar com segurança, acolhendo a Palavra de Deus em nossas vidas: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13a).

Que a leitura orante (lectio divina) juntamente com o aprofundamento e conhecimento das Sagradas Escrituras neste mês temático nos ajude ainda mais a amar as Escrituras e encontrar, na revelação, Jesus Cristo Nosso Senhor, nossa vida e salvação. A Ele queremos seguir e anunciar aos irmãos e irmãs. Ele é a Palavra que se fez carne e veio habitar no meio de nós! N’Ele está a vida e a salvação!
A12, 28-09-2014.
*Dom Orani João Tempesta é cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

´O pecado enfraquece a Igreja´, diz papa


Pontífice pontífice chama a atenção para a presença do mal ao lado dos que seguem o Evangelho
Por Giacomo Galeazzi

"A barca de Pedro é sacudida pelas ondas; rememos juntos”. Francisco chamou a atenção para os compromissos fáceis. A “barca de Pedro”, a Igreja, “pode ser sacudida hoje pelas ondas”, como o foi a Companhia de Jesus; “Não é de se admirar disto”. “Permaneçamos juntos, rememos todos, inclusive o papa rema na barca de Pedro”, disse durante o Te Deum.

O pontífice chamou a atenção para a presença do mal ao lado dos que seguem o Evangelho: “A noite e o poder das trevas sempre estão próximos. Reconhecer-se pecadores significa ter a atitude correta; devemos rezar muito, inclusive o papa”. De fato, “jamais nos salvamos recorrendo à esperteza ou a estratagemas”.

O papa, ao celebrar na Igreja do Gesù, em Roma, o 200º aniversário da restauração da Companhia de Jesus, percorreu a história da sua ordem religiosa e convidou para seguir o exemplo dos jesuítas, que, apesar de todas as tribulações, demonstraram obediência. Além disso, “jamais é a aparente tranquilidade que consola o nosso coração, mas a verdadeira paz que é dom de Deus. Não se deve jamais procurar o compromisso fácil, nem se devem praticar pacifismos fáceis”. “A Companhia de Jesus viveu tempos difíceis, de perseguição. Durante o generalato do Pe. Lorenzo Ricci – recordou o papa Bergoglio –, os inimigos da Igreja chegaram a obter a supressão da Companhia” da parte do meu predecessor Clemente XIV”.

“Em tempos de tribulação e de perturbação – observou Bergoglio – levanta-se sempre um acúmulo de dúvidas e de sofrimento, e não é fácil ir em frente, prosseguir na caminhada. Sobretudo nos tempos difíceis e de crises surgem tantas tentações: parar de discutir ideias, deixar-se levar pela desolação, concentrar-se no fato de ser perseguidos e não ver mais nada. Lendo as cartas do padre Ricci uma coisa me impressionou muito: sua capacidade de não se deixar deprimir por estas tentações e de propor aos jesuítas, em tempo de tribulação, uma visão das coisas que os enraizassem ainda mais na espiritualidade da Companhia”.

O papa convidou a seguir o exemplo do padre geral Ricci, “que escrevia aos jesuítas de então vendo as nuvens se adensarem no horizonte, os fortificava em seu pertencimento ao corpo da Companhia e à sua missão. Num tempo de confusão e perturbação fez discernimento. Não perdeu tempo em discutir ideias e lamentar-se, mas se conscientizou da vocação da Companhia. Ele tinha que protegê-la. E esta atitude – observou Bergoglio – levou os jesuítas a fazer a experiência da morte e ressurreição do Senhor. Diante da perda de tudo, até de sua identidade pública, não opuseram resistência à vontade de Deus, não resistiram ao conflito procurando salvar a si mesmos”. “A Companhia – e isto é belo – viveu o conflito até o fundo, sem reduzi-lo: viveu a humilhação com Cristo humilhado, obedeceu. Nós jamais nos salvamos do conflito com a esperteza e com os estratagemas para resistir”.

O papa falou sobre as tribulações da vida e encorajou para nunca desistir. "Às vezes, o caminho que conduz à vida é estreito e apertado, mas a tribulação, se vivida à luz da misericórdia, nos purifica como o fogo, nos dá tanta consolação e inflama o nosso coração afeiçoando-o à oração. Os nossos irmãos jesuítas na supressão foram fervorosos no espírito e no serviço do Senhor, alegres na esperança, constantes na tribulação, perseverantes na oração. E isto honrou a Companhia, não certamente os encômios dos seus méritos. Será sempre assim”.

"A Companhia, restaurada por meu predecessor Pio VII, era feita de homens corajosos e humildes em seu testemunho de esperança, de amor e de criatividade apostólica, aquela do Espírito. Que a Companhia permaneça unida num só corpo!”, disse o Papa, que recordou a preciosa obra desempenhada pelos jesuítas para benefício dos últimos e mais necessitados. “Hoje, a Companhia – disse Francisco – enfrenta com inteligência e operosidade também o trágico problema dos refugiados e dos prófugos; e se esforça com discernimento no sentido de integrar o serviço da fé e a promoção da justiça, em conformidade com o Evangelho”.

O pontífice argentino citou as palavras pronunciadas por Paulo VI na 32ª Congregação Geral: “Na Igreja, inclusive nos campos mais difíceis e de ponta, nas encruzilhadas das ideologias, nas trincheiras sociais, existiu e existe o confronto entre as exigências candentes do homem e a perene mensagem do Evangelho, lá estiveram e estão os jesuítas”. O pontífice destacou qual deve ser a missão da Igreja: “em saída, em missão”, e descreveu a “identidade do jesuíta”, que “é a de um homem que adora só a Deus e ama e ser os seus irmãos, mostrando, através do exemplo, não só aquilo no que crê, mas também o que espera e quem é aquele em quem pôs sua confiança. O jesuíta quer ser um companheiro de Jesus, alguém que tenha os mesmos sentimentos de Jesus”.
Vatican Insider, 27-09-2014.
*A tradução é de André Langer.

Existir seria a maior maravilha da vida?


Por que perdemos o gosto pelas surpresas diante da realidade?
Por Corrado Paolucci

Qual seria a primeira maravilha? Acordar cedo, abrir os olhos e se alegrar apenas pelo fato de existir. É preciso pouco para se dar conta disso, mas também pouco para se esquecer. Por quê? Por qual motivo constantemente perdemos o gosto de nos surpreender diante da realidade? Como recuperá-lo?

Sensação de bem-estar

A maravilha enquanto reação, ou estado emocional, foi objeto de alguns estudos: reduziria o stress e traria uma sensação de bem-estar e de plenitude em nossas vidas. Recentemente, segundo o Huffington Post (23 de setembro), os pesquisadores começaram a dar atenção ao fato. Numa pesquisa em 2003, com o título “Approaching Awe, A Moral, Spiritual And Aesthetic Emotion”, os psicólogos Dacher Keltner da UC Berkeley e Jonathan Haidt da New York University, escreveram exatamente como a maravilha funciona e quais efeitos possui sobre nós. “Dois elementos fundamentais: perceber a ‘amplitude’ (algo que imaginamos que seja maior que nós), buscar trazê-la para nossa mente e assimilá-la”.

O que pode estimular uma maravilha? O que ajuda a nossa mente e o nosso coração a se estender e a desfrutar da realidade que temos diante de nós?

Um elenco traçado pelo Huffington Post nos fornece cinco coisas a saber sobre a maravilha, que vale a pena examinar para entender se maravilhar-se é uma sorte de poucos, ou um “trabalho” que pode ajudar a todos.

1. A maravilha muda a nossa relação com o tempo

Segundo um estudo de 2012 da Stanford University, após uma experiência extraordinária, as pessoas sentem que são “enriquecidas” pelo tempo. Os pesquisadores mostraram aos participantes, por meio de experimentos, algumas propagandas de TV, que são pensadas para despertar maravilha: as imagens mostravam cascatas, animais, paisagens de tirar o fôlego. Após assisti-las, as mesmas pessoas estavam muito propensas a dar razão e a afirmavam coisas como: “Sinto que tenho muito tempo à disposição para poder terminar algumas coisas” e “O tempo se dilatou”.

Não é a mesma perplexidade que encontramos diante da beleza da criação?

2. Mais se maravilha, mais se torna criativo

A maravilha aumenta a criatividade, torna a mente mais flexível e nos faz ver as coisas sob uma luz diferente. Segundo um estudo de 2012 da universidade de Tel Aviv, o “pensamento expansivo” aumenta a criatividade: isso porque nos leva a pensar “fora”, ao invés de “dentro”. Quanto mais a nossa mente vaga distante, mais nos tornamos criativos. Se estamos no trabalho e buscamos desesperadamente uma ideia, podemos tentar olhar uma bela foto, ou um quadro que nunca tínhamos visto. Isso nos ajudará a sermos mais criativos.

Pensemos em um artista visionário como Leonardo Da Vinci, que se nutriu da beleza para conceber obras de arte e invenções.

3. A maravilha nos ajuda a reencontrar a esperança e a apreciar de novo a vida

“Acredito na maravilha. A maravilha da vida, de existir, não tem limites. Não importa o que perdemos, do que temos medo, ou o que duvidamos, ela está sempre aqui. Está aqui nos nossos piores momentos, no desespero, na vida e na morte. Nos momentos mais escuros, é opaca, mas é sempre acessível”. Assim o psicólogo Kirk Schneider escreveu em um post no seu blog “Psychology Today”. A sua intenção era tornar real a ideia do quanto esteja “presente”, em nossas vidas, a maravilha. Quando nos sentimos desanimados, pode ser a maneira certa para recuperar a confiança e reanimar.

4. Maravilha para com a natureza

Passar um tempo na natureza traz muitos benefícios: acalma, ajuda a mente a se concentrar, reduz o estresse, pode ser uma ótima maneira para nos maravilharmos. Podemos nos perder olhando as montanhas, uma paisagem que não esperaríamos ver, podemos sentir o perfume e beneficiarmo-nos do silêncio: tudo isso pode nos fazer sentir a maravilha daquilo que nos circunda, lembra-nos do quanto somos pequenos em relação à majestosa natureza.

Na primeira missa do Papa Francisco, ele falou sobre o Criador e Seu cuidado com a natureza: “Gostaria de pedir, por favor, a todos aqueles que ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e as mulheres de boa vontade: sejamos ‘guardiões’ da criação, do projeto de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas para ‘cuidar’ devemos também cuidar de nós mesmos!”.

5. A maravilha que experimentamos cada dia pode transformar as nossas vidas

É a maravilha que experimentamos em poucas doses a cada dia que nos transforma verdadeiramente. Segundo uma teoria de 1964, diariamente algumas experiências levam consigo um pouco de maravilhas e são estas que nos tocam e nos mudam. Mas como reconhecê-las? Podemos ser tocados pelos gestos mais simples, por um momento de amor vivido intensamente, por uma palavra ou algo especial que tenhamos visto. Ou simplesmente pelo fato de agradecer porque nesse momento somos amados e existimos, mesmo sem merecer.
SIR/Aleteia, 29-09-2014

Dia Mundial da Comunicação abordará a família


O evento acontece em 17 de maio de 2015.
O Vaticano anunciou nessa segunda-feira (29) que o papa Francisco escolheu a família como tema do 49ª Dia Mundial das Comunicações Sociais que será celebrado em 17 de maio de 2015. "Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor", foi o tema escolhido pelo papa e divulgado pela sala de imprensa vaticana.

Por sua vez, o Pontifício Conselho das Comunicações Sociais destacou que este tema dá continuidade com o abordado no ano passado e "ao mesmo tempo sugere uma contextualização com o tema central dos próximos Sínodos que é a família".

A mensagem de Pontífice para a Dia Mundial das Comunicações Sociais é publicada tradicionalmente em 24 de janeiro, dia de São Francisco Sales, patrono das comunicações sociais.
SIR/ANSA

Liturgia Diária

DIA 30 DE SETEMBRO - TERÇA-FEIRA

SÃO JERÔNIMO
PRESBÍTERO E DOUTOR 
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Antífona da entrada: Que as palavras da Escritura estejam sempre em teus lábios, para que, meditando-as dia e noite, te esforces para realizar tudo aquilo que ensinam, e terá sentido e valor a tua vida (Js 1,8).
Oração do dia
Ó Deus, que destes ao presbítero são Jerônimo profundo amor pela Sagrada Escritura, concedei ao vosso povo alimentar-se cada vez mais da vossa palavra e nela encontrar a fonte da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Jó 3,1-3.11-17.20-23)
Leitura do livro de Jó.
3 1 Então Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia de seu nascimento.
2 Jó falou nestes termos:
3 “Pereça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: uma criança masculina foi concebida!
11 Por que não morri no seio materno, por que não pereci saindo de suas entranhas?
12 Por que dois joelhos para me acolherem, por que dois seios para me amamentarem?
13 Estaria agora deitado e em paz, dormiria e teria o repouso
14 com os reis, árbitros da terra, que constroem para si mausoléus;
15 com os príncipes que possuíam o ouro, e enchiam de dinheiro as suas casas.
16 Ou então, como o aborto escondido, eu não teria existido, como as crianças que não viram o dia.
17 Ali, os maus cessam os seus furores, ali, repousam os exaustos de forças,
20 Por que conceder a luz aos infelizes, e a vida àqueles cuja alma está desconsolada,
21 que esperam a morte, sem que ela venha, e a procuram mais ardentemente do que um tesouro,
22 que são felizes até ficarem transportados de alegria, quando encontrarem o sepulcro?
23 Ao homem cujo caminho é escondido e que Deus cerca de todos os lados?”
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 87/88
Chegue a minha oração até a vossa presença.
A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia,
e de noite se eleva até vós meu gemido.
Chegue a minha oração até a vossa presença,
inclinai vosso ouvido a meu triste clamor!

Saturada de males se encontra a minha alma,
minha vida chegou junto às portas da morte.
Sou contado entre aqueles que descem à cova,
toda gente me vê como um caso perdido!

O meu leito já tenho no reino dos mortos,
como um homem caído que jaz no sepulcro,
de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre
e excluiu por completo da sua atenção.

Ó Senhor, meu pusestes na cova mais funda,
nos locais tenebrosos da sobra da morte.
Sobre mim cai o peso do vosso furor,
vossas ondas enormes me cobrem, me afogam.
Evangelho (Lucas 9,51-56)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do Homem, a fim de servir e dar sua vida em regate por muito (Mc 10,45).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 51 Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém.
52 Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada.
53 Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?”
55 Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente.
56 O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las. Foram então para outra povoação.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
Lucas inicia a narrativa da caminhada de Jesus da Galiléia a Jerusalém. Jesus toma a firme decisão de se dirigir ao centro do judaísmo, Jerusalém e o Templo, para ali fazer seu anúncio libertador, em um confronto direto com o estado teocrático judaico. Jesus sabia que com tal decisão arriscava sua própria vida. "Ia se completando o tempo para ser elevado ao céu": com esta afirmativa Lucas prepara sua própria e original narrativa da Ascensão que será feita no livro de Atos. Ao atravessarem a Samaria, os discípulos enviados a um povoado para preparar hospedagem devem ter cometido um equívoco. Com sua visão triunfalista tradicional devem ter falado de um Jesus glorioso, restaurador de Israel, o que suscitou a rejeição dos moradores, que eram discriminados pelos judeus. E, ainda, com espírito vingativo, estes discípulos queriam um fogo do céu para destruí-los. Jesus repreende-lhes esta sua ideologia. O problema não estava nos samaritanos, mas na cegueira dos discípulos enviados. O próprio Lucas, na parábola do samaritano, e, depois, João em seu evangelho destacam a acolhida dos samaritanos a Jesus.
Sobre as oferendas
Concedei, Senhor nosso Deus, que, à semelhança de são Jerônimo, meditando vossa palavra em nossos corações, sejamos mais solícitos em oferecer-vos o sacrifício que nos salva. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Vossas palavras foram encontradas e eu as devorei; elas se tornaram minha delícia e a alegria do meu coração; porque vosso nome, Senhor Deus, foi invocado sobre mim (Jr 15,16).
Depois da comunhão
Ó Deus, aos nos alegrarmos na festa de são Jerônimo, fazei que a comunhão na eucaristia desperte os corações dos vossos fiéis, para que, sempre atentos às Sagradas Escrituras, conheçamos o caminho a seguir e cheguemos por ele à vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JERÔNIMO)
É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos, de todos os tempos, têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.

Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.

Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílo de Trento.

Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloqüente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.

Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.

Jerônimo era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha total clareza de seus merecimentos. Ao escrever o livro "Homens ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.

Evangelho do Dia

Ano A - 30 de setembro de 2014

Lucas 9,51-56

Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do Homem, a fim de servir e dar sua vida em regate por muito (Mc10,45).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 51 Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém.
52 Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada.
53 Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?”
55 Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente.
56 O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las. Foram então para outra povoação.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
Lucas inicia a narrativa da caminhada de Jesus da Galiléia a Jerusalém. Jesus toma a firme decisão de se dirigir ao centro do judaísmo, Jerusalém e o Templo, para ali fazer seu anúncio libertador, em um confronto direto com o estado teocrático judaico. Jesus sabia que com tal decisão arriscava sua própria vida. "Ia se completando o tempo para ser elevado ao céu": com esta afirmativa Lucas prepara sua própria e original narrativa da Ascensão que será feita no livro de Atos. Ao atravessarem a Samaria, os discípulos enviados a um povoado para preparar hospedagem devem ter cometido um equívoco. Com sua visão triunfalista tradicional devem ter falado de um Jesus glorioso, restaurador de Israel, o que suscitou a rejeição dos moradores, que eram discriminados pelos judeus. E, ainda, com espírito vingativo, estes discípulos queriam um fogo do céu para destruí-los. Jesus repreende-lhes esta sua ideologia. O problema não estava nos samaritanos, mas na cegueira dos discípulos enviados. O próprio Lucas, na parábola do samaritano, e, depois, João em seu evangelho destacam a acolhida dos samaritanos a Jesus.
Leitura
Jó 3,1-3.11-17.20-23
Leitura do livro de Jó.
3 1 Então Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia de seu nascimento.
2 Jó falou nestes termos:
3 “Pereça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: uma criança masculina foi concebida!
11 Por que não morri no seio materno, por que não pereci saindo de suas entranhas?
12 Por que dois joelhos para me acolherem, por que dois seios para me amamentarem?
13 Estaria agora deitado e em paz, dormiria e teria o repouso
14 com os reis, árbitros da terra, que constroem para si mausoléus;
15 com os príncipes que possuíam o ouro, e enchiam de dinheiro as suas casas.
16 Ou então, como o aborto escondido, eu não teria existido, como as crianças que não viram o dia.
17 Ali, os maus cessam os seus furores, ali, repousam os exaustos de forças,
20 Por que conceder a luz aos infelizes, e a vida àqueles cuja alma está desconsolada,
21 que esperam a morte, sem que ela venha, e a procuram mais ardentemente do que um tesouro,
22 que são felizes até ficarem transportados de alegria, quando encontrarem o sepulcro?
23 Ao homem cujo caminho é escondido e que Deus cerca de todos os lados?”
Palavra do Senhor.
Salmo 87/88
Chegue a minha oração até a vossa presença.
A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia,
e de noite se eleva até vós meu gemido.
Chegue a minha oração até a vossa presença,
inclinai vosso ouvido a meu triste clamor!

Saturada de males se encontra a minha alma,
minha vida chegou junto às portas da morte.
Sou contado entre aqueles que descem à cova,
toda gente me vê como um caso perdido!

O meu leito já tenho no reino dos mortos,
como um homem caído que jaz no sepulcro,
de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre
e excluiu por completo da sua atenção.

Ó Senhor, meu pusestes na cova mais funda,
nos locais tenebrosos da sobra da morte.
Sobre mim cai o peso do vosso furor,
vossas ondas enormes me cobrem, me afogam.
Oração
Ó Deus, que destes ao presbítero são Jerônimo profundo amor pela Sagrada Escritura, concedei ao vosso povo alimentar-se cada vez mais da vossa palavra e nela encontrar a fonte da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Avisos

HOJE HAVERÁ MISSA DOS ANCANJOS ÀS 19H30 EM CANDEIAS


COMEÇA HOJE O TRIDUO DE SANTA TEREZINHA!
DIAS: SEGUNDA E TERÇA - FEIRA SERÁ ÀS 16H30

QUARTA - FEIRA MISSA NO TERRENO ÀS 19H30

QUINTA - FEIRA DIA DE NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS E DI ANJO DA GUARDA!
MISSA ÀS 19H30 

domingo, 28 de setembro de 2014

Liturgia Diária

DIA 29 DE SETEMBRO - SEGUNDA-FEIRA

SANTOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL
(BRANCO, GLÓRIA PREFÁCIO DOS ANJOS – OFÍCIO DA FESTA)

Antífona da entrada: Bendizei ao Senhor, mensageiros de Deus, heróis poderosos que cumpris suas ordens sempre atentos á sua palavra (Sl 102,20).
Oração do dia
Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos anjos e dos homens, fazei sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Daniel 7,9-10.13-14)
Leitura da profecia de Daniel.
7 9 Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente.
10 Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos.
13 Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.
Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial 137/138
Perante os vossos anjos, vou cantar-vos, ó Senhor!

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Os reis de toda a terra hão de louvar-vos
quando ouvirem, ó Senhor, vossa promessa.
Hão de cantar vossos caminhos e dirão:
“Como a glória do Senhor é grandiosa!”

 
Evangelho (João 1,47-51)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis sua vontade! (Sl 102,21)
 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 1 47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade”.
48 Natanael pergunta-lhe: “Donde me conheces?” Respondeu Jesus: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira”.
49 Falou-lhe Natanael: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.
50 Jesus replicou-lhe: “Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta”.
51 E ajuntou: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Palavra da Salvação.


 
Comentário ao Evangelho
O tom profético da afirmação de Jesus, de que já conhecia Natanael, provoca a admiração deste. Embora um sincero israelita, Natanael, dominado pela ideologia messiânica de poder, desprezava a Galiléia. Porém, acaba chamando Jesus de Rabi e, como profissão de fé, lhe confere dois títulos de poder: Filho de Deus, atribuído aos reis, e Rei de Israel, poderoso messias davídico; ambos são recusados por Jesus. Natanael, seguindo Jesus, verá coisas maiores ainda. Verá "o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem". Na crença judaica, os anjos eram servidores de Deus. No livro de Gênesis, os "anjos de Deus" que sobem a Deus e descem antecedem a renovação da aliança de Javé, então com Jacó. Agora, a nova aliança é feita com o Filho do Homem, o Deus encarnado em Jesus. O Jesus humano e humilde faz a aliança com os pobres, pequeninos, oprimidos e excluídos, e, com seu amor misericordioso, promove a sua libertação e o desabrochar de suas vidas.
Oração
Senhor Jesus, dá-me força e coragem para seguir em frente, no caminho querido pelo Pai, mesmo quando eu me sentir incompreendido e rejeitado.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Nós vos apresentamos, ó Deus, com nossas humildes preces, estas oferendas de louvor; fazei que, levadas pelos anjos à vossa presença, sejam recebidas com agrado e obtenham para nós a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio próprio
(A glória de Deus manifestada nos Anjos)
Na verdade, justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em toda parte, e não cessar de engrandecer-vos, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. É a vós que glorificamos ao louvarmos os anjos, que criastes e que foram dignos do vosso amor. A admiração que eles merecem nos mostra como sois grande e como deveis ser amado acima de todas as criatura. Pelo Cristo, vosso filho e Senhor nosso, louvam os anjos a vossa glória, as dominações vos adoram e, reverentes, vos servem potestades e virtudes. Concedei-nos também a nós associar-nos à multidão dos querubins e serafins, cantando (dizendo) a uma só voz...
 
Antífona da comunhão: Graças vos dou, Senhor, de todo o coração, na presença dos anjos eu vos louvo (Sl 137,1).
Depois da comunhão
Alimentados na força do pão do céu, dai-nos, ó Deus, sob a proteção dos vossos anjos, progredir no caminho da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL)
O mês de setembro tornou-se o mais festivo para os cristãos, pois a Igreja unificou a celebração dos três arcanjos mais famosos da história do catolicismo e das religiões - Miguel, Gabriel e Rafael - para o dia 29 de setembro, data em que se comemorava apenas o primeiro.

Esses três arcanjos representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus "mensageiros dos decretos divinos" aqui na terra.

Miguel, que significa "ninguém é como Deus", ou "semelhança de Deus", é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada Escritura, que narramos na sua página. O seu culto é um dos mais antigos da Igreja.

Gabriel significa "Deus é meu protetor" ou "homem de Deus". É o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, dos trabalhadores dos correios e dos operadores dos telefones, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias. Na sua página, descrevemos com detalhes as suas aparições citadas na Bíblia . Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmo no islamismo.

Rafael, cujo significado é "Deus te cura" ou "cura de Deus", teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós, passagem que pode ser lida na página dedicada a ele. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros.

A Igreja Católica considera esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência Divina. Preste atenção, ouça e não deixe de rezar para eles.

Evangelho do Dia

Ano A - 29 de setembro de 2014

João 1,47-51

Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis sua vontade! (Sl 102,21)
 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 1 47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade”.
48 Natanael pergunta-lhe: “Donde me conheces?” Respondeu Jesus: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira”.
49 Falou-lhe Natanael: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.
50 Jesus replicou-lhe: “Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta”.
51 E ajuntou: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Palavra da Salvação.


 

Comentário do Evangelho
O tom profético da afirmação de Jesus, de que já conhecia Natanael, provoca a admiração deste. Embora um sincero israelita, Natanael, dominado pela ideologia messiânica de poder, desprezava a Galiléia. Porém, acaba chamando Jesus de Rabi e, como profissão de fé, lhe confere dois títulos de poder: Filho de Deus, atribuído aos reis, e Rei de Israel, poderoso messias davídico; ambos são recusados por Jesus. Natanael, seguindo Jesus, verá coisas maiores ainda. Verá "o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem". Na crença judaica, os anjos eram servidores de Deus. No livro de Gênesis, os "anjos de Deus" que sobem a Deus e descem antecedem a renovação da aliança de Javé, então com Jacó. Agora, a nova aliança é feita com o Filho do Homem, o Deus encarnado em Jesus. O Jesus humano e humilde faz a aliança com os pobres, pequeninos, oprimidos e excluídos, e, com seu amor misericordioso, promove a sua libertação e o desabrochar de suas vidas.
Oração
Senhor Jesus, dá-me força e coragem para seguir em frente, no caminho querido pelo Pai, mesmo quando eu me sentir incompreendido e rejeitado.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Daniel 7,9-10.13-14
Leitura da profecia de Daniel.
7 9 Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente.
10 Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos.
13 Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.
Palavra do Senhor.

 
Salmo 137/138
Perante os vossos anjos, vou cantar-vos, ó Senhor!

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Os reis de toda a terra hão de louvar-vos
quando ouvirem, ó Senhor, vossa promessa.
Hão de cantar vossos caminhos e dirão:
“Como a glória do Senhor é grandiosa!”

 
Oração
Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos anjos e dos homens, fazei sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

A COMUNIDADE CATÓLICA CHAMA

CONVIDA  TODOS OS PAROQUIANOS A ESTEREM PRESENTES NESTA SEGUNDA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DO GRANDE LOUVOR PELA RECUPERAÇÃO DAS FAMÍLIAS, A PARTIR DAS 19H30, COM A PRESENÇA DO DIÁCONO JOSENALDO, QUE FARA A PALESTRA: A BÍBLIA NA VIDA DA  FAMÍLIA.

Chama, A SUA COMUNIDADE DE ALIANÇA E AMOR!

Papa: um povo que não cuida dos avós e não os trata bem é um povo sem futuro


Cidade do Vaticano (RV) - A Praça São Pedro viveu neste domingo uma manhã de festa, com mais de cinquenta mil pessoas que participaram do encontro do Papa com os anciãos e avós provenientes do mundo inteiro. Convidado pelo Papa Francisco, encontrava-se presente também Bento XVI, que participou do primeiro momento do encontro, retirando-se antes do início da santa missa, que constituiu a segunda parte.

De fato uma grande festa, animada, entre outros, pelas músicas apresentadas pelos cantores Andrea Bocelli e Claudio Baglioni, e marcada pelo testemunho de alguns dos presentes, em particular, o de Mubarak, refugiado do Curdistão iraquiano, acompanhado de sua mulher Aneesa, casados há 51 anos, com dez filhos e doze netos. Mubarak recordou os sofrimentos de seu povo.

"Agradeço a vocês por terem vindo tão numerosos", disse o Papa no início de seu discurso aos presentes, agradecendo também a Bento XVI por sua presença. "Várias vezes disse que gostava muito do fato de ele morar no Vaticano, porque é como ter um avô sábio em casa", frisou.

Em seguida, referindo aos testemunhos, quis destacar um deles, a dos irmãos vindos de Qaraqosh, Iraque, fugidos de uma violenta perseguição.

"É belo que vocês estejam aqui hoje: é um dom para a Igreja. Oferecemos-lhes nossa proximidade, nossa oração e ajuda concreta. A violência sobre os anciãos é desumana, como a violência sobre as crianças. Mas Deus não os abandona, está com vocês!", disse Francisco.

"Estes irmãos testemunham-nos que também nas provações mais difíceis, os anciãos que têm fé são como árvores que continuam a dar fruto. E isso vale também nas situações mais ordinárias, onde, porém, pode haver outras tentações, e outras formas de discriminação."

Francisco afirmou que a velhice, em particular, é um tempo de graça, no qual o Senhor nos renova seu chamado: chama-nos a custodiar e transmitir a fé, chama-nos a rezar, especialmente a interceder; chama-nos a estar próximo de quem precisa.

Em seguida, o Santo Padre afirmou que foi confiada uma grande tarefa aos avós que receberam a bênção de ver os filhos dos filhos:

"Transmitir a experiência da vida, a história de uma família, de uma comunidade, de um povo; partilhar com simplicidade uma sabedoria, e a própria fé: a herança mais preciosa! Bem-aventuradas aquelas famílias que têm um avô próximo! O avô é pai duas vezes e a avó é mãe duas vezes."

Mas nem sempre o ancião, o avô, a avó, tem uma família que pode acolhê-lo, observou o Pontífice. "E então, são bem-vindas as casas para os anciãos... desde que sejam verdadeiramente casas, e não prisões! E sejam para os anciãos, e não para os interesses de outro alguém! Não devem existir institutos onde anciãos vivem esquecidos, como que escondidos, descuidados", exortou.

Francisco disse sentir-se próximo dos muitos anciãos que vivem nestes Institutos, e pensar com gratidão naquelas pessoas que vão visitá-los e cuidam deles. "As casas para anciãos deveriam ser 'pulmões' de humanidade num país, num bairro, numa paróquia; deveriam ser 'santuários' de humanidade onde quem é ancião e frágil recebe cuidados e proteção como um irmão ou uma irmã maior", disse.

O Papa chamou a atenção também para a realidade do abandono de anciãos:

"Quantas vezes descartam-se os anciãos com atitudes de abandono que são uma verdadeira eutanásia escondida! É o efeito daquela cultura do descarte que faz muito mal ao nosso mundo. Descartam-se as crianças, descartam-se os jovens, porque não têm trabalho, e se descartam os anciãos com a pretensão de manter um sistema econômico "equilibrado", no centro do qual não está a pessoa humana, mas o dinheiro. Somos todos chamados a contrastar esta venenosa cultura do descarte!", exortou.

Dito isso, o Papa afirmou que "nós cristãos, junto a todos os homens de boa vontade, somos chamados a construir com paciência uma sociedade diferente, mais acolhedora, mais humana, mais inclusiva, que não precisa de descartar quem é frágil no corpo e na mente, pelo contrário, uma sociedade que mede seus 'passos' justamente nessas pessoas".

O Papa concluiu seu discurso aos idosos com uma exortação: "Como cristãos e como cidadãos, somos chamados a imaginar, com fantasia e sabedoria, os caminhos para enfrentar esse desafio". E fez, em seguida, uma advertência.

"Um povo que não protege os avós e não os trata bem é um povo que não tem futuro! Por que não tem futuro? Porque perde a memória, e deixa suas raízes. Mas atenção: vocês têm a responsabilidade de manter vivas essas raízes em vocês mesmos! Com a oração, a leitura do Evangelho, as obras de misericórdia. Assim permanecemos como árvores vivas, que mesmo na velhice não deixam de dar fruto. Uma das coisas mais bonitas da vida de família, de nossa vida humana de família, é acariciar uma criança e deixar-se acariciar por um avô e uma avó."

Após o discurso do Papa teve início a segunda parte do encontro com os avós, a santa missa presidida por Francisco e concelebrada por numerosos sacerdotes anciãos. O Pontífice, comentando na homilia o Evangelho do encontro entre Maria e a anciã prima Isabel, ressaltou que não há futuro "sem esse encontro entre as gerações, sem que os filhos recebam com reconhecimento o bastão da vida das mãos dos pais".

Por vezes há gerações de jovens que, por complexas razões históricas e culturais, vivem de modo mais forte a necessidade de tornar-se autônomos dos pais, quase 'libertar-se' do legado da geração precedente. "É como um momento de adolescência rebelde. Mas se depois o encontro não é recuperado, se não se reencontra um equilíbrio novo, fecundo entre as gerações, o que deriva disso é um grave empobrecimento para o povo, e a liberdade que predomina na sociedade é uma liberdade falsa, que quase sempre se transforma em autoritarismo."

"Maria – ressaltou – soube ouvir aqueles pais anciãos e cheia de admiração fez tesouro da sabedoria deles, e isso foi precioso para ela, em seu caminho de mulher, de esposa, de mãe:

"Assim, a Virgem Maria nos mostra o caminho: o caminho do encontro entre os jovens e os anciãos. O futuro de um povo supõe necessariamente este encontro: os jovens dão a força para fazer caminhar o povo e os anciãos robustecem essa força com a memória e a sabedoria popular."

Ao término da missa o Papa conduziu a oração mariana do Angelus recordando a Beatificação, este sábado, de Dom Álvaro del Portillo, sacerdote, bispo e primeiro sucessor do fundador do Opus Dei, São José Maria Escrivá de Balaguer:

"Seu exemplar testemunho cristão e sacerdotal – disse – possa suscitar em muitos o desejo de aderir sempre mais a Jesus e ao Evangelho."

Em seguida, recordou que no próximo domingo terá início o Sínodo dedicado à família, convidando "todos, indivíduos e comunidades, a rezarem por este importante evento" que confia a Maria Salus Popoli Romani (Maria Proteção do Povo Romano). Por fim, invocou "a proteção de Nossa Senhora para os anciãos do mundo inteiro, de modo particular por aqueles que vivem em situações de maior dificuldade". (RL)




Texto proveniente da do site da Rádio Vaticano 

Vicentinos celebram o padroeiro e os 140 anos do movimento em Pernambuco



SVicenteConsiderado o patrono da caridade, São Vicente de Paulo, é lembrado pela Igreja na data de sua morte, 27 de setembro, ou seja, neste sábado. Entretanto, na Arquidiocese de Olinda e Recife, os irmãos vicentinos celebrarão a data no domingo, 28, com uma programação especial, pois este ano, o movimento está completando 140 anos de atuação em Pernambuco.
As homenagens a São Vicente de Paulo serão realizadas na Basílica de Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife. A programação terá início às 8h, com a celebração da Santa Missa presidida pelo diretor espiritual dos vicentinos na arquidiocese, dom Policarpo Ribeiro.
Após o fim da Celebração Eucarística, os vicentinos se reunirão no claustro do Convento do Carmo para realizar uma assembleia. Na ocasião, serão aclamados os novos irmãos vicentinos e ocorrerá a posse dos novos presidentes dos conselhos centrais Recife Norte e Olinda.
Atualmente o Conselho Metropolitano de Olinda e Recife reúne 14 conselhos centrais que se espalham por todas as regiões do Estado. Assim a Sociedade de São Vicente de Paulo mantém inúmeros trabalhos de caridade, que visa o resgate da dignidade social dos excluídos.
HistóriaSão Vicente de Paulo nasceu na cidade francesa de Aquitânia em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.
Grande sacerdote, gerado numa família pobre e religiosa, ele não ficou de braços cruzados, e se deixou mover pelo espírito de amor. Como padre, trabalhou numa paróquia onde conviveu com as misérias materiais e morais; esta experiência lhe abriu para as obras da fé. Numa viagem foi preso e, com grande humildade, viveu na escravidão até converter seu patrão e conseguiu depois de dois anos sua liberdade.
A partir disso, São Vicente de Paulo iniciou a reforma do clero, obras assistenciais, luta contra o jansenismo que esfriava a fé do povo e estragava com seu rigorismo irracional. Fundou também a “Congregação da Missão” (lazaristas) e unido a Santa Luísa de Marillac, edificou as “Filhas da Caridade” (irmãs vicentinas).
Sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração. Morreu quase octogenário, a 27 de setembro de 1660.
Da Assessoria de Comunicação AOR

Elas estão à frente de nós


'Asseguro-vos que os publicanos e as prostitutas levam-lhes a dianteira no caminho do reino de Deus'.
Por José Antonio Pagola*

Um dia, Jesus pronunciou estas duras palavras contra os dirigentes religiosos do Seu povo: "Asseguro-vos que os publicanos e as prostitutas levam-lhes a dianteira no caminho do reino de Deus". Há alguns anos, pude comprovar que a afirmação de Jesus não é um exagero.

Um grupo de prostitutas de diferentes países, acompanhadas por algumas Irmãs Oblatas, refletiram sobre Jesus com a ajuda do livro Jesus. Aproximação histórica. Todavia me comovem a força e o atrativo que tem Jesus para estas mulheres de alma simples e coração bom.

Recupero alguns dos seus testemunhos:

"Sentia-me suja, vazia e pouca coisa, todo o mundo me usava. Agora me sinto com vontade de continuar a viver porque Deus sabe muito do meu sofrimento... Deus está dentro de mim. Deus está dentro de mim. Deus está dentro de mim. Este Jesus entende-me!..."

“Agora, quando chego em casa depois do trabalho, lavo-me com água muito quente para arrancar da minha pele a sujidade e depois rezo a este Jesus, porque Ele sim me entende e sabe muito do meu sofrimento... Jesus, quero mudar de vida, guia-me, porque só Tu conheces o meu futuro...”

"Eu peço a Jesus todo o dia que me afaste deste modo de vida. Sempre que me ocorre algo, Eu O chamo e Ele me ajuda. Ele está próximo de mim, é maravilhoso... Ele me leva em Suas mãos, Ele me carrega, sinto a presença Dele..."

“De madrugada é quando mais falo com Ele. Ele me escuta melhor porque neste horário a gente dorme. Ele está aqui, não dorme. Ele sempre está aqui. À porta fechada me ajoelho e peço que mereça a Sua ajuda, que me perdoe, que eu lutarei por Ele...”

"Um dia, eu estava parada na praça e disse: Oh, meu Deus, será que eu só sirvo para isto? Só para a prostituição?... Então foi o momento em que mais senti Deus me carregando, entendeste? Transformando-me. Foi naquele momento. Tanto que eu não me esqueço. Entendeste?...”

"Eu agora falo com Jesus e lhe digo: aqui estou, acompanha-me. Tu viste o que aconteceu à minha companheira (refere-se a uma companheira assassinada num hotel). Rogo por ela e peço que nada de mal suceda às minhas companheiras. Eu não falo, mas peço por elas, pois elas são pessoas como eu...”

"Estou furiosa, triste, ferida, rejeitada, ninguém me quer, não sei a quem culpar, ou seria melhor odiar às pessoas e a mim, ou ao mundo. Repara, desde que era criança eu acreditei em Ti e permitiste que isto me acontecesse... Dou-te outra oportunidade para proteger-me agora. Bem, eu te perdoo, mas por favor não me deixes de novo..."
Instituto Humanitas Unisinos, 26-09-2014.
*José Antonio Pagola é teólogo. O texto é baseado no Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,28-32, que corresponde ao 26º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico.

Papa pede cuidado com a vaidade


 Domenico Agasso Jr.


Se você “não tem algo consistente, também passará como todas as coisas”. O Papa Francisco tomou o exemplo do livro do Eclesiastes para falar sobre a vaidade. Uma tentação, destacou, que existe não apenas para os pagãos, como também para os cristãos, para “a gente de fé”. Jesus, recordou o Papa, “repreendeu muito” aos que se gabavam.
Para os doutores da lei, acrescentou, dizia que não devem “andar pelas praças” com “roupas de luxo”, como “príncipes”. Quando você rezar, coloque-se a sós com o Senhor: “Por favor, não procure se mostrar, não reze para ser visto”, “reze em segredo, entra em seu quarto”. O mesmo, disse o Papa, deve ser feito quando se ajuda os pobres: “Não toque trombeta, faça isso às escondidas”. “O Pai o vê, é suficiente”. Contudo, o vaidoso: ‘mas olha, eu dou este cheque para as obras da Igreja’ e mostra o cheque; depois caloteia por outro lado a Igreja. É o que faz o vaidoso: vive para aparentar. ‘Quando jejuar – disse o Senhor – por favor, não se mostre melancólico, triste, para que todos percebam. Faça penitência com alegria, para que ninguém se dê conta’. E a vaidade é assim: é para aparentar, viver para se fazer ver. Os cristãos que vivem assim – continuou – para aparentar, pela vaidade, parecem pavões, mostram-se. Diz: “eu sou cristão, eu sou parente daquele padre, daquela freira, desse bispo, minha família é uma família cristã”. “Gabam-se”.
Porém – pergunta o Papa – e sua vida com o Senhor? Como reza? Sua vida com as obras de misericórdia, como vai? Visita o doente? “A verdade”. É por isso que Jesus, acrescentou, “disse-nos que devemos construir nossa casa, ou seja, nossa vida cristã sobre a rocha, na verdade”. Por outro lado, advertiu, “os vaidosos constroem a casa sobre a areia e a casa cai, a vida cristã cai, desliza, porque não é capaz de resistir às tentações”: “Quantos cristãos vivem para aparentar. Sua vida parece como uma bolha de sabão. É bonita a bolha de sabão! Com todas as suas cores! Entretanto, dura um segundo e depois, o quê? Também quando nos fixamos em alguns monumentos fúnebres, pensamos que é vaidade, porque a verdade é voltar à terra nua, como dizia o Servo de Deus Paulo VI. A terra nua nos espera, esta é a nossa verdade final. Enquanto isso, orgulho-me ou faço algo? Faço o bem? Busco a Deus? Rezo? As coisas que possuem consistência. E a vaidade é uma mentira, é fantasiosa, engana a si mesma, engana o vaidoso, porque primeiro finge ser algo, com o tempo, chega a acreditar no que pensa dele próprio. Acredita, pobrezinho!
E isto, enfatizou, é o que acontecia com o tetrarca Herodes, que, como lemos no Evangelho de hoje, perguntava-se com insistência sobre a identidade de Jesus.“A vaidade, - disse o Papa – semeia o mal-estar, tira a paz. É como aquelas pessoas que se maquiam muito e depois temem que a chuva tire tudo”. “A vaidade não nos dá paz – destacou –, apenas a verdade nos dá paz”.
Portanto, Francisco reiterou que a única rocha sobre a qual construímos nossa vida é Jesus. “E pensemos” – disse – “nesta proposta do diabo, do demônio, que também tentou Jesus no deserto, a vaidade”, e disse: “Vem comigo, subamos ao templo, façamos o espetáculo; jogue-se e todos nós acreditaremos em você”. O diabo havia apresentado para Jesus “a vaidade em uma bandeja”.
A vaidade, disse o Papa, “é uma enfermidade espiritual muito grave”: Os Padres egípcios do deserto diziam que a vaidade é uma tentação contra a qual é preciso lutar a vida toda, porque sempre volta a nos tirar a verdade. E para entender isto diziam que é como a cebola. Você a pega e começa a descascá-la. E descasca a vaidade hoje, um pouco de vaidade amanhã e passa toda a vida descascando a vaidade para vencê-la. E, ao final, fica feliz: acabei com a vaidade, descasquei a cebola, mas o cheiro fica em sua mão. Peçamos ao Senhor a graça de não sermos vaidosos, de sermos verdadeiros, com a verdade da realidade e do Evangelho.
Vatican Insider, 25-09-2014

Dia de oração pela Assembleia Geral Extraordinária dos Bispos


Cidade do Vaticano, 28 set (SIR) - O domingo 28 de setembro será dedicado à oração pela III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar de 5 a 19 de outubro, sobre o seguinte tema: Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização. 
Convidam-se as Igrejas particulares, as comunidades paroquiais, os Institutos de vida consagrada, as associações e os movimentos, a rezar nas Celebrações eucarísticas e noutros momentos celebrativos, nos dias precedentes e durante os trabalhos sinodais. Em Roma, rezar-se-á todos os dias na Capela da Salus Populi Romani da Basílica de Santa Maria Maior. Os fiéis podem unir-se com a sua oração pessoal nesta intenção, sobretudo em família. Sugerem-se a Oração à Sagrada Família pelo Sínodo, composta pelo Papa Francisco, e algumas intenções indicativas para a oração universal, que podem ser adotadas nas Santas Missas dominicais de 28 de setembro, assim como nos dias da realização do Sínodo. Pode-se acrescentar uma intenção às invocações das Laudes matutinas e às Intercessões das Vésperas. Além disso, recomenda-se também a recitação do Santo Rosário pelos trabalhos sinodais.

I - Oração à Sagrada Família pelo Sínodo

Jesus, Maria e José
em vós nós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
a vós dirigimo-nos com confiança.

Sagrada Família de Nazaré,
faz também das nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
nunca mais nas famílias se vivam experiências
de violência, fechamento e divisão:
quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado
receba depressa consolação e cura.

Sagrada Família de Nazaré,
o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar de novo em todos a consciência
da índole sagrada e inviolável da família,
a sua beleza no desígnio de Deus.

Jesus, Maria e José
escutai, atendei a nossa súplica.

II - Oração universal

Irmãos e irmãs!
Como família dos filhos de Deus e animados pela fé, elevemos as nossas súplicas ao Pai, a fim de que as nossas famílias, sustentadas pela graça de Cristo, se tornem autênticas igrejas domésticas onde se vive e se dá o testemunho do amor de Deus.

Oremos e, juntos, digamos:
Senhor, abençoai e santificai as nossas famílias 

Pelo Papa Francisco: que o Senhor, que o chamou a presidir à Igreja na caridade, o sustente no seu ministério ao serviço da unidade do Colégio episcopal e de todo o Povo de Deus, oremos:

Pelos Padres sinodais e pelos outros participantes na III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos: que o Espírito do Senhor ilumine as suas mentes, a fim de que a Igreja possa enfrentar os desafios sobre a família, em fidelidade ao desígnio de Deus, oremos:

Por aqueles que têm responsabilidades no governo das Nações: que o Espírito Santo inspire projetos que valorizem a família como célula fundamental da sociedade, segundo o desígnio divino e sustentem as famílias em situações difíceis, oremos:

Pelas famílias cristãs: que o Senhor, que pôs na comunhão esponsal o selo da sua presença, faça das nossas famílias cenáculos de oração, íntimas comunidades de vida e de amor, à imagem da Sagrada Família de Nazaré, oremos:

Pelos cônjuges em dificuldade: que o Senhor, rico em misericórdia, os acompanhe mediante a ação maternal da Igreja, com compreensão e paciência, no seu caminho de perdão e de reconciliação, oremos:

Pelas famílias que, por causa do Evangelho, devem deixar as suas terras: que o Senhor, que com Maria e José experimentou o exílio no Egito, os conforte com a sua graça e lhes abra caminhos de caridade fraternal e de solidariedade humana, oremos:

Pelos avós: que o Senhor, que foi recebido no Templo pelos Santos anciãos Simeão e Ana, os torne sábios colaboradores dos pais na transmissão da fé e na educação dos filhos, oremos:

Pelas crianças: que o Senhor da vida, que no seu ministério os acolheu, fazendo deles modelos para entrar no Reino dos Céus, suscite em todos o respeito pela vida nascente e inspire programas educativos em conformidade com a visão cristã da vida, oremos:

Pelos jovens: que o Senhor, que santificou as bodas de Caná, os leve a redescobrir a beleza da índole sagrada e inviolável da família no desígnio divino e sustente o caminho dos noivos que se preparam para o matriôónio, oremos:

Ó Deus, que não abandonais a obra das vossas mãos, escutai as nossas invocações: 

Enviai o Espírito do vosso Filho para iluminar a Igreja no início do caminho sinodal a fim de que, contemplando o esplendor do verdadeiro amor que resplandece na Sagrada Família de Nazaré, dela aprenda a liberdade e a obediência para enfrentar com audácia e misericórdia os desafios do mundo de hoje.  Por Cristo nosso Senhor.

 
SIR

Artigo: Dia da Bíblia


No último domingo do mês de setembro celebramos o Dia Nacional da Bíblia. A Igreja no Brasil dedica este mês à Bíblia. Neste ano aprofundamos o tema: “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Mateus”, motivados pelo lema: “Ide fazer discípulos e ensinai”. A motivação deste mês temático vem do fato de a Igreja celebrar em 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da Igreja, São Jerônimo, que, a pedido do Papa Dâmaso (366-384), preparou a tradução da Bíblia em latim, a partir das línguas originais. Foi um trabalho gigantesco, que demandou muitos anos e estudos. São Jerônimo dizia que quem não conhece os Evangelhos não conhece Cristo.
São Jerônimo (347-420), chamado de “Doutor Bíblico”, nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é um dos Padres da Igreja Latina; sabia o grego, o latim e o hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379, foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa São Dâmaso. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor à Igreja e à Sé de Pedro.
Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para todo cristão. A Carta aos hebreus diz que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,12). Jesus conhecia profundamente o Antigo Testamento. Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto, Ele venceu o demônio lançando em seu rosto, por três vezes, a santa Palavra. Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães para provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3c).
É preciso acolher, ler e estudar a Bíblia todos os dias! O Papa Francisco insiste sempre em levarmos no bolso (e nos aplicativos) um exemplar do Evangelho para ler durante o dia onde quer que estejamos. Isso nos faz aquecer a alma com um trecho dela; e saber usá-la nos momentos de dor, dúvida, angústia, medo etc. Abra a Palavra, deixe Deus falar a seu coração. E fale com Deus; é a maneira mais fácil de rezar (Leitura, Meditação, Oração e Contemplação). O Espírito Santo nos ensina essa verdade pela boca do profeta Isaías; cuja boca tornou “semelhante a uma espada afiada” (Is 49,2): “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à Palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missão” (Is 55,10).
A Palavra de Deus é transformadora, santificante! São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo, com toda convicção: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16). Ela é, portanto, um instrumento indispensável para a nossa santificação. Não conseguiremos ter “os mesmos sentimentos de Cristo” (Fl 2,5) sem ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a sua santa Palavra. São Jerônimo dizia que “quem não conhece o Evangelho não conhece Jesus Cristo”. Jesus nos ensina que “a Escritura não pode ser desprezada” (Jo 10,34). São Paulo recomendava a Timóteo: “aplica-te à leitura da Palavra” (1Tm 4,13). Ela não é palavra humana, mas “palavra de Deus... que age eficazmente em vós” (1Ts 2,13).
Jesus é a própria Palavra de Deus, o Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1,1s). “No livro do Apocalipse, São João viu o Filho do homem”… “e de sua boca saía uma espada afiada, de dois gumes” (Ap 1,16). É o símbolo tradicional da irresistível penetração da Palavra de Deus. Além da leitura, é muito importante aprofundar o conhecimento das escrituras. Cada ano, no Brasil, no Mês da Bíblia somos convidados a aprofundar um dos livros bíblicos. É preciso estudar a Bíblia, fazer um curso bíblico ou outros tipos de aprofundamento para que não caiamos em fanatismos e fundamentalismos. Ela não é um livro de ciência, mas, sim, da revelação da vontade de Deus para nossa salvação. 
É a Igreja quem tem o serviço de interpretar os textos bíblicos. E isso é feito de maneira especial através do Sagrado Magistério, dirigido pela cátedra de Pedro (o Papa), e da Sagrada Tradição Apostólica, que constitui o acervo sagrado da Igreja e de tudo quanto o Espírito Santo lhe revelou no passado e continua fazendo no presente. (Jo 14, 15.25; 16, 12-13). Conduzidos pelo Espírito e alicerçados no Magistério poderemos caminhar com segurança, acolhendo a Palavra de Deus em nossas vidas: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13a).

Que a leitura orante (lectio divina) juntamente com o aprofundamento e conhecimento das Sagradas Escrituras neste mês temático nos ajude ainda mais a amar as Escrituras e encontrar, na revelação, Jesus Cristo Nosso Senhor, nossa vida e salvação. A Ele queremos seguir e anunciar aos irmãos e irmãs. Ele é a Palavra que se fez carne e veio habitar no meio de nós! N’Ele está a vida e a salvação!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ