Comentário do Evangelho
Não faltou quem interpretasse, de maneira maldosa, os
milagres de Jesus. Havia quem os atribuísse a um poder de origem
demoníaca. Jesus estaria pactuando com Satanás, seus milagres seriam uma
macabra prova deste conluio.
Tal interpretação foi veementemente refutada pelo Mestre. Seu argumento
era muito simples. A cura de um possesso significa que Satanás deixou de
ter poder sobre um ser humano. Para expulsar Satanás, é preciso que o
exorcista seja seu inimigo e se oponha a ele, de forma radical. Se não
fosse assim, algo de errado estaria acontecendo no mundo dos demônios.
Ao curar os possessos, Jesus impunha uma derrota fatal a Satanás, uma
vez que a ação do Mestre tinha sua origem em Deus, portanto, indicava,
claramente, que Deus estava exercendo seu senhorio sobre a história
humana. Doravante, as pessoas não mais iriam viver submetidas às forças
do mal. Em nome de Deus, Jesus viera para libertá-las desta opressão.
O Reino de Deus fazia-se presente no meio do povo, por meio do Filho.
Seus gestos poderosos eram um claro sinal desta novidade. Portanto, a
expulsão dos demônios era prenúncio de que o esquema antigo do pecado
tinha sido abalado nos seus alicerces.
Oração
Senhor Jesus, faze-me ver, nos teus gestos poderosos, a presença do
Reino de Deus atuando em nossa história, para trazer-nos libertação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês)
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Leitura
Joel 1,13-15;2,1-2
Leitura da profecia de Joel.
1 1 Oráculo do Senhor dirigido a Joel, filho de Fatuel.
2 Ouvi isto, anciãos, estai atentos, vós todos habitantes da terra!
Aconteceu uma coisa semelhante em vossos dias, ou nos dias de vossos
pais?
3 Narrai-o a vossos filhos, vossos filhos a seus filhos, e estes à geração seguinte!
4 O que a lagarta deixou, o gafanhoto devorou; o que deixou o gafanhoto,
o roedor devorou; e o que ficou do roedor, o devastador comeu.
5 Despertai, ó ébrios, e chorai; bebedores de vinho, lamentai-vos, porque o suco da vinha foi tirado da vossa boca!
6 Minha terra foi invadida por um povo forte e inumerável; seus dentes são dentes de leão, e tem mandíbulas de leoa.
7 Devastou o meu vinhedo, destruiu minha figueira, descascou-a
completamente, lançou-a por terra e seus ramos tornaram-se brancos.
8 Clama como uma virgem cingida de saco para chorar o prometido de sua juventude.
9 Já não há oferta nem libação no templo do Senhor. Os sacerdotes, servos do Senhor, estão de luto.
10 Os campos estão devastados, o solo enlutado. O trigo foi destruído, o mosto perdido, o óleo estragado.
11 Os lavradores estão desamparados, os vinhateiros lamentam-se por
causa do trigo e da cevada, porque a colheita foi destruída.
12 A vinha secou, a figueira murchou; a romãzeira, a palmeira, a
macieira, todas as árvores definham; a alegria, envergonhada, foi para
longe dos homens.
13 Revesti-vos de sacos, sacerdotes, e batei no peito! Lamentai-vos,
ministros do altar! Vinde, passai a noite vestidos de saco, servos de
meu Deus!
15 Clamai ao Senhor: “Ai, que dia!” O dia do Senhor, com efeito, está
próximo, e vem como um furacão desencadeado pelo Todo-poderoso.
1 Tocai a trombeta em Sião, dai alarme no meu monte santo! Estremeçam
todos os habitantes da terra, eis que se aproxima o dia do Senhor,
2 dia de trevas e de escuridão, dia nublado e coberto de nuvens. Tal
como a luz da aurora, derrama-se sobre os montes um povo imenso e
vigoroso, como nunca houve semelhante desde o princípio, nem depois
haverá outro até as épocas mais longínquas.
Palavra do Senhor.
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Salmo 9A(9)
O Senhor há de julgar o mundo inteiro com justiça!
O Senhor, de coração vos darei graças,
as vossas maravilhas cantarei!
Em vós exultarei de alegria,
cantarei ao vosso nome, Deus altíssimo!
Repreendestes as nações, e os maus perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.
Mas Deus sentou-se para sempre no seu torno,
preparou o tribunal do julgamento;
julgará o mundo inteiro com justiça
e as nações há de julgar com equidade.
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