sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PROCLAMAS MATRIMONIAIS




12 e 13 de outubro de 2013


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:


·         JAMESSON ROBERTO RODRIGUES MARINHO FILHO
E
KALINE RAKELLE DA COSTA BEZERRA


·         MARCUS VINICIUS DE LIMA
E
GRACE MICHELINE BARBOSA DA SILVA


·         LUCAS LELLIS CARNEIRO DIAS LEITE
E
ROERTA APARECIDA MOURY DE MELO


·         LOURIVAL SEVERINO DE OLIVEIRA
E
BÁRBARA OLÍMPIO CARVALHAIS DEMESQUITA


                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em   consciência a declarar.

Famílias acolhedoras


Celebrando a Semana da Criança, é oportuno compartilhar e tornar mais conhecido o serviço social Famílias Acolhedoras. Essa iniciativa, de importante significação afetiva, cidadã e de fé, promove o acolhimento provisório de crianças e adolescentes em risco social ou que sofreram violência. Um ato solidário, com óbvias repercussões positivas para toda a sociedade.

O serviço Famílias Acolhedoras é promovido pelo Vicariato Episcopal para Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e Prefeitura da Capital Mineira, por meio da Pastoral do Menor e da Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Ser família acolhedora é ser uma família que facilita o processo de readaptação e retorno das crianças para seus lares de origem. Atualmente, 800 crianças e adolescentes vivem nos abrigos de Belo Horizonte e o serviço social busca, justamente, promover o acolhimento temporário desses meninos e meninas, em lares de famílias voluntárias. Deste modo, assegura o acompanhamento e cuidados integrais às crianças e aos adolescentes, afastados de suas famílias de origem, por razões que prejudicam seu pleno e saudável desenvolvimento. Acolhidos por outras famílias, assim permanecem até que possam voltar para casa ou serem encaminhados para a adoção.

Aqueles que amparam temporariamente uma criança ou adolescente podem iniciar um processo com repercussões na solidariedade entre pessoas e instituições, em prol de uma sociedade mais justa e fraterna. Por meio da criança, a família acolhedora pode conhecer a realidade da família de origem e, assim, compartilhar experiências, oferecer ajuda, estabelecer laços afetivos que, certamente, têm força corretiva.  Dessa forma, o serviço Famílias Acolhedoras é um modo efetivo de cumprir uma indicação do Estatuto da Criança e do Adolescente: a convocação de todos no compartilhamento do cuidado e proteção de crianças e suas famílias.

Estão incluídos os seguintes critérios para ajudar nesse serviço social: 1) morar em Belo Horizonte há mais de dois anos; 2) ter, no mínimo, 21 anos; 3) não ter antecedentes criminais; 4) todos os membros da família devem concordar em acolher uma criança; 5) estar disposto ao acolhimento temporário, não tendo a intenção de adotar; 6) não ter dependentes químicos na família; 7) aceitar e comprometer-se com as diretrizes do serviço. A Pastoral do Menor da Arquidiocese de Belo Horizonte, no Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política (Rua Além Paraíba, 208, bairro Lagoinha, Belo Horizonte), pode orientar aqueles que buscam outras informações.

Dispor-se a ser família acolhedora é corajosamente assumir o compromisso de zelar e promover a vida. É empenhar-se em benefício de um serviço social que focaliza, de modo contundente, a convicção acerca da importância da família, comunidade natural na qual se experimenta a sociabilidade humana. Acolher uma criança ou adolescente, mesmo temporariamente, é garantir a esses meninos e meninas necessitados a oportunidade para que se desenvolvam com dignidade. O Famílias Acolhedoras é um importante caminho para que a sociedade cumpra a sua tarefa de servidora da família, particularmente daquelas em situação de risco, que carecem de apoio e amparo. Que este serviço continue proporcionando a superação de individualismos e comodismos, obstáculos à solidariedade indispensável para o equilíbrio social. E que as muitas crianças e adolescentes encontrem uma família acolhedora, para compartilharem práticas educativas e amor.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas.

CNBB promove Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil

Com a finalidade de planejar as atividades de evangelização dos jovens no Brasil, a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB promoverá, de 11 a 15 de dezembro, em Brasília, o Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil. As inscrições estarão abertas a partir desta quinta-feira, 10, até 10 de novembro, pelo site www.jovensconectados.org.br
O objetivo do encontro é contribuir para que a Igreja no Brasil e as expressões juvenis possam colher concretamente os frutos dos acontecimentos relacionados à juventude. Durante os últimos anos, foram diversas as atividades no país como a peregrinação dos símbolos da JMJ, os Botes Fés, os Seminários Nacionais de Jovens, a Campanha da Fraternidade, a Jornada Mundial da Juventude, entre outros eventos diocesanos e de diversas expressões que trabalham com juventude.
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O encontro é destinado ao adulto responsável da evangelização da juventude diocesana; jovem líder representante de cada diocese que represente o conjunto de expressões juvenis na diocese; assessores nacionais adultos de cada expressão juvenil (Movimentos, Pastorais da Juventude, Novas Comunidades); assessor adulto de cada congregação religiosa que trabalha com juventude e a coordenação nacional de cada expressão juvenil.
Acompanharão o encontro os bispos referenciais da juventude nos Regionais da CNBB; bispos referenciais regionais para as questões da JMJ; o coordenador nacional dos Centros e Institutos de Juventude e da Pastoral Presbiteral do Regional; os coordenadores nacionais de algumas pastorais afins; além das equipes Jovem de Comunicação e de Subsídios e a Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional, todas da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (CEPJ) da CNBB.
Fonte: Canção Nova

8º Muticom tem inscrições prorrogadas até o dia 20

8muticom
O 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom) está com inscrições prorrogadas até o próximo dia 20 de outubro. Realizado pela primeira vez em Natal (RN), o mutirão pretende reunir comunicadores de todo o país para debater o tema “Comunicação e participação cidadã: meios e processos”, entre os dias 27 de outubro a 01 de novembro. Os interessados em participar, podem se inscrever por meio do site: www.muticom.com.br e pagar uma taxa de R$ 130.
A programação vai contar com a realização de conferências, que terão assessoria dos professores Manuel Carlos Chaparro (USP), Muniz Sodré (UFRJ), Laurindo Lalo Leal Filho (USP), Raquel Paiva (UFRJ), Elson Faxina (UFPR), entre outros. Os grupos de trabalho, novidade para esta edição, vão apresentar experiências exitosas no campo da comunicação. O encontro também vai contar com uma programação cultural, focando nos artistas locais, além da participação da cantora Elba Ramalho, no dia 31 de outubro, em uma apresentação exclusiva para os participantes inscritos no Mutirão.
O evento é voltado para comunicadores populares, jornalistas, professores, estudantes de comunicação, agentes da pastoral da comunicação e pesquisadores, com o objetivo de debater os processos de comunicação, tanto na Igreja, quanto na sociedade. O 8º Muticom é uma promoção da CNBB, Arquidiocese de Natal e Signis Brasil, em parceria com Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Fonte: CNBB

Na missa matutina, Papa alerta para os riscos do demônio



Cidade do Vaticano (RV) – “A presença do demônio no mundo é real e não uma fábula. É o Evangelho que o diz e os cristãos devem sempre estar alertas contra o maligno”. Foi o que recordou o Papa Francisco, comentando na missa matutina na Casa Santa Marta o trecho evangélico da celebração na qual Jesus expulsa o demônio, mas não é compreendido.

Alguns padres, quando lêem esta passagem, ou outras, dizem que Jesus curou aquela pessoa de uma doença mental. É verdade que antigamente se podia confundir epilepsia com estar possuído pelo demônio – disse o Papa – mas é igualmente verdade que o demônio existe! A presença do demônio está na primeira página da Bíblia e também no final, com a vitória de Deus sobre ele”.

A seguir, Francisco indicou três caminhos para resistir ao maligno, sendo vigilantes:

Não confundir a verdade. Jesus luta contra o diabo; e este é o primeiro critério. O segundo é que ‘quem não está com Jesus está contra Jesus’. Não existe outro comportamento. E o terceiro critério é a vigilância do nosso coração, porque o demônio é astuto, nunca é expulso para sempre”.

Advertindo os cristãos para “não ser ingênuos”, o Papa disse que a estratégia do diabo é essa: ele diz “Você é cristão, tem fé, vai adiante que eu não volto. Mas depois, quando você está acostumado e se sente seguro, ele volta”.

“O Evangelho de hoje – explicou o Papa – começa com o demônio expulso e termina com o demônio voltando! É como um leão feroz, que nos circunda. Isto não é mentira” – assegurou Francisco:

É a Palavra do Senhor. Peçamos a Ele a graça de levar a sério estas coisas. Ele veio lutar por nossa salvação e venceu o demônio! Não façamos negócios com o demônio; ele tenta voltar para casa, se apoderar de nós. Não devemos relativizar, mas vigiar, sempre e com Jesus”.
(CM)


Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano

Centro Cultural Missionário oferece curso sobre Missão Permanente



Brasília (RV) - Com a finalidade de preparar os coordenadores de pastoral das dioceses de todo o país, o Centro Cultural Missionário (CCM) promove uma semana de formação em Brasília (DF). Esta segunda edição do evento terá como tema "Missão Permanente e Igreja local" e será realizada de 18 a 22 de novembro.

A iniciativa é da Comissão Episcopal para a Missão Continental da CNBB em parceria com o CCM. "Este encontro quer aprofundar o tema da missão permanente na Igreja local e trazer critérios operativos para os que são responsáveis pela sua animação e articulação pastoral. A todos quer estimular para uma pastoral decididamente missionária", disse o Presidente da Comissão e Bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), Dom Adriano Ciocca.

O principal objetivo do curso é oferecer subsídios aos coordenadores diocesanos de pastoral na aplicação da primeira urgência das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB: colocar a Igreja em estado permanente de missão. As vagas são limitadas, e as inscrições podem ser feitas no site do CCM. (MJ/CNBB-CCM)


Texto proveniente da página  do site da Rádio Vaticano

Evangelho do dia

Ano C - 11 de outubro de 2013

Lucas 11,15-26

Aleluia, aleluia, aleluia.
Agora o príncipe deste mundo há de ser lançado fora; quando eu for elevado da terra, atrairei para mim todo ser (Jo 12,31s).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
11 15 Jesus estava expulsando um demônio e alguns diziam: “Ele expele os demônios por Beelzebul, príncipe dos demônios”.
16 E para pô-lo à prova, outros lhe pediam um sinal do céu.
17 Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: “Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros.
18 Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul.
19 Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes!
20 Mas se expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus.
21 Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui.
22 Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos.
23 Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha.
24 Quando um espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; não o achando, diz: ‘Voltarei à minha casa’, donde saí.
25 Chegando, acha-a varrida e adornada.
26 Vai então e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele e entram e estabelecem-se ali. E a última condição desse homem vem a ser pior do que a primeira”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
Não faltou quem interpretasse, de maneira maldosa, os milagres de Jesus. Havia quem os atribuísse a um poder de origem demoníaca. Jesus estaria pactuando com Satanás, seus milagres seriam uma macabra prova deste conluio.
Tal interpretação foi veementemente refutada pelo Mestre. Seu argumento era muito simples. A cura de um possesso significa que Satanás deixou de ter poder sobre um ser humano. Para expulsar Satanás, é preciso que o exorcista seja seu inimigo e se oponha a ele, de forma radical. Se não fosse assim, algo de errado estaria acontecendo no mundo dos demônios.
Ao curar os possessos, Jesus impunha uma derrota fatal a Satanás, uma vez que a ação do Mestre tinha sua origem em Deus, portanto, indicava, claramente, que Deus estava exercendo seu senhorio sobre a história humana. Doravante, as pessoas não mais iriam viver submetidas às forças do mal. Em nome de Deus, Jesus viera para libertá-las desta opressão.
O Reino de Deus fazia-se presente no meio do povo, por meio do Filho. Seus gestos poderosos eram um claro sinal desta novidade. Portanto, a expulsão dos demônios era prenúncio de que o esquema antigo do pecado tinha sido abalado nos seus alicerces.

Oração
Senhor Jesus, faze-me ver, nos teus gestos poderosos, a presença do Reino de Deus atuando em nossa história, para trazer-nos libertação.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Joel 1,13-15;2,1-2
Leitura da profecia de Joel.
1 1 Oráculo do Senhor dirigido a Joel, filho de Fatuel.
2 Ouvi isto, anciãos, estai atentos, vós todos habitantes da terra! Aconteceu uma coisa semelhante em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
3 Narrai-o a vossos filhos, vossos filhos a seus filhos, e estes à geração seguinte!
4 O que a lagarta deixou, o gafanhoto devorou; o que deixou o gafanhoto, o roedor devorou; e o que ficou do roedor, o devastador comeu.
5 Despertai, ó ébrios, e chorai; bebedores de vinho, lamentai-vos, porque o suco da vinha foi tirado da vossa boca!
6 Minha terra foi invadida por um povo forte e inumerável; seus dentes são dentes de leão, e tem mandíbulas de leoa.
7 Devastou o meu vinhedo, destruiu minha figueira, descascou-a completamente, lançou-a por terra e seus ramos tornaram-se brancos.
8 Clama como uma virgem cingida de saco para chorar o prometido de sua juventude.
9 Já não há oferta nem libação no templo do Senhor. Os sacerdotes, servos do Senhor, estão de luto.
10 Os campos estão devastados, o solo enlutado. O trigo foi destruído, o mosto perdido, o óleo estragado.
11 Os lavradores estão desamparados, os vinhateiros lamentam-se por causa do trigo e da cevada, porque a colheita foi destruída.
12 A vinha secou, a figueira murchou; a romãzeira, a palmeira, a macieira, todas as árvores definham; a alegria, envergonhada, foi para longe dos homens.
13 Revesti-vos de sacos, sacerdotes, e batei no peito! Lamentai-vos, ministros do altar! Vinde, passai a noite vestidos de saco, servos de meu Deus!
15 Clamai ao Senhor: “Ai, que dia!” O dia do Senhor, com efeito, está próximo, e vem como um furacão desencadeado pelo Todo-poderoso.
1 Tocai a trombeta em Sião, dai alarme no meu monte santo! Estremeçam todos os habitantes da terra, eis que se aproxima o dia do Senhor,
2 dia de trevas e de escuridão, dia nublado e coberto de nuvens. Tal como a luz da aurora, derrama-se sobre os montes um povo imenso e vigoroso, como nunca houve semelhante desde o princípio, nem depois haverá outro até as épocas mais longínquas.
Palavra do Senhor.
Salmo 9A(9)
O Senhor há de julgar o mundo inteiro com justiça!

O Senhor, de coração vos darei graças,
as vossas maravilhas cantarei!
Em vós exultarei de alegria,
cantarei ao vosso nome, Deus altíssimo!

Repreendestes as nações, e os maus perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.

Mas Deus sentou-se para sempre no seu torno,
preparou o tribunal do julgamento;
julgará o mundo inteiro com justiça
e as nações há de julgar com equidade.
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a nossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Sínodo da família é ato de amor de Francisco, diz arcebispo


Cidade do Vaticano - O arcebispo e presidente do Pontifício Conselho das Famílias, Vicenzo Paglia afirmou nessa quinta-feira (10) que o Sínodo sobre a família é um ato de amor do papa Francisco. "Não existe dúvida que o Sínodo sobre a família representa um grande ato de amor do papa Francisco para as famílias cristãs, antes de qualquer coisa, para as famílias que precisam de ajuda e estão em dificuldade. É também uma indicação para que as outras instituições coloquem a família no coração das suas atenções e das suas atividades", afirmou Paglia.
O arcebispo apresentou no Vaticano a plenária do dicastero, que acontecerá de 23 a 25 de outubro e a peregrinação das famílias em Roma para o Ano da Fé nos dias 26 e 27 de outubro, dois eventos na qual o Papa irá intervir. "Nós já havíamos estabelecido há algum tempo a plenária e a peregrinação em Roma e não existe dúvida que a notícia sobre o Sínodo extraordinário sobre a família deixa mais alegre o que nós iremos fazer", disse Paglia.
"Hoje vivemos um momento paradoxal, por um lado a família é o ápice dos desejos e dos sonhos de todos, por outro todos constatamos a sua fragilidade, a fraqueza e também as oposições que encontra", afirmou ele.
O arcebispo destacou a existência de "uma nova situação" em comparação com o Sínodo extraordinário comemorado há 30 anos atrás em Roma sobre a família, um período na qual aconteceram "muitas mudanças". Para Paglia, a peregrinação das famílias "quer dar uma contribuição, que é a contribuição do testemunho".
SIR/ANSA

Apresentado livro do papa Francisco sobre Família e Vida


Cidade do Vaticano - O Pontifício Conselho para a Família apresentou nessa quinta-feira (10), na coletiva realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, o livro do papa Francisco sobre Família e Vida. Com ênfase nas crianças e idosos, o volume publicado em espanhol e italiano contém 35 textos do Cardeal Jorge Mario Bergoglio escritos de 1999 a 2013.
O livro aborda também a cultura do diálogo e do encontro, a atenção ao outro, a escola como lugar de acolhida, a família e a solidariedade social, a dignidade do trabalho, eutanásia e aborto, divórcio, e matrimônio entre pessoas do mesmo sexo.
"Hoje, o papa Francisco fala como fazia antes o Cardeal Bergoglio. Conceitos claros, imediatos e diretos, que sensibilizam corações, despertam as consciências adormecidas e interpelam as inteligências", disse o Chefe de Seção do Pontifício Conselho para a Família, Padre Gianfranco Grieco, Diretor da Revista Família e Vida.
Os textos do Cardeal Jorge Mario Bergoglio evocam, em particular, o Documento de Aparecida, mostrando sua preocupação com a atenção que se deve dedicar às crianças e aos idosos, para que nunca sejam marginalizados. O livro foi editado pelo Pontifício Conselho para a Família com a colaboração do Instituto Matrimônio e Família da Universidade Católica de Buenos Aires, Argentina.
SIR

As brasas vivas da teologia da libertação

Alguns fatos recentes revelam a autêntica teologia da libertação que todos na Igreja hoje reconhecem como legítima.

Por Carlo Molari

Há alguns meses, floresceu o interesse público pela teologia da libertação. Nos dias 7 a 11 de outubro de 2012, em São Leopoldo, na universidade dos padres jesuítas no Brasil, ocorreu um Congresso Continental de Teologia. Estavam presentes os principais teólogos latino-americanos. Faltava apenas Gustavo Gutiérrez, que se encontrava nos Estados Unidos para uma série de palestras na Universidade Notre Dame de Washington. Mas ele discursou, saudado por um caloroso aplauso, em uma vídeo-conferência sobre o perene valor da teologia que tem como eixo central a opção preferencial pelos pobres: "Hoje a melhor resposta que podemos dar é a solidariedade com os pobres".

Na mesma ocasião, Leonardo Boff desenvolveu o aspecto ecológico (a "pobreza crucificada da Mãe Terra"), enquanto outros retomaram o tema do diálogo inter-religioso.

No mesmo mês, na Itália, foi apresentada uma nova edição do livro Dialogo della Liberazione, de Arturo Paoli, pertencente à comunidade de Spello dos Irmãozinhos do Evangelho, mas residente, de fato, em San Martino di Vignale, onde fundou o Centro Charles de Foucauld nas colinas com vista a Lucca, sua diocese de origem. A edição original da obra, que o padre Arturo Paoli escreveu na Argentina entre os lenhadores da floresta de Fortin Olmos, em 1969, foi publicada no mesmo ano pela editora Morcelliana, da Bréscia: o livro teve sete edições e foi traduzido em quatro línguas (espanhol, português, inglês, francês). A nova edição contém, além do prefácio histórico de Sergio Soave, dois testemunhos preciosos: o do uruguaio Julio Saquero, ex-irmãozinho que viveu com Paoli na Argentina entre os anos 1960 e 1970, e o de Miguel Ángel Sevilla, "Miquicho", o interlocutor argentino de Arturo Paoli no Dialogo.

Nas últimas semanas, por fim, os principais jornais italianos relataram a notícia de uma ampla resenha escrita no L´Osservatore Romano pelo diretor das Edizioni Messaggero de Pádua sobre a tradução italiana de um livro que reúne três longos artigos do padre dominicano Gustavo Gutiérrez e quatro capítulos do atual prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Gerhard Ludwig Müller.

O livro é intitulado: Dalla parte dei Poveri. Teologia della liberazione, teologia della Chiesa (Edizioni Messaggero-Emi, Pádua-Bolonha, 2013). O livro foi publicado na Alemanha em 2004, por iniciativa do cardeal Müller, quando ele ainda era simples bispo de Regensburg. Ele se voltou para o seu amigo teólogo Gustavo Gutiérrez, residente em Lima, para lhe propor a coleção de alguns dos seus escritos sobre a teologia da libertação, que apareceram em revistas latino-americanas nos anos 1994 a 1996, e para acrescentar quatro estudos do próprio prelado.

De fato, em ambos os lados foram ilustradas as teses principais da teologia de Gustavo Gutiérrez, sacerdote da diocese de Lima, que desde 2001 entrou para a Ordem Dominicana.

A pobreza

O tema principal da reflexão de Gustavo Gutiérrez é o sentido da pobreza evangélica, "um problema complexo e poliédrico" (p. 60). De fato, há uma pobreza real ou material injusta e contrária à vontade de Deus, há uma pobreza espiritual, escolhida livremente para mostrar o valor ilusório das coisas e a centralidade de Deus ("infância espiritual") e há uma escolha solidária de proximidade aos pobres para ajudá-los a sair da sua condição de marginalização e de insignificância.

"Medellín captou com autoridade essa distinção (Medellín, Pobreza n. 4), que adquiriu assim um enorme valor" (p. 118). A reflexão crítica sobre a experiência dessa solidariedade vivida na fé constitui, justamente, a teologia da libertação resumida na fórmula "opção preferencial pelos pobres".

A fórmula "nascida da experiência e da prática das comunidades cristãs latino-americanas, se expressou inicialmente em Medellin e foi acolhida explicitamente em Puebla" (p. 13). O padre Gutiérrez sublinha que "tal abordagem faz parte hoje (...) do magistério universal da Igreja" (p. 13) e, de fato, já foi antecipada por João XXIII no discurso de 11 de setembro de 1962, quando ele desejava que o Concílio Vaticano II apresentasse "a Igreja de todos e, principalmente, a Igreja dos pobres".

O padre Gutiérrez nota que essa mensagem foi "ouvida e aprofundada ainda mais na América Latina e no Caribe" (p. 55), de modo que a reflexão desenvolvida a partir de então constitui hoje "o que há de mais essencial na contribuição da vida da Igreja na América Latina e da teologia da libertação à Igreja universal" (p. 58).

Ele está convencido de que "a teologia da libertação nasceu do desafio que representa para a fé a enorme e desumana pobreza existente na América Latina e no Caribe. Por isso, os seus primeiros esboços foram uma reflexão sobre o significado bíblico dos diferentes tipos de pobreza e uma avaliação, à luz da fé, do compromisso de evangelização dos cristãos e de toda a Igreja com os pobres" (pp. 134s., capítulo 5, Dove dormiranno i poveri?, pp 111-174).

A pobreza material não é apenas a falta dos bens necessários a uma existência digna dos filhos de Deus, mas é também a condição pela qual um sujeito "é o insignificante, aquele que é considerado uma não pessoa, alguém a quem não é reconhecida a plenitude dos direitos como ser humano" (p. 60).

Outra perspectiva é a descoberta do "pobre como ´o outro´ de uma sociedade que se constrói às margens ou contra os seus direitos mais elementares, alheia à sua vida e aos seus valores. Assim, a história escrita a partir desse ´outro´ (partindo, por exemplo, da mulher) se transforma em uma história outra. No entanto, reler a história poderia parecer um exercício puramente intelectual, se não entendermos que também significa refazê-la" (pp. 60-61).

"Esse universo em evolução, que em grande parte subverte e transforma os valores das culturas tradicionais, condiciona a experiência vivida da fé e o anúncio do Reino; é, portanto, um ponto de partida histórico para uma reflexão teológica" (p. 63).

Por isso, "é necessário vencer a obstinação de ver na pobreza no mundo atual somente um problema social, o que significaria ignorar o que esse doloroso sinal dos tempos pode nos dizer" (p. 59). Reconhecê-lo é a principal tarefa do teólogo como discípulo de teologia de Jesus. "A teologia como reflexão sobre a práxis (...) constitui justamente o coração do discipulado. As suas duas grandes e interligadas dimensões, a oração e o compromisso histórico, formam aquilo que no Evangelho de Mateus se chama de fazer ´a vontade do Pai´ em oposição a um simples dizer ´Senhor, Senhor´ (7, 21)" (pp 68-69).

Os teólogos devem conhecer bem e ter em mente "o terreno comum a partir do qual partem e no qual escorrem as nossas linguagens e as nossas reflexões: o dos insignificantes, o da sua libertação integral e o da boa notícia de Jesus dirigida preferencialmente a todos eles" (p. 63). A essa complexa situação correspondem "três níveis no conceito de libertação": libertação social, política, econômica, cultural; libertação da pessoa com relação aos seus diversos aspectos; libertação do pecado (...) É aquilo que, na Teologia da Libertação, é chamado de libertação total em Cristo. Puebla adverte que "a unidade indissolúvel desses três planos" implica que "o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo é deve ser vivido nos três planos (...) sem tornar exclusivo nenhum deles" (Puebla n . 326) (pp. 10 -11).

Segundo Gutiérrez, "a pergunta fontal – ´como dizer ao pobre, ao último da sociedade que Deus o ama?´ – demonstrou a sua própria fecundidade na ação pastoral da Igreja e no caminho teológico empreendido para responder a ele" (p. 9). Ela implica o conhecimento rigoroso da realidade e das causas da pobreza injusta. Esses dados tornam mais eficaz a nossa opção pastoral, possibilitam uma reflexão teológica aprofundada e também despertam a "espiritualidade, isto é, o seguimento de Jesus Cristo que é ´o caminho, a verdade e a vida´ (Jo 14, 6 )" (p. 17).

"No próprio coração da opção preferencial pelos pobres, há um elemento espiritual da experiência do amor gratuito de Deus. A rejeição da injustiça e da opressão que ela implica está ancorada na nossa fé no Deus da vida" (p. 69).

A preocupação do cardeal Gerhard Ludwig Müller é diferente, mas complementar. Ele pretende mostrar que a teologia da libertação é verdadeira teologia e que, se ela recorre às ciências sociais, é apenas para melhor responder às próprias exigências de esclarecer "o novo, o original ponto de partida da teologia da libertação" (p.77).

"A sua pergunta de fundo é orientada teologicamente e soa assim: como se pode falar de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, da Igreja, dos sacramentos, da graça e da vida eterna diante da pobreza, da exploração e da opressão dos seres humanos no terceiro mundo e tendo em conta o fato de que nós considerarmos o homem como um ser criado à imagem de Deus, para o qual Cristo morreu, para que ele experimente Deus como salvação e vida em todos os âmbitos da sua existência?" (p. 79).

Essa é a autêntica teologia da libertação que todos na Igreja hoje reconhecem como legítima.
Revista Rocca, 01-10-2013.
*Carlo Molari é teólogo, sacerdote e ex-professor das universidades Urbaniana e Gregoriana de Roma.

Divorciados em segunda união: os três caminhos do Sínodo


Por Andrea Tornielli

Os anúncios de efeito, contidos em documentos como o do escritório da diocese de Friburgo sobre a comunhão aos divorciados em segunda união, acabam complicando – ao invés de ajudar – a reflexão sobre esse tema. Uma reflexão que o papa Francisco quis que fosse confiada ao Sínodo Extraordinário de outubro de 2014. Um Sínodo "em etapas" que poderia ser seguido em 2015 por um segundo encontro com um grupo ainda mais amplo de bispos para tomar decisões a respeito.

O problema existe, é particularmente sentido e está assumindo proporções cada vez mais amplas por causa das separações cada vez mais frequentes. O matrimônio e a família, no contexto das sociedades secularizadas, são cada vez mais frágeis, e os cristãos certamente não são imunes a esses fenômenos.

Ao contrário de outras questões presentes na agenda de certo progressismo (tais como a abolição do celibato sacerdotal obrigatório, até a ordenação de sacerdotisas), a questão da acolhida, acompanhamento e envolvimento na comunidade cristã e o problema dos sacramentos para aqueles que vivem em situações irregulares de casal é um tema que afeta um número crescente de pessoas. A questão dos divorciados-recasados está assumindo as dimensões de um "cisma" silencioso.

Francisco já falou várias vezes sobre isso, respondendo a perguntas específicas. A última, há um mês, durante o encontro a portas fechadas com o clero romano. Ao papa foi feita uma pergunta sobre os matrimônios anulados e o segundo casamento. A resposta de Francisco foi articulada. Ele lembrou a sua experiência em Buenos Aires, onde o tribunal eclesiástico inter-diocesano às vezes dificultava e tornava inutilmente burocrático o processo a ser enfrentado pelo fiel.

"O problema – disse Francisco – não pode ser reduzido apenas ao fato de os divorciados em segunda união poderem ou não fazer a comunhão, porque quem põe o problema apenas nesses termos não entende qual é o verdadeiro problema". Trata-se, ao invés, de um "problema grave, de responsabilidade da Igreja para com as famílias que vivem nessa situação".

Misericórdia

É evidente que a abordagem do papa Francisco, a insistência na mensagem da misericórdia, vai em uma direção específica: a do acompanhamento, da proximidade dos pastores junto àqueles que vivem essas situações. Um primeiro caminho que o Sínodo deverá explorar será, portanto, a de uma abordagem pastoral para fazer com que as já muitas pessoas em situações de "irregularidade" no que diz respeito ao ensinamento moral da Igreja não se sintam excluídas ou rejeitadas.

"Eu acredito que este é o tempo da misericórdia", dissera o papa na entrevista no voo de regresso do Rio de Janeiro. "A Igreja é Mãe: deve ir para cuidar dos feridos, com misericórdia. Mas, se o Senhor não se cansa de perdoar, nós não temos outra escolha a não ser esta: acima de tudo, cuidar dos feridos. A Igreja é mãe e deve ir por esse caminho da misericórdia. E encontrar uma misericórdia para todos".

Nulidade

Um segundo caminho foi indicado pelo papa Francisco, mas já tinha sido sublinhado pelo seu antecessor. A Igreja, disse Bergoglio no encontro com o clero romano, "neste momento, deve fazer algo para resolver os problemas das nulidades matrimoniais". Justamente sobre esse ponto o Papa Ratzinger havia se pronunciado várias vezes, mostrando disponibilidade e aberturas que não se enquadram no clichê do conservador muitas vezes atribuído a ele.

Com os padres do Vale de Aosta, durante as férias do verão de 2005, Bento XVI declarara: "Todos nós sabemos que esse é um problema particularmente doloroso para as pessoas que vivem em situações em que são excluídas da comunhão eucarística e, naturalmente, para os sacerdotes que querem ajudar essas pessoas a amar a Igreja, a amar a Cristo. Isso coloca um problema".

"Nenhum de nós tem uma receita pronta – continuava o papa Ratzinger –, até porque as situações são sempre diferentes. Eu diria que particularmente dolorosa é a situação daqueles que haviam se casado na Igreja, mas não eram realmente crentes e o fizeram por tradição, e, depois, encontrando-se em um novo matrimônio não válido se convertem, encontram a fé e se sentem excluídos do sacramento. Esse realmente é um sofrimento grande, e quando eu fui prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé eu convidei diversas Conferências Episcopais e especialistas para estudar esse problema: um sacramento celebrado sem fé. Se realmente é possível encontrar aqui um momento de invalidez, porque faltava ao sacramento uma dimensão fundamental, isso eu não ouso dizer. Eu, pessoalmente, pensava isso, mas, a partir das discussões que tivemos, entendi que o problema é muito difícil e deve ser ainda mais aprofundado. Mas, dada a situação de sofrimento dessas pessoas, deve ser aprofundado".

Na prática, afirmava Bento XVI, há muitos matrimônios que eram nulos porque foram celebrados sem fé. Uma fresta que poderia tornar menos árduo obter a nulidade do matrimônio. No imaginário coletivo, infelizmente não sem razões, as causas de nulidade são vistas como prerrogativas dos reis, dos nobres, dos VIPs, de que tem possibilidade para pagar grandes somas, dos conhecidos de advogados. Um sério trabalho de reforma, que levasse em conta essa indicação de Ratzinger, compartilhada totalmente pelo seu sucessor, e tornasse menos complicados e mais acessíveis os processos de nulidade permitiria que muitas pessoas pudessem participar novamente dos sacramentos.

O papa Francisco já tinha explicitado isso no diálogo com os jornalistas no voo de retorno do Rio de Janeiro: "O cardeal Quarracino, meu antecessor (em Buenos Aires), dizia que, para ele, a metade dos matrimônios são nulos. Mas dizia isso por quê? Porque se casam sem maturidade, casam-se sem se dar conta de que é por toda a vida, ou se casam porque socialmente têm que se casar... E isso também se refere à pastoral matrimonial. E também ao problema judiciário da nulidade dos matrimônios, que deve ser revisto, porque os tribunais eclesiásticos não bastam para isso".

Segundas núpcias

Finalmente, há um terceiro caminho, ao qual o papa Francisco apenas se referiu durante a mesma entrevista no avião: "Com referência ao problema de comunhão para as pessoas em segunda união, eu acredito que é preciso olhar para isso na totalidade da pastoral matrimonial. E por isso é um problema. Mas um parêntese: os ortodoxos têm uma práxis diferente. Eles seguem a teologia da economia, como eles a chamam, e dão uma segunda chance, permitem-na. Mas acredito que esse problema – fecho o parêntese – deve ser estudado no marco da pastoral matrimonial. Estamos a caminho para uma pastoral matrimonial um pouco profunda".

O papa Francisco – entre parêntese, e sem especificar nada mais – fez apenas uma breve referência à prática das Igrejas ortodoxas. Uma intervenção mais detalhada sobre isso havia sido feita, à sua época, pelo cardeal Roger Etchegaray, durante um consistório. De que se trata? É a chamada teologia "da economia e da filantropia" dos ortodoxos, permitem, sob certas condições, uma segunda união.

A ortodoxia não é "divorcista" e assume as palavras de Jesus contra o repúdio do matrimônio como ato unilateral e humano de dissolução de um laço divino. Mas, como medida de economia (dispensação) e de filantropia (amorosidade), baseando-se no fato de que o próprio Cristo havia permitido uma exceção (Mateus 19, 9: "Eu, por isso, digo a vocês: quem se divorciar de sua mulher, a não ser em caso de fornicação, e casar-se com outra, comete adultério") à sua recusa do repúdio, a Igreja Ortodoxa está disposta a "tolerar" o segundo casamento.

Trata-se de pessoas cujo vínculo matrimonial foi dissolvido pela Igreja (não pelo Estado), com base no poder dado à Igreja de ligar e desligar. Também é concedida uma segunda chance em alguns casos particulares: por exemplo, os de adultério continuado, mas, por extensão, também certos casos em que o vínculo matrimonial tornou-se uma ficção. A possibilidade de ter acesso ao segundo casamento em caso de dissolução do matrimônio é dada apenas para o cônjuge "inocente". As segundas núpcias, ao contrário do primeiro matrimônio, é celebrado com um rito de caráter penitencial – cujo princípio é o reconhecimento de uma situação de fracasso – que contém uma oração de absolvição.

Dado que, no rito das segundas núpcias, falta a antiga tradição do momento da coroação dos cônjuges, o que, segundo a teologia ortodoxa, é o momento essencial do matrimônio, existe uma justificativa teológica em dizer que, para os ortodoxos, o segundo casamento não é um verdadeiro sacramento, mas no máximo um "sacramental", que permite aos novos esposos considerar a própria união como plenamente aceita pela comunidade eclesial.

O rito das segundas núpcias também se aplica no caso de cônjuges que ficaram viúvos, e isso permite dizer que a Ortodoxia, em princípio, permite apenas um único matrimônio sacramental verdadeiro em toda a vida, ao contrário do que acontece no catolicismo.
Vatican Insider, 10-10-2013.

A indiferença de crer sem agradecer

Uma fé que não produz alegria e agradecimento nos que crêem é uma fé enferma.


Ao encontrar-se com Jesus, o samaritano joga-se aos seus pés e lhe agradece. (Foto: Arquivo)
Por José Antonio Pagola*

A narração inicia com a cura de um grupo de dez leprosos nas proximidades de Samaria. Mas, desta vez, Lucas não se detém nos detalhes da cura, senão na reação de um dos leprosos ao ver-se curado. O evangelista descreve cuidadosamente todos os seus passos, pois deseja movimentar a fé rotineira de muitos cristãos.

Jesus pede aos leprosos que se apresentem aos sacerdotes para obter a autorização que lhes permita se integrar na sociedade. Mas um deles, de origem samaritana, ao ver que está curado, em vez de ir aos sacerdotes, volta atrás em busca de Jesus. Ele sente que começa uma nova vida. Daí em diante, tudo será diferente: poderá viver de forma mais digna e feliz. Sabe a quem deve isso. Ele precisa encontrar-se com Jesus.

Ele volta atrás "dando glória a Deus em alta voz". Sabe que a força salvadora de Jesus só pode ter sua origem em Deus. Agora sente algo novo por esse Pai Amoroso de quem Jesus fala. Nunca se esquecerá. Daí em diante, viverá agradecendo a Deus. Dará glória com todas as suas forças. Todos devem saber que ele se sente amado por Deus.

Ao encontrar-se com Jesus, “joga-se aos seus pés, e lhe agradece”. Seus colegas seguiram o caminho para se encontrarem com os sacerdotes, mas ele sabe que Jesus é o único Salvador. Por isso está ao seu lado, agradecendo-lhe. Em Jesus ele encontrou o melhor presente de Deus.

Quando conclui a narração, Jesus toma a palavra e faz três perguntas que expressam sua admiração diante do acontecido. Não dirige a palavra ao samaritano que está aos seus pés. Suas palavras reúnem a mensagem que Lucas quer que seja ouvida nas comunidades cristãs. “Não foram dez os curados?”. Não foram curados todos? Por que não reconhecem o que receberam de Jesus? E os outros nove, onde estão? Por que não estão ali? Por que há tantos cristãos que vivem sem dar graças a Deus quase nunca? Por que eles não sentem nenhum agradecimento especial por Jesus? Não o conhecem? Jesus não significa nada para eles?

“Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” Por que há pessoas afastadas da prática religiosa que sentem uma sincera admiração e agradecimento por Jesus, enquanto alguns cristãos não sentem nada por Ele? Bento XVI advertiu, faz alguns anos, que um agnóstico que está na busca pode estar mais perto de Deus do que um cristão rotineiro, que é cristão somente por tradição ou por herança. Uma fé que não gera nos crentes alegria e agradecimento é uma fé enferma.
Instituto Humanitas Unisinos, 11-10-2013.
* A leitura que a Igreja propõe nesta sexta-feira (11) é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,11-19 que corresponde ao Domingo 28 do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. José Antonio Pagola é teólogo.

São Francisco Xavier, o Apóstolo do Oriente



São Francisco Xavier: padroeiro das Missões.
Por Padre Geovane Saraiva*

De acordo com o pastor dos empobrecidos, DOM Helder Câmara, “Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu”.1  É exatamente esta afirmação que faz refletir um pouco sobre São Francisco Xavier (1506-2006), considerado o Apóstolo do Oriente, “o gigante da história das missões”. Ele um sonhador, cheio de ambição e vaidade! Homem talentoso e de inteligência privilegiada, estudante da Universidade de Paris, doutorando-se em 1526. Ao iniciar sua vida acadêmica em Paris, logo conheceu Inácio de Loyola, com quem estabeleceu uma sólida e estreita relação de amizade. E foi justamente essa amizade, no diálogo e nas constantes conversas, como também uma intensa vida oração, que o transformou por completo, passando de sonhador e idealista para uma realidade concreta, na sua opção pelo projeto de Nosso Senhor Jesus Cristo, dizendo não à glória do mundo, vaidades e riquezas.

Deus entrou em cheio na sua vida e foi mais forte, através de seu colega Inácio de Loyola, estudante muito especial daquela referida Universidade, a qual ele integrava, um recém-convertido, que sonhava formar um grupo de irmãos corajosos para dilatar o Reino de Deus. Aquele que ficou conhecido como o grande mestre dos exercícios espirituais, foi ao encontro do jovem Francisco Xavier, seu conterrâneo e futuro pai espiritual, a fim de ganhá-lo, no seu grande desejo de contribuir na edificação do Reino de Deus. Assim Francisco Xavier colocou o amor para si: “Parou de dar volta ao redor de nós mesmos como se fosse o centro do mundo e da vida”.2    

Seus sonhos e projetos eram antagônicos. Contudo, o mestre e fundador da Companhia de Jesus, na sua fé e confiança inabalável, insistentemente suplicou a Deus Pai, até seduzi-lo. “Que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?” (Mt 16, 26). A frase do Mestre e Senhor, dita por Inácio de Loyola foi penetrante e incisiva, marcando profundamente a mente e o coração do jovem Francisco Xavier, dobrando sua resistência e entregando-se inteiramente a Deus, a ponto de tê-lo por seu incondicional e fiel discípulo, compreendendo sua decisão como um mistério insondável, na assertiva de Dom Helder: “Missão é partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los”.3

Mas para Francisco Xavier missão foi deixar sua terra e partir: “E, se para encontrá-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo”,4 porque a Índia o esperava, na catequese de crianças e adultos, os quais sempre em número elevado acorriam para receber os sacramentos. Levou por toda parte por onde passou a mensagem do Evangelho. Visitou Ilhas longínquas, penetrou no Japão, formando lá sólidas comunidades de fé, de tal modo, que sua vida se caracterizou no imperativo de enviado do Pai, quando mesmo disse: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Também no lema da Campanha Missionária deste ano 2013: “A quem eu te enviar, irás” (Jr 1, 7). Seu inigualável ardor missionário chegou a ponto de se consumir em favor do anúncio do Evangelho, que num curto espaço de tempo (10 anos), visitou países e catequizou em diversas nações, tornando-se quase impossível imaginar tal prodígio e façanha nos dias de hoje. Podemos contemplar maravilhados e agradecidos, aos olhos da fé, seu trabalho de gigante.

Antes de morrer, aos 46 anos, no dia 03/12/1552, escreveu a Inácio de Loyola assim: “São muitos os que não se tornam cristãos, simplesmente por falta de evangelizadores e missionários”, tendo na mente e no coração o que o Apóstolo Paulo anunciou com grande esperança: “Como poderiam ouvir sem pregador? E como poderiam pregar se não forem enviados?” (Rm 10, 14-15). Queria ir pelas Universidades e por toda parte, gritando como um louco e sacudindo as consciências daqueles que se comportam e agem mais pela razão do que pela fé, clamando: “Como é enorme o número dos que são excluídos do Reino, por vossa culpa!”. Ele era considerado o missionário da China pelo seu ardente desejo e vontade de anunciar o Evangelho aquele povo, chegando a dizer, “se eu não encontrar um barco para ir à China, vou nadando, mas eu vou”.

Agradecemos ao nosso bom Deus, por São Francisco Xavier, padroeiro das Missões juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus. Ele, criatura de Deus, apaixonado pelo Reino, com uma disposição interior para o trabalho missionário, no seu jeito de viver e testemunhar a fé que professou, ao plantar a semente do Evangelho no Oriente. Que a Igreja, sacramento de salvação, continue corajosamente, com grande sabedoria e ardor, a anunciar o Evangelho por ele anunciado aos homens hodiernos por toda extensão da terra. Deus seja louvado por este irmão querido, considerado maior missionário de todos os tempos!
______________

1 Missão é partir – Poesia de Dom Helder Câmara.

2 Idem.

3 idem.

4 Idem.
* Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso. É autor dos livros “O peregrino da Paz”, “Nascido Para as Coisas Maiores”, “A Ternura de um Pastor”, “A Esperança Tem Nome”, "Dom Helder: sonhos e utopias" e "25 Anos sobre Águas Sagradas”.