sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sobre os católicos divorciados em segunda união e a Eucaristia


Em primeiro lugar, a situação dos fiéis católicos divorciados e que contraíram uma segunda união constitui um problema complexo e doloroso para a pastoral da Igreja, a qual acompanha com preocupação de Mãe e Mestra. Ela que quer estar perto de seus filhos, inclusive nas situações mais dolorosas com a misericórdia, e não pode nem deve abandonar os seus filhos divorciados que se casam novamente, porém deve ajudar os divorciados, procurando com caridade solícita que eles não se considerem separados da Igreja.

Contudo, diante de questionamentos sobre a mudança da disciplina sobre a restrição da comunhão para os divorciados casados em segunda união, a Igreja, como fez o Beato João Paulo II e o Santo Padre Bento XVI, reafirma a sua prática, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística, porque a aliança matrimonial indissolúvel é expressão do amor indissolúvel de Cristo e sua Igreja, do qual a Eucaristia é o sacramento, sendo assim a Eucaristia um sacramento esponsal. A Eucaristia corrobora, confirma a unidade e o amor indissolúvel. A Exortação Apostólica Familiaris Consortium e a Exortação Apostólica Pós-sinodal Sacramentum Caritatis afirmam que a situação dos divorciados recasados contradiz objetivamente a união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia. Outra razão apresentada por João Paulo II é que pode induzir os fiéis ao erro sobre a indissolubilidade do matrimônio. Sabe a Igreja que muitos dos seus filhos até sofrem por conta de que não podem comungar e muitos dos divorciados em segunda união têm conhecimento do valor da Eucaristia na vida do cristão. Mas a Igreja é servidora da Palavra de Deus, não está acima dela. É neste sentido que a Igreja tem atuado. Não se trata de uma punição, mas uma realidade do Evangelho: não esqueçamos que o mesmo Senhor que falou da importância da Eucaristia – “se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue não tereis a vida em vós” – também disse: “o que Deus uniu o homem não separe”. Mais do que sentir angústia ou até revolta, os fiéis em segundo casamento devem cultivar no coração o desejo ardente da Eucaristia.

A Igreja sugere a prática da comunhão espiritual, que é o ato piedoso de desejo de se unir espiritualmente ao Senhor na Eucaristia, é desejar receber os efeitos da Eucaristia, embora não possamos dizer que a comunhão espiritual tenha igual valor à comunhão eucarística. Ela é recomendada pelos santos, por exemplo, Beato João Paulo II, Santa Teresa de Jesus, Santo Afonso de Ligório, ao longo da história e muito alimentou os corações de pessoas santas. São Tomás, com doutrina segura, afirma que há duas maneiras de receber a Eucaristia, a sacramental e a espiritual, e que, pela recepção espiritual, recebe-se o efeito deste sacramento: o homem se une a Cristo. A comunhão espiritual inclui o voto ou desejo de receber o sacramento. Na hora da Santa Comunhão, os que estão impossibilitados podem manifestar a Jesus o desejo de recebê-lo e confidenciar a própria situação e confiar nele, oferecendo-se em sacrifício espiritual de louvor, de adoração, de prece, de pedido de misericórdia. E é esta a participação ativa na Missa como nos pede o Concílio Vaticano II.

Por não poderem comungar significa que os divorciados recasados estão fora da Igreja? Não! Eles continuam a pertencer à igreja. A Igreja acompanha com preocupação e atenção de mãe, recomendado que cultivem um estilo cristão de vida, através da participação da Santa Missa, ainda sem receber a comunhão, da escuta da Palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da cooperação na vida comunitária, do diálogo e acompanhamento com sacerdote na direção espiritual, no serviço da caridade, das obras de penitência, do empenho na educação dos filhos. Isso é pouco? Evidente que não. Ah, se a maioria dos católicos assim vivesse! O Santo Padre Bento XVI recentemente manifestou sua aproximação a estes filhos que estão nesta situação: “Considero grande tarefa duma paróquia, duma comunidade católica, fazer todo o possível para que elas sintam que são amadas, acolhidas, que não estão «fora», apesar de não poderem receber a absolvição nem a Comunhão: devem ver que mesmo assim vivem plenamente na Igreja. Mesmo se não é possível a absolvição na Confissão, não deixa talvez de ser muito importante um contacto permanente com um sacerdote, com um diretor espiritual, para que possam ver que são acompanhadas, guiadas. Além disso, é muito importante também que sintam que a Eucaristia é verdadeira e participam nela se realmente entram em comunhão com o Corpo de Cristo. Mesmo sem a recepção «corporal» do Sacramento, podemos está, espiritualmente, unidos a Cristo no seu Corpo. É importante fazer compreender isto. Oxalá encontrem a possibilidade real de viver uma vida de fé, com a Palavra de Deus, com a comunhão da Igreja, e possam ver que o seu sofrimento é um dom para a Igreja, porque deste modo estão ao serviço de todos mesmo para defender a estabilidade do amor, do Matrimônio; e que este sofrimento não é só um tormento físico e psíquico, mas também um sofrer na comunidade da Igreja pelos grandes valores da nossa fé. Penso que o seu sofrimento, se realmente aceite interiormente, seja um dom para a Igreja. Devem saber que precisamente assim servem a Igreja, estão no coração da Igreja.”

Quanto à solicitação de uma bênção para a segunda união, o respeito pelo sacramento do matrimônio proíbe, afirma João Paulo II, que os pastores, por qualquer motivo ou pretexto mesmo pastoral, fazer, em favor dos divorciados que contraem uma nova união, cerimônia de qualquer gênero porque dariam a impressão de celebração de novas núpcias sacramentais e induziriam em erro sobre a indissolubilidade do matrimônio. Pessoalmente, aconselharia convidar o sacerdote da Paróquia por ocasião de aniversário natalício de um dos cônjuges ou dos filhos ou por ocasião do nascimento dos filhos ou para bênção da residência e, nestes casos, poderia ser dada a bênção própria para esses acontecimentos da vida familiar, segundo o Ritual de Bênção, e não bênção para a segunda união. A bênção matrimonial segundo o Ritual Católico só é possível dentro da celebração do Matrimônio. Os padres não têm autoridade para liberar a comunhão nem para conceder bênção da segunda união ou das alianças e só poderão atuar com verdadeira compaixão e caridade agindo humildemente na verdade.

Se um casal ou um dos cônjuges tem dúvida de que o primeiro matrimônio foi realmente válido, procure a nossa Câmara Eclesiástica, na Cúria Metropolitana, no horário da manhã, nas quartas e sextas-feiras, e poderá receber informações para um possível processo de declaração de nulidade do matrimônio, não de anulação, pois não se anula casamento. O serviço da Pastoral Familiar, em sintonia com o ensinamento da Igreja, tem um setor próprio para acompanhar e ajudar os casais divorciados em segunda união a fim de que se sintam filhos da Igreja e que conheçam a misericórdia de Cristo que veio não para chamar os justos, mas os pecadores que precisam de conversão, e vão conhecendo a verdade do Evangelho – e a verdade liberta – e confiando na lei de Deus e nas disposições da Igreja que protegem o matrimônio e a família, cuidando do bem espiritual de seus filhos.

Pe. Moisés Ferreira de Lima
Vice-chanceler da Cúria e Membro da Comissão Arquidiocesana
de Pastoral para a Doutrina da Fé

Seis diáconos permanentes serão ordenados nesta sexta-feira, 21




Após a Ordenação Presbiteral, ocorrida na última segunda-feira, 17, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, consagra nesta sexta-feira, 21, seis novos diáconos permanentes. A Concelebração Eucarística de Ordenação será na Igreja Catedral, Sé de Olinda, a partir das 19h.

Recebem o Sacramento da Ordem no grau do Diaconato:

Adrião Faustino de Freitas Neto (Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Cruz de Rebouças – Igarassu
Aerton Carvalho Silva (Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Casa Forte – Recife)
Egídio do Prado (Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida – IPSEP – Recife)
Heleno da Silva Brainer (Paróquia Nossa Senhora da Paz - Afogados – Recife)
Josenaldo Lopes da Silva (Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida – IPSEP – Recife)
Nélio José Lira Pereira (Paróquia Santo Antão – Vitória de Santo Antão)


Igreja Catedral – Sé de Olinda
Local: Rua Bispo Coutinho, 726 – Alto da Sé
Dia: 21 de dezembro de 2012
Horário: 19h

CNBB cria Comissão Especial para os Bispos Eméritos



logocnbb2012A Presidência da CNBB criou nesta quarta-feira, 19 de dezembro, a Comissão Especial para os Bispos Eméritos. Esta é a terceira comissão especial da Conferência, uma vez que já conta com uma para acompanhar a realização da Missão Continental e outra para a Amazônia. Segundo o documento oficial de criação, a Comissão Especial para os Bispos Eméritos terá como atribuições: "acompanhar os bispos eméritos; apoiar e dar assistência aos mesmos; ser elo de comunicação entre os bispos e bispos eméritos;atender às necessidades dos eméritos que não sejam supridas pelas respectivas dioceses".
Veja a íntegra do documento que cria, oficialmente, a Comissão Especial.

Brasília/DF, 19 de dezembro de 2012

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, no exercício de suas atribuições e nos termos do Art. 49,k do Estatuto Canônico da CNBB, nomeia a COMISSÃO ESPECIAL PARA OS BISPOS EMÉRITOS constituída pelos seguintes membros:

Bispos:
Dom Geraldo Cardeal Magela Agnelo – Presidente
Dom Albano Cavalin
Dom Lelis Lara, C.S.s.R
Dom Angélico Sandalo Bernardino
Dom Augusto Alves da Rocha
Dom Esmeraldo de Farias

Secretário:

Pe. Valdecir Ferreira
Ligada à Presidência da CNBB, a Comissão terá como atribuições: acompanhar os bispos eméritos; apoiar e dar assistência aos mesmos; ser elo de comunicação entre os bispos e bispos e os bispos eméritos; atender às necessidades dos eméritos que não sejam supridas pelas respectivas dioceses.

Cardeal Raymundo Damasceno de Assis
Arcebispo de Aparecida (SP)
Presidente da CNBB

José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luis (MA)
Vice-Presidente da CNBB

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB

Virtudes heroicas de Paulo VI são reconhecidas pelo Vaticano


Papa_Paulo_VI_2012

O papa Bento XVI autorizou, nesta quinta-feira, 20 de dezembro, a Congregação das Causas dos Santos a promulgar os Decretos concernentes a numerosos novos Santos, entre os quais, Antônio Primaldo e companheiros, mais de 800, assassinados por ódio à fé durante o assédio turco de Otranto – sul da Itália – em 1480; concernentes também a 40 novos Beatos, entre os quais muitos mártires durante a guerra civil espanhola; e também concernentes a 10 novos Veneráveis, entre os quais o Papa Paulo VI, de quem foram reconhecidas as virtudes heroicas.
O papa Paulo VI ficou à frente da Igreja Católica por 15 anos, entre os anos de 1963 e 1978. Um decreto assinado pelo Sumo Sacerdote tornou Paulo VI “venerável”, primeiro dos três passos que levam à canonização.
Giovanni Battista Enrico Antônio Maria Montini, nome de batismo de Paulo VI, nasceu em 1897, na cidade de Concésio, na Itália. Ele foi responsável por dar continuidade ao Concílio do Vaticano II, após o falecimento do papa João XXIII.
Paulo VI é lembrado pelas viagens que fez ao redor do mundo — visitou Jerusalém, Índia, Colômbia, Uganda, entre outros países — e por sua busca por um diálogo sem precedentes com outras nações e religiões.
“Paulo VI teve um papel muito importante para a Igreja. Foi um dos primeiros a viajar para fora da Itália e entendeu a necessidade de mudanças para que a Igreja voltasse a atrair os mais pobres e necessitados”, atesta dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília (DF).
Milagre
A principal causa defendida para a beatificação é a cura de um feto diagnosticado com problemas cerebrais irreversíveis na Califórnia, Estados Unidos. Aconselhada a abortar, a mãe escolheu manter a gravidez e rezar para Paulo VI. Saudável, o menino completou 16 anos.
A beatificação inclui Paulo VI em uma longa lista papas que tiveram um ato reconhecido pelo Vaticano como milagre. A canonização, ou cerimônia que torna um venerável santo, é atribuída após o reconhecimento de ao menos dois milagres. Em maio de 2011, o papa João Paulo II foi beatificado em tempo recorde numa cerimônia que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas na Praça São Pedro. Junto com João XXII e Pio IX, ele faz parte do grupo de três papas beatificados desde os anos 2000.

O perfil de Maria - Evangelho do Dia


"Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!"


(Foto: )
Lucas 1,39-45
As palavras inspiradas de Isabel, ao se encontrar com sua prima Maria traçam o perfil de quem tinha sido destinada a ser a mãe do Salvador.

Maria é a mulher bendita por excelência. Repousando sobre ela as bênçãos divinas, sua vida estava indissociavelmente ligada a Deus. Sem deixar de ser humilde serva, sua humanidade revestia-se de um brilho especial. Tornava-se um modelo não apenas de mulher, mas de ser humano.

Maria trazia em seu ventre um fruto santo. A prole era um dos indicadores seguros da bênção divina. A humilde Virgem de Nazaré recebera, porém, uma bênção suplementar: a de ser a mãe do Messias. Tudo isto por estar disposta a ser totalmente fiel a Deus.

Maria é mulher de fé. Aqui reside a sua verdadeira grandeza, pois a maternidade decorre desta sua virtude. E sua fé se desdobra em forma de confiança e entrega disponível nas mãos de Deus. Porque crê, assume o projeto divino, embora desconhecendo como irá realizar-se. Joga-se, inteiramente, nas mãos de Deus, certa de não ficar decepcionada.

Maria é a mãe do Senhor de todos os povos. A exclamação de Isabel: “Como posso  merecer que a mãe de meu Senhor venha me visitar?” revela as reais dimensões da maternidade de Maria. O Senhor de Isabel é o Senhor do povo de Israel e Senhor de todos quantos haveriam de crer. Este Senhor de toda a humanidade estava ali, no ventre de Maria.
Oração
Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência.

Evangelho do dia

Ano C - Dia: 21/12/2012



Encontro dos dois Meninos por nascer
Leitura Orante

Lc 1,39-45

Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse. 


LEITURA ORANTE
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:
Agradeço-te, meu Deus,
porque me chamaste,
tirando-me das minhas ocupações do dia-a-dia,
muitas vezes difíceis e pesadas,
para aqui me encontrar contigo.
Dispõe o meu coração na paz e na humildade
para poder ser por ti encontrado/a e ouvir a tua Palavra.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 1,39-45.
Lucas narra o encontro dos dois filhos por nascer: João e Jesus. É o encontro destas duas mães. Maria, mãe do Filho de Deus e Isabel, mãe do precursor, João Batista. Uma jovenzinha, Maria. E outra, de idade avançada, Isabel. Maria era virgem. Isabel, de idade avançada. Feita a saudação de Maria, Isabel responde profetizando: "Você é a mais abençoada de todas as mulheres. A criança que você vai ter é abençoada também. Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?" Nestas palavras, Isabel manifesta fé, reconhece a maternidade e o Messias, quando diz "meu Senhor". Ao dizer "você é a mais abençoada", esta bênção traz alegria para Isabel e a seu filho: "a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga". Esta bênção, fruto da fé, gera uma série imensa de louvores a Deus que Maria expressa no seu cântico. A visita de Maria a Isabel tornou-se a "visita de Deus ao seu povo", diz o Catecismo da Igreja Católica (717)

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Recordamos as palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: "Nossos povos encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria. Nela vem refletida a mensagem essencial do Evangelho. (...)Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo." (DA 265).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com um grande sacerdote, o bem-aventurado Tiago Alberione:
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de reconhecimento das maravilhas que Deus faz em cada pessoa que encontrar hoje.

Santo do dia


São Pedro Canísio
1521-1597


21 de dezembro

São Pedro Canísio

A catequese sempre exerceu um fascínio tão grande sobre Pedro Canísio que, quando tinha menos de treze anos, ele já reunia meninos e meninas à sua volta para ensinar passagens da Bíblia, orações e detalhes da doutrina da Igreja. Mais tarde, seria autor de um catecismo que, publicado pela primeira vez em 1554, teve mais de duzentas edições e foi traduzido em quinze línguas. Mas teve também grande atuação no campo teológico, combatendo os protestantes.

Peter Kanijs para os latinos, Pedro Canísio nasceu em 8 de maio 1521, no ducado de Geldern, atual Holanda. Ao contrário dos demais garotos, preferia os livros de oração às brincadeiras. Muito estudioso, com quinze anos seu pai o mandou estudar em Colônia e, com dezenove, recebeu o título de doutor em filosofia. Mas não aprendeu somente as ciências terrenas. Com um mestre profundamente católico, Pedro também mergulhou, prazerosamente, nos estudos da doutrina de Cristo, fazendo despertar a vocação que se adivinhava desde a infância.

No ano seguinte ao da sua formatura, os pais, que planejaram um belo futuro financeiro para a família, lhe arranjaram um bom casamento. Mas Pedro Canísio recusou. Não só recusou como aproveitou e fez voto eterno de castidade. Foi para Mainz, dedicar-se apenas ao estudo da religião. Orientado pelo padre Faber, célebre discípulo do futuro santo Inácio de Loyola, em 1543 ingressou na recém-fundada Companhia de Jesus. Três anos depois, ordenado padre jesuíta, recebeu a incumbência de voltar para Colônia e fundar uma nova Casa para a Ordem. Assim começou sua luta contra um cisma que abalou e dividiu a Igreja: o protestantismo.

Quando era professor de teologia em Colônia, sendo respeitado até pelo imperador, Pedro Canísio conseguiu a deposição do arcebispo local, que era abertamente favorável aos protestantes. Depois, participou do Concílio de Trento, representando o cardeal Oto de Augsburg. Pregou e combateu o cisma, ainda, em Roma e Messina, onde lecionou teologia. Mas teve de voltar à Alemanha, pois sua presença se fazia necessária em Viena, onde o protestantismo fazia enormes estragos.

Foi nesse período que sua luta incansável trouxe mais frutos e que também escreveu a maior parte de suas obras literárias. Fundou colégios católicos em Viena, Praga, Baviera, Colônia, Innsbruck e Dillingen. Foi nomeado pelo próprio fundador, Inácio de Loyola, provincial da Ordem para a Alemanha e a Áustria. Pregou em Strasburg, Friburg e até na Polônia, sempre denunciando os seguidores do sacerdote Lutero, pai do protestantismo.

Admirado pelos pontífices e governantes do seu tempo, respeitado como primeiro jesuíta de nacionalidade alemã, Pedro Canísio morreu em 21 de dezembro de 1597, em Friburg, atual Suíça, após cinqüenta e quatro anos de dedicação à Companhia de Jesus e à Igreja. Foi canonizado por Pio XI, em 1925, para ser festejado, no dia de sua morte, como são Pedro Canísio, doutor da Igreja, título que também recebeu nessa ocasião.