quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Bispo de Frederico Westphalen: A caridade, não acaba nunca

Frederico Westphalen, RS, 31 jan (SIR) - Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul, em um artigo intitulado "A caridade não acaba nunca" reflete sobre as características da caridade, bem como a sua excelência no conjunto das virtudes teologais e morais.
De acordo com o prelado, a caridade é paciente, amável, compreensiva, além de gerar a paz para vencer a violência; o sorriso e o perdão para esquecer as injúrias; a paciência perante as incompreensões e os desvarios. Ele ainda afirma que a caridade transforma a vida, pois ela é a maior das virtudes, é ela que faz os santos. "A caridade para com o próximo é uma derivação da caridade para com Deus. O amor de Deus e do próximo são inseparáveis porque são manifestação da mesma caridade. Ela descobre no próximo um filho de Deus, um irmão de Jesus Cristo. Esta é a máxima norma e tudo deve tender para ela. Praticá-la é revelar aos homens o rosto de Deus", destaca.
Sem a caridade, salienta dom Antônio, as outras virtudes ficam mortas, pois o mais belo corpo sem alma será cadáver exânime. O bispo acha importante ressaltar ainda que se também não praticarmos a caridade, se não formos fecundados pelo amor de Deus, a transbordar em amor aos homens, não passamos de cadáveres ambulantes. "A caridade não acaba nunca. Permanece para sempre. A fé há de converter-se em visão beatífica nos esplendores da luz perpétua. A esperança tornar-se-á em posse da vida eterna: estaremos sempre com o Senhor. A caridade, essa não acaba nunca, é imortal, como a alma, como a própria Divindade. Deus é Amor, é caridade. O homem caridoso é homem divinizado, é santo", acrescenta o bispo.
O prelado cita o ditado "Ninguém nasce sabendo", para enfatizar que temos de nos educar, aprender tudo aquilo que é indispensável para viver em sociedade, para levar uma vida condigna. Segundo ele, também precisamos ser educados para o amor, para a caridade, como para as demais virtudes, e não apenas para a caridade visível, mas ainda para a invisível, aquela que se exerce pela oração, pelo sofrimento e pelo silêncio. "Isto implica esforço, trabalho da nossa parte cooperando fiel e generosamente com a graça que Deus nos oferece; e com a ajuda dos pais, dos catequistas, dos professores e demais educadores".
Fracasso nos relacionamentos
Para dom Antônio, o fracasso das nossas relações interpessoais, o caráter fútil e passageiro dos nossos encontros, a multiplicação de divórcios e rupturas, tudo isso manifesta a falta de preparação das pessoas para viverem o essencial, o amor, confundindo os instintos e as paixões espontâneas com a experiência do amor. Ele afirma que a banalização do amor significa a sua perversão e, portanto, é preciso contrariar as falsas concepções do amor, a idolatria do sexo e as falsas concepções da felicidade. "Claro que, para o homem carnal, o amor autêntico é uma loucura que ele não compreende. Quando a Igreja lembra a verdade a este respeito não o faz pela mania de se meter na vida das pessoas ou, pior ainda, pela sua tendência para ser desmancha-prazeres. O prazer também foi criado por Deus. Mas acima do prazer está o amor que lhe serve de base e lhe garante a plenitude. O que a Igreja condena é o prazer sem amor, porque isso redunda sempre em frustração, egoísmo, desencanto e muitos outros traumas que não deixam as pessoas serem verdadeiramente felizes."
Egoísmo e desamor

E, conforme o bispo, este é o sentido da castidade: a verdade do amor, e é preciso afirmá-lo sem rodeios e buscar formas de educar o amor, sem demagogias nem cedência. Dom Antônio lembra ainda que nosso Senhor nem sempre foi bem compreendido, e ele veio para o que era seu e os seus não o receberam. "Quer dizer não o aceitaram, não o compreenderam. Os evangelistas não deixam de frisar isto mesmo até por parte de alguns conhecidos e familiares", completa ele. Por fim, o bispo destaca que o trecho que vamos ouvir no Evangelho deste Domingo o comprova. Ele recorda que Jesus veio a Nazaré onde tinha sido criado, falou ao povo na sinagoga, mas a certa altura todos se encheram de ira contra Ele a ponto de o quererem linchar. Não o compreenderam, mas Jesus, passando por meio deles, seguiu o seu caminho. "O mesmo acontece com a Igreja. Prolongamento de Cristo para levar a sua mensagem a todos os ambientes depara com uma sociedade marcada pelo sucesso e pela busca do prazer. A mentalidade atual não compreende o discurso da Igreja. Vê-se tudo pelo prisma do dinheiro, do prazer e da promoção social. Assim é difícil apresentar os valores da moral cristã que vão contra o materialismo e o comodismo a que as pessoas se acomodam", conclui dom Antônio.

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