quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Wojtyla e Roncalli: santos a partir de 27 de abril


João Paulo II e João XXIII: santos em 27 de abril de 2014.
Por Giacomo Galeazzi
Os dois pontífices em que Bergoglio se inspira para suas ações reformadoras e de apostolado nas periferias existenciais e geográficas, serão santos juntos. João Paulo II e João XXIII (foto) serão canonizados em 27 de abril. Francisco comunicou sua decisão durante o decorrer do Conclave ordinário público para a canonização dos beatos Roncalli e Wojtyla, que foi realizado às 10 da manhã, na Sala do Conclave do Palácio Apostólico do Vaticano.

O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, recordou, falando em italiano, da figura dos dois Pontífices e destacou os tempos de profunda transformação nos quais eles viveram a “firmeza mansa” com a qual anunciaram a "autêntica dignidade do homem", "o diálogo" que instauraram dentro e fora da Igreja e, para concluir, o serviço para a “paz entre as nações”, que ambos garantiram.

O cardeal salesiano, em seguida, recordou grandes traços das biografias dos dois futuros santos, antes que o Papa Bergoglio anunciasse a canonização. O papa argentino decretou que João XXIII e João Paulo II sejam inscritos como santos em 27 de abril de 2014, segundo domingo de Páscoa, o domingo “da divina misericórdia”.

Como se sabe, o Pontífice aprovou, em junho, o milagre atribuído à intercessão do Beato João Paulo II e dispensou João XXIII do processo sobre um segundo milagre após aquele que o levou a beatificação em 2000: a graça concedida à irmã Catarina Capitani, que se curou inexplicavelmente, em 25 de maio de 1966, das consequências de uma grave hemorragia depois de ter sido submetida, um ano antes, a uma operação gástrica.

Francisco tomou esta decisão com respeito a João XXIII porque a fama de santidade de Roncalli é muito arraigada e tem se difundido rapidamente: em Sotto il Mole, por exemplo, na casa em que nasceu, há um cômodo cheio de fitas rosas e azuis enviados por casais considerados estéreis e que tiveram um filho depois de ter invocado a intercessão do Papa Bom. Segundo o postulador das causas, o franciscano frei Giovangiuseppe Califano, a decisão “é um sinal de que a memória de João XXIII – o Papa que há 50 anos convocou o Concílio Vaticano II – está sempre viva em todo o mundo”. Ainda que não tenha viajado à América, sabemos que enviou muitas radiomensagens a diferentes países da América Latina, interessou-se pelos problemas da população daquelas regiões graças às nunciaturas e ao trabalho dos missionários. E, logo, houve contatos com a presidência dos Estados Unidos, como indicaria a visita que fizeram a João XXIII, a mulher de Kennedy, Jacqueline, e o presidente Lyndon Johnson.

A respeito da canonização do Papa Woityla, ocorre a menos de dez anos de sua morte, quase um recorde, porque somente Santo Antonio de Pádua, que morreu em 13 de junho de 1231, teve um processo mais rápido. Neste caso, a investigação sobre o milagre foi muito cuidadosa. Trata-se da cura de uma senhora da Costa Rica, Floribhet Mora, que se recuperou inexplicavelmente de uma paralisia cerebral em primeiro de maio de 2011, dia da beatificação de Wojtyla.
Vatican Insider, 30-09-2013.

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