sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Papa convida católicos a defender sua fé sem complexos


O Papa Bento XVI convidou os católicos a defenderem sem complexos sua fé em todos os campos, incluindo a família, o fim da vida ou a justiça social, e a se aliarem, na medida do possível, a outros crentes ou não crentes.
"O ano da fé", lançado em outubro pelo Papa, permite às pessoas defender sua visão nestes campos, num momento em que legisladores ocidentais adotam reformas sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o fim da vida ou a seleção genética.
Em uma época na qual o cristianismo parece menos presente, em particular para os jovens, o Papa abriu uma conta no Twitter e publicou um artigo no Financial Times.
A ideia é que Deus não está morto e que "bate na sua porta". Durante a missa de Natal, Joseph Ratzinger lamentou que o "pensamento contemporâneo, para que seja considerado sério, precise (...) transformar em supérflua a ´hipótese de Deus´. Não há lugar para ele", acrescentou.
No Financial Times, Bento XVI convidou os cristãos a não aceitarem falsos deuses.
"Quando os cristãos rejeitam se inclinar perante os falsos deuses propostos em nossos tempos não é porque têm uma visão antiquada do mundo. Pelo contrário, isso acontece porque estão livres de laços ideológicos e estão animados por uma visão tão nobre do destino humano, que não podem aceitar compromissos", considerou.
O lema do Papa é a "objeção de consciência" e a defesa das convicções dos cristãos, inclusive quando vão contra a corrente.
Bento XVI reiterou sua ideia chave de diálogo construtivo com agnósticos e ateus e com crentes de outras religiões, em nome "da busca da verdade".
Para o Papa, pode haver uma aliança com eles em temas éticos nos quais estão em jogo a razão e a lei natural. Assim, citou recentemente a argumentação do grande rabino da França, Gilles Bernheim, contra a adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo.
Os princípios defendidos pela Igreja Católica "não são verdades da fé, estão escritos na natureza humana, podem ser identificados por meio da razão", costuma repetir o Papa. Para ele, as mudanças na questão do casamento, do começo e fim da vida ou da bioética causarão "uma grave ferida para a justiça ou a paz".
Acompanham o Papa nestes combates o novo guardião do dogma, Gerhard Ludwig Muller, o arcebispo de Milão Angelo Scola ou o ministro da Cultura Gianfranco Ravasi.
"Junto a Bento XVI vai se formando um grupo pequeno, mas influente, de bispos (...) muito atentos (...) aos temas centrais da cultura e da sociedade relativos à visão antropológica do homem", indicou o vaticanista Sandro Magister.
Assim, Muller considerou que o "neoateísmo" contemporâneo impulsiona uma visão cientificista e trata o crente como parasita, criticando best-sellers como "Deus: um delírio", do biólogo Richard Dawkins.
Ravasi causou surpresa neste fim de semana, ao citar escritos do filósofo e escritor ateu francês Jean-Paul Sartre sobre a atitude de Maria com o nascimento de Jesus.
AFP

Formação humana




Em alguns lugares dos Estados Unidos já não se ensinar a escrever, mas apenas a digitar (Foto: Divulgação)
Nos meus contatos com professores e outras pessoas que se interessam pela educação, volta continuamente o tema da falta de percepção básica. Isso, desde o ensino fundamental até o universitário. Os alunos não percebem o seu mundo real, fenômeno que se agrava ainda pela intrusão do mundo virtual, que – como mostram alguns filmes – chega a tomar o lugar do mundo real.

A culpa disso, porém, não está nos meios eletrônico informativos.  Está no fato de não saber lidar com eles. Com também não se sabe lidar com muitas outras coisas: carros, geladeiras, bebidas (tanto refrigerantes como estimulantes ou alcoólicas), comida, som etc.

Paremos de dar a culpa aos objetos. Voltemo-nos para os sujeitos, tanto os ‘em formação’ quanto os considerados formados. É o problema da formação humana integral, que já tratei diversas vezes nesta rubrica.

Tem a ver com a sabedoria. Existe, porém, o preconceito de que sábio se nasce, não se faz. Talvez surja uma luz quando traduzo o português ‘criança comportada’ por seu equivalente francês: ‘un enfant sage’, um criança sábia, que sabe viver. ‘Comportar-se’ parece sugerir dar satisfação a alguma instância exterior; ‘ser sábio’ refere-se ao que a pessoa tem dentro de si. E isso não é necessariamente mero dom da natureza. Também se aprende. Pela educação (familiar, escolar ou de outra instância).

Por exemplo: os ‘trecos’ eletrônicos nas mãos dos alunos na escola. Há pedagogos e professores que defendem o uso desses meios no ensino, a ponto de – em alguns lugares dos Estados Unidos – já não se ensinar a escrever, mas apenas a digitar. Há professores que acham de si mesmos que pensam melhor diante do computador do que escrevendo à  mão. Não sei... A mim, o esforço de escrever me faz pensar com mais profundidade, mas por facilidade (= pressa ou preguiça) prefiro digitar. O que importa, porém, é não deixar a máquina se tornar dono da gente.

Imagino que um professor versado nessas coisas prepare alguns exercícios que os alunos podem executar nos seus laptops, i-pads, tablets, smartphones ou seja lá o que for. Será um momento ao mesmo tempo divertido e instrutivo, revelando as possibilidades dos meios eletrônicos e aguçando a habilidade dos alunos. Promovendo inclusive a inclusão digital, importante para que os de origem humilde tenham as mesmas chances de acesso ao emprego que os economicamente mais fortes. Mas a lógica das coisas vai necessitar de boa explicação da parte do professor e intensa atenção da parte dos alunos. E, sobretudo, não se pode deixar que a criançada fique apenas brincando com os ‘trecos’. Deve prevalecer a percepção da realidade real...

Por outro lado, avaliações nas Faculdades mostram que os alunos começam a se cansar de aulas em power point, programas enlatados em que só devem seguir o que o computador manda etc. E, sobretudo, reclamam de não poder dialogar com o professor de modo normal. A interatividade é programada eletrônicamente, a sabedoria humana fica excluída.

Tudo isso tem a ver com a formação humana integral, que deve permear o ensino inteiro – e, naturalmente também, os outros âmbitos educativos. Mas não somente de modo transversal, como dimensão supostamente presente em todas as atividades. Deve também ser ensinado explicitamente, desde os primeiros anos, pois se trata de comportamentos que não são automáticos, mas precisam ser instruídos.

E, como já expliquei, não se trata de conhecimentos eruditos, como antigamente às vezes se entendia a cultura geral. Trata-se da percepção do cotidiano e da arte de lidar com ele. Decerto, isso está intimamente relacionado com os conteúdos ensinados em outras disciplinas escolares. O cotidiano tem a ver com o uso padrão da língua pátria, com a habilidade matemática essencial, com o conhecimento do espaço geográfico e histórico, não por decoreba, mas para criar “o mundo” da pessoa que se está formando. Além das muitas coisas que atualmente não estão no programa escolar, como conhecimentos básicos de saúde, cuidado corporal e psicoafetivo, percepção dos processos sociais e políticos, o perigo dos vícios, drogas etc. Tudo isso está esperando um lugar no programa de ensino.

Não se trata, enfim, de adestrar pessoas para o desenvolvimento econômico e industrial, embora se saiba que uma boa cultura geral é um trunfo importante no atual mercado de emprego. Porém, antes disso, trata-se do valor da pessoa humana. Cada pessoa, por mais pobre que seja, e mesmo tendo problemas de desenvolvimento mental, tem direito a receber as melhores condições de conhecimento do seu mundo e do seu cotidiano, para viver de modo pessoal e responsável.

Johan Konings Johan Konings nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colegio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Foi professor de exegese bíblica na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (1972-82) e na do Rio de Janeiro (1984). Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE - Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte, onde recebeu o título de Professor Emérito em 2011. Participou da fundação da Escola Superior Dom Helder Câmara. 

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 29/12/2012



Nossos olhos viram a salvação
Leitura Orante

Lc 2,22-35

Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda.
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse:
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa
que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz.
Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença
de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus
e para dar glória ao teu povo de Israel.
O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria. 

LEITURA ORANTE
Preparo-me para a Leitura Orante, com todos os que se reúnem na grande rede da internet para rezar a Palavra, com a disposição de São Patrício (séc. V), o grande missionário da Irlanda:
Levanto-me neste dia que amanhece,
Pela força de Deus a me empurrar,
Pela força de Deus a me amparar,
Pela sabedoria de Deus a me guiar,
Pelo olhar de Deus a vigiar meu caminho,
Pelo ouvido de Deus a me escutar,
Pela Palavra de Deus a me falar,
Pela mão de Deus a me guardar,
Pelo caminho de Deus à minha frente,
Pelo escudo de Deus que me protege. 

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? Leio atentamente o texto Lc 2,22-35. 

Depois do seu nascimento, Jesus foi levado por seus pais ao templo, para cumprir o ritual judaico.
A Carta aos Hebreus proclama a Palavra: " 'Estou aqui, ó Deus para fazer a tua vontade'." (Hb 10,9). A Apresentação de Jesus ao Templo revela que ele não veio para fazer coisas, mas para estar em sintonia com a vontade do Pai. E mais: é Deus no meio de nós, ou melhor ainda, "Deus-conosco!"
O grande teólogo Edward Schillebeeckx, que faleceu no dia 23 de dezembro (2009), afirma que "Deus se revelou em Jesus, conforme a concepção cristã, valendo-se do não-divino do seu ser homem... Jesus partilhou conosco na cruz da fragilidade de nosso mundo. Mas este fato significa que em sua absoluta liberdade e antes de todo tempo, Deus determina quem e como quer ser no seu ser mais profundo, a saber, um Deus dos homens, companheiro de aliança em nosso sofrer e em nossa absurdidade, e companheiro de aliança também no que realizamos de bem. Ele é, em seu próprio ser, um Deus por nós". 

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O teólogo Schillebeeckx, citado anteriormente, diz ainda que "Maria é o braço que une a humanidade santa e salvadora de Cristo à nossa humanidade".
Ela apresentou Jesus no Templo e ali se revelou o Salvador, na voz de Simeão: "eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel".
Tenho um Salvador, jamais devo perder a esperança e a fé. 

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a Oração de São Patrício:
Cristo está comigo, Cristo à minha frente,
Cristo atrás de mim, Cristo em mim,
Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda,
Cristo ao me deitar, Cristo ao me sentar, Cristo ao me levantar,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos os que falarem em mim,
Cristo em todos os olhos que me virem,
Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem. 

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de reconhecimento da salvação que também nós "vimos com nossos próprios olhos". Ele, Jesus Cristo, é a luz que ilumina o nosso caminho. 

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Santo do dia


São Tomás Becket
1118 -1170

29 de dezembro

São Tomás Becket
Tomás Becket nasceu no dia 21 de dezembro de 1118, em Londres. Era filho de pai normando e cresceu na Corte ao lado do herdeiro do trono, Henrique. Era um dos jovens cortesãos da comitiva do futuro rei da Inglaterra, um dos amigos íntimos com que Henrique mais tinha afinidade. Era ambicioso, audacioso, gostava das diversões com belas mulheres, das caçadas e das disputas perigosas. Compartilharam os belos anos da adolescência e da juventude antes que as responsabilidades da Coroa os afastasse.

Quando foi corado Henrique II, a amizade teve uma certa continuidade, porque o rei nomeou Tomás seu chanceler. Mas num dado momento Tomás voltou seus interesses para a vida religiosa. Passou a dedicar-se ao estudo da doutrina cristã e acabou se tornando amigo do arcebispo de Canterbury, Teobaldo. Tomás, por sua orientação, foi se entregando à fé de tal modo que deixou de ser o chanceler do rei para ser nomeado arcediácono do religioso.

Quando o arcebispo Teobaldo morreu e o papa concedeu o privilégio ao rei de escolher e nomear o sucessor, Henrique II não vacilou em colocar no cargo o amigo.

Mas o rei não sabia que o antigo amigo se tornara, de fato, um fervoroso pastor de almas para o Senhor e ferrenho defensor dos direitos da Igreja de Roma. Tomás foi ordenado sacerdote em 1162 e, no dia seguinte, consagrado arcebispo de Canterbury. Não demorou muito para indispor-se, imediatamente, com o rei. Negou-se a reconhecer as novas leis das "constituições de Clarendon", que permitiam direitos abusivos ao soberano, e teve de fugir para a França, para escapar de sua ira.

Ficou no exílio por seis anos, até que o papa Alexandre III conseguiu uma paz formal entre os dois. Assim, Tomás pôde voltar para a diocese de Canterbury a fim de reassumir seu cargo. Foi aclamado pelos fiéis, que o respeitavam e amavam sua integridade de homem e pastor do Senhor. Mas ele sabia o que o esperava e disse a todos: "Voltei para morrer no meio de vós". A sua primeira atitude foi logo destituir os bispos que haviam compactuado com o rei, isto é, aceitado as leis por ele repudiadas. Naquele momento, também a paz conseguida com tanta dificuldade acabava.

O rei ficou sabendo e imediatamente pediu que alguém tirasse Tomás do seu caminho. O arcebispo foi até avisado de que o rei mandaria matá-lo, mas não quis fugir novamente. Apenas respondeu com a frase que ficou registrada nos anais da história: "O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Encheu-se de coragem e, vestido com os paramentos sagrados, recebeu os quatro cavaleiros que foram assassiná-lo. Deixou-se apunhalar sem opor resistência. Era o dia 29 de dezembro de 1170.

O próprio papa Alexandre III canonizou Tomás Becket três anos depois do seu testemunho de fé em Cristo. A sua memória é homenageada com festa litúrgica no dia de sua morte.

Mensagens


Aguardamos, cheios de esperança, 
Um Novo Milênio; 
Assim dizem os que ainda têm 
Uma viva chama em seu ser. 
Obrigado, história passada! 

Somos novos como crianças, 
Nossas vidas se revestem de novo 
Com sentimentos profundos de 
Expectativa de dias melhores. 
Queremos que esta nova etapa 
Seja livre e sem fronteiras, 
Pois Deus, que é Pai de todos nós, 
Não conhece barreiras. 

A chegada de um Novo Milênio, 
Com fé e muito amor, 
Nos preparamos 
Como resposta e convite 
A uma fé que decididos 
Nós professamos. 
Mil anos... dois mil anos 
Vividos com dedicação 
Na busca de Deus 
E dos nossos irmãos. 
E com uma 
Esperança, ainda 
Mais forte, 
O Novo Milênio acolhemos!