sexta-feira, 16 de maio de 2014

Deus criou os bens para todos


Possuir um bem não é errado. O erro começa quando eu o uso só para mim, sem pensar nos outros.
Por Padre Queiroz
S. Francisco de Assis é o fundador da Ordem religiosa Franciscana. Um dia, um Irmão aproximou-se dele, mostrou-lhe o livro de orações que usava e pediu: “Frei Francisco, eu posso ficar com este breviário para mim?”

S. Francisco respondeu: "Eu não dou este breviário para você porque, se amanhã um colega seu quiser usá-lo, não poderá, pois você o terá guardado no seu quarto".

Aí está o modo correto de usar os bens da terra: Aproveitar-nos deles sim, mas não impedir que os outros também os usem. A propriedade particular é um direito, mas ela tem uma hipoteca social, o que nos leva a ser mais administradores que donos.

Possuir um bem não é errado. O erro começa quando eu o uso só para mim, sem pensar nos outros. Toda propriedade tem uma dimensão social, pois Deus criou a terra, e todos os bens que nela existem, para todos os seus filhos e filhas. Ser dono de um bem é zelar por ele, para que todos possam beneficiar-se.

Toda a Bíblia mostra o grande amor que Deus tem aos pobres. “Eu ouvi o clamor do meu povo” (Ex 3,7). É assim que Deus fala a Moisés, e a partir daí tira o seu povo da escravidão.

Anos mais tarde, Deus vira o contrário e coloca-se contra o seu povo: “Não maltrateis o estrangeiro nem o pobre que está no meio de vós. Não façais mal à viúva nem ao órfão” (Ex 22,20-22). “Abre tua mão para teu irmão e para o necessitado” (Dt 15,11). Em outro lugar: “Não haja pobres no meio de vós” (Dt 15,4).

“Pai dos órfãos e defensor das viúvas, assim é Deus em sua santa morada. Aos desprezados ele dá uma casa para morar e faz sair com alegria os prisioneiros” (Sl 68,6-7).

Maria Santíssima tinha uma única riqueza. Era aquela que o anjo Gabriel destacou nela: “Ave, cheia de graça!” Em Aparecida, ela veio socorrer três pobres pescadores, e continua nos socorrendo. Santa Mãe Maria, nesta travessia, cubra-nos teu manto cor de anil.
A12, 16-05-2014.

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