quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Evangelho do dia

Ano C - 09 de janeiro de 2014

Lucas 4,14-22

Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 4 14 Jesus então, cheio da força do Espírito, voltou para a Galiléia. E a sua fama divulgou-se por toda a região.
15 Ele ensinava nas sinagogas e era aclamado por todos.
16 Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17 Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito:
18 "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração,
19 para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor".
20 E enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21 Ele começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir".
22 Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam da sua boca, e diziam: "Não é este o filho de José?"
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
UNGIDO DO SENHOR
A profecia de Isaías, lida na sinagoga de Nazaré, pode ser tomada como o discurso programático das atividades de Jesus e como expressão da consciência que ele tinha da sua vocação e missão.
A evocação do Ungido do Senhor aponta para a origem de Jesus e de sua missão. Seu messianismo tinha origem no Pai, de quem provinha uma tarefa precisa, a ser realizada em favor da humanidade. Foi ele Pai quem o constituiu Messias e lhe conferiu poderes para fazer o Reino acontecer na história humana.
O elenco de atividades do Messias anunciado pelo profeta corresponde ao conjunto das ações de Jesus. Tudo quando fez, consistiu em reavivar a esperança no coração dos pobres. Estes eram as principais vítimas do anti-Reino, por seu sistema de exclusão e de opressão. Por isso, o senhorio de Deus, experimentado por Jesus em sua própria vida, deveria ser estendido, em primeiro lugar, aos pobres. Pela ação de Jesus, os feridos pela injustiça seriam curados; os prisioneiros do pecado e do egoísmo recuperariam a liberdade, convertendo-se ao amor. A cegueira, que impede as pessoas de descobrirem os caminhos de Deus, seria superada. Aos massacrados pela opressão, seria proclamada a libertação. Enfim, para todos, seria oferecida a possibilidade de restaurar sua amizade com Deus. A atividade de Jesus, portanto, foi a realização das antigas profecias.

Oração Senhor Jesus, que eu seja beneficiado por sua ação messiânica, e que o senhorio de Deus seja restaurado no meu coração.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 João 4,19-5,4
Leitura da primeira carta de são João.
Carríssimos, 4 19 amamos, porque Deus nos amou primeiro.
20 Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.
21 Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão.
5 1 Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus; e todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que dele foi gerado.
2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.
3 Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos,
4 porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
Palavra do Senhor.
Salmo 71/72
As nações de toda a terra
hão de adorar-vos, ó Senhor!

Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.

Há de livrá-los da violência e opressão,
pois vale muito o sangue deles a seus olhos!
Hão de rezar também por ele sem cessar,
bendizê-lo e honrá-lo cada dia.

Seja bendito o seu nome para sempre!
E que dure como o sul sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados,
todas as gentes cantarão o seu louvor!
Oração
Ó Deus, pelo nascimento do vosso Filho, a aurora do vosso dia eterno despontou sobre todas as nações. Concedei ao vosso povo conhecer a fulgurante glória do seu redentor e por ele chegar à luz que não se extingue. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Hora de renovar o compromisso batismal


Quero convidar todos a redescobrirem, cultivarem e testemunharem o dom da fé no Ressuscitado.


Em virtude do batismo, somos chamados a ser discípulos e missionários de Jesus. (Foto: Arquivo)
Por Dom Orani João Tempesta*
O tempo do Natal se encerra com a Festa do Batismo do Senhor e, no dia seguinte, começa o Tempo Comum durante o ano. Para nós, no Rio de Janeiro, é tempo da trezena de São Sebastião, quando a cidade e a Arquidiocese preparam a grande festa do seu padroeiro. Caminhamos para os 450 anos de fundação da cidade e os 60 anos da celebração do, até agora, único Congresso Eucarístico Internacional realizado no Brasil. No ano passado vivemos com toda a Igreja o “Ano da Fé”, com os temas desenvolvendo o "discipulado", a "Igreja" e a "juventude". Neste ano, como já anunciado, iremos abrir, no dia 20 de janeiro, o "Ano da Caridade" que deve ser o "ano da defesa e da promoção da vida".

O papa Francisco nos recorda na Evangelii Gaudium que "o conteúdo do primeiro anúncio tem uma repercussão moral imediata, cujo centro é a caridade" (177). Ele acrescenta: "confessar um Pai que ama infinitamente cada ser humano implica descobrir que ´assim lhe confere uma dignidade infinita´". (178)

Por isso, neste último domingo do tempo do Natal, quando celebramos com imensa alegria o mistério da Encarnação, o “Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós”, tornando-se assim próximo de nós, somos chamados a aprofundar o dom do Batismo. Se para Jesus foi o momento de sua manifestação como “Filho de Deus” e início de sua vida pública, para nós é tempo de redescoberta das consequências batismais em nossa vida pessoal e as consequências sociais.

No Antigo Testamento, por várias vezes o Céu se abriu para que o Senhor intervisse, com seus sinais, na vida do povo eleito com a finalidade de instruí-lo. Para nós, o batismo de Jesus no rio Jordão por João Batista foi mais uma vez a “abertura do Céu”. Ato voluntário de Jesus que, por ser de condição Divina, e por ser o Messias esperado, não necessitava ter se submetido ao batismo de João, que era destinado aos pecadores e aos que se preparavam para a chegada do Salvador (cf. Mt 3, 11-15). No entanto, em atitude de aniquilamento e para manifestar-se ao mundo, assim o faz. E quando o faz, o Céu se abre e sobre Ele vem o Santo Espírito em forma de Pomba, e a voz do Pai que O revela como seu próprio Filho.

Jesus não precisava ser batizado, mas ele se humilhou recebendo o batismo de João, um batismo de conversão para demonstrar que pela sua paixão, morte e ressurreição todos nós receberíamos a salvação.

Assim sendo, é importante neste final do Tempo do Natal e início do Tempo Comum, dentro da trezena de São Sebastião, aprofundar as consequências de nossa vida de batizados. Pelo batismo, somos mergulhados nas águas que comunicam o Espírito Santo. Por isso, na Festa do Batismo do Senhor revivemos a nossa consagração batismal, pela qual fomos incorporados a Cristo “para sermos interiormente transformados por Ele”, é o que pedimos na oração do dia da missa.

Em virtude do batismo, somos chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo. Ensina o Documento de Aparecida, em seu nº 209, que: “Os fiéis leigos são os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo a sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo. São homens da Igreja no coração do mundo e homens do mundo no coração da Igreja.” “Enquanto batizado, o homem deve sentir-se enviado pela Igreja a todos os campos de atividade que constituem sua vocação e missão, para dar testemunho como discípulo e missionário de Jesus Cristo…” (nº 460 do DdAp).

Nós formamos a assembleia de batizados, proclamamos, pela Eucaristia, as maravilhas Daquele que nos chamou das trevas à sua luz, e aceitamos ser mergulhados com Cristo no mistério de sua entrega filial ao Pai. Acolhemos em piedosa oração, particularmente em nossa Arquidiocese participando da trezena de São Sebastião, o Espírito que nos é entregue e, na voz do Pai, recebemos a confirmação de sermos seus filhos amados, com a missão de ser luz para as nações e alegres anunciadores da boa-nova do Reino. Celebrando a Eucaristia, vivemos o núcleo da vida batismal, entrando em comunhão com Deus, com os irmãos, plenificando de sentido pascal à vida. Ouvindo Jesus, o Filho amado, prolongamos no mundo sua missão de serviço à justiça com coração manso e humilde, “fazendo o bem e curando a todos”, para que todos vivam de fato como filhos amados de Deus.

Os que recebem o sacramento do Batismo tornam-se partícipes da morte e ressurreição de Cristo, iniciam com Ele a aventura jubilosa e exaltante do discípulo. A liturgia apresenta-a como uma experiência de luz.

Por ocasião do batizado é entregue a cada um uma vela acesa no círio pascal. Neste significativo gesto litúrgico, a Igreja afirma: "Recebei a luz de Cristo!" Sob esta luz deverão caminhar por toda a vida os batizados que, seguindo o exemplo de seus pais, padrinhos e madrinhas, serão sempre iluminados pelo Cristo, luz que se manifestou ao mundo, como celebramos na Epifania comemorada domingo passado.

Por isso, é sempre oportuno lembrar aos pais e padrinhos que estes, primeiramente, deverão comprometer-se a alimentar com as palavras e com o testemunho da sua vida as chamas da fé dos que trilham o catecumenato e recebem o batismo, para que possa resplandecer neste mundo a levar a luz do Evangelho, que é vida e esperança.  Esta é a fé da Igreja. E nós alegramo-nos por professá-la em nosso Senhor Jesus Cristo.

O papa Francisco, em sua recente Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, já a partir dos sacramentos, cujas portas, disse, não "se deveriam fechar por uma razão qualquer". O princípio se aplica em especial ao Batismo, mas também à Eucaristia, que "não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos".

Sendo assim, quero convidar os meus arquidiocesanos, a redescobrirem, cultivarem e testemunharem o dom da fé no Ressuscitado, vivendo a beleza e a alegria de sermos cristãos, aderindo a Cristo, princípio e fim da vida humana.
CNBB, 08-01-2013.
*Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Audiência Geral: "É preciso despertar a memória do Batismo"


Cidade do Vaticano (RV) – Depois das festividades de Natal, o Papa Francisco acolheu esta manhã milhares de peregrinos, na Praça S. Pedro, para a primeira Audiência Geral de 2014.

O Pontífice anunciou o início de uma série de catequeses sobre os Sacramentos, começando pelo Batismo.

O Batismo, juntamente com a Eucaristia e a Confirmação, forma a chamada “iniciação cristã”, que nos configura com o Senhor Jesus e faz de nós um sinal vivo da sua presença e do seu amor.

“O Batismo é realmente necessário para viver como cristãos e seguir Jesus?”, questionou o Papa, que respondeu:

Não se trata de mera formalidade! Uma criança batizada não é igual a uma criança não batizada. No Batismo, somos imersos naquela fonte inexaurível de vida que é a morte de Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e, em virtude deste amor, podemos viver uma vida nova de comunhão com Deus e com os irmãos, e não ficar à mercê do mal, do pecado e da morte.

Muitos de nós não têm a menor lembrança da celebração deste dia, já que fomos batizados pouco depois do nascimento. E mais uma vez o Pontífice pediu aos fiéis que, ao regressarem a suas casas, procurem saber a data em que foram batizados.

O risco, advertiu Francisco, é perder a consciência daquilo que o Senhor fez em nós, do dom que recebemos. Então acabamos por considerá-lo somente como um evento que ocorreu no passado — e nem mesmo por nossa vontade, mas dos nossos pais —, motivo pelo qual não tem mais nenhuma incidência sobre o presente. Ao invés, somos chamados a viver o nosso Batismo todos os dias, como realidade atual na nossa existência. "Devemos despertar a memória do Batismo", pediu o Papa.

Se conseguimos seguir Jesus e permanecer na Igreja, não obstante os nossos limites e as nossas fragilidades, é por obra do Sacramento no qual nos tornamos novas criaturas e fomos revestidos de Cristo. Graças ao Batismo, somos portadores de uma esperança nova, que nada e ninguém pode apagar; somos capazes de perdoar e de amar inclusive quem nos ofende e nos faz mal; conseguimos reconhecer nos últimos e nos pobres a face do Senhor que nos visita e se faz próximo.
“Ninguém pode batizar-se a si mesmo”, concluiu. Podemos pedir e desejar o Batismo, mas sempre precisamos de alguém que nos administre este sacramento em nome do Senhor. É um dom concedido num contexto de solicitude e partilha fraterna.

Peçamos ao Senhor que nos faça experimentar cada vez mais, na vida diária, a graça recebida no Batismo. Quando os outros se cruzarem conosco, possam encontrar verdadeiros filhos de Deus, verdadeiros irmãos e irmãs de Jesus, verdadeiros membros da Igreja.

Na saudação aos fiéis, o Papa assistiu a uma apresentação do "Golden Circus", que dedica esta temporada à cultura latino-americana. Entre os integrantes, havia um brasileiro.

(BF)



Texto proveniente da página do site da Rádio Vaticano 

Camisas do Show da Esperança já podem ser adquiridas na Casa da Juventude


1012024_210433792476920_2000746761_nAs camisas do Show da Esperança já chegaram. A Comissão Organizadora do evento solicita aos párocos e administradores paroquiais que façam a reserva e peguem o produto na Casa da Juventude Padre Antônio Henrique, que fica na sede da Cúria Metropolitana, bairro das Graças, Recife.  Os sacerdotes devem procurar o diácono Antônio Sebastião ou Ane Kely, da Pastoral da Juventude.
As camisas custam R$ 20 e toda a renda será revertida para a construção da primeira unidade da Fazenda da Esperança da Arquidiocese de Olinda e Recife. Mais informações pelo telefone (81) 3271-4270 (Ane Kely).
As pessoas que quiserem adquirir as camisas também podem ir até a Casa da Juventude ou procurar as paróquias a partir da próxima semana.
Casa da Juventude Padre Antônio Henrique
Avenida Rui Barbosa, 409 – Graças – Recife
Fone: (81) 3271-4270



Da Assessoria de Comunicação AOR

Evangelho do dia

Ano C - 08 de janeiro de 2014

Marcos 6,45-52

Aleluia, aleluia, aleluia.
Louvai o Senhor Jesus, todos os povos, aceito pela fé no mundo inteiro! (1Tm 3,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Depois de saciar os cinco mil homens, 6 45 imediatamente ele obrigou os seus discípulos a subirem para a barca, para que chegassem antes dele à outra margem, em frente de Betsaida, enquanto ele mesmo despedia o povo.
46 E despedido que foi o povo, retirou-se ao monte para orar.
47 À noite, achava-se a barca no meio do lago e ele, a sós, em terra.
48 Vendo-os se fatigarem em remar, sendo-lhes o vento contrário, foi ter com eles pela quarta vigília da noite, andando por cima do mar, e fez como se fosse passar ao lado deles. 49 À vista de Jesus, caminhando sobre o mar, pensaram que fosse um fantasma e gritaram;
50 pois todos o viram e se assustaram. Mas ele logo lhes falou: "Tranqüilizai-vos, sou eu; não vos assusteis!"
51 E subiu para a barca, junto deles, e o vento cessou. Todos se achavam tomados de um extremo pavor,
52 pois ainda não tinham compreendido o caso dos pães; os seus corações estavam insensíveis.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
COMPANHEIRO DE LUTA
A vida humana é toda feita de luta. As circunstâncias podem variar, sendo mais leves ou mais pesadas. Nossa capacidade de enfrentar os problemas pode ser maior ou menor, dependendo do momento. As dimensões da luta também podem ser diferentes. Uma coisa, porém, é certa: não é possível eliminar as crises, as dificuldades e as provações.
Os discípulos remando penosamente, no meio do mar encapelado, são a imagem viva da realidade humana. Não há quem não experimente medo e insegurança, numa situação assim. O fim parece aproximar-se veloz. Parece impossível não sucumbir.
Existe, entretanto, uma dimensão da realidade humana que se revela pouco a pouco. Para além da tempestade, está Jesus orando e velando pela sorte de seus discípulos. Ele não é insensível à sorte de seus amigos, nem se compraz em assistir, impassível, a seu sofrimento, muito menos contemplá-los na iminência da morte. Nos momentos de provação, Jesus vai ao encontro deles, uma vez que é o dominador das forças que os atormentam.
A gravidade dos problemas enfrentados pelos cristãos leva-os, não raro, a se esquecerem da presença de Jesus junto de si. Só ele pode oferecer segurança, nos momentos de dificuldade, quando tudo parece ruir. Entretanto, é preciso cuidado para não nos agarrarmos a falsas imagens de Jesus, e sim, discernir bem, para descobrir o verdadeiro companheiro de luta.

Oração Senhor Jesus, és meu companheiro nos momentos difíceis da vida; que eu te sinta sempre bem perto de mim.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Leitura
1 João 4,11-18
Leitura da primeira carta de são João.
4 11 Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros.
12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.
13 Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.
14 E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.
15 Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.
16 Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.
17 Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo.
18 No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor.
Palavra do Senhor.
Salmo 71/72
As nações de toda a terra
hão de adorar-vos, ó Senhor!


Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.

Os reis de Társis e das ilhas hão de vir
e oferecer-lhe seus presentes e seus dons;
E também os reis de Seba e de Sabá
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,
e todas as nações hão de servi-lo.

Libertará o indigente que suplica,
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terá pena do indigente e do infeliz,
E a vida dos humildes salvará.
Oração
Ó Deus, luz de todas as nações, concedei aos povos da terra viver em perene paz e fazei resplandecer em nossos corações aquela luz admirável que vimos despontar no povo da antiga aliança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Paz com fraternidade


Somos todos membros da grande família humana, filhos amados do único Deus e Pai.


Somos todos membros da grande família humana, filhos amados do único Deus e Pai. (Foto: Arquivo)
Por Dom Odilo Scherer*
A primeira mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Paz trata do tema “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”. O papa vai ao essencial e fala de “fundamento” e “caminho”: fraternidade, como base sólida. Se a paz não for edificada sobre ela, não terá solidez e qualquer estremecida a pode abalar e romper.

Não deixa de ser verdadeiro que "a paz é obra da justiça"; mas a justiça fria, sem a  marca da fraternidade, não é capaz de edificar paz verdadeira. Mais ainda, se a justiça for a dos vencedores, dos mais fortes e prepotentes... A fraternidade sim, aliada à justiça, será capaz de dar fundamento sólido à paz.

A segunda parte do tema fala em “caminho”: a fraternidade é caminho para a paz. Se queremos a paz, promovamos a fraternidade; Não é o uso da força e da violência que consegue a paz; sem a força desarmada da fraternidade, a paz não será verdadeira nem firme. Paz forçada, com humilhação, suscita ódio e sede de vingança.

Muitas são as razões para edificar a paz na fraternidade, percorrendo os caminhos da fraternidade: o homem não é feito para o ódio, mas para o diálogo e a convivência. Mesmo se há alguma filosofia que afirma serem a violência e o ódio as tendências básicas do ser humano ("homo hominis lupo"), não é assim que o cristianismo vê o homem.

O próximo não deve ser visto como um concorrente, um adversário ou um inimigo a eliminar. Somos todos membros da grande família humana, descendentes de Adão e Eva, filhos amados do único Deus e Pai. Somos irmãos em Jesus Cristo – "vós todos sois irmãos”... E, porque somos “filhos no Filho”, temos acesso a Deus e estamos diante de Deus com igual dignidade.

Estas razões da fé nos fazem ver em cada ser humano um irmão e irmã, um companheiro de caminho, com quem temos a graça de percorrer as estradas da vida, unidos pelos suaves laços da fraternidade. A solidariedade expressa de forma concreta a fraternidade e traduz o interesse de uns pelos outros; alegrias, dores e esperanças de nossos irmãos nos dizem respeito e são, de alguma forma, também nossas.

O papa vai a algumas conseqüências práticas. Lembra a encíclica de Bento XVI Caritas in Veritate, de predecessor, Bento XVI, que já havia apontado para a necessidade de introduzir na economia a lógica da solidariedade e da gratuidade. Já o haviam dito também Paulo VI, na encíclica Populorum Progressio, e João Paulo II, na Sollicitudo Rei Socialis.

A economia movida pela lógica da concorrência e pela busca do lucro sempre maior, não consegue eliminar a pobreza; pelo contrário, acaba eliminando oportunidades e empurrando sempre mais gente para a pobreza. A fraternidade é necessária para vencer a pobreza; a vida econômica precisa deixar-se revitalizar pelo oxigênio da fraternidade, para não ser vitimada pela concentração asfixiante de bens e oportunidades.

As guerras continuam a manchar o convívio entre os povos. Como superá-las? Responde o papa Francisco: "a fraternidade extingue a guerra", porque faz cair os motivos da guerra e introduz uma nova lógica no convívio entre os povos.

A corrupção e o crime organizado são contrários à fraternidade; são males sociais e morais que desencadeiam outros males. Finalmente, lembra o papa: a natureza será cuidada e preservada, se tivermos em conta que não somos os seus únicos beneficiários; a ecologia também requer atitudes e comportamentos mais fraternos.
CNBB, 07-01-2014.
*Cardeal Odilo Scherer é arcebispo de São Paulo.

Batismo e conversão


Que o próprio Deus seja nossa força para cumprirmos essa missão difícil.

Batismo de Jesus: conversão significa mudança de vida.
Por João Batista Nunes Coelho*

A lógica seria primeiro receber o batismo e depois se converter, ou primeiro buscar a conversão e depois o batismo?  Perguntemos ao Mestre: Senhor, como deve ser?  “Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (Mc 16,16). Segundo o que está escrito, o essencial está em crer. O batismo, a recepção do Espírito Santo, é o selo indelével, do compromisso em viver o que se crê. É isso que ocorre em nossos dias com os batizados? Há dúvidas.

Arrependimento. Nos evangelhos, os relatos do batismo de Jesus são sempre precedidos por informações sobre João Batista e seu ministério. Qual era o conteúdo da pregação de João? A contrição e o arrependimento para remissão dos pecados. Encorajava também a todos darem esmolas para os pobres (Lc 3,11).  João falava como profeta. E em relação a Jesus, que dizia ele? Falava da superioridade de Jesus:  “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu” (Lc 3,16). Ele, João, era apenas o precursor. Neste caso, com a vinda de Jesus encerrou-se a pregação de João? Não. A pregação de João sobre a contrição e o arrependimento continua válida. Por isso é oportuno nos perguntarmos: Como estamos diante do esforço para o arrependimento e remissão dos pecados?  Há que nos convertermos a cada dia.

O batismo de Jesus. Foi assim: “13 Então, Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, até junto de João, para ser batizado por ele. 14Mas João queria impedi-lo, dizendo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por ora, deixa, é assim que devemos cumprir toda a justiça!” E João deixou. 16 Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água, e o céu se abriu. E ele viu o Espírito de Deus descer, como uma pomba, e vir sobre ele. 17 E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado; nele está o meu agrado” (Mt 3,13-17). Uma teofania. Houve uma declaração pública do Pai, de que Jesus era seu Filho. Um dia também nós recebemos o Espírito e nos tornamos filhos de Deus. Ele passou a morar em nós. Lembramos disto? Foi o selo do compromisso de mudança de vida.

Conversão. Precisa continuar. É a meta do dia a dia para todo batizado: converter-se! Era a pregação de João. Pregava a conversão para que os pecados fossem perdoados. Viu como não basta ser batizado?  O batismo precisa caminhar junto com vida de  acordo com o batismo recebido. Não supõe, então, uma concepção legalista ou mágica de purificação de impureza.  Conversão significa mudar de vida. Não se apóia apenas em rito, e sim, na prática da justiça. “Mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo” (At 10,35). Isto agrada a Deus. João pregava o batismo de uma vida condizente com a pureza moral e não o simples apego à prática do formalismo religioso. Será que este reducionismo em apenas praticar ritos não ocorre ainda hoje (apenas batizar, apenas ir à missa, apenas casar na igreja...)?

Ser filho. Há que se mudar. Converter, converter-se, converter-se! Então, a conversão não vem do rito batismal? A conversão moral, pessoal, não se opera apenas pela força mágica da água, segundo João, mas pela mudança de vida, pela conversão, da qual o batismo é o selo. “Assim veio João, batizando no deserto e pregando um batismo de conversão, para o perdão dos pecados” (Mc 1,4). Afinal, podem indagar alguns, o batismo torna ou não torna a pessoa filha de Deus? Sim, pelo batismo o crente se torna filho de Deus. Contudo, se esse dom não for cultivado pode ser perdido. Se perdido, a pessoa pode não alcançar a salvação que o batismo lhe promete.

Salvação. Somo servos de Deus encarregados de anunciar a salvação. "Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião” (Is 42,1). É nossa missão!  Batismo e conversão devem caminhar juntos.

Que o próprio Deus seja nossa força para cumprirmos essa missão difícil, mas necessária: pregar e dar testemunho de que é preciso converter-nos à boa nova de Jesus.
*Reflexão sobre as leituras do domingo em que se comemora o Batismo de Jesus (13-01-2014).