segunda-feira, 31 de março de 2014

Religiosa fala sobre evangelização na Amazônia


Manaus- A necessidade da evangelização na Amazônia é um assunto de constante reflexão da Igreja, que é acompanhado pela preocupação com a promoção e defesa da vida dos seus habitantes e de sua biodiversidade. Irmã Maria José de Mesquita, secretária da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) em Manaus, em entrevista ao site da CRB Nacional falou sobre os desafios da missão na Amazônia e da necessidade de missionários generosos que se disponibilizem a dar suas vidas a serviço dos povos que ali vivem.

Para a religiosa, é importante que as congregações disponibilizem religiosos para uma experiência pastoral na Amazônia. "Seria muito bom que as congregações enviassem religiosos para fazer uma experiência, como missionário itinerante, como estágio, o que já ajudaria muito a Igreja, pois temos lugares que de fato não tem padres ou religiosos. Tem surgido muitas vocações entre eles, mas é pequeno o número de padres", frisou. 

Atuando nos estados do Amazonas e Roraima, a CRB de Manaus conta com a colaboração e generosidade de missionários vindos de outras localidades. "Os missionários vem de outros estados ou de outros países e dedicam, de fato as suas vidas. São quatro núcleos e áreas muito distantes por causa das dimensões do Rio Solimões e Negro", explica Irmã Maria José. 

Para ela, a realidade exige missionários e religiosos "abertos à  inculturação" e poder contar com pessoas que consigam "entender a linguagem dos povos nativos, dos indígenas, negros, ribeirinhos, do caboclo é uma alegria muito grande".

Uma das iniciativas na Amazônia é um trabalho missionário itinerante, que conta com uma equipe formada por aproximadamente 20 religiosos e leigos do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), um grupo intercongrecional, que atua há 15 anos em três pólos de missão: Manaus, Tabatinga e Roraima, prestando serviço às comunidades ribeirinhas e povos indígenas.

A equipe trabalha com o que chamam de "metodologia da abelha", que consiste em "estar, escutar, entender a realidade para depois ajudar as pessoas a se mobilizarem", o que para as abelhas consiste em visitar as flores, sentir o perfume, tirar o pólen das flores, guardar e depois retornar à Colmeia. 
Questionada sobre o que é necessário para ser missionário na Amazônia, a religiosa não hesita: "conhecer a realidade". "Só se sabe o que é ser missionário na Amazônia, quem está fazendo a experiência: o clima é muito forte para quem vem de qualquer outra região do Brasil e as distâncias geográficas, desafiadoras (...) e criar consciência de que você não vai para fazer coisas, mas estar com o povo, escutar, entender a dinâmica e a linguagem deles", enfatiza.

Por fim, a religiosa fala de sua experiência na Amazônia. "Há um ditado que diz: ´quem vai ao Amazonas, comeu Jaraqui (peixe), não quer mais sair dali´. Me sinto feliz de estar na Amazônia e já tive a experiência de ir para o Alto Solimões naqueles barcos onde se estende a rede e passa dias naquele barco, faz amizades e experiências de evangelização", finaliza.
SIR/A12

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