quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Dom Casaldáliga volta para São Felix do Araguaia

Brasília, 10 jan (SIR) - Dom Pedro Casaldáliga voltou para sua residência em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, apesar do "clima de ameaças" que tinha feito com que deixasse o local no ano passado ainda persistir, disseram nesta quarta-feira à Agência EFE fontes do CIMI (Conselho Indigenista Missionário).
"Há tensão e o clima de ameaças continua, mas a polícia está atenta", disse um porta-voz do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma organização vinculada ao Episcopado brasileiro, que esclareceu que o religioso não conta com proteção especial. O porta-voz explicou que dom Casaldáliga, de 84 anos e que sofre de Alzheimer, "está tranquilo", em bom estado e que retornou a São Félix do Araguaia a 29 de dezembro, em um lugar não precisado e distante cerca de 1 km da cidade. O bispo decidiu abandonar seu domicílio depois que as ameaças que recebe há anos por seu compromisso com os índios da zona recrudesceram durante novembro.
Essas novas ameaças seguiram depois da decisão de um tribunal que deu um parecer a favor dos índios Xavante em processo pela propriedade de terras próximas a São Félix do Araguaia, iniciado por fazendeiros da zona.
Os Xavantes contam há mais de duas décadas com o apoio e solidariedade de dom Casaldáliga, que chegou em 1968 a essa cidade de Mato Grosso, no qual reside desde então. Em 17 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff outorgou ao bispo espanhol uma condecoração especial por seu trabalho em favor dos direitos humanos, que se uniu a dezenas de reconhecimentos similares e que não pôde receber pessoalmente por que estava escondido e sob proteção policial. Dom Casaldáliga, nascido na Catalunha, chegou à Amazônia brasileira em 1968, após ter passado sete anos como missionário na Guiné Equatorial.

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