domingo, 12 de maio de 2013

Duas saídas para o cristão

 

 

Missa celebrada na manhã de sábado 11 de Maio, na capela da Domus Sanctae Marthae (Foto: Reprodução)
As chagas de Jesus ainda estão presentes na terra. Para as reconhecer é necessário sair de nós mesmos e ir ao encontro dos irmãos necessitados, doentes, pobres e explorados. Foi o «êxodo» que o Papa Francisco indicou aos cristãos na homilia da missa celebrada na manhã desse sábado ( 11), na capela da Domus Sanctae Marthae.

Trata-se – explicou o Pontífice – de «sair de nós mesmos» que se torna possível através da oração «ao Pai em nome de Jesus». A oração que «nos entedia», ao contrário, «está sempre dentro de nós mesmos, como um pensamento que vai e vem. Mas a oração verdadeira é sair de nós mesmos rumo ao Pai em nome de Jesus, é um êxodo de nós mesmos» que se realiza «com a intercessão precisamente de Jesus, que diante do Pai lhe faz ver as suas chagas».

Mas como se reconhecem estas chagas de Jesus? Como é possível ter confiança nestas chagas se não as conhecemos? E qual é a «escola onde se aprende a conhecer as chagas de Jesus, estas chagas sacerdotais, de intercessão?». A resposta do Papa foi explícita: «Se nós não conseguirmos concretizar esta saída de nós mesmos na direção daquelas chagas, nunca aprenderemos a liberdade que nos leva à outra saída de nós mesmos, rumo às chagas de Jesus».

Eis a imagem das duas «saídas de nós mesmos» indicadas pelo Santo Padre: a primeira «através das chagas de Jesus, a outra por intermédio das chagas dos irmãos e irmãs. É a estrada que Jesus quer na nossa oração». Palavras que encontram confirmação no Evangelho de João (16, 23-28) da liturgia do dia. Um trecho no qual Jesus é de uma clareza desarmante: «Em verdade, em verdade vos digo: aquilo que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará». Nestas palavras – frisou o Pontífice – há uma novidade na oração: «Em meu nome». Portanto, o Pai «dar-nos-á tudo, mas sempre em nome de Jesus».

O que significa pedir em nome de Jesus? É uma novidade que Jesus revela justamente «no momento em que deixa a terra e volta para o Pai». Na solenidade da Ascensão celebrada na quinta-feira passada – recordou o Papa – foi lido um trecho da Carta aos Hebreus, no qual se diz, entre outras coisas: «Porque temos a liberdade de ir para o Pai». Trata-se de «uma nova liberdade. As portas estão abertas: Jesus, tendo ido para o Pai, deixou a porta aberta». Não porque «se tenha esquecido de a fechar», mas porque «ele mesmo é a porta». Ele «é o nosso intercessor, e por isso diz: “em meu nome”». Na nossa oração, caracterizada pela «coragem que o próprio Jesus nos dá», peçamos então ao Pai em nome d´Ele: «Olha para o teu Filho e concede-me esta graça!».
L’Osservatore Romano/SIR

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