quinta-feira, 5 de julho de 2012

Leigo mártir da Índia torna-se símbolo das atuais perseguições

Roma, 05 jul (SIR/ACI/EWTN Noticias) - O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano, Cardeal Ângelo Amato, assinalou que o mártir indiano do século XVIII, Devasayam Pillai, constitui um exemplo a ser seguido no tempo presente em que a perseguição contra os cristãos é uma realidade em muitos países.
Em entrevista ao jornal vaticano L’Osservatore Romano e falando sobre as testemunhas da fé cujos decretos foram aprovados pelo Papa no último 28 de junho, o Cardeal ressaltou que "a história deste mártir é verdadeiramente extraordinária". Pallai, assinalou o Cardeal, "era um hindu de uma casta alta, a dos guerreiros. Quando se converteu ao cristianismo recebeu críticas e foi açoitado por parte de seus compatriotas hindus, mas não sofreu apenas isso". "Foi preso e torturado com toda classe de suplício, mas persistiu heroicamente até o fim para não renunciar à sua fé batismal.
Assim é uma belíssima e grande figura de testemunho para a Índia de hoje, porque também nestes tempos a Igreja na Índia é perseguida, mas mantém em alta a fé em Cristo", disse o Cardeal. Pillai, nascido em 23 de abril de 1712, foi educado em uma das altas castas da Índia, país no qual os estratos estão muito definidos e onde os cristãos costumam estar entre as castas mais baixas. Estudou artes marciais e arco e flecha. Converteu-se à fé católica e recebeu o batismo em 14 de maio de 1745 na diocese de Kottar, tomando o nome de Devasayan, que na língua tamil é o equivalente a Lázaro.
Sua conversão, junto à de sua esposa que tomou o nome de Gnanapoo Ammaal (Teresa em língua tamil) teve sua origem na amizade com o capitão holandês Eustachius De Lannoy, quem em 1741 liderou uma expedição à Índia para controlar o porto de Colachel em Travancore. Foi aprisionado e logo perdoado com a condição de servir nas forças armadas locais. A conversão de Pallai gerou a ira e a confrontação das autoridades locais já que ele se misturava com pessoas de outras castas. Foi falsamente acusado de revelar, trabalhando ao serviço do rei do Travancore, segredos de Estado a grupos rivais e a nações europeias. Foi preso em 23 de fevereiro de 1749 por causa de sua fé católica, foi torturado e durante três anos foi levado de povo em povo para mostrar o que acontecia com os que se convertiam do hinduísmo ao cristianismo.
Ele pôde superar este período graças à oração e a predicação da fé aos que queriam escutá-lo. Recebia a comunhão de maneira secreta por parte de sacerdotes que conseguiam ingressar em sua cela. Devasayan Pallai foi fuzilado em 14 de janeiro de 1752 na localidade de Aralvaimozhi, em Tamil Nadu. Seu corpo foi arrojado em uma pilha de rocha e deixado ali para ser devorado pelos animais. Os restos resgatados foram sepultados no altar da igreja de São Francisco de Kottar. Com a declaração do Papa que aprova seu martírio, agora só falta a data para a beatificação de Devasayan Pallai a ser definida pelas autoridades eclesiásticas competentes.

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