quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O heroísmo de uma Igreja ao lado dos pobres


Belém, PA, 31 out (RV/SIR) - O Presidente da Comissão Episcopal para Amazônia, Cardeal Cláudio Hummes, realizou nestes últimos meses uma série de visitas a dioceses e prelazias nos municípios de Castanhal, Abaetetuba e a região marajoara, no Pará.
Em seu itinerário amazônico, Dom Cláudio revela ter constatado o ‘heroísmo da Igreja’, daqueles homens e mulheres que trabalham junto aos brasileiros mais esquecidos. Nesta entrevista, ele também traz o testemunho comovente do seu encontro com um sacerdote local.

“É um momento sempre muito bom, muito importante encontrar o bispo isolado, lá no meio da floresta... estes dias estive em Tabatinga, na fronteira com a Colômbia, em Tefé, em Benjamin Constant, Atalaia do Norte, em toda aquela região, visitando os bispos, as comunidades, e ouvindo, sobretudo. E aí, a gente acaba descobrindo como na verdade ali, em primeiro lugar, há um grande heroísmo da Igreja: a Igreja ali é heróica, é pobre, é apaixonada, como todos devemos ser; levar Jesus Cristo aos mais pobres. Há muita pobreza, muita desassistência do poder público. É realmente triste como estes brasileiros, e os indígenas, estão tão desassistidos nas questões de saúde, de educação... enfim, falta assistência, falta presença do poder público, falta tudo. Dinheiro existe, só que é desviado, não chega... estas coisas todas. Então realmente a gente precisa ir lá, tentar animar, estimular e mostrar todo o apreço que a CNBB tem por esta Igrejas, por estes bispos, por estes missionários e missionárias”.

“Eu encontrei, por exemplo, missionários padres que estão ali anos e anos, envelhecidos e doentes. Um deles veio conversar comigo, um homem idoso, doente, e me disse, chorando.. “Dom Claudio, eu preciso de um substituto, eu não aguento mais, não consigo mais levar em frente a paróquia”.
A gente fica impactado ao ver um homem chorando de verdade... Estas situações são muito fortes. Nós as levamos à CNBB em relatórios, assembleias, e está havendo uma grande e boa resposta da CNBB quanto a isso”.

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