domingo, 7 de dezembro de 2014

Liturgia Diária

DIA 7 DE DEZEMBRO - DOMINGO

II SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – II SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona de entrada:
Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações! E, na alegria do vosso coração, soará majestosa a sua voz (Is 30,19.30).
Oração do dia
Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 40,1-5.9-11)
Leitura do livro do profeta Isaías.
40 1 "Consolai, consolar meu povo, diz vosso Deus.
2 Animai Jerusalém, dizei-lhe bem alto que suas lidas estão terminadas, que sua falta está expiada, que recebeu, da mão do Senhor, pena dupla por todos os seus pecados".
3 Uma voz exclama: "Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus.
4 Que todo vale seja aterrado, que toda montanha e colina sejam abaixadas: que os cimos sejam aplainados, que as escarpas sejam niveladas!
5 Então a glória do Senhor manifestar-se-á; todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor, porque a boca do Senhor o prometeu.
9 Subi a uma alta montanha, para anunciar a boa nova a Sião. Elevai com força a voz, para anunciar a boa nova a Jerusalém. Elevai a voz sem receio, dizei às cidades de Judá: Eis vosso Deus!
10 Eis o Senhor Deus que vem com poder, estendendo os braços soberanamente. Eis com ele o preço de sua vitória; faz-se preceder pelos frutos de sua conquista;
11 como um pastor, vai apascentar seu rebanho, reunir os animais dispersos, carregar os cordeiros nas dobras de seu manto, conduzir lentamente as ovelhas que amamentam´".
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 84/85
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade
e a vossa salvação nos concedei!


Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para que o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.
Leitura (2 Pedro 3,8-14)
Leitura da segunda carta de são Pedro.
3 8 Mas há uma coisa, caríssimos, de que não vos deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como, um dia.
9 O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam.
10 Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém.
11 Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade,
12 enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados!
13 Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.
14 Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz.
Palavra do Senhor.
Evangelho (Marcos 1,1-8)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas. Toda a carne há de ver a salvação do nosso Deus (Lc 3,4.6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 1 Princípio da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías:
2 Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho.
3 Uma voz clama no deserto: "Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas".
4 João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados.
5 E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
6 João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
7 Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
8 Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O MEU MENSAGEIRO
A vinda de Jesus foi devidamente preparada pela pregação e pelo testemunho de João Batista. O batismo de conversão para o perdão dos pecados, anunciado pelo Precursor, predispunha o coração das pessoas para a proposta do Reino que Jesus iria anunciar. A figura os costumes austeros do Batista constituíam um questionamento contínuo para quem buscava algo melhor e se dispunha a acolher o Messias que estava para vir.
O Precursor tinha consciência de ser um simples mensageiro de quem era mais forte do que ele e cuja grandeza tornava-o indigno até mesmo de desatar-lhe as sandálias. Tinha consciência da provisoriedade de sua missão. O batismo com água, que ele ministrava, seria substituído pelo batismo com o Espírito Santo, que seria conferido pelo Messias vindouro. Sua pessoa, pois, estava fadada a cair no esquecimento.
Contudo, o Batista não se sentia diminuído no exercício da missão que lhe fora confiada. Preparar os caminhos do Senhor era sua tarefa. Aplicava-se a ele, perfeitamente, o texto em que o profeta se referira ao mensageiro enviado por Deus para preparar o caminho do povo, de volta do exílio babilônico. Tratava-se, agora, de preparar o povo para entrar no Reino que seria instaurado por Jesus. O desempenho do Batista foi exemplar. Jesus podia caminhar seguro, nos caminhos preparados por ele.

Oração Senhor Jesus, a exemplo de João Batista, faze-me teu mensageiro, que prepare tua chegada no coração de quem precisa de ti.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade nossas humildes preces e oferendas, e, como não podemos invocar os nossos méritos, venha em nosso socorro a vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Levanta-te, Jerusalém, põe-te no alto e vê; vem a ti a alegria do teu Deus (Br 5,5; 4,36).
Depois da comunhão
Alimentados pelo pão espiritual, nós vos suplicamos, ó Deus, que, pela participação nesta eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.

Reflexão para o 2º Domingo do Advento


A liturgia deste II Domingo do Advento, de modo especial, nos propõe uma mudança radical que nos torne pessoas de acordo com o coração de Deus. A primeira leitura tirada do livro do Profeta Isaías nos dá uma visão do mundo querido por Deus e pelo qual deveríamos trabalhar para que se tornasse realidade: a harmonia reinando entre as criaturas, sejam animais racionais ou irracionais. O Evangelho nos leva à radicalidade ao apresentar a pessoa de João Batista: ele prega a metanoia, a mudança de mentalidade.
O termo técnico usado pela espiritualidade ao falar de mudança de pensar e de querer é a palavra grega metanoia. Usamos geralmente a palavra metamorfose para falar de mudança de forma. Metanoia é mudar de cabeça, de maneira de pensar e de agir.
João Batista prega isso ao falar em conversão e a mostra quando se apresenta com um modo de proceder bastante simples e voltado para aquele que virá – Jesus Cristo!
Se vivo voltado para mim mesmo, se sou consumista, se me fecho em meu mundinho formado por minha família e minha roda de amigos, se desconheço a realidade que está à minha volta e se penso apenas nos negócios da família, necessito de conversão. Se continuo assim, nunca será Natal em minha vida, mesmo que minha casa esteja bem iluminada e decorada, mesmo que em cada canto haja um presépio, mas será o famoso Natal consumista, sem a presença do aniversariante porque não existe lugar para ele com seus valores em nossa vida. 
O Natal autêntico é a abertura do coração ao Senhor para que venha até nós e se instale como quiser. Certamente os frutos serão a fraternidade, a alegria sincera, o serviço despretencioso, a gratuidade no ser e no agir.
Existe uma fábula de La Fontaine - o Cordeiro e o Lobo -  onde fica claro que o mais forte sempre possui uma razão para devorar o mais fraco, mesmo que seja sem culpa alguma do primeiro. Também nós, fechados em nosso mundo e confiantes em nossa sabedoria e discernimento, sempre encontramos razões para continuar fazendo o que nos agrada e julgar que sempre temos razão e os errados são os outros. Deixemo-nos questionar pela Palavra de Deus! É a nossa salvação, a libertação de nós mesmos! Eis o tempo propício à conversão, à mudança de mentalidade.
Se o coração não estiver mudado, o Senhor não virá até cada um de nós. A imagem usada pelo Batista deixa claro que para o rei poder chegar ao seu povo, necessita de haver caminhos endireitados, caso contrário se torna impossível. Não é que o Senhor exija caminhos, mas como entrar em um coração fechado, em uma mente que não se abre para acolher novas ideias e para sempre deixar outras? Como acolher o outro se temos muros que impedem o acesso a nós?
Na Eucaristia celebramos o mundo da partilha, onde Deus e não o dinheiro é o Pai. O caminho é o da austeridade de vida e o da solidariedade. E isso com todos os bens que possuímos, desde os materiais até os espirituais, passando pelos psicológicos, os afetivos, os intelectuais. O sacrificar-se pelo outro e até a própria liberdade se for o caso, faz parte dessa dinâmica, pois Eucaristia é o sacrifício da Vida, realizado pelo Amor, partilhada em favor de todos.
A segunda leitura nos ensina que essa acolhida será para todos os homens, sejam fracos ou fortes, sem preconceito algum. Mas ela também nos diz a necessidade de unirmos nossos sentimentos, a exemplo de Jesus Cristo. 
Além disso é preciso criar raízes. Nos primeiros tempos da Evangelização do Brasil, os nossos índios, após um tempo em que os missionários estavam contentes pelos aparentes frutos colhidos, voltavam aos antigos costumes, deixando com isso os missionários muito tristes com a falta de perseverança dos nativos. É necessário mudança radical!
Nesse segundo domingo peçamos ao Senhor que invada nosso coração e aplaine nossa afetividade, corrija nossos valores e derrube nossos muros. Que nossa vida, com toda sua riqueza seja colocada em favor da paz, da harmonia entre os homens. Que a paz e a beleza da noite de Natal, quando veio ao mundo o Príncipe da Paz, não seja impedida pelo nosso egoísmo, mas permitida pelo nosso querer e agir, pelo nosso coração. Advento/Natal é tempo de amar, tempo de mudar de vida para amar mais, em plenitude. 
Nossa vocação é o Amor! Vivamos o Amor sem limites, sem empecilhos, sem barreiras, o Amor da Noite de Natal!
SIR

PROCLAMAS MATRIMONIAIS

06 e 07 de dezembro de 2014


COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:
                                                                                  







·         IVAN CARLOS PARANHOS ARENA JUNIOR
E
ADRIANA MARIA BURGO DE MENDONÇA


·         ROMERO CESAR AFONSO DE MELO
E
MARIA IMACULADA CAMPELO OLIVEIRA



                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em  consciência a declarar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Confraternização de Fim de Ano

Convidamos todos os paroquianos, pastorais, movimentos, comunidades, amigos e colaboradores a participarem da festa de confraternização de fim de ano da nossa Paróquia Nossa Senhora das Candeias.
A festa será realizada no dia 20 de dezembro, sábado, a partir das 21h. Para participar é necessário comprar o convite na Secretaria Paroquial por R$100,00 (Mesa).
Não deixe de participar com a sua família deste momento de descontração que reunirá todos os amigos da nossa Paróquia.
Confraternização de Fim de Ano
Dia: 20 de dezembro
Horário: A partir das 21h
Local: Clube das Águias
Convites: R$ 100,00 (Mesa

Missa da Igreja Catedral será transmitida na TV Nova Nordeste a partir de domingo



IMG_5927A Arquidiocese de Olinda e Recife em parceria com a TV Nova Nordeste inicia no próximo domingo, 7 de dezembro, a transmissão da Missa celebrada na Igreja Catedral – Sé de Olinda. A tradicional celebração dominical irá ao ar das 9h às 10h no canal 22.
O arcebispo metropolitano, Dom Fernando Saburido, está feliz com a iniciativa e diz que será uma oportunidade para aquelas pessoas que não podem por algum motivo participar das celebrações nas igrejas. “A ideia é que a Celebração Eucarística possa chegar principalmente aos lares dos enfermos que têm dificuldade de se locomover até uma paróquia para participar da Missa”, ressaltou o religioso.
O apresentador do programa “O assunto é saúde” da TV Nova Nordeste, Rubem Souza, foi o idealizador do projeto. “Sempre tive um sonho de ter uma Missa transmitida pela televisão que tivesse a nossa linguagem. Levei a proposta para a direção da emissora que abraçou a ideia”, contou.
A TV Nova já opera no sistema digital e chega a todo o Estado de Pernambuco. Os telespectadores devem sitonizar através do canal 22 UHF e 21 VHF. O sinal também é transmitido para toda a América Latina através do satélite Star One B4 (3747 H  2500 | 3/4).
Rádios - A Missa também é transmitida todos os domingos pelas rádios Olinda AM 1030  e Clube FM 99,1.
tvnova

Transmissão da Missa Dominical da Igreja Catedral
Dias: todos os domingos a partir de 7 de dezembro
Horário: 9h
Canal: TV Nova Nordeste – Canal 22 UHF

Da Assessoria de Comunicação AOR

O papel da Igreja nas metrópoles


É necessário o 'diálogo com a multi-culturalidade', sem perder a própria identidade.
Para a Igreja, a cidade é seu campo de ação natural.
Por Dom Odilo Pedro Scherer*

De 24 a 26 de novembro, realizou-se em Barcelona um Congresso de bispos de grandes metrópoles do mundo; participaram os arcebispos de Barcelona, Madri, Lisboa, Lyon. Bordeaux, Zagreb (Croácia), Nápoles, Saigon, Mumbai Índia), Seul, Kinshasa (Congo), Abuja (Nigéria), Douala (Camarões), São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Santiago, Monterrey e São Francisco (USA). Também participou o Vigário de Roma, Cardeal Agostino Vallini.

As reflexões tinham como tema – “Deus vive na cidade”. De fato, esta foi a 2ª. etapa de uma iniciativa, que também contou com um simpósio de sociólogos e pastoralistas, em maio passado, igualmente em Barcelona. Ao todo, esses pastores de metrópoles têm na sua responsabilidade um rebanho de mais de 200 milhões de pessoas! No dia 27, o Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, os participantes do Congresso

As grandes metrópoles requerem uma urgente atenção pastoral; nelas joga-se o futuro da humanidade e também da Igreja. Quase a metade da população mundial já é urbana; no Brasil, já chega perto dos 80%. Não dá mais para imaginar o mundo sem as grandes cidades; pelo contrário, elas crescerão em número e em extensão nos próximos anos.

Para a Igreja, a cidade é seu campo de ação natural. Afirmar que “Deus vive na cidade” é mais que uma expressão poética ou retórica. Faz parte de nossa fé que Deus ama as pessoas onde quer que elas estejam e deseja que tenham vida plena. E Jesus enviou os apóstolos “a todo o mundo”, para proclamar o Evangelho a toda criatura! Os habitantes das metrópoles não poderiam ser excluídos dessa mandato universal.

As grandes cidades crescem aceleradamente, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, por causa das migrações e do êxodo rural; esse fenômeno acarreta, geralmente, todo tipo de degrado social e moral, por causa da falta de infra-estrutura urbana e de condições adequadas para a vida digna de tantas pessoas. A própria Igreja enfrenta desafios imensos para oferecer acolhida e serviços de evangelização e assistência religiosa a tantas pessoas.

O Papa Francisco disse aos participantes do Congresso que o desafio das metrópoles requer uma “mudança de mentalidade pastoral”; a Igreja não é mais a única referência cultural para as pessoas. Não é que devamos deixar-nos levar por um relativismo pastoral, perdendo a referência no Evangelho: “É preciso ter a coragem de uma pastoral evangelizadora audaz e sem temores”, para apresentar Jesus e o Evangelho ao homem e à mulher da cidade grande.

É necessário o “diálogo com a multi-culturalidade”, sem perder a própria identidade. Para tanto, é necessário conhecer a fundo o fenômeno urbano, seus imaginários coletivos as “cidades invisíveis” e suas linguagens, para encontrar o coração do homem urbano e oferecer-lhe o Evangelho da vida.

Elemento importante para a evangelização da cidade é a religiosidade do povo: se Deus habita a cidade, é necessário buscá-lo e reconhecê-lo onde Ele está e se manifesta, nas situações da vida urbana. Um bispo observou, durante o Congresso, que em sua diocese “metropolitana” foi assumido o propósito de prestar atenção aos “vigários de Cristo” na cidade e de ir ao seu encontro: os pobres, os doentes, os prisioneiros, os moradores de rua, os imigrados...

Francisco observou que o desafio da Igreja em relação aos pobres e rejeitados das metrópoles é duplo: acolhê-los com caridade e valorizar a sua fé, tantas vezes simples e até mesclada com elementos mágicos, mas deve ser valorizada, discernida e evangelizada.

A transformação da Igreja nas metrópoles requer “pensar tudo em termos de missão”, observou o Papa: sair, ir ao encontro em vez de esperar que as pessoas venham, adequar-se ao ritmo da cidade e inserir-se nele, horários de celebrações e atendimentos adequados às possibilidades do povo, igrejas de portas abertas, testemunho vigoroso da fé, incidência na cultura urbana, ir às periferias geográfica, humanas, sociais e existenciais, pastoral ecumênica, participação efetiva dos leigos na missão da Igreja.

O Deus que vive na cidade pede que a Igreja de Cristo se coloque ao serviço do seu reino com novo dinamismo e criatividade pastoral.
CNBB, 03-12-2014.
*Dom Odilo Pedro Scherer é cardeal e arcebispo de São Paulo (SP).

´Tempos pedem mudança nas ordens religiosas´


Não devemos ter medo de renovar as estruturas que já não respondem ao que Deus pede hoje, diz pontífice.
Por Cindy Wooden

As ordens religiosas e a Congregação vaticana que as auxilia devem ser ousadas na avaliação sobre se as atuais estruturas e práticas ajudam ou atrapalham na proclamação do Evangelho, na busca pela santidade e no serviço aos pobres, disse o papa Francisco.

“Não devemos ter medo de deixar os ‘odres velhos’, quer dizer, de renovar os hábitos e as estruturas que, na vida da Igreja e, portanto, também na vida consagrada já não respondem ao que Deus pede hoje para fazer avançar o seu Reino no mundo”, contou o pontífice, ex-provincial jesuíta, aos membros da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

O papa se reuniu com os membros desta congregação no dia 27 de novembro, três dias antes da abertura do Ano da Vida Consagrada. No mesmo dia, ele também se encontrou com os Padres Paulinos, as Filhas de São Paulo e outros grupos religiosos e leigos que se inspiram no beato Tiago Alberione através de ordens dedicadas à evangelização via imprensa.

Em sua fala aos membros da Congregação para os Religiosos, o papa disse que a Igreja deve ter coragem para reconhecer e mudar as “estruturas que nos dão uma falsa proteção e que condicional o dinamismo da caridade”, bem como “os hábitos que nos afastam do rebanho ao qual somos enviados e nos impedem de escutar o grito daqueles que esperam a Boa Nova de Jesus Cristo”.

O papa Francisco disse também que “desde o Concílio Vaticano II, o vento do Espírito continuou soprando com força”, pressionando as ordens religiosas a realizarem aquela renovação que o Concílio mesmo pediu e trazendo novas formas de vida religiosa na Igreja. “Na parcela da vinha do Senhor representada pelos que escolheram imitar a Cristo mais de perto” através votos de pobreza, castidade e obediência, disse o papa, “amadureceu a uva nova e se espremeu o vinho novo”.

A Congregação e as ordens religiosas, disse, são chamadas a “discernirem a qualidade e o sabor do ‘vinho novo’ colhido na longa temporada da renovação, e ao mesmo tempo avaliar se os odres que o contêm – representados pelas formas institucionais presentes atualmente na vida consagrada – são adequados para conter este ‘vinho novo’ e favorecer o seu pleno amadurecimento”.

O papa falou aos membros da Congregação saber que nem todas as notícias sobre a vida religiosa são boas e que a Igreja não deveria “esconder as fraquezas”, inclusive a “resistência de mudança em certos setores, a habilidade de atrair novos membros, o número não irrelevante daqueles que abandonam (a vida consagrada)... Isso é o que me preocupa, de verdade”.

O Vaticano e as próprias ordens devem tomar cuidado em aceitar candidatos e formá-los, acrescentou, mas também devem estar bastante cientes para garantir que “as tarefas institucionais e ministeriais” não sejam a prioridade em detrimento do desenvolvimento da vida espiritual dos membros. As ordens religiosas igualmente enfrentam “a integração difícil de diversidade cultural e geracional, o equilíbrio problemático do exercício da autoridade e o uso adequado dos bens materiais – a pobreza me preocupa também”.

Pedindo desculpas por dar “publicidade à minha família”, o papa disse que o fundador jesuíta, Santo Inácio de Loyola, descrevia o voto de pobreza como a “mãe e o muro” da vida consagrada: ele é a mãe porque dá a vida, é fonte de vida; e é o muro no sentido de que este voto protege os religiosos do mundanismo.

A reza é a primeira tarefa e auxílio para a santidade, disse.

“Por favor, digam aos novos membros que rezar não é perder tempo, adorar Deus não é perder tempo, louvar a Deus não é perder tempo”. Sem oração, falou, “o vinho será vinagre!”

Ao se encontrar logo depois com a família paulina, o papa Francisco continuou refletindo sobre a importância da reza e do discernimento dos métodos. “O segrego para a evangelização (...) é comunicar o Evangelho no estilo do Evangelho”, disse. “A alegria de um dom recebido a partir do puro amor deve ser comunicada com amor”.

O foco da partilha do Evangelho, disse o papa à família paulina, “está na constituição de vocês, está no DNA de vocês”.

“O objetivo final de nosso trabalho como cristãos nesta terra é alcançar a vida eterna”, disse-lhes. “Portanto, sermos uma Igreja peregrina – enraizada no compromisso de proclamar Cristo e o seu amor a toda criatura – impede-nos de continuar sendo prisioneiros das estruturas terrestres e mundanas”.

Confiando no Senhor e convencidos da ação do Espírito Santo, disse ele, os religiosos são chamados a não terem medo e, especialmente, a serem testemunhas de esperança e alegria no mundo.

Virando-se em particular para o ministério paulino através de livros, televisão, filmes e outros meios de comunicação, o papa pediu-lhes para “jamais promoverem o conflito, jamais imitarem aqueles meios de comunicação que olham somente para o espetáculo do conflito e provocam escândalos”.

Estejam certos, disse ele, de que o Espírito Santo irá inspirar a criatividade necessária para proclamar, fielmente, o Evangelho. “Muitos ainda estão à espera de conhecer Jesus Cristo. A criatividade da caridade desconhece limites e irá sempre abrir novos caminhos” de evangelização, completou.
Catholic News Service, 01-12-2014.