domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fiéis e amigos prestam últimas homenagens a Padre Libânio

Familiares, amigos, fiéis e admiradores estiveram presentes, neste sábado, à missa em homenagem ao padre jesuíta João Batista Libânio. Presidida pelo arcebispo metropolitano de BH, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a celebração foi marcada pelo sentimento de luto e de carinho.

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Dom Walmor presidiu missa em homenagem a Padre João Batista Libânio. (Alexandre Vaz/Dom Total)
Por Alexandre Vaz
Repórter Dom Total
Familiares, amigos, religiosos, ex-alunos, fiéis, membros da comunidade jesuíta e, sobretudo,  admiradores estiveram presentes na manhã deste sábado (1º), na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), no Bairro Planalto, em Belo Horizonte, para participar da missa em homenagem ao Padre João Batista Libânio, teólogo jesuíta, escritor e professor, que faleceu na última quinta-feira (30) em decorrência de um infarto.

Presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a celebração foi marcada pelo sentimento de luto, mas também pelo carinho das pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com o teólogo e que fizeram questão de lembrar suas atitudes de fé e simplicidade perante ao próximo.

Em sua homilia, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte ressaltou a herança que o Padre Libânio deixará para as presentes e futuras gerações. Dom Walmor ressaltou a importância do trabalho do teólogo para  aproximar a Igreja de uma sociedade que está em permanente mudança. “A obra e as ideias do Padre Libânio eram de uma riqueza interminável. Ele entendeu que é preciso construir caminhos para a Igreja, à luz das discussões contemporâneas, abrindo o coração às novas realidades. Nesse sentido, ele sempre nos inspirava, com muita lucidez, a construir pontes com o próximo, não nos deixando acomodar”.

Nesse aspecto, o arcebispo ressaltou o trato simples e respeitoso com que o teólogo lidava com o próximo. “Devemos ter uma profunda gratidão por termos convivido com o Padre Libânio por termos convivido com ele. Ele deixou uma herança que nos faz mais ricos em fé e simplicidade”, destacou.

Para o  padre Jaldemir Vitório, reitor da FAJE, João Batista Libânio,com quem conviveu por 32 anos como aluno e colega na FAJE, o teólogo era um tipo particular de pessoa, muito animado e inteligente. “Ele era uma espécie de ‘antena’. Era sempre muito dinâmico e atento ao que acontecia ao seu redor. Era um homem muito jovial que serviu como exemplo para muitos alunos. Vai fazer muita falta”, afirmou.

Ana Maria Coutinho, sobrinha do teólogo e professora de História Medieval na PUC Minas, relembrou os momentos em que conviveu com o Padre João Batista Libânio. “Sempre estava rodeado de pessoas, promovendo grandes debates em torno da sociedade, da Igreja e do ser humano. Era muito próximo de todos, se importava verdadeiramente com o próximo. Além disso, fazia questão de desenvolver a consciência crítica entre as pessoas com quem convivia”, lembrou.

O velório teve prosseguimento no velório da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano, na Grande BH. O corpo foi enterrado neste sábado, às 17h, no Cemitério Bosque da Esperança.

Histórico

Natural de Belo Horizonte, João Batista Libânio tinha 81 anos. Foi um dos principais fundadores da Teologia da Libertação, movimento que buscou aproximar o catolicismo dos problemas da sociedade,  sobretudo dos mais pobres.  Publicou mais de 125 livros,dos quais 36 de autoria exclusiva e os demais, em colaboração com outros autores.

Era vigário na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano, na Grande BH,  professor na FAJE, além de colunista no Dom Total. Na época da eleição do papa Francisco, João Batista Libânio afirmou, em entrevista ao Dom Total, que, mais do que uma mudança no conteúdo, Francisco significou  uma mudança nos ritos da Igreja, de forma que os fiéis tenham um contato mais próximo e direto com Deus.

“Ao propor uma simplificação nos ritos da Igreja, o papa quer promover um contato mais próximo e direto dos fiéis com Deus. Assim, ele ajuda o catolicismo se aproximar do Jesus histórico, que sempre foi nos ensinou a amar o próximo, acima de tudo”, afirmou na época.

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