segunda-feira, 13 de maio de 2013

Paz interior, paz com os povos: cristãos e budistas em diálogo



"Apesar das dificuldades, todos temos a convicção de que não há outra solução aos problemas que não seja o diálogo"
Cidade do Vaticano - Um evento que serviu como resposta ao convite lançado pelo papa Francisco a construir pontes de diálogo. Assim foi o colóquio entre cristãos e budistas realizado no início da semana passada, em Roma, na Pontifícia Universidade Urbaniana. O encontro foi promovido pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, em colaboração com a Conferência Episcopal Italiana (CEI), o Movimento dos Focolares e a União Budista Italiana.
Tratou-se da quarta etapa de um percurso iniciado pelo referido dicastério vaticano em 1964 e que teve como tema "Paz interior, paz com os povos". A esse propósito, eis o que nos disse o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran:

Card. Jean-Louis Tauran - "O importante é que, apesar das dificuldades, todos temos a convicção de que não há outra solução aos problemas que não seja o diálogo, que é encontro, compreensão, amor. O tema deste simpósio foi "paz interior, paz no mundo": isso significa que quando alguém está em paz consigo mesmo, transmite uma mensagem de serenidade, esperança, bondade, misericórdia – o papa insiste muito sobre a misericórdia. – e, portanto, é portador de paz. Todo o diálogo com o budismo insiste muito sobre a vida interior e talvez no mundo de hoje seja o aspecto que mais falta".

O senhor disse, durante o colóquio entre cristãos e budistas, que "a paz não é somente um pacto por uma vida tranquila, nem ausência de guerra. Paz – ressaltou – é ser completos e íntegros. Recuperar aquela harmonia com Deus, com os outros e com a Criação".]
Card. Jean-Louis Tauran - "Blaise Pascal dizia que ´o grande problema do homem é que ele não sabe estar em paz em seu quarto´. Penso que devemos aprender a reconstruir este homem interior".

Esta paz interior é um ponto comum entre cristianismo e budismo?

Card. Jean-Louis Tauran - "Sim, penso que sim. É a meditação que nos permite saber quem somos, para onde caminhamos, embora obviamente o budismo seja uma tradição religiosa muito diferente da nossa."

As muitas ameaças contra a vida, presentes nas sociedades de hoje, são desafios comuns para as religiões, particularmente para o cristianismo e budismo...

Card. Jean-Louis Tauran - "Sim, a vida em amplo sentido. Outro dia, li o testemunho de um estudante da China continental vindo estudar na Europa. Após três anos voltou para Pequim e disse a seus colegas: ´Lá, eles são tão livres que ninguém cuida de ninguém´. Isso é muito triste, mas – penso – é também um diagnóstico muito verdadeiro".
SIR

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