quarta-feira, 17 de abril de 2013

CNBB lança padre Anchieta como patrono dos catequistas


Aparecida - Foi aprovada, por mais de dois terços dos bispos presentes na 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), a proposta que o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, fez para que o Beato José de Anchieta se torne o patrono nacional dos catequistas do Brasil. A decisão, colocada em votação na última sexta-feira (12), deverá, agora, ser submetida à aprovação da Santa Sé.
Segundo dom Odilo, a proposta foi feita no contexto das iniciativas realizadas em prol da canonização do Beato Anchieta, após um pedido da Associação Internacional Anchieta (AIA), presidida pelo padre César Augusto dos Santos, diretor do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano. O cardeal explicou que o principal objetivo é “torná-lo mais conhecido e popularizar uma devoção”.
O arcebispo de São Paulo destacou, ainda, "o perfil do padre Anchieta, que foi missionário e um grande catequista".  Para dom Odilo, o padre Anchieta "fez um belo trabalho de Catequese inculturada e deixou vários catequéticos importantes". Nesse sentido, padre César, que foi durante muitos anos vice-postulador da causa de canonização do Beato Anchieta, acredita que o religioso é “o melhor modelo de catequista do Brasil, sem tirar o mérito de outras pessoas”.
Padre César, que, como Anchieta, é jesuíta, acredita que o Brasil declarar o beato patrono dos catequistas “é uma questão de justiça”. “Se alguém catequizou esse país, se alguém deu a vida pela Catequese do país, se alguém se entregou totalmente a esta causa, foi Anchieta”, avalia o religioso.
Segundo ele, “Anchieta deu toda a sua juventude, toda a sua inteligência, toda a sua vida para trazer Jesus Cristo a este povo – fosse indígena, fosse branco ou africano”. Padre César explicou, também, que o beato Anchieta fez a gramática Tupi e, com isso, ajudou seus colegas padres a entenderem mais os indígenas, que passaram a poder se confessar. Além disso, as catequeses podiam ser melhor elaboradas.
 “E Anchieta fazia uma catequese moderna, pois tinha o momento de Catecismo (e ele até escreveu alguns Catecismos na forma que o indígena gostava, com pergunta e resposta), mas ele também soube passar a doutrina e a ética cristã de um modo lúdico, por meio das peças teatrais, de música, de poesia”, explicou.
A proposta de declarar o Beato Anchieta patrono nacional dos catequistas do Brasil foi um dos destaques do primeiro dia de trabalho dos bispos na assembleia deste ano. “A proposta já havia sido apresentada na assembleia anterior por dom Odilo e não foi aprovada por falta de quórum. Ela retorna agora e teve grande aceitação do episcopado”, revelou dom Milton Kenan Júnior, membro da Comissão do Laicato da CNBB e vigário episcopal para a Região Brasilândia.
Antes mesmo de ser aprovada, a proposta do cardeal Scherer já havia ganhado a simpatia dos usuários das redes sociais. No mesmo dia em que foi apresentada a proposta, dom Tomé Ferreira da Silva, bispo da Diocese de São José do Rio Preto e ex-auxiliar na Arquidiocese de São Paulo, postou em seu Twitter a notícia, pedindo a opinião dos internautas. Em poucos minutos, foram feitos vários comentários – e a ampla maioria era favorável à proposta.
SIR

Nenhum comentário:

Postar um comentário