quinta-feira, 8 de maio de 2014

E nós, reconhecemos Jesus?


Só se reconhece bem quem bem se conheceu. Para que isso ocorra, é preciso voltar à Palavra.
Por Mariano Weizenmann*
O mês de maio tem muito a ver com Maria, com Mãe... Voltaremos à "nossa marialidade" ao longo do mês. Mas, hoje, porém, retomemos a Páscoa. Os discípulos de Emaús (talvez o casal, Seu Cléofas e Dona Maria...) não reconhecem Jesus no surpreendente forasteiro que se lhes torna companheiro.
Por que os discípulos tiveram tanta dificuldade em reconhecer Jesus, a ponto de confundi-lo com jardineiro, pescador, viageiro, até fantasma? Por que nós encontramos tanta dificuldade em reconhecer Jesus quando a vida veste novas cores e apresenta diferentes sabores?
Creio que sejam dois os motivos para tal relutância. Os discípulos, ao longo da vida pública, reiteradas vezes, haviam conhecido Jesus distorcidamente. Por isso, agora, não podiam que não reconhecê-lo equivocadamente. Só se "re-conhece" bem quem bem se conheceu! O segundo motivo está no mistério da encarnação. Jesus, sem deixar de ser Deus, renunciara aos privilégios da divindade (cf. Fl 2,6-8).
Embora o Jesus da história e o Senhor da glória sejam uma e única Pessoa, ao retomar plenamente a expressão de sua divindade, existe nEle algo diferente, um (re) novum (cf. Fl 2,9-11), antes desconhecido. Para saber e saborear é preciso voltar à Palavra que aquece e ilumina (cf. Lc 24,25-27.32), recorrer ao Pão que alimenta e aglutina (cf. Lc 24,30-31). Este e aquela remetem à comunidade em comunhão, preparando-se para a missão (cf. Lc 24,33-35).
*Mariano Weizenmann é padre, superior provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

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