Caríssimos irmãos e irmãs, prossigamos a nossa caminhada de
reflexão vivenciando o novo Ano Litúrgico. A alguns dias celebrávamos o
nascimento de Jesus nosso salvador, Ele que é o Sol Invicto que brilha sobre
nós, assim sendo, somos convidados a resplandecer-nos juntos com essa que
transforma o nosso interior segundo o plano de Deus que nos faz herdeiros do
plano salvífico. Imbuídos pelo projeto salvífico de Deus, nossa Igreja celebra
mais um ciclo quaresmal, seguindo os ensinamentos de Cristo, a Igreja
representante de Deus diante do povo tece algumas orientações espirituais e
práticas para bem vivermos esse tempo da Quaresma como um caminho rumo à
conversão.
Durante quarenta dias a Igreja se une à Cristo no deserto,
com o intuito de preparar a festa maior: a Páscoa. Anualmente os cristãos
reuniam-se para celebrar a Ressurreição de Cristo; também aos domingos reuniam
para celebrar o mistério pascal de Cristo. Em meados do século II, iniciava-se
um movimento em preparação para a celebração da Páscoa anual, que tinha como
ponto alto o jejum. Por volta do século IV, já temos definidos os quarenta dias
de preparação. Sendo assim, havia uma ligação da prática da reconciliação dos
penitentes com a preparação para o batismo. Na Constituição Dogmática
Sacrossanctum Concilium, temos uma retomada no sentido antigo da Quaresma como
está prescrito no nº 109: “... esclareça-se melhor a dupla índole do tempo da Quaresma,
que principalmente pela lembrança ou preparação do batismo e pela penitência”.
Como elementos característicos, apresentamos: o jejum, esmola
e oração. O jejum nos faz lembrar a fragilidade humana, nos ajudará a colocar
nas mãos de Deus nossas más inclinações, vencendo as tentações, assim como
Jesus venceu o diabo no deserto realizando os desígnios do Pai. A esmola é
fruto do jejum e abstinência quaresmal, que consistirá na abertura de coração e
prática da caridade, seja na ajuda espiritual quanto às necessidades materiais.
A oração, como cristãos sabemos que de Deus viemos e para Deus voltaremos, por
isso, este é um tempo favorável para a oração, aprofundando-nos nela, somos
capazes de compreender a vontade de Deus em nossa vida.
O tempo da Quaresma, que se inicia com a Quarta-feira de
Cinzas, possuiu seis domingos, haja vista que, o sexto domingo se celebra o
Domingo de Ramos, iniciando assim a Semana Santa. Mediante o objetivo que temos
de caminhar nos passos do Senhor, deste modo, seguem algumas orientações para
nossas comunidades, observando as prescrições da Instrução Geral do Missal
Romano:
*O jejum, esmola e oração, devem ser intensificados;
*A Campanha da Fraternidade tem a finalidade de vivenciar e
assumir a dimensão comunitária e social, iluminando os gestos litúrgicos do
jejum, esmola e oração;
*Proíbe-se a ornamentação do altar com flores, exceto, porém,
no domingo Laetare (IV domingo da Quaresma), bem como nas solenidades e festas,
porém, seja uma ornamentação sóbria (IGMR 305);
*A cor é roxa. No domingo Laetare pode-se usar cor-de-rosa,
onde for costume (IGMR 348f);
*O ato penitencial, pode ser substituído pela aspersão,
enfatizando os Sacramentos do Batismo e da Penitência;
*Omite-se o glória, salvo nas solenidades e festas, e
celebrações especiais;
*O cuidado na proclamação das leituras, este é um tempo
propício para a meditação e escuta atenta da Palavra. O bom preparo dos
leitores é fundamental;
*Não contém o aleluia no canto de Aclamação ao Evangelho;
*A homilia deve favorecer uma ponte com o tema da CF 2015;
*Nas preces pode-se destacar a CF 2015;
*Nas celebrações da Palavra, seja sóbrio o momento de louvor,
o mesmo se diga das adorações e momentos de louvor dos movimentos da Igreja;
*Os cantos sejam seguidos de acordo com o Hinário da Quaresma
e o CD da CF 2015 sejam solenes e alegres, mas sem excessos. É bom evitar as
palmas, reduzir o uso das percussões;
*O Hino da CF pode ser marcado com o Canto de Entrada, bem
como o de despedida.
*Que sejam valorizados os momentos de silêncio;
Por fim, queremos com essas reflexões auxiliar a caminhada de
oração do povo de Deus. A Igreja, neste tempo sagrado, tempo de retiro
comunitário, reza com mais intensidade, mas o faz de forma sóbria e essencial –
é tempo de deserto! – preparando-se assim, para ressurgir com Cristo na
celebração da Páscoa.
Pastoral liturgica
pnsc. 2015
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