quarta-feira, 5 de junho de 2013

Obediência e paz: os ensinamentos de João XXIII


João XXIII: nas palavras de Francisco, 'luminoso exemplo da fé e das virtudes de inteiras gerações de cristãos'
“Obediência e paz”: é este para o papa Francisco o ensinamento deixado em herança por João XXIII a "cada um de nós” e à “Igreja do nosso tempo”. Cinquenta anos depois da morte, na tarde de segunda-feira (3), o Santo Padre recordou o seu predecessor com três mil peregrinos de Bérgamo, que chegaram à Basílica vaticana para rezar diante do túmulo do seu concidadão que se tornou Pontífice.

Depois da saudação do bispo Beschi, que anteriormente tinha celebrado a missa no altar da Confissão, o papa releu a figura humana e sacerdotal de Roncalli à luz do seu mote episcopal, Oboedientia et pax. Em particular a paz, disse, “é o aspecto mais evidente, que o povo sentiu: uma paz que com a sua eleição ao Pontificado se manifestou ao mundo inteiro e recebeu o nome da bondade”. E “é tão bonito – comentou improvisando – encontrar um sacerdote bom.

Quanto à obediência, “se a paz foi a característica exterior”, a primeira constituiu para Roncalli “a disposição interior, o instrumento para alcançar a paz”. Porque através desta obediência – prosseguiu – o papa João viveu uma fidelidade mais profunda. Eis a atualidade da sua mensagem: “Difundiremos paz à nossa volta – explicou o papa Francisco – se nos soubermos deixar guiar pelo Espírito Santo, se soubermos dar espaço ao amor”. De resto “o seu amor pela tradição da Igreja e a consciência da sua constante necessidade de atualização, a intuição profética da convocação do Concílio Vaticano II e a oferenda da própria vida pelo seu bom êxito, permanecem como pedras miliares na história da Igreja do século XX e como um farol luminoso para o caminho que nos espera”.

Em seguida, dirigindo-se diretamente aos fiéis bergamascos presentes, “justamente orgulhosos do ´papa bom´, luminoso exemplo da fé e das virtudes de inteiras gerações de cristãos”, o Pontífice exortou-os a conservar o seu espírito, a aprofundar o estudo da sua vida e dos seus escritos e, sobretudo, a imitar a sua santidade. “Não tenhais medo dos riscos – concluiu – como ele não teve medo”.
L’Osservatore Romano, 05-06-2013

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