quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Os conservadores argentinos sonham com um papa próprio

A análise é de Oscar Guisoni em artigo publicado por Carta Maior, 13-02-2013.

“Quando João Paulo II morreu todos nos iludimos com a possibilidade de que nosso cardeal Bergoglio assumisse como papa. Mas não aconteceu. Oxalá desta vez ocorra”, exclama sem ruborizar uma conhecida jornalista local em uma das tantas transmissões improvisadas da televisão argentina surpreendida, como o resto do mundo, com a renúncia de Bento XVI. “Deus não o permita”, responde o colunista Fernando D’Addario, no Página/12.
Como ocorreu em 2005, quando foi eleito o Papa Joseph Ratzinger, os conservadores e ultramontanos argentinos voltam a se iludir com a possibilidade de colocar seu homem no Vaticano: o cardeal Jorge Bergoglio. Mas o papel desempenhado pela Igreja argentina e pelo citado cardeal em particular durante a última ditadura militar (1976-1983) torna quase impossível que o Vaticano opte por habilitar com a “fumaça branca” um personagem com semelhante currículo. Salvo que “assim como nos anos 80 escolheram Karol Wojtyla para canalizar religiosamente a luta do povo polonês (isto é, a do mundo ocidental e cristão) contra o totalitarismo soviético”, sustenta D’Addario com acidez, “agora escolham um papa argentino para salvar-nos do populismo gay e favorável ao aborto que se expande como uma peste por estes pampas”.
A polêmica, que em apenas algumas horas voltou a impregnar grande parte da imprensa argentina, trouxe à tona de novo a triste memória do papel desempenhado pela Igreja local durante a última ditadura militar e suas implicações no presente. Assim, enquanto o setor mais conservador e católico da classe média local volta a sonhar em ter seu próprio Papa, os organismos de Direitos Humanos e as associações que agrupam os familiares dos 30 mil detidos desaparecidos na última ditadora recordam que a Igreja não só colocou uma venda nos olhos diante da matança organizada pelo Estado, como se fez de distraída inclusive frente o assassinato de seus próprios sacerdotes, comprometidos com a “opção pelos pobres’ e com a Teologia da Libertação que havia iluminado o Concílio Vaticano II.
Uma prova da atualidade da polêmica é a recente decisão judicial do tribunal que julgou na província de La Rioja o assassinato dos padres Carlos de Dios Murias e Gabriel Longueville, ligados ao também assassinado bispo Enrique Angelelli, uma das figuras emblemáticas da “Igreja comprometida” dos anos setenta na Argentina. Nesta sentença inédita anunciada na semana passada fala-se pela primeira vez da “cumplicidade” da Igreja Católica local com os crimes cometidos pelos militares, ao mesmo tempo em que se assinala a “indiferença” e a “conivência da hierarquia eclesiástica com o aparato repressivo” dirigido contra os sacerdotes terceiro-mundistas. Chama a atenção, diz ainda a sentença, que “ainda hoje persiste uma atitude resistência por parte de autoridades eclesiásticas e de membros do clero ao esclarecimento dos crimes”.
Como ocorreu em 2005, enquanto por trás dos muros do Vaticano se escolhia o sucessor de João Paulo II, a discussão pública leva os argentinos a olhar para sua própria Igreja no espelho que mais os envergonha: do outro lado da Cordilheira, a Igreja Católica tem outra cara para mostrar, já que sua atitude frente à ditadura de Augusto Pinochet foi exatamente a oposta à adotada pela hierarquia argentina. A polêmica transcende rapidamente o âmbito religioso e se instala no cenário político cada vez mais radicalizado, que encontra os partidários da política de Direitos Humanos promovida pelo governo kirchnerista no caminho oposto ao dos conservadores que desejam encerrar os julgamentos contra os responsáveis pelos crimes contra a humanidade executados pela ditadura antes que os processos comecem a bater às portas dos cúmplices civis do regime, o que já começou a acontecer.
Enquanto isso, o candidato em questão, o atual arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, sonha em alcançar um papado impossível. Nascido em 1936 e presidente da Conferência Episcopal durante dois períodos (cargo que abandonou recentemente por doenças da idade), é difícil que o Vaticano se arrisque a colocar no trono de Pedro um homem citado em vários processos judiciais por sua cumplicidade com a ditadura e que conseguiu evitar seu próprio julgamento por contra de influências e argúcias de advogados. Nada disso impede, porém, os ultramontanos argentinos de sonhar com a possibilidade de ter um Papa em Roma que os ajude a acabar de uma vez por todas com um governo que consideram o pior inimigo da Igreja Católica desde que o presidente Juan Domingo Perón enfrentou-se de forma virulenta (incluindo a queima de algumas igrejas) com a hierarquia católica no final de seu governo em 1955.

O pastor e o poder

Análise
As consequências da secularização e laicização promovidas por Bento XVI em sua renúncia referem-se à distribuição dos poderes dentro da Igreja: paralelamente à diminuição do papel do papa, aumentará a dos concílios e dos sínodos, isto é, das assembleias dos bispos. A análise é de Artigo de Eugenio Scalfari.

Um ato revolucionário a renúncia do papa. E certamente o é. Isso nunca havia acontecido, salvo com Celestino V, que foi obrigado pelos franceses que depois continuaram exercendo o seu poder sobre Bonifácio VIII até o tapa de Anagni. E salvo um par de papas e de antipapas eleitos por concílios e conclaves medievais contrapostos.
O cânone prevê a renúncia, e até mesmo o Papa Ratzinger admitiu a sua possibilidade em um livro-entrevista seu de dois anos atrás; mas uma coisa é dizer, outra é fazer.
Portanto, um fato revolucionário. Mas qual é a natureza e quais serão as consequências dessa revolução? A natureza é evidente: a Igreja se laiciza. O papa até agora foi considerado dentro da Igreja e da comunidade dos fiéis como Vigário de Cristo na terra e, de fato, quando fala "ex cathedra" sobre questões de fé a sua palavra é infalível, como decretou o Concílio Vaticano I de 1870.
Esse ponto ainda é o obstáculo não superado que impediu a unificação entre católicos e anglicanos, e entre católicos e ortodoxos da Igreja Oriental. Os outros obstáculos estavam em grande parte superados, até os da supremacia do bispo de Roma sobre todos os outros: o primaz da Rússia estava pronto para reconhecer ao bispo de Roma a primazia de "primus inter pares", mas não a de Vigário da Divindade na terra.
A renúncia de Bento XVI anula esse obstáculo; o cânone, de fato, põe uma única condição: que o papa tome a sua decisão em plena liberdade, isto é, que não pese sobre ela alguma sombra de pressão e de chantagem. A vontade de Cristo não é nem citada, nem Ratzinger faz menção a ela nas breves palavras com as quais comunicou a sua decisão ao Consistório convocado na manhã dessa segunda-feira para se ocupar de objetos totalmente diferentes.
Portanto, diminui a relação direta entre o Chefe da Igreja e o Filho de Deus, e a autoridade do bispo de Roma sobre toda a cristandade não deriva de outra coisa que da eleição em conclave por parte dos cardeais, uma cerimônia totalmente laica, salvo o lugar em que ocorre (a Capela Sistina, que é uma igreja consagrada) e o perfume de incenso e o som dos sinos que acompanham o Veni Creator Spiritus.
As consequências dessa secularização e laicização referem-se à distribuição dos poderes dentro da Igreja: paralelamente à diminuição do papel do papa, aumentará a dos concílios e dos sínodos, isto é, das assembleias dos bispos.
Esse foi o pedido implícito mas evidente do Vaticano II, mas foi por mais de 30 anos a tese explicitamente defendida pelo cardeal Martini. A Igreja como instituição – disse e escreveu Martini em livros, pregações e diálogos – se fundamenta sobre duas autoridades, a do papa e a dos concílios e dos sínodos. O papa participa de uns e de outros com funções de coordenação e de direção, mas as decisões são tomadas pelos bispos, que são os depositários do legado dos Apóstolos de Jesus.
Não se trata de um fenômeno de pouco relevo. Basta considerar que os bispos estão muito mais interessados na pastoralidade do que no poder da hierarquia curial. A hierarquia curial deveria, em teoria, fornecer à pastoralidade os instrumentos e os meios materiais para evangelizar as almas e difundir o credo. A Igreja militante é confiada aos pastores de almas, bispos, párocos, sacerdotes, ordens religiosas. Mas essa é historicamente somente uma parte da realidade.
A Igreja-instituição deveria representar a custódia da Igreja militante e pastoral; ao invés, ocorreu o contrário. Por séculos e milênios, a instituição sufocou a pastoralidade e promoveu guerras, inquisições, corrupção, simonia. Não se tratou de episódios, mas sim de uma continuidade histórica, cujo pivô era o poder temporal. Lembram-se das Cruzadas? Lembram-se da Guerra das Investiduras que teve Canossa como etapa essencial? Lembram-se do exílio de Avignon? As alianças, o nepotismo, as dinastias fundadas pelos papas: os Colonna, os Orsini, os Caetani, os Farnese, os Piccolomini, os Borghese, os Della Rovere. E os Borgia?
A pastoralidade, no entanto, continuou e espalhou a sua semente larga e preciosamente, e isso foi um verdadeiro milagre. Mas o rosto abrangente da Igreja saiu em grande parte manchado. As suas capacidades de se confrontar com a modernidade foram fortemente reduzidas.
Essa situação poderia ter melhorado com o fim do poder temporal propriamente dito, mas não foi assim. A Igreja-instituição manteve a supremacia sobre a Igreja militante e pastoral, recuperando aquele poder através da política e do fascínio do espetáculo.
O pontificado do Papa Pacelli foi o cume da temporalidade política, não por acaso precedido pela concordata Pio XI-Mussolini; o espetáculo, ao invés, teve a sua estrela mais brilhante na figura do Papa Wojtyla, enfrentando sofrimentos terríveis, até mesmo a sua agonia e a sua morte.
Mas esses milagres (porque foram milagres de inteligência e também de fé e de dor) não resolveram os problemas da Igreja. Evadiram-nos e os deixaram aos sucessores.
Esses problemas, com o passar do tempo, se agravaram. Referem-se à recuperação do Sagrado, à dedicação dos fiéis à caridade, à Igreja pobre, à Igreja missionária, à fé na vida, ao contraste entre a liberdade dos modernos e a dogmática dos tradicionalistas. E as centenas de milhares de problemas postos pela bioética, pela psicologia do profundo, pelas desigualdades do mundo. As diferenças não curadas e talvez incuráveis entre a Igreja de Paulo, a de Agostinho, a de Bento, a de Francisco.
A nós, não crentes, agradaria muito que o futuro papa e bispo de Roma, em meio a tantas proclamações de santos que não fazem mais milagres (admitindo-se que os do passado os fizeram), propusesse a de Pascal. Seria o verdadeiro sinal de que algo está mudando nos palácios apostólicos. Se tivesse vivido por mais tempo, talvez o Papa João a teria feito.
Eugenio Scalfari é jornalista e fundador do jornal italiano La Repubblica, 12-02-2013.

Na última missa, Bento XVI lamenta os golpes contra a unidade da Igreja



Bento XVI preside a missa da Quarta-feira de Cinzas (Foto: )
Cidade do Vaticano, 14 fev (SIR) -  Foi a última missa pública do Papa Bento XVI e a ocasião não poderia ser mais simbólica.
Na Quarta-feira de Cinzas, que lembra o caráter transitório e efêmero da vida humana, Bento XVI insistiu na superação dos "individualismos e rivalidades" no período da Quaresma, num sinal "humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé ou indiferentes".
O ritual foi o mesmo dos últimos sete anos – Bento XVI colocou nas testas dos fiéis as cinzas, numa cerimônia que contou com a presença de cardeais, bispos, monges, frades e peregrinos –, mas desta vez na Basílica Vaticana, do que no habitual cenário do Monte Avetino, na basílica de Santa Sabina, para receber todos os que queriam estar presentes na última missa de Joseph Ratzinger como Bento XVI. Antes do anúncio da renúncia, na segunda-feira, a Santa Missa da Quarta-feira de Cinzas estava marcada para a pequena Igreja de Santo Anselmo, de onde o Papa sairia em procissão até à Basílica de Santa Sabina. Mas a missa acabou por ser celebrada na Basílica de São Pedro.
O site da Rádio Vaticano faz referência a uma missa "intensa e muito participada", durante a qual Bento XVI comentou a sua renúncia: "É uma ocasião propícia para agradecer a todos, agora que me preparo para concluir o ministério de Pedro." Bento XVI deixou também vários alertas e avisos, contra "a hipocrisia religiosa", contra "o comportamento de quem quer aparecer" e contra "as atitudes que procuram aplausos e aprovação". "A qualidade e a verdade da nossa relação com Deus é o que certifica a autenticidade de qualquer gesto religioso", frisou o Papa, num tom grave. Numa missa interrompida pelos aplausos dos presentes, Bento XVI alertou contra o que considera ser "os golpes contra a unidade da Igreja" e a "divisão do corpo eclesiástico", lamentando que "o rosto da Igreja seja, por vezes, desfigurado".
O Papa criticou ainda aqueles que se dizem prontos "a rasgar as próprias roupas face aos escândalos e às injustiças, naturalmente perpetrados por outros", mas que não se mostram "prontos a agir de acordo com o seu próprio coração, a sua consciência e as suas intenções", cita a AFP.

Papa convida a viver a Quaresma na comunhão eclesial

Na missa da Quarta-feira de Cinzas, Bento XVI também conclamou: "Hoje, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos um novo caminho quaresmal, um caminho que se prolonga por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte", frisou o pontífice. A Igreja nos repropõe o forte chamado que o profeta Joel dirige ao povo de Israel: "Assim diz o Senhor: retornai a mim de todo vosso coração, com jejum, com lágrimas e com lamentação" (Joe 2,12).
O Papa ressaltou que a expressão "de todo vosso coração" significa "do centro dos nossos pensamentos e sentimentos, das raízes das nossas decisões, escolhas e ações, com um gesto de total e radical liberdade". Este retorno a Deus é possível, "porque há uma força que não reside em nosso coração, mas que brota do coração do próprio Deus. É a força da sua misericórdia. O retorno ao Senhor é possível como graça, porque é obra de Deus e fruto da fé que nós repropomos em sua misericórdia", disse ainda o Santo Padre. "O ´retornai a mim de todo vosso coração´ é um chamado que envolve não somente o indivíduo, mas a comunidade. A dimensão comunitária é um elemento essencial na fé e na vida cristã. O ´Nós´ da Igreja é a comunidade em que Jesus nos reúne: a fé é necessariamente eclesial", sublinhou ainda o pontífice. Bento XVI convidou a "viver a Quaresma numa mais intensa e evidente comunhão eclesial, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé ou indiferentes".
"O ´retornar a Deus de todo coração´ em nosso caminho quaresmal passa pela Cruz, o seguir Cristo no caminho que leva ao Calvário, à doação total de si. É um caminho no qual aprender cada dia a sair sempre mais do nosso egoísmo e dos nossos fechamentos, para dar espaço a Deus que abre e transforma o coração", disse ainda o Santo Padre.
No Evangelho de Mateus, Jesus faz referência a três práticas fundamentais previstas pela Lei mosaica: "a esmola, a oração e o jejum são também indicações tradicionais no caminho quaresmal para responder ao convite a retornar a Deus de todo coração." "O nosso testemunho será sempre mais incisivo quanto menos buscarmos a nossa glória e teremos consciência de que a recompensa do justo é o próprio Deus, o estar unido a Ele, aqui, no caminho da fé, e, ao término da vida, na paz e na luz do encontro face a face com Ele para sempre", disse ainda o Papa.
"Ressoe forte em nós o convite à conversão, a retornar a Deus de todo coração, acolhendo a sua graça que nos faz homens novos, com aquela surpreendente novidade que é participação da própria vida de Jesus", concluiu Bento XVI.

Secretário-geral da CNBB prevê Papa não europeu


Dom Leonardo Ulrich Steiner fala sobre a renúncia do papa Bento XVI ao posto de líder da Igreja Católica.
Por Ana Flor
Brasília - Deus pode estar preparando uma surpresa ao fazer de um não europeu o novo papa, afirmou nesta quarta-feira o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, que ressaltou que o novo pontífice, qualquer que seja a nacionalidade, precisa estar preparado para "questões novas", que vão "do meio ambiente à sexualidade".
Apesar de afirmar que não falava em nome da CNBB, ele disse que foi uma surpresa, à época, a escolha de João Paulo II, que era polonês, num momento em que o mundo ainda vivia a Guerra Fria entre comunismo e capitalismo.
"Os cardeais são autônomos e, como houve chance de um papa polonês, a chance existe (de ser brasileiro)... Agora não sei por onde andarão as votações e também por onde o espírito vai soprar", disse ele, referindo-se à sucessão de Bento XVI, que renunciou ao papado na segunda-feira.
O secretário-geral da CNBB, que também é bispo auxiliar de Brasília, não é cardeal e não fará parte do conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI.
No entanto, cinco brasileiros terão direito a voto no conclave e também podem ser escolhidos para comandar a Igreja Católica. Entre eles estão o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, que terá 78 anos quando começar o processo de escolha do novo papa, marcado para a segunda metade de março e o atual presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno, que completa 76 anos em 15 de fevereiro e é também é arcebispo de Aparecida.
Os outros três brasileiros no conclave serão o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro.
O secretário-geral da CNBB participou nesta quarta do lançamento da Campanha da Fraternidade de 2013, que tem como tema a juventude. Também esteve presente o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, que representou a presidente Dilma Rousseff.
Perguntado sobre o desejo de ver um brasileiro como papa, Carvalho, que foi seminarista e é ligado a setores da Igreja Católica que ajudaram na fundação do PT, afirmou que seria uma honra.
"Aí eu falo mais como cidadão cristão e católico do que como membro do governo... Mas é evidente que seria uma grande honra para qualquer país ter um papa da sua nacionalidade".
É esperada a presença no novo papa, cujo processo de escolha deve começar em março, na Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro, evento para o qual estava confirmada a presença de Bento XVI.
Reuters

Evangelho do dia


Ano C - Dia: 14/02/2013



Jesus anuncia sua paixão e ressurreição
Leitura Orante


Lc 9,22-25

E explicou: "É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar". Depois, Jesus começou a dizer a todos: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?"
Leitura orante
Preparo-me para a Leitura Orante, com a oração:
Mestre: a tua vida me traça o caminho,
a tua doutrina confirma e ilumina os meus passos;
a tua graça me sustenta e me conduz no caminho do céu.
Tu és perfeito Mestre: dás o exemplo, me ensina e me animas a seguir-te.

1.Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio o texto do dia: Lc 9,22-25.
Aquele que quiser seguir a Jesus, participar de sua vida e de sua missão, deverá percorrer o mesmo caminho dele. E ainda, renunciar ao poder, ao reino de um messias glorioso e vencedor. A causa é dele, que afirma: quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
Também eu posso seguir Jesus. Assumir a sua causa. Nos momentos de maiores dificuldades vou me lembrar que esta causa é primordial.O seguimento de Jesus requer renúncia, busca de justiça e doação da vida por uma boa causa.
Podemos afirmar, a melhor causa.

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Oração oficial da CF 2013

Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para...

4. Contemplação/ Missão (Vida)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou deixar de lado toda vaidade e reconhecimento humano e ajudar alguém que sofre a carregar a sua cruz.
Esta causa é de Jesus e minha também.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Santo do dia

14 de fevereiro

São Cirilo
Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico,Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa.

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo.

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas.

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano.

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo.

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados.

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".

Mensagens




Se a estrela perguntasse ao céu: onde posso encontrar o amor, o céu responderia: contemple-se!

Se a flor perguntasse ao jardim:
onde posso encontrar o amor,
o jardim responderia: contemple-se!

Se a fonte perguntasse ao rio: onde posso encontrar o amor, o rio responderia: contemple-se!

E se, por fim, você perguntasse a Deus: onde posso encontrar o amor,
Deus responderia: contemple-se!

Que você tenha sempre a inspiração de se contemplar, para ser a fisionomia do amor brotar dessa contemplação.

Sua contemplação vai mostrar, que você é a maneira humana, que Deus escolheu, para nos revelar o seu rosto.


José Acácio Santana