sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cardeal da Opus Dei, que investiga o Vatileaks, anuncia “surpresas”

O cardeal espanhol Julián Herranz, que dirige a comissão de cardeais encarregada de investigar o escândalo gerado pelo vazamento de documentos secretos, do papa Bento XVI, conhecido como Vatileaks, anunciou nesta terça-feira que em breve “revelará surpresas”.

A reportagem está publicada no sítio Religión Digital, 27-06-2012. A tradução é do Cepat.

Interrogado pela imprensa italiana, o purpurado reconheceu que a investigação avança “com rapidez e exatidão” e que o trabalho que conduz, junto com o cardeal eslovaco Jozef Tomko e o italiano Salvatore De Giorgi, “é intenso e ao mesmo tempo útil”, disse. O purpurado admitiu que no Vaticano “todos colaboram”.

O cardeal Herranz, que pertence ao movimento conservador Opus Dei e que costuma ser uma pessoa muito discreta, não esclareceu sobre “a surpresa” que revelará.

“É evidente que nesta fase é necessário manter uma reserva absoluta, porque as pessoas envolvidas, até a conclusão da investigação, têm direito a isso”, destacou. “Trabalhamos com rapidez, mas não podemos estabelecer concretamente os prazos da investigação”, comentou.

Os interrogatórios acontecem num ritmo intenso, com uma média de quatro a cinco pessoas convocadas pela comissão semanalmente, entre religiosos, leigos e responsáveis dos dicastérios ou ministérios da Cúria Romana, explicou Herranz.

No sábado passado, Bento XVI se reuniu com um grupo de cardeais para que o aconselhassem sobre como tratar o inédito vazamento de documentos à imprensa. A imagem do Vaticano foi prejudicada pelo vazamento de uma centena de documentos internos, entre eles numerosas cartas particulares dirigidas ao Papa ou a seu secretário. Isto tem provocado uma das maiores crises do papado de Bento XVI, uma vez que coloca em suspeita, inclusive, sua liderança como guia da Igreja.

Apenas uma pessoa se encontra detida devido a esse caso, o mordomo do Papa, Paolo Gabriele, que desde o dia 23 de maio permanece numa cela especial no Vaticano. Segundo a imprensa italiana, o mordomo não era o único a fornecer documentos para a imprensa italiana. Outras pessoas já romperam o juramento de confidência que deve ser observado por todos os que trabalham na administração do Vaticano. Gabriele está sujeito a uma pena de seis anos de cadeia.

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