O Papa abraça menina na audiência
desta quarta-feira. Francisco disse que as crianças são as que mais sofrem
diante das separações - REUTERS
05/08/2015
10:40
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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa
retomou nesta quarta-feira (5/8), na Sala Paulo VI, as Audiências gerais após
um mês de pausa. Francisco prosseguiu com o tema da Família cujo contexto,
desta vez, foi forjado a partir de uma nova questão sobre as “famílias
feridas”.
O Pontífice convidou a refletir como se
pode cuidar das pessoas que, diante do “irreversível fracasso” do casamento,
partiram para uma segunda união. “Estas pessoas não foram absolutamente
excomungadas – não foram excomungadas – e não devem absolutamente ser tratadas
como tal: elas fazem sempre parte da Igreja”, disse o Papa.
Olhar de mãe
“A Igreja bem sabe que tal situação
contradiz o Sacramento cristão. Todavia, o seu olhar de mestra parte sempre de
um coração de mãe; um coração que, animado pelo Espírito Santo, procura sempre
o bem e a salvação das pessoas. É por isso que a Igreja sente o dever, ‘pelo
amor da verdade’, de ‘discernir bem as situações’”, afirmou Francisco.
Olhar dos filhos
O Papa recordou ainda que, se a questão
das segundas uniões passa a ser observada a partir da percepção dos filhos – um
grande número de crianças e adolescentes que são os que mais sofrem, destacou o
Papa –, torna-se ainda mais urgente “desenvolver nas nossas comunidades uma
verdadeira acolhida das pessoas que vivem tais situações”, exortou o Pontífice.
“Como poderíamos recomendar a estes
pais que façam tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles exemplo
de uma fé convicta e vivida, se os mantivéssemos longe da vida da comunidade?”,
questionou Francisco.
“Não devemos adicionar outros pesos
além daqueles que os filhos, nestas situações, já devem carregar” prosseguiu o
Papa, afirmando ainda que “é importante que eles sintam a Igreja como mãe
atenta a todos, sempre disposta a escuta e ao encontro”.
Igreja no tempo
Francisco também disse que, nas últimas
décadas, a Igreja não ficou “insensível” e “preguiçosa” em relação à questão
das segundas uniões graças ao aprofundamento levado adiante pelos Pastores e
confirmado pelos seus predecessores.
“Cresceu muito a conscientização de que
é necessária uma fraterna e atenciosa acolhida, no amor e na verdade, aos
batizados que estabeleceram uma nova convivência após o fracasso do matrimônio
sacramental”, destacou Francisco.
Por fim, afirmando que a Igreja deve
estar com as portas sempre abertas, o Papa convidou todos os cristãos a imitar
o exemplo do Bom Pastor colaborando com Ele nos cuidados às famílias feridas.
Nossa Senhora
Antes de conceder a Bênção Apostólica,
o Papa rezou uma Ave Maria em homenagem a Nossa Senhora Salus Popoli Romani
(Salvação do Povo Romano) celebrada hoje e venerada na Igreja de Santa Maria
Maior, em Roma. Este é o primeiro templo dedicado no Ocidente a Nossa Senhora,
onde o Papa constuma rezar sempre que parte e retorna de suas viagens
apostólicas internacionais. (RB)
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