quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Faleceu na China Bispo que foi preso por sua fidelidade à Igreja

Pequim, 10 jan (SIR) - A 16 de dezembro de 2012, faleceu Dom John Chen Shizhong, Bispo da diocese de Yibin (Suifu), na província de Sichuan (China Continental).
O Prelado tinha 95 anos. Nasceu em 1917 em uma família católica. Aos dez anos, começou seu percurso vocacional no seminário menor de Yibin, prosseguindo-o com a formação filosófica e teológica no seminário da Anunciação. Em 1947 foi ordenado sacerdote e trabalhou como pároco. Na década de 50 e durante a Revolução Cultural, foi primeiramente preso e em seguida condenado a trabalhos forçados no campo. Alguns meses atrás, ele revelou a um fiel que daquela dura experiência recebera o dom de perdoar seus inimigos.
Em 1985 foi consagrado Bispo e em 1988 foi nomeado Reitor do Seminário Regional de Sichuan, cargo que deixou, no ano seguinte, por razões de saúde. Voltou à direção da diocese de Yibin, onde permaneceu mais de vinte anos. Em 30 de novembro de 2011, seriamente adoecido, consagrou o Rev. Peter Luo Xuegang como Coadjutor para a sede de Yibin. Dom John Chen Shizhong, último ancião Bispo de Sichuan, é lembrado por sua obra de formação de sacerdotes e religiosas. Graças a ele, nas décadas de 80 e 90, as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada recomeçaram em toda a Província. De suas mãos, receberam a ordem sagrada mais de 30 presbíteros, garantindo assim a sobrevivência e o desenvolvimento da Igreja nesta região, caracterizada por um duro maoísmo e na qual as asperezas e perseguições da Revolução Cultural fortemente marcaram a sociedade e a vida da própria Igreja.
Os funerais de Dom Chen, celebrados em 18 de dezembro na catedral de Yibin, foram presididos por Dom Luo Xuegang. Concelebraram também Dom Paolo He Zeqing, Bispo de Wanxian. Presenciaram a Missa sacerdotes, religiosas e muitos fiéis da Diocese. O corpo de Dom Hen foi enterrado no cemitério católico próximo ao Seminário diocesano. A diocese de Yibin conta 9 sacerdotes, 7 religiosas e 40.000 católicos.

Dom Casaldáliga volta para São Felix do Araguaia

Brasília, 10 jan (SIR) - Dom Pedro Casaldáliga voltou para sua residência em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, apesar do "clima de ameaças" que tinha feito com que deixasse o local no ano passado ainda persistir, disseram nesta quarta-feira à Agência EFE fontes do CIMI (Conselho Indigenista Missionário).
"Há tensão e o clima de ameaças continua, mas a polícia está atenta", disse um porta-voz do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma organização vinculada ao Episcopado brasileiro, que esclareceu que o religioso não conta com proteção especial. O porta-voz explicou que dom Casaldáliga, de 84 anos e que sofre de Alzheimer, "está tranquilo", em bom estado e que retornou a São Félix do Araguaia a 29 de dezembro, em um lugar não precisado e distante cerca de 1 km da cidade. O bispo decidiu abandonar seu domicílio depois que as ameaças que recebe há anos por seu compromisso com os índios da zona recrudesceram durante novembro.
Essas novas ameaças seguiram depois da decisão de um tribunal que deu um parecer a favor dos índios Xavante em processo pela propriedade de terras próximas a São Félix do Araguaia, iniciado por fazendeiros da zona.
Os Xavantes contam há mais de duas décadas com o apoio e solidariedade de dom Casaldáliga, que chegou em 1968 a essa cidade de Mato Grosso, no qual reside desde então. Em 17 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff outorgou ao bispo espanhol uma condecoração especial por seu trabalho em favor dos direitos humanos, que se uniu a dezenas de reconhecimentos similares e que não pôde receber pessoalmente por que estava escondido e sob proteção policial. Dom Casaldáliga, nascido na Catalunha, chegou à Amazônia brasileira em 1968, após ter passado sete anos como missionário na Guiné Equatorial.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 10/01/2013



Os olhos de todos estavam fixos em Jesus
Leitura Orante


Lc 4,14-22a

Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama se espalhou por toda a região. Ele ensinava nas sinagogas deles, e todos o elogiavam. Foi então a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu, para anunciar a Boa-Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor". Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele. Então, começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir". Todos testemunhavam a favor dele, maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boca.
Leitura Orante


Preparo-me para a Leitura Orante, em sintonia com todos os que circulam pela web, rezando uma canção do Padre Zezinho.
Palavras que não passam
Foi teu coração
Que me ensinou Palavras que não passam
No teu coração
Coloquei o meu
Minha religião
Vem te ouvir teu coração
Foi teu coração
Que me ensinou
A fazer da vida
Uma esperança só
Sei que aprenderei
Se te ouvir falar
Não me perderei
Se te ouvir com atenção
Palavras que não passam
Palavras que libertam
Palavra poderosa tem teu coração
Palavra por palavra
Revelas o infinito
Como é bonito ouvir teu coração
Alpendres, Varandas e Lareiras - Vol. 02 - Pe. Zezinho, scj, Paulinas COMEP

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 4,14-22, e observo pessoas, palavras, relações, o lugar onde acontece o fato..
Jesus chegou à sinagoga de Nazaré, depois de sua prova no deserto, segundo a narração de Lucas. A cena comunica a síntese e o modelo da pregação de Jesus. De início, as pessoas ficam surpresas com o anúncio e a declaração de Jesus como Messias. "Todos começaram a elogiá-lo". !

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Nossos pastores nos ajudam a trazer para nossa vida a Palavra que refletimos. Disseram em Aparecida: "Por isso, nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras." (DAp 30).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a
Oração a Jesus de Nazaré
Nós te adoramos como Sabedoria do Pai,
Verbo encarnado,
Luz do mundo.
Nós cremos que foste escolhido e cumpriste a missão
de levar boas notícias aos pobres,
de anunciar a liberdade aos presos,
de dar vista aos cegos,
libertar os que estão sendo oprimidos e
anunciar que chegou o tempo da salvação.

Pedimos-te perdão por todos os que te rejeitaram e
ainda hoje te rejeitam.
Nós te acolhemos para que nos dês sabedoria em
nossas palavras, em nosso trabalho, em nossa família,
em nossos relacionamentos.
Só tu tens Palavras de vida!

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra
Meu novo olhar é de alguém que anuncia o amor de Deus. Que Deus não é uma ameaça para nós, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas.
Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia


10 de janeiro

Santa Léonie Françoise de Sales Aviat
Léonie Aviat nasceu no dia 16 de setembro de 1844 na cidade francesa de Sézanne. Seus pais eram católicos praticantes e honestos comerciantes. Ao completar dez anos eles a enviaram para o colégio das Madres da Visitação da cidade de Troyes. Léonie ficou durante seis anos, onde recebeu a Primeira Eucaristia e a Crisma e sob a sábia orientação do capelão Luiz Brisson e da superiora, recebeu uma educação humanística, uma profunda formação religiosa e moral e foi iniciada na doutrina salesiana de abandono à Divina Providência.

Em 1866 Léonie rejeitou um vantajoso matrimonio expressando o desejo sincero de dedicar sua vida à Jesus Cristo. Com autorização dos pais, ela foi visitar padre Brisson a fim de se aconselhar. A cidade de Troyes nesta época tinha se tornado um pólo de indústrias têxteis que atraiam a mão de obra do campo para o centro urbano. Atento a esta situação e sensível às necessidades das adolescentes camponesas, que deixavam suas famílias em busca do trabalho promissor, padre Brisson desde 1858 havia fundado a Obra São Francisco de Sales; uma casa-família que acolhia e assegurava a assistência e educação cristã, àquelas jovens operárias. Porém, como era difícil encontrar, para esta casa-família, uma diretora estável, padre Brisson havia decidido fundar uma congregação religiosa.

Durante a visita de Léonie, o experiente padre expôs esta situação e encontrou nos anseios da jovem um sinal de Deus. Colocou Léonie na direção da casa-família. Em 1868 ele fundou a congregação para continuar de forma organizada a sua Obra para as operárias e Léonie vestiu o véu religioso adotando o nome de Madre Léonie Francisca de Sales Aviat. Em 1872 foi eleita a superiora da nova Congregação colocada sob a proteção e guia do santo bispo de Genebra de quem adotam completamente as regras espirituais e pedagógicas. Isto explica o nome adotado "Madres Oblatas de São Francisco de Sales".

Desde então, Madre Aviat se dedicou ao apostolado entre as jovens operárias, estabilizando a congregação e as casas-famílias de Troyes. As Oblatas abrem escolas básicas nas paróquias. Em Paris, abriram o primeiro pensionato para moças de famílias ricas que Madre Aviat dirigiu por oito anos, assim elas estenderam seu apostolado às diversas classes sociais. Depois retornou para a Casa Mãe da Congregação onde residiu por mais quinze anos, assumindo o posto de superiora até sua morte.

As Oblatas foram enviadas para a África, Europa e América do Sul, abrindo pensionatos, escolas e obras assistenciais. No ano de 1903 as leis anticlericais francesas decretam a dissolução das Congregações e o fechamento de suas casas, apoderando-se de todos os seus bens. As Oblatas se refugiam em Perúgia, mas Madre Aviat não esmoreceu e continuou a atividade da Congregação, que recebeu a aprovação canônica em 1911 do papa Pio X.

Morreu em Perúgia, Itália no dia 10 de janeiro de 1914, onde foi sepultada. Mais tarde, seu corpo foi transladado para a cripta da Casa Mãe da Congregação em Troyes, França.
Foi beatificada em 1992, pelo papa João Paulo II e canonizada pelo mesmo pontífice em 2001, em Roma. Para sua homenagem litúrgica a Igreja lhe reservou o dia 10 de janeiro.

Mensagens




Uma antiga fonte, nobre e solitária: não há mais algazarra de meninos, o ir e vir das mulheres, o burburinho da água; resta um tanque vazio... Uma obra humana que perdeu o sentido da própria origem.

Como um velho castelo, com rachaduras, habitado por heras e arbustos, marcado pelo abandono dos homens e dos reis... Uma obra humana que perdeu o sentido de sua existência .

O sentido das coisas, uma força secreta, a alma de uma obra, o seu espírito.
Perdê-lo significa perder aquilo que lhe deu origem e sustentava sua vida.
O sentido das coisas é o milagre de uma nascente subterrânea , que faz surgir, numa paisagem imensa de areia e de céu, uma realidade viva: a surpresa de um oásis.

Porque, como Deus se revela, tornando-se humano, o sentido existe tornando-se matéria.
O sentido toma o corpo, o espírito se faz letra : entrelaçando-se, tornam-se gesto, obra ou texto, num mundo concreto de seres humanos e de coisas.
Mas o corpo e a letra, anifestando o seu sentido, ao mesmo tempo escondem-no...

Não serão, na realidade, os ídolos que encerram o espírito e o seu mistério, podem apenas sugeri-los: na parábola do que há de vir, amanhã talvez seja uma casa, que não viverá senão por sua própria solidão.

O significado nas coisas é como um relacionamento de hospitalidade: entendimento recíproco que surge discreto e provisório.
Um hóspede não poderá ficar para sempre, mas simplesmente fruir o acolhimento de hoje.

A hospitalidade é, de fato, o prazer de conhecer outras pessoas, de falar de si de outras formas...
E na procura do sentido das coisas, o seu encontro lhe mostrará uma outra dimensão, porque se uma obra é uma expressão necessária, cujo sentido será seu respirar mais profundo.

Mas, se a obra acreditar-se imortal , esquecerá a intuição que a fez nascer, e que pertence, como o corpo de um ser humano, à história e à contingência das coisas que mudam.
E a letra de visível se tornará invisível, encorajando a olhar o espírito além das aparências: a sua verdade será a sua própria transparência .

O sentido lhe dirá, portanto, o dinamismo que anima o ser humano e as coisas, acompanhando os seres em direção a seu futuro.
Mas o seu encontro não será fruto de seus olhos; será o resultado da abertura atenta e curiosa do coração.

E a grandeza do coração será chamada abertura do espírito ou tolerância.


Renato Zílio