Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?
Certa vez, em uma pequena cidade francesa, um pedinte chamado Leôncio costumava permanecer esmolando à entrada da igreja. Na hora da santa Missa, todos entravam, menos ele. Apesar disso, o padre gostava do homem. Era humilde, submisso e resignado.
Um dia, ele não apareceu. Após vários dias, preocupado com a sua ausência, o padre decidiu procurá-lo. Depois de muito indagar, encontrou Leôncio em um quartinho úmido e sombrio.
Ao entrar, muita coisa chamou a sua atenção. Na parede, suja e escura, estava um relógio de ouro antigo e valiosíssimo. Ao lado do relógio, fotografias em molduras de muito bom gosto. Havia também um divã revestido de um tecido damasceno de alto valor.
Leôncio percebeu o olhar surpreso e indagador do padre, e contou-lhe a sua história: “Muito pobre, fui levado para servir no castelo de um fidalgo. Procurei servi-lo bem, chegando a ser seu secretário. Com isso, tornei-me conhecedor profundo das transações comerciais e industriais do nobre patrão.
Motivos políticos levaram a região à revolta, com muita gente presa. Aquele fidalgo decidiu fugir com a família para outra região da França. Ninguém sabia o rumo que tomara. Foi procurado por toda parte. As autoridades ofereceram alta soma de dinheiro para quem revelasse o seu esconderijo.
Fascinado pelo ouro, fiz a revelação, e o fidalgo e sua família foram capturados e condenados. Morreram na guilhotina ele, a esposa e duas lindas filhas. Só o caçula foi poupado. Eu não posso acreditar no perdão para quem premeditadamente cometeu esse crime que cometi. Veja aí sobre a mesinha a foto daquela família. Eu me sinto hoje o mais indigno pecador”.
“Bem, mas para Deus não há pecado que não mereça perdão”, disse o padre. “Busque-o enquanto é tempo.
E, apontando para a foto, disse: “Eu sou este mais novo. Esta é a minha família, que você levou à morte. Entretanto, eu perdoo você. Perdoo completamente. Ainda assim você acha que Deus não o perdoa?”
Senhor, perdoai-nos como nós perdoamos!
“Pedro perguntou a Jesus: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes” (Mt 18,21-22). Este “setenta vezes sete” significa até ao infinito, tanto em relação ao número quanto ao tipo de ofensas.
Um dia, ele não apareceu. Após vários dias, preocupado com a sua ausência, o padre decidiu procurá-lo. Depois de muito indagar, encontrou Leôncio em um quartinho úmido e sombrio.
Ao entrar, muita coisa chamou a sua atenção. Na parede, suja e escura, estava um relógio de ouro antigo e valiosíssimo. Ao lado do relógio, fotografias em molduras de muito bom gosto. Havia também um divã revestido de um tecido damasceno de alto valor.
Leôncio percebeu o olhar surpreso e indagador do padre, e contou-lhe a sua história: “Muito pobre, fui levado para servir no castelo de um fidalgo. Procurei servi-lo bem, chegando a ser seu secretário. Com isso, tornei-me conhecedor profundo das transações comerciais e industriais do nobre patrão.
Motivos políticos levaram a região à revolta, com muita gente presa. Aquele fidalgo decidiu fugir com a família para outra região da França. Ninguém sabia o rumo que tomara. Foi procurado por toda parte. As autoridades ofereceram alta soma de dinheiro para quem revelasse o seu esconderijo.
Fascinado pelo ouro, fiz a revelação, e o fidalgo e sua família foram capturados e condenados. Morreram na guilhotina ele, a esposa e duas lindas filhas. Só o caçula foi poupado. Eu não posso acreditar no perdão para quem premeditadamente cometeu esse crime que cometi. Veja aí sobre a mesinha a foto daquela família. Eu me sinto hoje o mais indigno pecador”.
“Bem, mas para Deus não há pecado que não mereça perdão”, disse o padre. “Busque-o enquanto é tempo.
E, apontando para a foto, disse: “Eu sou este mais novo. Esta é a minha família, que você levou à morte. Entretanto, eu perdoo você. Perdoo completamente. Ainda assim você acha que Deus não o perdoa?”
Senhor, perdoai-nos como nós perdoamos!
“Pedro perguntou a Jesus: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes” (Mt 18,21-22). Este “setenta vezes sete” significa até ao infinito, tanto em relação ao número quanto ao tipo de ofensas.
CNBB, 06-08-2014.
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