segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pedro Fabro, modelo para Bergoglio, será santo em dezembro


Por Andrea Tornielli
O jesuíta Pedro Fabro, a quem o papa Francisco considera um modelo, será proclamado santo dentro de pouco tempo, seguramente antes do Natal.

O processo se encontra na fase final na Congregação para a Causa dos Santos e se espera que a bula pontifícia com que Francisco canonizará o primeiro dos companheiros de Inácio de Loyola (estendendo o culto à Igreja universal) chegue no mês de dezembro.

Pedro Fabro nasceu na alta Sabóia, em 1506, e morreu em Roma, em 1547, poucas semanas antes de ir para o Concílio de Trento. Foi proclamado beato em setembro de 1872, com um texto da Congregação para os Ritos que foi ratificado por Pio IX, que aprovou o culto difundido em Sabóia e entre os membros da Companhia de Jesus. Agora o Papa Francisco estenderá o culto litúrgico à Igreja universal.

A prática adotada para o beato Pedro Fabro, explicou Falasca, é a da canonização chamada “equiopolente”, prática que se usa em relação com figuras de particular relevância eclesial que contam com um culto litúrgico há muito tempo e com uma fama de santidade ininterrupta. Esta prática se usa regularmente na Igreja, ainda que não seja muito freqüente. “Na história recente – recorda o jornal católico italiano – João Paulo II levou a cabo três e Bento XVI, uma. A última foi a canonização de Ângela Foligno, assinada por Papa Francisco no último mês de outubro.

Mas a canonização de Pedro Fabro tem um significado muito especial, pois o jesuíta é “um modelo de espiritualidade e de vida sacerdotal do atual sucessor de Pedro e, ao mesmo tempo, uma das referências importantes para compreender seu estilo de governo”. Fabro, que viveu na época em que a unidade da Igreja sofreu grandes desafios, permaneceu alheio às disputas doutrinais e “orientou seu apostolado para a reforma da Igreja, convertendo-se num precursor do ecumenismo”.

Foi o próprio Francisco que falou de Pedro Fabro na entrevista publicada pela revista La Civiltà Cattolica, indicando alguns aspectos essenciais de sua figura: “O diálogo com todos, inclusive com os mais afastados e com os adversários, a piedade simples, talvez, uma certa ingenuidade, a disponibilidade imediata, seu atento discernimento interior, o fato de ser homem de grandes e fortes decisões e, ao mesmo tempo, capaz de ser doce”.

"A fisionomia de Pedro Fabro – escreve Falasca – que surge dos escritos é a de um contemplativo na ação, a de um homem atraído, sem tréguas, por Cristo, compreensivo, apaixonado pela causa dos irmãos separados, experimentado no discernimento dos espíritos, onde se aprecia a exemplaridade da sua vida sacerdotal, ao viver com paciência e mansidão a gratuidade do sacerdócio recebido como dom e doando-se a si mesmo sem esperara nenhuma recompensa humana. As intuições mais típicas de Pedro Fabro partem do ´magistério afetivo´, isto é, da capacidade de comunicação espiritual com as pessoas, dessa graça de saber colocar-se nas condições de cada um."
La Stampa, 23-11-2013.

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