quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A imparcialidade de Dom Helder e do Papa Francisco



Dom Helder Câmara e papa Francisco: bispos próximos dos sacerdotes. (Foto: Arquivo)
Padre Geovane Saraiva*

Talhado para coisas mais elevadas, Dom Helder Câmara jamais se acostumou com a miséria, a dor e o sofrimento humano; não os via como normal e natural esse estado de coisas, porque machuca o rosto amoroso de Deus e contraria sua santa vontade. Por isso mesmo decidiu, com grande obstinação, ternura e a coragem de pastor, levantar sua voz e lutar contra essa realidade da mais alta relevância, até então vista com a maior naturalidade, num ardente desejo de minimizá-la e mesmo derrotá-la.

Quanta simplicidade, humildade e abertura, ao elevar seus louvores, preces e clamores ao Deus Criador e Pai! Sempre à luz da palavra divina, na mais absoluta confiança, sem se afastar da pedagogia de que lhe era peculiar, na mais profunda atitude de imparcialidade, voltava-se para um Deus justo, acolhedor e terno, no dizer do Livro Sagrado: “Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas” (Eclo 35, 15-17).

Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife em abril de 1964, na sua mensagem, na tomada de posse, estas foram, entre outras, as palavras do pastor dos empobrecidos: "Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar especial no coração do bispo". O anúncio do Evangelho foi para ele, ao mesmo tempo, candente e misericordioso, apaixonada sensata. Na hipótese de usar de parcialidade, sempre era no sentido de favorecer os menos favorecidos, os "sem voz e sem vez".

Não posso jamais me esquecer do que está na minha mente e no coração, no sentido de enriquecer este nosso texto, a sensibilidade e o não indiferentismo, na paixão de muitos irmãos e mesmo do planeta, bem como as palavras encantadoras do querido Papa Francisco, do dia 16 de setembro de 2013, no encontro com clero de Roma, sua diocese, porque o Papa é o bispo de Roma, ao afirmar: “Nós, bispos, devemos está próximos dos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do bispo são os sacerdotes (aplausos)! Vale também o contrário (risos e aplausos)! O mais próximo dos padres deve ser o bispo. A caridade para com o próximo, o mais próximo é o meu bispo. O bispo deve dizer: os mais próximos são os meus padres (...)”.

Ao celebrar 25 anos de ministério sacerdotal (14/08/2013), motivo de agradecimento ao bom Deus pelo nosso humilde trabalho e realizações em favor do Reino de Deus, na nossa Arquidiocese de Fortaleza, coloquei também como algo relevante, a exemplo de Dom Helder e agora de Francisco, o Sumo Pontífice, nossa humilde lavra literária, nos livros já publicados e, como colunista do Jornal O Povo de Fortaleza, além de ser articulista das revistas digitais: www.domtotal.com, www.revistamissoes.org.br , www.catolicanet.com.br , entre outras.

Não posso deixar de registrar uma especial mensagem, que muito me honrou, entre muitas, do querido Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom Sergio da Rocha, na sua incomensurável generosidade, ao dizer-me: "Caro Padre Geovane Saraiva, estive rezando especialmente por você, por ocasião do seu Jubileu Sacerdotal. Porém, naquele dia não consegui me comunicar por telefone com você. Somente nestes dias, consegui novamente o seu e-mail com Dona Geralda, pois mudanças no provedor me fizeram perder a lista de contatos. Desejo que você, pela graça de Deus, seja sempre fiel e, por isso, feliz, em sua vida e ministério sacerdotal. Deus o abençoe sempre. Abraço! +Sergio da Rocha".

Diversos amigos e colegas, tendo por base a comunhão afetiva e efetiva, perguntaram-me pela presença do nosso Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio e, se ele tinha enviado uma mensagem alusiva ao meu jubileu, para que fosse lida no final da celebração, dentre os quais, Padre José Maria Cavalcante Costa, Padre Evaristo Marcos, Padre José Fernandes de Oliveira, Padre Francisco de Assis Apolônio. Compreendi essa preocupação como um gesto grandioso e inenarrável, desejando eles enaltecer ainda mais a celebração eucarística dos meus 25 anos de vida e ministério sacerdotal, na palavra do pastor desta Igreja de Fortaleza. Aprendamos irmãos e irmãs, do cidadão planetário e artesão da paz, Dom Helder Câmara, com sua voz profética quanto imparcial, consciente de que a prece do humilde atravessa as nuvens e chega aos céus; também do papa Francisco, na sua assertiva: “Nós, bispos, devemos está próximos dos sacerdotes”.

Concluo nosso pequeno artigo com as palavras citadas pelo Romano Pontífice, sobre a mulher servidora e imparcial por excelência, Maria Mãe de Deus e Senhora Nossa, no dia 16 de maio de 2013: “Mãe da beleza, que floresce da fidelidade ao trabalho cotidiano, despertai-nos da inércia e da indolência, da mesquinhez e do derrotismo. Reveste os Pastores daquela compaixão que unifica e integra: descobriremos a alegria de uma Igreja serva, humilde e fraterna”. Assim seja!
* Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso. É autor dos livros “O peregrino da Paz”, “Nascido Para as Coisas Maiores”, “A Ternura de um Pastor”, “A Esperança Tem Nome”, "Dom Helder: sonhos e utopias" e "25 Anos sobre Águas Sagradas”.

EUA espionou Bergoglio durante o Conclave


EUA espionou Bergoglio, que se tornaria papa, durante o Conclave
A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) espionou as conversas telefônicas na Cidade do Vaticano e também as que ocorreram na residência onde se hospedou o cardeal argentino Jorge Bergoglio (foto), antes do Conclave que o elegeu Papa, segundo o próximo número do semanário italiano “Panorama”.

Segundo o semanário, que cita documentos que teriam sido acessados pelos ex-técnico da CIA, Edward Snowden, entre as 46 milhões de conversas telefônicas que se diz que a NSA interceptou na Itália, muitas delas se localizavam na Cidade do Vaticano.

O semanário “Panorama”, que adiantou uma parte da informação que publicará em seu número à venda na próxima sexta-feira, fala de um período de 10 de dezembro de 2012 a 8 de janeiro de 2013, mas “que se suspeita” que a espionagem continuou após ser conhecido o anúncio da renúncia ao pontificado do papa Bento XVI, que se efetivou no dia 28 de fevereiro.

O semanário de informação geral acrescenta que a espionagem ocorreu durante todo o Conclave para escolher o novo Papa.

EUA nega

A NSA, responsável pela espionagem eletrônica dos EUA, disse nesta quarta-feira que não espionou o Vaticano e considerou falsa a reportagem de uma revista italiana que acusou a agência de ter conduzido a atividade.

"A Agência de Segurança Nacional não alveja o Vaticano. Afirmações de que a NSA alvejou o Vaticano, publicadas na revista italiana Panorama, não são verdadeiras", afirmou a porta-voz da agência, Vanee Vines, em comunicado.

A revista informou nesta quarta-feira que a NSA escutou telefonemas do Vaticano, incluindo possivelmente quando o sucessor do ex-papa Bento 16 estava em discussão, mas a Santa Sé disse que não tinha conhecimento de qualquer atividade.

A Panorama afirmou que entre os 46 milhões de telefonemas acompanhados pela agência na Itália, de 10 de dezembro de 2012 a 08 de janeiro de 2013, estavam conversas de e para o Vaticano.

Em um comunicado à imprensa antes da publicação completa na quinta-feira, a Panorama afirmou que a "NSA grampeou o papa". A publicação não citou nenhuma fonte de suas informações.

Questionado sobre a reportagem, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse: "Nós não temos conhecimento de nada sobre esta questão e, em todo caso, não temos preocupação com isso."

Reportagens com base em revelações de Edward Snowden, ex-agente de inteligência dos EUA considerado fugitivo em seu país natal e que recebeu asilo na Rússia, disseram que a NSA espionou cidadãos franceses no mesmo período.

Angela Merkel

Na semana passada, o governo alemão pareceu ter confirmado que o telefone celular da chanceler Angela Merkel foi monitorado por espiões norte-americanos. A questão também tem causado problemas de Washington com Brasil e China.

A Panorama disse que os telefonemas gravados do Vaticano foram catalogados pela NSA em quatro categorias: intenções de liderança, ameaças ao sistema financeiro, objetivos da política externa e direitos humanos.

Bento 16 renunciou em 28 de fevereiro e seu sucessor, o papa Francisco, foi eleito em 13 de março.

"Teme-se" que as chamadas telefônicas tenham sido ouvidas até o início do conclave que elegeu Francisco, o ex-cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, segundo a revista Panorama.

A revista informou que também havia a suspeita de que a residência de Roma, onde alguns cardeais viveram antes do conclave, incluindo o futuro papa, foi monitorada.
Reuters

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cardeal Odilo Scherer fala sobre os frutos do Ano da Fé


O Ano da Fé, instituído pelo Papa emérito Bento XVI, terminará no dia 24 de novembro, festa de Cristo Rei. A iniciativa proporcionou aos fiéis católicos uma oportunidade para aprofundar o conhecimento de sua fé.
De acordo com o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, ao longo deste ano houve muitas atividades de estímulo à renovação da fé. O convite também foi para uma nova tomada de consciência sobre a necessidade de testemunhar a alegria de crer.
“Portanto, o testemunho da fé deve aparecer no mundo, também, através dos frutos da fé, das virtudes cristãs, da prática da religião e, sobretudo, da prática do amor e da justiça”, destacou o cardeal.
Para Dom Odilo, o Ano da Fé está trazendo e irá trazer muitos frutos, que, hoje, não podem ser ditos objetivamente, porém foram semeados durante este período.
“Quem está semeando espera muitos frutos, e até pode antever muitos frutos, mas no momento ainda é cedo para colhê-los… As questões relativas à fé, à mística e à espiritualidade, as questões comportamentais, não é que produzem efeito imediato, contabilizáveis, mas as reações comportamentais vão acontecendo ao longo do tempo”, explicou.
Fonte: Canção Nova

Sacerdotes em dificuldades e missionários latino-americanos nas intenções do Papa para novembro


A Santa Sé divulgou que nas intenções do Papa Francisco para o mês de novembro estão os sacerdotes em dificuldades e os missionários da América Latina.
A Intenção Geral do Apostolado da oração é “para que os sacerdotes em dificuldades encontrem conforto no seu sofrimento, sustento nas suas dúvidas e confirmação na sua fidelidade”.
A Intenção Missionária é “para que a Missão Continental tenha como fruto o envio de missionários da América Latina para outras Igrejas”.
Fonte: ACI Digital

A oração, a justiça e a missão

Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Hoje, nos deparamos com o ensinamento que o Mestre Divino ministra no Evangelho de São Lucas. Na parábola do juiz iníquo são nos apresentadas, no exemplo da viúva injustiçada, as características da oração que chega ao Pai: perseverante, confiante, grito de justiça, humilde e voltada para o Reino. Neste ano da fé, é importante salientar que a oração é a respiração da alma, nossa energia espiritual, fonte de inspirações, e comunhão com Deus.

Por isso Jesus levanta a pergunta: "e o Filho do Homem encontrará fé, quando Ele voltar?" A fé não é um pressuposto, precisa ser irrigada diariamente com oração e entrega, oração que leve a conversão e mudanças de vida, pois se ela não transforma as grandes decisões e rumos do nosso projeto ela é mais um desabafo sentimental ou subjetivo que verdadeiro encontro com Deus. Por outra parte, a oração autenticamente cristã nos conduz a pratica da justiça e a missão. A Bíblia que é um genuíno manual de espiritualidade e oração, não apresenta nenhum caso de pessoa que Deus tenha chamado e comunicado sua santa vontade que não tenha se tornado instrumento e mediador de uma missão em relação ao seu povo.

A oração muda o nosso olhar, amplia a nossa visão, nos faz enxergar a miséria, o sofrimento, a injustiça em rostos bem concretos e próximos, e nos faz agir com o coração, a mente e as mãos, iluminando nossos pés na caminhada. A experiência orante vai até as raízes mais profundas do ser alcançando e tocando a nossa interioridade, curando e libertando de feridas, mágoas, ressentimentos e machucados, que nos tiram a alegria e paixão de viver, roubando-nos a esperança, a paz e a serenidade que brota da certeza da fé na nossa filiação divina.

Finalmente, lembrando o tema deste mês missionário: juventude e missão, nossa oração deve ser tornar jovial, isto é, sincera, espontânea, filial, consciente e amorosa. O que agrada a Deus é a ternura, inocência e transparência dos pequeninos que dialogam com Ele a partir da vida, das fragilidades e das limitações próprias da nossa condição humana. Que sejamos missionários da oração, e orantes na missão como Maria Santíssima. Deus seja louvado!
CNBB, 18-10-2013.
*Dom Roberto Francisco Ferreria Paz é bispo de Campos (RJ).

Evangelho do dia

Ano C - 29 de outubro de 2013

Lucas 13,18-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 13 18 Jesus dizia ainda: “A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei?
19 É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos”.
20 Disse ainda: “A que direi que é semelhante o Reino de Deus?
21 É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
O CONTRASTE ENTRE O INÍCIO E O FIM
A caminho de Jerusalém, Jesus conta duas pequenas parábolas, para dispor os discípulos para a experiência que haveriam de fazer. Nelas se estabelece o contraste entre o início do Reino, na humildade e na perda, e seu fim grandioso. Só quem foi alertado para esta dinâmica divina será capaz de superar o desânimo e a decepção do momento.
A semente de mostarda era símbolo de pequenez. Todavia, esse grão minúsculo, lançado na terra, germina e se torna um arbusto de até três metros, permitindo às aves pousar em seus ramos.
Também a pitadinha de fermento, ao ser colocada numa quantidade excepcional de farinha (três medidas) ou seja, cerca de 50 quilos, era suficiente para fermentá-la e torná-la apta para a fabricação do pão.
Com o Reino dá-se algo semelhante. É preciso esperar com confiança. Seu projeto iniciado com um punhado de pessoas sem projeção social, tidas como estranhas para os esquemas religiosos da época, e sem muitas perspectivas, era como o grão de mostarda e o fermento. Pequenos e frágeis, mas destinados a um fim grandioso. Por trás desta dinâmica, estava o dedo de Deus. Ele é que capacitaria este grupo inexpressivo para se tornar mediação de propagação do Reino, de modo a fermentar toda a história humana.

Oração
Espírito de esperança em Deus, ensina-me a perceber a ação divina fermentando a história humana por meio de pessoas frágeis e humildes.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Romanos 8,18-25
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
8 18 Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.
19 Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.
20 Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou),
21 todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
22 Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia.
23 Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo.
24 Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto da esperança já não é esperança; porque o que alguém vê, como é que ainda o espera?
25 Nós que esperamos o que não vemos, é em paciência que o aguardamos.
Palavra do Senhor.
Salmo 125/126
Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!


Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,
parecíamos sonhar;
encheu-se de sorriso nossa boca,
nossos lábios, de canções.

Entre os gentios se dizia: “Maravilhas
fez com eles o Senhor!”
Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!

Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto.
Os que lançam as sementes entre lágrimas
ceifarão com alegria.

Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes!
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

O amor paciente que gera alegria



Momento em família: Francisco exorta fiéis a praticarem o amor misericordioso dentro do lar. (Foto: Arquivo)
"Como é possível viver a alegria da fé hoje?". A pergunta do papa Francisco serviu como fio condutor à peregrinação organizada pelo Pontifício Conselho para a Família por ocasião do Ano da fé. E à pergunta – que retomava o slogan escolhido para a iniciativa "Família, vive a alegria da fé" - responderam as mais de 100 mil pessoas que se reuniram na praça de São Pedro, provenientes de 75 países do mundo, para participar no sábado (26) à tarde, no encontro de oração e de testemunho, e domingo de manhã na celebração da Eucaristia, ambos presididos pelo papa Francisco.

Durante a sugestiva vigília do sábado, depois de ter ouvido vários testemunhos de famílias, o pontífice ofereceu uma meditação centrada nas dificuldades de todos os dias, sobre a necessidade de comunicar, sobre  o peso dos silêncios. "Mas o que mais pesa – afirmou o papa – é a falta de amor", a ausência de alegria nas casas.
Outro aspecto aprofundado pelo Bispo de Roma disse respeito ao sacramento do matrimônio, com a exortação dirigida aos esposos a permanecer unidos "sempre e por toda a vida", sem "dar importância a esta cultura do provisório que nos transtorna a vida”.
A este propósito, o papa repetiu as três palavras-chave já sugeridas durante a missa no dia mariano de 13 de Outubro passado, "para não lançar os pratos" entre marido e esposa: por favor, obrigado, desculpa. Por fim, indicando o ícone da Apresentação de Jesus no templo colocado ao lado da cátedra, o pontífice relançou o diálogo entre as gerações, sobretudo entre jovens e idosos, entre avós e netos.
No dia seguinte, celebrando a missa dominical, o Bispo de Roma na homilia partindo das leituras  traçou três características da família cristã: a oração em comum, a preservação da fé e a vivência da alegria, aquela "verdadeira – explicou – que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de nos apoiarmos reciprocamente", em cuja base está a "presença de Deus" com "o seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos" e “paciente”. Por fim, no Ângelus, o papa pediu para rezar pelas famílias em dificuldade.
L’Osservatore Romano, 29-10-2013.