
Cidade
do Vaticano (RV) - O Evangelho deste domingo nos relata a cura do cego
Bartimeu. Ele se encontrava à beira do caminho dependendo da compaixão dos
transeuntes. Em certa ocasião ouviu falar de Jesus, de suas palavras e ações e
ficou atento. Um dia ao saber da aproximação do Senhor, começou a gritar
implorando-lhe a cura. Os que passavam corrigiam-lhe para que se calasse. Ele
não os escutou e gritava com voz mais forte. O Senhor o mandou chamar até
onde estava. Ele, em uma atitude rápida, deixou seu manto e se aproximou de
Jesus.
Vemos nesse relato, alguém que
cansou de viver à margem da vida e soube que aquele que era a própria Vida
estava passando e se avizinhava. Ele grita, coloca para fora de seu ser cansado
o desejo de libertar-se dessa escravidão. Pessoas que lhe são próximas o mandam
calar, pois julgam melhor que tudo continue como está, optam pela acomodação.
Mas ele está decidido e quer ser liberto de tudo o que o marginaliza. Ele não
se cala. Jesus, conhecendo tal opção, pede que as pessoas que estão ao lado,
tragam-no até ele.
Os intermediários cumprem seu papel e dizem que o Senhor
o chama. O cego larga o manto, ou seja, larga a vida de dependência – já que
era no manto, estendido à sua frente, que as pessoas depositavam as
esmolas - e salta para a vida nova, de liberdade.
Este episódio nos ajuda a
purificar nossa vontade e nos dar aquela coragem de que tanto gostaríamos
possuir. Reclamar, queixar-se, fazer corpo mole, colocar a responsabilidade na
vida ou nos outros, é algo que deparamos dentro de nós. Sair do acomodamento,
ter de fato uma vontade firme e decidida é algo custoso que nos mantém na
escravidão e na dependência das pessoas.
Aprendamos com Bartimeu a dar
um basta a tudo aquilo que nos marginaliza, nos diminui a dignidade, nos torna
comodamente dependentes. Um cristão deve ser ágil em sua opção pela vida e por
uma vida digna. O cego não teve dúvidas, gritou por Jesus e não deu atenção aos
que o queriam calar.
Quais são as pessoas, situações
ou sistemas que nos desejam manter na escravidão? Quais são as pessoas ou
situações enviadas por Deus que nos levam à libertação, à independência?
Examinemos quais são nossas dependências, nossas acomodações e tenhamos coragem
para eliminá-las! (Reflexão do Padre
César Augusto dos Santos para o XXX Domingo do Tempo Comum)
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