A lógica humana busca muitas vezes a autorrealização no poder, no
domínio, mas a Encarnação e a Cruz “nos recordam que a plena realização
está no conformar a própria vontade humana àquela do Pai, no esvaziar-se
do próprio egoísmo para encher-se do amor e da caridade de Deus” e,
assim, ser capaz de amar os outros. Foi o que enfatizou o Papa Bento XVI
na audiência geral desta quarta-feira, 27.
Na Sala Paulo VI, no Vaticano, o Pontífice deu continuidade ao ciclo de
catequese sobre a oração segundo as Cartas de São Paulo. Desta vez, ele
refletiu sobre a Carta aos Filipenses, escrita enquanto o apóstolo
estava na prisão. Mesmo diante da morte iminente ele encontra força e
alegria, pois o “Apóstolo nunca afastou seu olhar de Cristo, tornando-se
semelhante a Ele na morte, ‘com a esperança de conseguir a ressurreição
dentre os mortos'".
Assim, o Santo Padre destacou que o homem não consegue se encontrar
fechado em si mesmo. "É necessário ter uma escala de valores na qual em
primeiro lugar está Deus, para afirmar como São Paulo: ‘julgo como perda
todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de
Jesus Cristo, meu Senhor’ (Fl 3,8). O encontro com o Ressuscitado lhe
fez compreender que é Ele o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a
própria existência", salienta Bento XVI.
Como rezar
O Papa também especificou qual a melhor maneira de rezar, ressaltando
que a oração é feita de silêncio e palavra, de canto e de gestos que
envolvem a pessoa inteira: da boca à mente, do coração ao corpo inteiro.
"O ajoelhar-se diante do Santíssimo Sacramento ou colocar-se de joelhos
na oração expressa justamente a atitude de adoração diante de Deus,
também com o corpo. Daí a importância de fazer isso não por hábito, com
pressa, mas com profunda consciência. Quando nos ajoelhamos diante do
Senhor, nós professamos a nossa fé Nele, reconhecemos que é Ele o único
Senhor da nossa vida”, afirmou.
Por fim, o Santo Padre aconselhou os fiéis a fixar o olhar sobre o
crucifixo durante a oração, colocar-se em adoração mais vezes diante da
Eucaristia e entregar a própria vida ao amor de Deus, "que se inclinou
com humildade para elevar-nos até Ele".
Fonte: Canção Nova
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