quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Escola Teológica



A Escola Teológica da Paróquia Nossa Senhora das Candeias está com as matrículas abertas para TURMAS INICIANTES (Disciplinas: Introdução a Teologia e Teologia Fundamental).
A ESCOLA TEOLOGIA, objetiva dar maiores razões de credibilidade ao ato de crer, aproximando-o mais de Deus. Na verdade a TEOLOGIA é uma matéria fascinante. Abre a pessoa para o mistério insondável de Deus e para a compreensão religiosa da vida.
O Curso quer fortalecer a vida espiritual e dar maior credibilidade ao ato da fé. Ao final de dois anos, os participantes terão uma idéia geral das Ciências Teológicas.

O objetivo da Escola é formar jovens e adultos engajados nas Paróquias, Movimentos, Serviços, Pastorais e Comunidades dispostos e interessados em aprofundar os conhecimentos Bíblicos, Doutrinais e Pastorais.

O Curso tem como objetivo alimentar e reforçar a fé dos ouvintes. As pessoas têm, em geral, uma fé bastante intensa, mas pouco profunda. Acreditam muito, mas não sabem muito bem por que acreditam. O Curso quer, por isso, dar razões de credibilidade à fé, para que todos possam saber por que estão crendo.

O Curso é promovido e apoiado pela Paróquia Nossa senhora das Candeias. Não será algo à margem da vida religiosa da Paróquia, mas, sim, algo complementar. A Paróquia manterá os seus Cursos normais ao longo do ano. O Curso apenas desenvolverá, de forma sistemática e progressiva, o grande discurso da Teologia católica.
A matrícula deverá ser feita na secretaria da Paróquia, de terça à sexta, das 08h às 12h e de 14h às 17h, pelo próprio aluno ou responsável legal. As aulas terão início dia 12 de fevereiro de 2014.

Valor por módulo: R$ 80,00

Salão paroquial da Igreja Nossa Senhora das Candeias
Av. Ulisses Montarroyos, nº 6375 – Candeias – Jaboatão dos Guararapes/PE.
Módulo: Introdução a Teologia e Teologia Fundamental
Horário: 19h30 às 22h00 - 4ªs Feiras
INÍCIO: 12/01/2014
TÉRMINO: 23/04/2014

Módulo: Introdução aos Sacramentos ( Batismo e Confirmação )
Horário: 19h30 às 22h00 - 5ªs Feiras
INÍCIO: 13/01/2014
TÉRMINO: 24/04/2014

Informações e inscrições na Secretaria Paroquial
Horário do expediente paroquial
Terça a sexta: das 8h às 12h e das 14h às 16h30
Sábado: 8h às11:30

Evangelho do Dia

Ano C - 06 de fevereiro de 2014

Marcos 6,7-13

Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegado! (Mc 1,15)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
6 7 Então, Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos.
8 Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto;
9 como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas.
10 E disse-lhes: “Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali.
11 Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele”.
12 Eles partiram e pregaram a penitência.
13 Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
PREGAR NA POBREZA
Quando Jesus enviou seus discípulos para anunciar o evangelho do Reino, ordenou-lhe pregar na pobreza. Só lhes foi permitido levar um simples bastão, talvez para se protegerem de animais ferozes, e calçar sandálias, por causa das longas caminhadas. Tudo mais se reduzia às roupas do corpo. Por que tanto rigor da parte de Jesus?
Agindo assim, os apóstolos não corriam o risco de atrair gente por motivos alheios à proposta do Reino. Seria inútil recorrer aos apóstolos esperando encontrar o que não fosse estritamente a palavra de Deus e seu apelo de conversão. Por outro lado, os apóstolos ficavam livres da tentação de atrair discípulos para si mesmos, esquecendo de que sua missão era a de fazer discípulos para o Senhor. Os apóstolos, pregando na pobreza, eram forçados a se entregarem totalmente à providência de Deus. Ela não haveria de permitir que lhes faltasse pão, nem o necessário para a sobrevivência. Esta dependência da caridade alheia, porém, não podia por em questão a gratuidade do ministério dos apóstolos. Esses não pregavam, com espírito venal, pensando em tirar partido e obter proveitos. E, sim, desempenhavam sua função de maneira desinteressada, deixando à providência a questão do próprio sustento.
Apesar de sua opção pelo despojamento, os discípulos deveriam manter no horizonte a possibilidade de serem rejeitados. Nem por isso estariam dispensados da missão.

Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender a importância de anunciar o teu Reino, na pobreza, entregue totalmente nas mãos da tua providência.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 Reis 2,1-4.10-12
Leitura do primeiro livro dos Reis.
2 1 Aproximando-se o fim de Davi, deu ele ao seu filho Salomão as suas (últimas) instruções:
2 “Eu me vou, disse ele, pelo caminho que segue toda a terra. Sê corajoso: porta-te como homem.
3 Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus; anda em seus caminhos, observa suas leis, seus mandamentos, seus preceitos e seus ensinamentos, tais como estão escritos na lei de Moisés. Desse modo serás bem-sucedido em tudo o que fizeres e em tudo o que empreenderes,
4 e o Senhor cumprirá a promessa que me fez, isto é, que eu terei sempre um de meus descendentes no trono de Israel, se meus filhos guardarem seus caminhos e andarem diante dele com fidelidade, de todo o seu coração e de toda a sua alma”.
10 Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi.
11 Reinou quarenta anos sobre Israel: sete anos em Hebron e trinta e três em Jerusalém.
12 Salomão sentou-se no trono de Davi, seu pai, e seu reino foi solidamente estabelecido.
Palavra do Senhor.
Salmo 1 Cr 29
Dominai todos os povos, ó Senhor.

Bendito sejais vós, ó Senhor Deus,
Senhor Deus de Israel, o nosso pai,
desde sempre e por toda a eternidade!

A vós pertencem a grandeza e o poder,
toda a glória, esplendor e majestade.

A vós, Senhor, também pertence a realeza,
pois sobre a terra, como rei, vos elevais!
Toda a glória e riqueza vêm de vós!

Sois o Senhor e dominais o universo,
em vossa mão se encontra a força e o poder,
em vossa mão tudo se afirma e tudo cresce!
Oração
Ó Deus, força dos santos, que em Nagasaki chamastes à verdadeira vida são Paulo Miki e seus companheiros pelo martírio da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até a morte na fé que professamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária


Dia 6 de Fevereiro - Quinta-feira

SÃO PAULO MIKI
Mártir
(Vermelho, Pref. comum ou dos mártires – Ofício da Memória)

Antífona da entrada: Alegram-se nos céus os santos que na terra seguiram a Cristo. Por seu amor derramaram o próprio sangue; exultarão com ele eternamente.
Oração do dia
Ó Deus, força dos santos, que em Nagasaki chamastes à verdadeira vida são Paulo Miki e seus companheiros pelo martírio da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até a morte na fé que professamos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Reis 2,1-4.10-12)
Leitura do primeiro livro dos Reis.
2 1 Aproximando-se o fim de Davi, deu ele ao seu filho Salomão as suas (últimas) instruções:
2 “Eu me vou, disse ele, pelo caminho que segue toda a terra. Sê corajoso: porta-te como homem.
3 Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus; anda em seus caminhos, observa suas leis, seus mandamentos, seus preceitos e seus ensinamentos, tais como estão escritos na lei de Moisés. Desse modo serás bem-sucedido em tudo o que fizeres e em tudo o que empreenderes,
4 e o Senhor cumprirá a promessa que me fez, isto é, que eu terei sempre um de meus descendentes no trono de Israel, se meus filhos guardarem seus caminhos e andarem diante dele com fidelidade, de todo o seu coração e de toda a sua alma”.
10 Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi.
11 Reinou quarenta anos sobre Israel: sete anos em Hebron e trinta e três em Jerusalém.
12 Salomão sentou-se no trono de Davi, seu pai, e seu reino foi solidamente estabelecido.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 1 Cr 29
Dominai todos os povos, ó Senhor.

Bendito sejais vós, ó Senhor Deus,
Senhor Deus de Israel, o nosso pai,
desde sempre e por toda a eternidade!

A vós pertencem a grandeza e o poder,
toda a glória, esplendor e majestade.

A vós, Senhor, também pertence a realeza,
pois sobre a terra, como rei, vos elevais!
Toda a glória e riqueza vêm de vós!

Sois o Senhor e dominais o universo,
em vossa mão se encontra a força e o poder,
em vossa mão tudo se afirma e tudo cresce!
Evangelho (Marcos 6,7-13)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegado! (Mc 1,15)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
6 7 Então, Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos.
8 Ordenou-lhes que não levassem coisa alguma para o caminho, senão somente um bordão; nem pão, nem mochila, nem dinheiro no cinto;
9 como calçado, unicamente sandálias, e que se não revestissem de duas túnicas.
10 E disse-lhes: “Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela, até vos retirardes dali.
11 Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele”.
12 Eles partiram e pregaram a penitência.
13 Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
PREGAR NA POBREZA
Quando Jesus enviou seus discípulos para anunciar o evangelho do Reino, ordenou-lhe pregar na pobreza. Só lhes foi permitido levar um simples bastão, talvez para se protegerem de animais ferozes, e calçar sandálias, por causa das longas caminhadas. Tudo mais se reduzia às roupas do corpo. Por que tanto rigor da parte de Jesus?
Agindo assim, os apóstolos não corriam o risco de atrair gente por motivos alheios à proposta do Reino. Seria inútil recorrer aos apóstolos esperando encontrar o que não fosse estritamente a palavra de Deus e seu apelo de conversão. Por outro lado, os apóstolos ficavam livres da tentação de atrair discípulos para si mesmos, esquecendo de que sua missão era a de fazer discípulos para o Senhor. Os apóstolos, pregando na pobreza, eram forçados a se entregarem totalmente à providência de Deus. Ela não haveria de permitir que lhes faltasse pão, nem o necessário para a sobrevivência. Esta dependência da caridade alheia, porém, não podia por em questão a gratuidade do ministério dos apóstolos. Esses não pregavam, com espírito venal, pensando em tirar partido e obter proveitos. E, sim, desempenhavam sua função de maneira desinteressada, deixando à providência a questão do próprio sustento.
Apesar de sua opção pelo despojamento, os discípulos deveriam manter no horizonte a possibilidade de serem rejeitados. Nem por isso estariam dispensados da missão.

Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender a importância de anunciar o teu Reino, na pobreza, entregue totalmente nas mãos da tua providência.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Recebei, Pai santo, as nossas oferendas na comemoração dos vossos santos mártires e dai-nos a graça de não vacilar ao proclamarmos nossa fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Fostes vós que permanecestes comigo nas minhas tribulações. E eu disponho do reino para vós, diz o Senhor. No meu reino comereis e bebereis à minha mesa (Lc 22,28ss).
Depois da comunhão
Ó Deus, que, de modo admirável, manifestastes em vossos mártires o mistério da cruz, concedei que, fortalecidos por este sacrifício, possamos seguir fielmente a Cristo e participar na Igreja da obra de salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO PAULO MIKI)
Foi através do trabalho evangelizador de São Francisco Xavier, que o Japão tomou conhecimento do cristianismo, entre 1549 e 1551. A semente frutificou e, apenas algumas décadas depois, já havia pelo menos trezentos mil cristãos no Império do sol nascente. Mas se a catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.

Miki nasceu em 1564, era filho de pais ricos e foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama, no Japão. A convivência do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e assim o fez, tornando-se um eloqüente pregador. Ele porém, não pôde ser ordenado sacerdote no tempo correto porque não havia um bispo na região de Fusai. Mas isso não impediu que Paulo Miki continuasse sua pregação. Posteriormente tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência.

Paciência, essa que não era virtude do imperador Toyotomi Hideyoshi. Ele era simpatizante do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos. Inclusive alguns missionários franciscanos espanhóis que tinham chegado ao Japão através das Filipinas e sido bem recebidos pelo Imperador.

Os católicos foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não demorou. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com outros dois jesuítas e dezessete leigos terciários.

Os vinte e seis cristãos sofreram terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo de Meaco a Nagasaki foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto seguiam para o local onde seria executada a pena de morte por crucificação. Alguns dos companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha, por exemplo, catorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze anos de idade.

A elevação sobre a qual os vinte e seis heróis de Jesus Cristo receberam o martírio pela crucificação em fevereiro de 1597 ficou conhecida como Monte dos Mártires. Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862.

Os crentes se dispersaram para escapar dos massacres e um bom número deles se estabeleceu ao longo do rio Urakami, nas proximidades de Nagasaki. Lá eles continuaram a viver sua fé, apesar da ausência de padres. A partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários voltaram e as igrejas voltaram a ser construídas, inclusive em Nagasaki, a poucos quilômetros da comunidade cristã clandestina. Ela havia perdido todo contato com a Igreja Católica, mas guardava preciosamente três critérios de reconhecimento recebidos dos ancestrais: "Quando a Igreja voltar ao Japão, vocês a reconhecerão por três sinais: os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". E foi assim que aconteceu dois séculos e meio depois, quando os cristãos do Império do sol nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja. 

A face humana e transparente da Igreja

O encantamento por Francisco acontece, sobretudo, ao revelar a face humana e divina da Igreja.


Papa entre cardeais da Cúria Romana: a face humana da Igreja. (Foto: AFP)
Por Dom Genival Saraiva*

A Igreja Católica é divina em sua origem, uma vez que Jesus Cristo é seu fundador, diferentemente de outras igrejas e até mesmo de religiões que têm fundadores humanos. Não há como não se identificar essa marca diferencial, no olhar de um simples fiel ou numa investigação criteriosa de um concentrado pesquisador.

Como as demais, a Igreja Católica também é humana, enquanto é constituída de pessoas. Dessa maneira, nela se revelam, visivelmente, sua natureza divina e sua face humana. Por isso, é "santa e pecadora", como reconhece e proclama a assembleia cristã quando se coloca em atitude de oração. Dado o seu caráter institucional, a Igreja se rege por disposições canônicas que contemplam estruturas, pessoas e ofícios.

Na ordem institucional, o olhar administrativo identifica, na Igreja, a Cúria Romana, Congregações, Conselhos Pontifícios e outros Organismos. Como, porém, a Igreja não é apenas o Vaticano, por estar espalhada pelo mundo, há Arquidioceses, Dioceses, Prelazias, Administrações Apostólicas, Províncias Eclesiásticas, Conferências Episcopais e outros entes eclesiásticos, com as atribuições canônica e pastoralmente previstas.

Como é óbvio, as instituições não subsistem sem as pessoas. Na realidade, não há uma instituição onde não haja pessoas, em seu respectivo lugar e com sua respectiva função/missão. Desse modo, estão à frente da Igreja e de seus organismos o papa, cardeais, arcebispos, bispos, religiosos e leigos, conforme com seus devidos ofícios.

A sociedade e o próprio universo eclesiástico acompanham com atenção e interesse o Pontificado do papa Francisco, a partir de algumas sinalizações que apontam a sua direção e de algumas intervenções que já evidenciam a sua linha de ação. Muitas dessas ações dizem respeito à vida interna da Igreja e, assim, poderiam passar desapercebidamente perante a sociedade; no entanto, não é isso que se constata.

Nessa matéria, há expectativas e esperanças, uma vez que a palavra da Igreja, por mandado de Jesus, tem o mundo como destinação e, consequentemente, sua ação não se restringe aos muros de sua administração. A Igreja Católica, pelas pessoas e estruturas que constituem o seu corpo e revelam a sua “alma”, fala sempre ao coração da humanidade e ora o faz positivamente, ora negativamente.

Sem dúvida, o ministério do papa Francisco está contribuindo para que a Igreja tenha uma face transparente, perante si e perante o mundo, a fim de chegar àquele estado de aperfeiçoamento concebido por São Paulo - uma Igreja “toda bela, sem mancha sem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito.” (Ef 5,27). Essa busca de transparência começa pela determinação do papa de enfrentar a realidade de fatos que provocam “fratura exposta” na Igreja, em razão da conduta inadequada de alguns de seus membros, no exercício de ofício ministerial ou no desempenho de atividade profissional.

Todavia, o encantamento da população pelo papa Francisco acontece, sobretudo, ao revelar a face humana e divina da Igreja em pessoas, de níveis sociais diversos, que se dedicam aos seus irmãos, diante de suas reais necessidades.
CNBB, 04-02-2014.
*Dom Genival Saraiva é bispo de Palmares (PE).

Papa encoraja jovens a descobrir 'a importância da virgindade'


Cidade do Vaticano  - O papa Francisco encorajou nessa quarta-feira (5) os jovens "a compreender a importância da pureza e da virgindade", durante uma audiência geral realizada na Praça de São Pedro.

Após terminar a catequese, nas tradicionais saudações em vários idiomas, Francisco lembrou que hoje é celebrada a festividade de Santa Ágata, virgem e mártir, e pediu que sua "virtude heroica" estimule os jovens e ajude a "compreender a importância e a pureza da virgindade".

O papa também pediu que Santa Ágata ajude os recém-casados a "compreender o papel da mulher na vida familiar" e que ajude os doentes "a aceitar a cruz em união espiritural com o coração de Cristo".

Por conta da forte chuva que cai sobre Roma, hoje os doentes que todas as quartas-feiras ocupam um lugar perto do palanque colocado na Praça de São Pedro, foram acomodados no interior da basílica e o papa os cumprimentou antes de começar a audiência.

O pontífice dedicou sua catequese à Eucaristia e afirmou que "é importante que as crianças se preparem bem para receber a primeira comunhão".
SIR

Como evitar o inferno na terra

Como opção fundamental que impõe uma orientação essencial da atividade humana, a caridade precisa se encarnar na justiça, sem ter, por isso, que se identificar totalmente com ela (ou esgotar-se nela).

Por Gianfranco Ravasi

Houve um período nas últimas décadas em que se multiplicaram os congressos, os encontros, até mesmo os cursos sobre "ética e economia (ou finanças)" ou sobre "ética e política". Os resultados estão diante dos olhos de todos e certamente não são exaltantes, consideradas as causas e os efeitos perversos da crise econômica e política em que estamos afundados. Por isso, seríamos tentados a compartilhar a amarga conclusão do Marco Polo de Cidades Invisíveis, de Calvino, que responde assim a Kublai Khan: "O inferno não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno em que habitamos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem dois modos para não sofrê-lo. O primeiro é fácil para muitos: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de não vê-lo mais. O segundo é arriscado e exige atenção e aprofundamento contínuos: buscar e saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e fazê-lo durar e dar-lhe espaço".

É um pouco sobre essa segunda escolha que se deve atestar o compromisso social cristão: conscientes do limite e do pecado da criatura, devemos ampliar na história, porém, o espaço do Reino de Deus, ou seja, o horizonte da justiça e do amor. O eixo principal da proposta cristã é claro: "Como opção fundamental que impõe uma orientação essencial da atividade humana, a caridade precisa se encarnar na justiça, sem ter, por isso, que se identificar totalmente com ela (ou esgotar-se nela)". Quem define essa asserção é um teólogo moral de grande refinamento intelectual e de intensa atenção ao complexo panorama contemporâneo, Giannino Piana, ex-professor das universidades de Urbino e de Turim, que agora – depois de um livro dedicado à moral fundamental, já assinalado por nós – continua o seu projeto global, previsto para quatro tomos, com um amplo afresco temático justamente sobre "moral socioeconômica e política".

A própria enunciação do assunto revela a sua amplitude e a delicadeza, e até mesmo um único olhar lançado sobre o índice do texto é suficiente para dar uma sensação de vertigem. Tentemos apenas formular uma lista das questões que se agregam em cacho sobre os três troncos que sustentam a estrutura da obra de Piana.

Entre parênteses, a longa militância acadêmica permite ao autor o uso de um procedimento claramente didático, que, no entanto, evita o pedantismo através de um ditado incisivo e atraente. É por isso que nos permitimos sugerir a leitura, mesmo para quem não está familiarizado com a ética teológica, mas está consciente da necessidade de um olhar não meramente sociológico e fenomênico sobre uma realidade tão ardente e "humana".

O primeiro tronco argumentativo é central e imprescindível, o dos fundamentos. É precisamente aqui que se revelam mancas ou edificadas sobre a areia certas análises desavisadas de uma antropologia de base, indiferentes a princípios constitutivos, alérgicas a fontes que precedem e justificam o fluxo disperso da história. Para um autêntico humanismo cristão, as duas estrelas de referência são o princípio da destinação universal dos bens e a opção preferencial pelos pobres, dois critérios que são a flexão concreta do já mencionado eixo da caridade-justiça.

O segundo tronco do escrito de Piana é mais recente no seu crescimento, mas tem uma alma antiga. Alimenta-se, de fato, com a seiva da atual globalização, que imprime uma nova fisionomia aos dois cânones econômicos clássicos da eficiência e da solidariedade. Aqui, os fundamentos acima mencionados devem se confrontar com as ramificadas dinâmicas e leis do "econômico": nesse âmbito, o autor revela um extraordinário equilíbrio entre capacidade analítica e habilidade sintética.

Basta pensar apenas na sequência das questões que se encadeiam, mas que devem ser postas nas caixas corretas de uma investigação destinadas a desembocar em um crivo rigoroso: a superação da perspectiva individualista na adoção de uma concepção personalista, o equilíbrio entre subsidiariedade e solidariedade, o contraponto entre globalidade e identidade local, a dialética entre Estado e mercado, e a relativa configuração de uma "economia civil" ou de uma "democracia econômica" em que o bem-estar acomode as exigências institucionais com as várias subjetividades sociais. E ainda: a exigência primária do trabalho, direito fundamental da pessoa, o relevo adquirido pela questão ecológica e a radical mudança da comunicação introduzida pelo império midiático, capaz de criar um inédito fenótipo social.

Esse árido elenco permite entender, no entanto, como é grave a superficialidade da política (principalmente italiana), incapaz de inscrever na sua agenda um fluxo tão variado de instâncias estruturais. É assim que o terceiro tronco que sustenta o estudo de Piana se eleva no céu da ética política sobre a qual Cristo já havia se pronunciado de forma lapidar com os seus tuítes de 50 caracteres gregos e respectivos espaços: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Marcos 12, 17). Obviamente, esse princípio se desfaz em infinitas e muitas vezes incandescentes aplicações, especialmente em uma sociedade tão articulada e fragmentada como a contemporânea. No entanto, algumas referências estão sempre aí, diante de todos, e impedem de se contentar com uma pura e simples modelística ou com o recurso à seca ou desumana tecnologia sociopolítica.

Pensemos, por exemplo, na pessoa, mas também no bem comum, na reconstrução de uma genuína democracia sustentada pela sociedade civil e não pilotada apenas de cima, na elaboração de uma ordem internacional que não seja uma inerte sociedade das nações reciprocamente em defesa ou em suspeita, na promoção de uma interculturalidade dinâmica capaz de superar a simples multiculturalidade estática; pensemos, enfim, no compromisso com a paz que não seja paradoxalmente confiada apenas à defesa e nem apenas à diplomacia e às intervenções de caráter humanitário, mas que seja positivamente ancorada no desenvolvimento e na integração entre os povos.

O mapa que esboçamos até aqui leva a compreender como é retórico um apelo genérico à ética dos negócios ou da política, e como é necessária uma revisão acurada e um exame pontual das coordenadas tanto concretas quanto valoriais postas em uma interação constante. Escrevia Adorno nos seus Minima moralia: "O conhecimento não tem outra luz a não ser a que emana da redenção sobre o mundo; todo o resto se esgota na reconstrução a posteriori e faz parte da técnica".
Il Sole 24 Ore, 02-02-2014.
*Gianfranco Ravasi é cardeal presidente do Pontifício Conselho para a Cultura.

Dom Helder nascia há 105 anos


Dom Helder Câmara: obstinado nos ideais da paz.
Por Geovane Saraiva*

Dom Helder Câmara leu, quando Arcebispo de Olinda e Recife, um conjunto de crônicas, no microfone da Rádio Olinda de Pernambuco, intituladas: “Um olhar sobre a cidade”. Trata-se de mensagens da melhor qualidade, mensagens ricas e profundas, assim como foi rica, profunda, intensa, preciosa e de ótima qualidade a vida do pastor dos empobrecidos, humano ao extremo, nascido aos 07 de fevereiro de 1909, na cidade de Fortaleza – Ceará.

Mensagens de amor e de esperança para o seu povo, sua gente muito querida, em primeiro lugar nas cidades de Olinda, Recife e demais cidades de sua então arquidiocese, mas também para o mundo inteiro, porque sua emblemática palavra, por seu significado social, profético e profundamente humano, chegava aos confins do mundo. Mensagens de um pastor que soube amar a todos, mas, sobretudo, seu imenso amor à causa dos empobrecidos, os “sem voz e sem vez”.  "Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar especial no coração do bispo", dizia ele.

Artífice da paz o foi. E o caminho cristão no campo social orienta-se na linha da não violência ativa, encontrando em Dom Helder Câmara, segundo Pe. João Batista Libânio, falecido no dia 30/01/2014, a figura certa e emblemática de tal via. Daí olharmos para a força desse irmão querido como o homem dos grandes sonhos e utopias: “Quando sonhamos sozinhos é só um sonho; mas quando sonhamos juntos é o início de uma nova realidade”; “Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante... Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do mundo (...)”.

A Carta aos Hebreus nos assegura: “Nós não temos aqui na terra cidade permanente, estamos à procura da cidade que há de vir” (Hb 13, 14). Hoje a grande maioria da humanidade mora em cidades. Daí o nosso olhar para a cidade e que seja o mesmo olhar do artesão da paz, desejando tirar dela coisas boas e positivas. O mundo é bom e as cidades são boas. Como seria bom viver bem e em harmonia com este mundo, que Deus criou para nós, suas criaturas, na assertiva do próprio Deus: “O que vos peço é que não tireis do mundo, mas livreis do mal” (Jo 17, 15).

Mensagens do Profeta que viveu bem nessa “cidade”, que não é permanente, mas com um grande desejo que todos compreendessem o sentido da vida neste mundo, voltando-se, é claro e evidente, para a outra vida, para a transcendência. Mensagens do “irmão dos pobres” que encarnou o Concílio Vaticano II, quando diz: “Não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração” (GS, 200).

Nós moramos numa cidade e por vontade do Criador e Pai, a exemplo do Apóstolo dos gentios, de Dom Hélder Câmara e de outros homens de Deus, sonhamos com a cidade do céu, a Jerusalém do Alto. Santo Agostinho, na sua obra, “A cidade de Deus” fala que “dois amores fundaram duas cidades, a saber: O amor próprio, levado ao desprezo a Deus, a terrena e o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial”.

Que o aniversário de nascimento de Helder, pequeno na estatura, mas grande e obstinado nos ideais de peregrino da paz, o qual na qualidade de místico e maestria de rara originalidade procurou ser fiel a Jesus de Nazaré, com os pés no chão e no permanente esforço de unir o céu a terra, com os olhos, a mente e o coração fixos e voltados para a cidade lá do alto, que na alegria e na esperança cristã jamais iremos esquecê-lo.

Que ao celebrarmos sua memória, uma vida toda pelos irmãos, produza-nos os melhores frutos, para a maior glória de Deus e o bem do povo brasileiro e da humanidade inteira. Assim seja!
* Geovane Saraiva é padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso. É autor dos livros “O peregrino da Paz”, “Nascido Para as Coisas Maiores”, “A Ternura de um Pastor”, “A Esperança Tem Nome”, "Dom Helder: sonhos e utopias" e "25 Anos sobre Águas Sagradas”.