segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Luta contra o mal requer paciência e resistência, diz o papa


'Há uma luta que deve continuar a cada dia e Deus é o nosso aliado', ressalta o pontífice.


'A oração perseverante é ao invés a expressão de fé em um Deus que nos chama a lutar com ele', afirma o papa. (Foto: Arquivo)
Cidade do Vaticano  – "A luta contra o mal é dura e longa, requer paciência e resistência". Foi o que recordou o papa Francisco, na homilia que precedeu a oração mariana do Ângelus, aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, nesse domingo (20).
“Assim – explica o Santo Padre – há uma luta que deve ser levada avante todos os dias. Deus está ao nosso lado, a fé n’Ele é a força, e a oração é a expressão da fé”. Inspirando-se na parábola da viúva que pede com insistência a um juiz desonesto para ter justiça, o papa observa: "Clamar dia e noite a Deus!"
"Impressiona-nos esa imagem da oração. Mas vamos nos perguntar: por que Deus quer isso? Ele já não conhece as nossas necessidades? Que sentido tem insistir com Deus? Essa é uma boa pergunta, que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus nos convida a rezar com insistência não porque não sabe do que precisamos, ou porque não nos ouve. Pelo contrário, Ele ouve sempre e sabe tudo sobre nós, com amor".
"No nosso caminho cotidiano - continuou o Papa Francisco - , especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor está ao nosso lado; nós lutamos com ele ao lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença, a sua misericórdia, a sua ajuda. Mas a luta contra o mal é difícil e longa, exige paciência e resistência - como Moisés, que tinha que levantar os braços para fazer vencer o seu povo (cf. Ex 17,8-13 )".
"É assim: há uma luta que deve continuar a cada dia; Deus é o nosso aliado, a fé n’Ele é a nossa força, e a oração é a expressão da fé. Por isso, Jesus nos garante a vitória, mas pergunta: O Filho do homem quando vier, encontrará fé sobre a terra? (Lc 18:08 )".
"Se a fé for apagada, se a oração for apagada, e nós caminhamos nas trevas, nos perdemos no caminho da vida", disse o papa. Francisco continuou dizendo que devemos aprender da viúva do Evangelho a rezar sempre, sem se cansar: “Era notável esta viúva! Ela sabia lutar pelos seus filhos! E penso em tantas mulheres que lutam por sua família, que rezam, que não se cansam jamais. Uma recordação, hoje, todos nós, a essas mulheres que com o seu comportamento nos dão um verdadeiro testemunho de fé, de coragem, um modelo de oração. Uma recordação a elas! Rezar sempre, mas não para convencer o Senhor com a força da palavras! Ele sabe melhor do que nós do que precisamos! A oração perseverante é ao invés a expressão de fé em um Deus que nos chama a lutar com ele, cada dia, cada momento, para vencer o mal com o bem”.
Dia Mundial das Missões

Após a oração do Ângelus, o papa Francisco recordou que nesse domingo comemoramos o Dia Mundial das Missões. Qual é a missão da Igreja, perguntou? Difundir em todo o mundo a chama da fé, que Jesus acendeu no mundo: a fé em Deus, que é Pai, Amor, Misericórdia. O método da missão cristã – acrescentou - não é fazer proselitismo, mas o da chama compartilhada que aquece a alma.

O pontífice agradeceu a todos aqueles que, através da oração e da ajuda concreta apoiam o trabalho missionário, em especial, a preocupação do Bispo de Roma pela difusão do Evangelho. “Neste dia estamos próximos a todos os missionários e missionárias, que trabalham muito sem fazer barulho, e dão a vida. Como a italiana Afra Martinelli, que trabalhou por muitos anos na Nigéria: dias atrás, foi assassinada, num assalto; todos choraram, cristãos e muçulmanos. Ela proclamou o Evangelho com a vida, com o trabalho que realizou, um centro de educação; assim espalhar a chama da fé, combateu o bom combate!”

Em seguida, o Santo Padre recordou Stefano Sándor, que neste sábado foi beatificado em Budapeste. “Ele era um salesiano leigo, exemplar no serviço aos jovens, no oratório e na educação profissional. Quando o regime comunista fechou todas as obras católicas, - disse o Papa - ele enfrentou a perseguição com coragem, e foi morto aos 39 anos. Vamos nos unir à ação de graças da Família Salesiana e da Igreja húngara.

O Santo Padre expressou ainda sua proximidade às populações das Filipinas atingidas por um forte terremoto, e convidou todos a rezarem por aquela “querida nação, que recentemente sofreu diversas calamidades”.

O papa Francisco saudou também os jovens que deram vida à manifestação “100 metros de corrida e de fé”, promovida pelo Pontifício Conselho para a Cultura, recordando que “o crente é um atleta do espírito”. Nas saudações conclusivas, saudou o grupo de oração “Raio de Luz”, do Brasil e as Fraternidades da Ordem Secular Trinitária.
SIR

Nenhum comentário:

Postar um comentário