quinta-feira, 4 de abril de 2013

Confira as intenções de oração do Papa para o mês de abril

papa francisco rezandoNeste mês de abril, o Papa Francisco pede, como intenção geral, orações “para que a celebração pública e orante da fé seja fonte de vida para os fiéis”.
E como intenção missionária, o Pontífice roga “para que as igrejas particulares nos territórios de missão sejam sinal e instrumento de esperança e ressurreição”.
Todos os anos, as intenções de oração do Papa para cada mês são confiadas ao Apostolado de Oração, e a iniciativa é seguida pelos fiéis em todo o mundo.

Fonte: Canção Nova

Coordenação de Pastoral promove 1º Encontro dos Secretários Paroquiais de 2013


imagem-conheca-paroquias
A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral realiza no dia 29 de abril o 1º Encontro dos Secretários Paroquiais de 2013. O evento será no Centro Arquidiocesano de Pastoral Dom Vital, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. O evento aconteceria no último dia 1º de abril, mas foi adiado por conta da Semana Santa.
O encontro, que tem início às 8h e segue até às 12h, contará com a participação do vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, monsenhor José Albérico Bezerra. O valor da inscrição é R$ 20 para custear as despesas com o lanche. Mais informações pelo telefone 3271-4270, falar com Tereza. As inscrições poderão ser feitas no dia e local do evento.
1º Encontro dos Secretários Paroquiais
Local: Centro Arquidiocesano de Pastoral Dom Vital
Av. Afonso Olindense, 1764 – Várzea – Recife
Dia: 29 de abril
Horário: 8h às 12h
Informações: 3271-4270 (falar com Tereza)
Da Assessoria de Comunicação AOR

51ª Assembleia Geral dos Bispos começará na próxima semana


cnbbEntre os dias 10 e 19 de abril o Santuário Nacional de Aparecida receberá a 51ª Assembleia Geral dos Bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A programação diária da 51ª Assembleia Geral já foi definida pela coordenação da CNBB.
O evento ocorrerá no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida e seguirá o tema “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia”. As Missas serão realizadas no Altar Central da Basílica.
No dia 10 de abril, às 7h30, ocorrerá na Basílica, a cerimônia de abertura da Assembleia. O encerramento da mesma será no dia 19 de abril às 10h30 no Centro de Eventos. Entre os dias 13 e 14 de abril os Bispos do Brasil farão um retiro espiritual no Centro de Eventos.
O Santuário Nacional de Aparecida recebe o evento desde 2011, disponibilizando toda a sua infraestrutura de acolhimento para que os 300 Bispos de todo o país possam participar do encontro. (EPC)
Fonte: GaudiumPress com informações do Portal A12.

51ª Assembleia da CNBB tem página no facebook


Nova Imagem (1)Com o objetivo de ampliar os canais de comunicação da 51ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, a Equipe de Assessoria de Imprensa da CNBB criou uma página oficial no facebook que já está no ar. Durante a realização da Assembleia, em Aparecida, de 10 a 19 de abril, serão postados, diariamente, conteúdos na página como vídeos das coletivas de imprensa, boletim em áudio, galeria de fotos, entre outros.
Assim, os veículos de comunicação que desejarem reproduzir os materiais, poderão utilizá-los livremente, com o devido crédito. Além disso, no site da CNBB serão postadas matérias, realeses e outras publicações sobre a 51ª Assembleia Geral. Conheça e curta a página: www.facebook.com/pages/Assembleia-Geral-da-CNBB/632779040068974?fref=ts

Da Assessoria de Comunicação AOR

Evangelho do dia

Ano C - 04 de abril de 2013

Lucas 24,35-48

Aleluia, aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! (Sl 117,24)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 24 35 os discípulos contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
36 Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco!"
37 Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito.
38 Mas ele lhes disse: "Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações?
39 Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho".
40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: "Tendes aqui alguma coisa para comer?"
42 Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado.
43 Ele tomou e comeu à vista deles.
44 Depois lhes disse: "Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: ‘era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos’".
45 Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo:
46 "Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia.
47 E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
48 Vós sois as testemunhas de tudo isso".
Palavra da Salvação.
 
Leitura
Atos 3,11-26
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 3 11 como o paralítico se conservava perto de Pedro e João, uma multidão de curiosos afluiu a eles no pórtico chamado Salomão.
12 À vista disso, falou Pedro ao povo: "Homens de Israel, por que vos admirais assim? Ou por que fitais os olhos em nós, como se por nossa própria virtude ou piedade tivéssemos feito este homem andar?
13 O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos pais glorificou seu servo Jesus, que vós entregastes e negastes perante Pilatos, quando este resolvera soltá-lo.
14 Mas vós renegastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homicida.
15 Matastes o Príncipe da vida, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos: disso nós somos testemunhas.
16 Em virtude da fé em seu nome foi que esse mesmo nome consolidou este homem, que vedes e conheceis. Foi a fé em Jesus que lhe deu essa cura perfeita, à vista de todos vós.
17 Agora, irmãos, sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos chefes.
18 Deus, porém, assim cumpriu o que já antes anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo devia padecer.
19 Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para serem apagados os vossos pecados.
20 Virão, assim, da parte do Senhor os tempos de refrigério, e ele enviará aquele que vos é destinado: Cristo Jesus.
21 É necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração universal, da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas.
22 Já dissera Moisés: ‘O Senhor, nosso Deus, vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim: a este ouvireis em tudo o que ele vos disser.
23 Todo aquele que não ouvir esse profeta será exterminado do meio do povo’.
24 Todos os profetas, que têm falado sucessivamente desde Samuel, anunciaram estes dias.
25 Vós sois filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com os nossos pais, quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra’.
26 Foi em primeiro lugar para vós que Deus suscitou o seu servo, para vos abençoar, a fim de que cada um se aparte da sua iniqüidade".
Palavra do Senhor.
 
Salmo 8
Ó Senhor, nosso Deus, como é grande
vosso nome por todo o universo!

Ó Senhor, nosso Deus, como é grande
vosso nome por todo o universo!
Perguntamos: “Senhor, que é o homem,
para dele assim vos lembrardes
e o tratardes com tanto carinho?”

Pouco abaixo de Deus o fizestes,
coroando-os de glória e esplendor;
vós lhe destes poder sobre tudo,
vossas obras aos pés lhe pusestes.

As ovelhas, os bois, os rebanhos,
todo o gado e as feras da mata;
passarinhos e peixes dos mares,
todo ser que se move nas águas.
 
Comentário do Evangelho
A PAZ ESTEJA CONVOSCO
Os encontros do Ressuscitado com os discípulos começavam, muitas vezes, com o augúrio de paz. O desejo de que houvesse paz entre eles não era pura formalidade. Antes, a saudação de Jesus adquiria uma consistência especial.
Para os discípulos, perturbados com a ressurreição, essa paz consistia em estabelecer um relacionamento correto com o Ressuscitado. Tratava-se de superar o medo, a perplexidade, o espanto, a perturbação, a dúvida, a incredulidade, a desconfiança, e acolher, na fé, o Ressuscitado presente no meio deles. Todos estes sentimentos revelam ausência de paz. Eis por que Jesus é apresentado como quem se esforça por fazer a paz acontecer no coração dos discípulos, em forma de abertura para a fé, de capacidade para reconhecê-lo como o Mestre de outrora, de iluminação da inteligência para penetrar o sentido das Escrituras, de superação da dureza de coração.
Portanto, sem a paz, no sentido querido por Jesus, eles não poderiam abrir-se para a novidade da ressurreição. Só na paz, os discípulos estariam em condições de reconhecer Jesus ressuscitado, e experimentar a comunhão com ele. Este era o primeiro passo a ser dado pelo discípulo no processo de concretizar sua fé no Senhor.

Oração
Espírito de paz, coloca, em meu coração, as disposições adequadas para que eu viva a comunhão com o Ressuscitado.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
 
 
Oração
Ó Deus, que reunistes povos tão diversos no louvor do vosso nome, concedei aos que renasceram nas águas do batismo ter no coração a mesma fé e na vida a mesma caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
 
 
 
 

Secretário geral da CNBB pede urgência em reforma política


Brasília - Dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, recebeu na tarde desta terça-feira (2) o deputado Henrique Fontana, relator do projeto da Reforma Política. O parlamentar apresentou, em linhas gerais, o relatório da proposta que tramita na Câmara.
Segundo informações da assessoria de imprensa do deputado, a reforma deverá ser votada nos próximos dias 9 e 10 de abril e o relatório de Henrique Fontana apresenta também as seguintes propostas de mudança no sistema político eleitoral brasileiro: financiamento público de campanha, sistema de votação em lista flexível, fim de coligações em eleições proporcionais, coincidência de todas as eleições em um mesmo ano, simplificação de mecanismos de democracia participativa e alteração das datas de posse nos cargos do Poder Executivo.
Dom Leonardo reafirmou a palavra da CNBB que pede urgência na Reforma Política. Em reunião do Conselho Permanente, em outubro de 2011, a entidade emitiu Nota Oficial sobre o assunto na qual explicita: "A Reforma Política é uma urgência inadiável em nosso país. Se feita de forma a ultrapassar os limites de uma simples reforma eleitoral, ela se torna um caminho seguro para coibir a corrupção e sua abominável impunidade, que corroem instituições do Estado brasileiro e a vida do povo".
A CNBB reiterou, naquela ocasião, o que disse em seu documento "Por uma reforma do Estado com participação popular": “A reforma política de que o país necessita com urgência, não pode se limitar a regras eleitorais, e dentro delas ao funcionamento dos partidos. Ela precisa atingir o âmago da estrutura do poder e a forma de exercê-lo, tendo como critério básico inspirador, a participação popular. Trata-se de reaproximar o poder e colocá-lo ao alcance da influência viável e eficaz da cidadania”.
SIR

Jornada Mundial da Juventude terá Via-Sacra com o papa Francisco como ato central


Rio de Janeiro  - A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que será realizada entre os dias 23 e 28 de julho na cidade do Rio de Janeiro, terá por ato central a Via-Sacra com o papa Francisco. Jovens carregarão a Cruz Peregrina ao longo das estações da Paixão de Cristo durante a celebração da Via-Sacra.
Com o intuito de auxiliar na meditação, o papa Francisco lerá alguns textos sobre o mistério da redenção. As 14 estações da Via-Sacra serão realizadas na praia de Copacabana.
Durante a Via-Sacra realizada na JMJ de Madri (Espanha), Bento XVI apresentou aos jovens a importância desta prática. "Com piedade e fervor, celebramos esta Via-Sacra, acompanhando Cristo na sua Paixão e Morte. À medida que íamos avançando com Jesus até chegar ao cimo da sua entrega no Calvário, vinham-nos à mente as palavras de São Paulo: ´Cristo amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim´ (Gal2, 20). À vista de um amor assim desinteressado, cheios de admiração e reconhecimento perguntamo-nos agora: Que havemos nós de fazer por Ele?", indagou aos presentes.
SIR

Papa se encontra com presidente de Israel em abril


Papa Francisco se encontra com Shimon Peres ainda este mês
Jerusalém  - O papa Francisco deverá se encontrar, pela primeira vez, com o presidente de Israel, Shimon Peres, no fim do mês de abril, segundo a imprensa israelense. A emissora israelense Canal 2 divulgou a informação nesta quarta-feira (3), mas ainda não foram informados detalhes do encontro.
O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa no último dia 13 de março. Na cerimônia oficial de início de Pontificado, mais de 130 delegações estrangeiras visitaram o Vaticano. O papa chegou a se reunir com a presidente argentina, Cristina Kirchner, e com a brasileira Dilma Rousseff.
No último domingo, durante a tradicional benção "Urbi et Orbi", o papa pediu a paz no mundo, inclusive entre os israelenses e palestinos. "Espero que tentem encontrar o caminho da conciliação e retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para colocar fim a um conflito que já dura tempo demais", disse Francisco.

SIR

Evangelho de Lucas: história, Jerusalém e salvação

Que visão o Evangelho de Lucas apresenta de história, Jerusalém e salvação?


Lucas elabora uma teologia da história que tem suas raízes no passado, chega ao auge em Jesus, continua nas Igrejas pela ação do Espírito Santo e consuma-se na parusia (Foto: Reprodução)
Teologia da História em Lucas

Analisando atentamente o terceiro evangelho da Bíblica e os Atos dos Apóstolos percebemos que há um plano global subjacente à obra lucana. Usando a linguagem de Conzelmann, que divide a história da libertação-salvação em três períodos,  podemos dizer que o Primeiro Testamento narra o caminho de Israel, que é o tempo das promessas.  O evangelho de Lucas narra o caminho de Jesus, que é o tempo da realização. Podemos deduzir isso pela ênfase que se dá ao “Hoje”: “Hoje se cumpre...”.  E os Atos dos Apóstolos narra o caminho das Igrejas, que é o tempo do Espírito Santo.

Lucas elabora uma teologia da história que tem suas raízes no passado, chega ao auge em Jesus, continua nas Igrejas  pela ação do Espírito Santo e consuma-se na parusia. A manifestação de Jesus não é algo que acontecerá no fim dos tempos, como se ele permanecesse ausente; é antes a manifestação gloriosa de um Jesus que sempre esteve presente nas comunidades, como aparece no evangelho de Mateus (Mt 28,20). Com a ascensão, “Jesus não foi embora”, mas foi exaltado, glorificado, legitimado. Jesus “vai, mas não vai”; ausente no aspecto físico, continua presente por meio do Espírito Santo. O corpo das pessoas que aderem ao seu projeto passa a ser o “corpo de Cristo”, movido pelo Espírito de Jesus.  Para Lucas, Deus agiu na história da primeira comunidade cristã da mesma forma como agiu em Jesus. Este era enviado de Deus e os cristãos também o são. Por conseqüência, concluímos que todos somos convidados a “encarnar a realidade” de que também somos enviados de Deus para a libertação de todos e de tudo. Ignacio Ellacuría dizia que dom Oscar Romero foi (e continua sendo, mesmo depois da morte, como  ressuscitado) um enviado de Deus para libertar o seu povo. Oscar Romero dizia aos cristãos perseguidos pela ditadura militar em El Salvador: “Vocês são Jesus Cristo, aqui e agora. Vocês são enviados de Deus para salvar e libertar o nosso povo”.

A parusia começou na encarnação, vida e ressurreição de Jesus e será completada quando ele terminar de voltar e não quando começar a voltar.

Jerusalém em Lucas

O evangelho de Lucas é o único dos quatro evangelhos da Bíblia que começa e termina em Jerusalém, precisamente no templo. Imediatamente depois do prólogo geral à obra lucana (Lc 1,1-4), a primeira cena se desenvolve “no santuário do Senhor” (Lc 1,5-23). Depois da ressurreição, os onze voltam para o templo em Jerusalém (Lc 24,53). Os pais de Jesus o levam duas vezes ao templo (Lc 2,22.42). O episódio de Jesus aos doze anos conversando com os doutores no templo é prefiguração do ensinamento futuro de Jesus no templo (Lc 19,47).

Lucas apresenta as três tentações em uma ordem diferente do evangelho de Mateus. Este inicia apresentando a tentação da transformação de pedras em pão (primeira tentação), do jogar-se do pináculo do templo e ser salvo pelos anjos (segunda tentação) e a tentação de contemplar em uma alta montanha os reinos com todo o esplendor (terceira tentação) (Mt 4,1-11 e Lc 4,1-13). Para Mateus é importante colocar a última tentação no cume de uma montanha, pois o evangelho está sendo dirigido a comunidades oriundas principalmente do meio judaico, onde “montanha” é, por excelência, o local do encontro do ser humano com Deus e consigo mesmo. Assim, Mateus enfatiza Jesus, em profunda intimidade com o Pai, na montanha, superando as tentações.

No evangelho de Lucas, a primeira tentação se dá no deserto, onde Jesus é tentado a transformar pedra em pão. A segunda, acontece na montanha, em que contempla os reinos. A terceira, acontece no pináculo do templo, onde Jesus é tentado a saltar dali para ser salvo pelos anjos. Há uma progressão nas tentações. O clímax do confronto entre Satanás e Jesus aconteceu precisamente em Jerusalém, onde acontecerá a execução do Justo com a pena de morte, a pena capital. Assim, a cena na qual Jesus se encontra sobre o pináculo da “casa de seu Pai” se torna muito eloqüente, porque no evangelho de Lucas, “Jerusalém” é o ponto de chegada de Jesus para realizar a obra (Lc 17,11; Lc 19,28-38). Para as primeiras comunidades cristãs, “Jerusalém” é o ponto de partida para a missão (Lc 24,52). Jerusalém tem uma importância particular, pois é a cidade do “destino” final de Jesus e de onde se irradia a libertação-salvação para todo o gênero humano. Jesus caminha para Jerusalém como se buscasse alcançar uma meta (Lc 13,22). Lucas valoriza “Jerusalém” não somente como lugar físico, mas primordialmente como lugar teológico que representa a “cidade de Davi”,  o monte Sião, de onde Deus legisla. Lucas se refere a “Jerusalém” com o termo grego Ierousalëm, designação de Jerusalém não como lugar geográfico, mas de lugar sagrado do judaísmo.

Salvação em Lucas

A salvação acontece com base nas entranhas da história da humanidade. Deus, pela encarnação que culmina em Jesus de Nazaré, assume as entranhas humanas para salvar todos e tudo. Infelizmente já faz parte do senso comum que salvação se refere apenas à “alma”. Perdeu-se a relação do corpo com a salvação. Diante disso é bom recordar que a palavra “salvação”, no seu sentido original, quer dizer livrar o ser humano de algum mal físico, moral ou político, ou de algum cataclismo cósmico; isso supõe resgate da integridade. Com referência ao acontecimento Cristo, resgatar a integridade do ser humano significa restabelecer sua relação inata com Deus, com os outros, com toda a criação e consigo mesmo. Não podemos esquecer que o credo cristão afirma a convicção na ressurreição da “carne”, não apenas da “alma”.

Salvação é um dos efeitos mais importantes do acontecimento Cristo, pelo menos na mentalidade de Lucas, no evangelho e em Atos dos Apóstolos. Ele é o único dos evangelistas sinóticos a chamar Jesus de “Salvador”.  O melhor resumo que mostra o que é salvação é: “O filho do Homem veio buscar o que estava perdido e salvá-lo” (Lc 19,10).

Não podemos continuar pensando, segundo o senso comum, que salvação se refere somente a algo pós-morte e que não tem nada a ver com libertações na história. Na Bíblia, as categorias salvação e libertação são “equivalentes” e complementares, mesmo que alguns textos possam enfatizar mais a ideia de salvação, e outros, mais a ideia de libertação. Por exemplo, etimologicamente o nome Josué significa “o Senhor é libertação-salvação” (Nm 11,28); Josué é a versão hebraica do nome de Jesus. Este é versão aramaica. Logo, etimologicamente, Jesus é o novo Josué, aquele que liberta e salva, em um processo interdependente. Josué conduziu o povo na conquista da terra prometida. Jesus conduz o povo para a construção do Reino de Deus no mundo. Outro exemplo: o nome Oséias significa libertação-salvação (Nm 13,8).O profeta Oséias combateu com veemência a idolatria, libertando e salvando o povo.

Libertação-salvação faz parte do campo semântico dos verbos libertar, salvar, sarar, curar, resgatar, perdoar, reerguer, redimir, integrar, recuperar, incluir, apoiar e outros similares. Isso indica a inter-relação existente entre libertar e salvar: são duas faces da mesma medalha; inseparáveis como carne e unha. “Salvação” que não implica libertação real, concreta e corporal das pessoas é pseudo-salvação.

Lucas não quer, em momento algum, espiritualizar a proposta do Evangelho de Jesus Cristo, mas inseri-la nos processos orgânicos de libertação. A salvação que Lucas defende não é aparente, como diz o povo: “Peruca em cabeça de careca”.

Gilvander Moreira é frei e padre carmelita. Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI), do Serviço de Animação Bíblica (SAB) e Via Campesina. Autor de alguns livros: Compaixão-misericórdia, uma espiritualidade que humaniza (Ed. Paulinas, 1996), Lucas e Atos, uma teologia da História (Ed. Paulinas, 2004) e co-autores de vários livros do CEBI.