quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A melhor solução para cada problema

Só Deus é capaz de olhar para cada filho seu, como se fosse o único ser existente no universo.


O remédio ao pecado está à disposição: é o sacramento da Confissão que limpa os corações (Foto: Arquivo)
Por Aloísio Roque Oppermann*
Os males da humanidade como doenças, distúrbios psicológicos, falta de poder aquisitivo, e outros incômodos persistentes, no decorrer dos séculos receberam respostas diversificadas. Tais problemas infindáveis receberam como tratamento desde atos mágicos, até o uso racional da ciência, e do recurso à divindade. Sobre esse último, é sempre bom lembrar que o Criador colocou em todas as coisas criadas as suas leis, que regem o funcionamento de tudo.

O recurso à intervenção direta do Pai Celeste, deve ser considerado o momento dois. Porque o momento um é fazermos uso dos recursos naturais. Os nossos precursores na fé expressavam isso com um princípio muito prático: “a graça supõe a natureza”. Isso é, o dom divino só vem depois de termos usado as soluções ditadas pela inteligência. “Acheguemo-nos ao trono da graça, para sermos socorridos em momento oportuno” (Heb 14, 16). Só Deus é capaz de olhar para cada filho seu, como se fosse o único ser existente no universo.

Um dos pontos que receberam tratamento melhor, superando soluções milenares de exclusão social, é a hanseníase (antigamente chamada de lepra). Primeiramente, todos os hansenianos, que eram muitos, deviam viver isolados, longe das populações. Posteriormente se criaram – como gesto de consideração – os leprosários. Era uma segregação total, da convivência com a humanidade. Hoje nada mais disso é preciso. Os hansenianos, que hoje são muito menos, fazem o seu tratamento em casa, sem causar problemas a ninguém. “Ele ficou limpo de sua lepra” (Mt 8,3).

O mesmo se diga das dificuldades psicológicas. Para as famílias se libertarem de comportamentos inadequados ou até hostis, os que padeciam de males psíquicos, eram internados em hospícios, de infeliz memória. Na atualidade, com remédios eficazes, tais pessoas podem levar uma vida normal, dentro de suas famílias. E sem incomodar ninguém. O mesmo não se pode dizer das conseqüências do pecado. Ele faz um mal enorme, tira a paz da alma, as pessoas se sentem de fato culpadas perante Deus e a humanidade. O remédio está à disposição: é o sacramento da Confissão que limpa os corações. E quão pouca gente lança mão desse remédio salutar que Jesus nos deixou.
CNBB, 27-01-2014.
*Dom Aloísio Roque Oppermann é arcebispo emérito de Uberaba (MG).

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