quinta-feira, 10 de julho de 2014

Dom Celli apresenta ao Papa Francisco ‘The Pope App’



dom chelliCidade do Vaticano (RV) – O Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, acompanhado por seu colaborador Thaddeus Jones, apresentou na segunda-feira, 7, “The Pope App”, um aplicativo para smartphone e tablet que reúne toda a mídia do Vaticano (Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano, Agência Fides, L’Osservatore Romano, Sala de Imprensa). Dom Celli falou aos microfones da Rádio Vaticano:
Dom Celli: “Era nosso desejo apresentar ao Papa esta iniciativa. Como se sabe, já existia o ‘The Pope App’ e nós estamos contentes porque no passado mais de 400 mil pessoas baixaram nos próprios celulares e nos tablets este aplicativo. É um aplicativo que permite ao Papa de aproximar homens e mulheres de hoje, de estar próximo a eles com suas mensagens, com seus pronunciamentos, com as suas meditações. E este, achamos que seja um momento privilegiado: homens e mulheres de hoje, às vezes também afastados da Igreja e às vezes também de outras religiões, encontraram no Papa Francisco um amigo, que está ao lado deles, que diz coisas autênticas, que sabe falar ao coração dos homens e das mulheres de hoje, que sabe perceber os seus cansaços e às vezes a dificuldade de viver e sabe dar uma palavra de amizade, de amor. Eu recordo, neste momento, aquilo que ele dizia há poucos dias em um encontro pastoral com a Diocese de Roma. Dizia: “Eu tenho um sonho, o de revelar ao mundo de hoje o aspecto materno da Igreja”. Uma mãe pode não partilhar das escolhas dos próprios filhos, mas uma mãe ama sempre os próprios filhos: a Igreja é mãe e mestra e nós muitas vezes sublinhamos esta grande missão magisterial da Igreja. E acredito que seja um dever! Porém nem sempre recordamos que também era nosso dever mostrar esta face materna da Igreja. O Papa Francisco nos está ajudando nisto. Uma Igreja que tem simpatia pelo homem, que está ao lado do homem. O Papa Francisco várias vezes disse: “As portas da Igreja devem estar sempre abertas, para que, quem passa pelo caminho, possa entrar, qualquer que seja seu estado de vida”. O homem deve sempre compreender que é acolhido, que é acolhido por Deus! Eu defendo que com esta iniciativa – aperfeiçoamos a primeira edição do The Pope App e hoje está mais acessível, está mais claro, é melhor administrado, no entanto as funções são as mesmas – podemos fazer sim que em cada momento o homem e a mulher de hoje possam ter à disposição do próprio celular ou seu próprio tablet as meditações, as palavras do Papa, os seus gestos….. Eu diria que hoje a nova edição permite também ter ‘favoritos’, escolher, isto é, textos mais importantes e ao mesmo tempo de poder compartilhar com outros. Isto eu acho que seja uma oportunidade nova que é oferecida a todos”.
RV: Thaddeus Jones, você acompanhou muito de perto o desenvolvimento deste novo aplicativo. Poderias nos contar o que ele oferece?
Thaddeus: “O App agrupa os conteúdos, as mídias e as notícias produzidas por cada mídia da Santa Sé, do Vaticano, portanto: Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano, Agência Fides, L’Osservatore Romano, em parte a Sala de Imprensa da Santa Sé e os últimos textos publicados no vatican.va. É multimídia: tem vídeo, o streaming e fotografias, também do Serviço Fotográfico. Portanto, abrange um pouco de tudo, também as notícias escritas, os resumos das notícias, os textos integrais. A ideia é colocar tudo junto em um único App e isto também para satisfazer uma exigência sempre mais presente hoje, porque as pessoas querem ter notícias no próprio smarthphone, no próprio tablet. Assim, para ir de encontro a esta exigência sempre mais evidente, criamos este App com o nome de ‘The Pope App’”. (JE)
Fonte: News.va

Papa nomeia dom Giovanni Crippa bispo da diocese de Estância



domgiovannicrippaO papa Francisco nomeou hoje, 9, dom Giovanni Crippa como bispo da vacante diocese de Estância (SE), transferindo-o da sede titular de “Accia” e do ofício de auxiliar na arquidiocese de Salvador (BA).
Dom Giovanni Crippa é natural de Milão, Itália. Em 1981, emitiu os primeiros votos no Instituto Missões Consolata e foi ordenado padre no dia 14 de setembro de 1985. Na Itália, dom Giovanni foi animador missionário e vocacional, professor na Faculdade de Missiologia da Pontifícia Universidade Urbaniana (Roma) e membro da equipe de coordenação do Departamento Histórico do Instituto Missões Consolata. É bacharel em Teologia, mestre e doutor em História da Igreja, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Em 2001 chegou ao Brasil, na arquidiocese de Feira de Santana (BA), onde atuou como vigário paroquial, pároco, diretor espiritual, professor, membro do Conselho Presbiteral, conselheiro provincial de sua congregação e conselheiro espiritual das equipes de Nossa Senhora.
Em 21 de março de 2012, o papa Bento XVI o nomeou bispo auxiliar da arquidiocese de Salvador. Em maio do mesmo ano, recebeu a ordenação episcopal. Em setembro do ano passado, foi nomeado pelo papa Francisco administrador apostólico de Estância.
Fonte: CNBB

Diplomacia da Igreja


'Líderes religiosos estão agora utilizando a sua autoridade moral para persuadir os líderes em situações de conflito.'
Os líderes das Igrejas cristãs estão se tornando os pacificadores mais ativos no mundo? Apenas uma semana depois de o presidente Peres, de Israel, e do presidente palestino, Mahmoud Abbas, aceitarem o convite do papa para rezar junto a ele em Roma, o arcebispo de Canterbury fez uma dramática visita à Nigéria para rezar com o presidente Goodluck Jonathan e incentivá-lo a fazer todos os esforços para encontrar as alunas sequestradas pela organização terrorista Boko Haram.
A viagem improvisada do arcebispo aconteceu logo depois de uma visita ao Paquistão, onde ele visitou uma pequena comunidade cristã em dificuldade e elogiou os seus esforços para criar laços mais estreitos com a comunidade muçulmana de uma maneira geral, apesar dos ataques regulares por militantes, das ameaças de violência da multidão e do aumento do uso das notórias leis de blasfêmia que expulsam os cristãos da sua terra e de sua propriedade.
Os dois homens, ambos novos em seus postos de trabalho e com agendas novas que colocam uma ênfase considerável sobre a paz e a reconciliação, têm sido cada vez mais ativos na abordagem de conflitos que desafiam os esforços de resolução por parte dos líderes políticos do mundo. Apesar de insistirem que não estão assumindo papéis políticos e cautelosos no emaranhado da diplomacia global, tanto o Papa Francisco quanto o reverendíssimo Justin Welby têm se mostrado hábeis para usar a sua enorme autoridade moral para melhorar o clima político e persuadir os líderes em situações de conflito para reverem as propostas de paz.
Isso ficou demonstrado de forma dramática em Roma no início de junho, quando o presidente Shimon Peres, de Israel, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, chegaram ao Vaticano para uma cerimônia formal para plantar oliveiras - os antigos símbolos da paz. Com as câmeras de todo o mundo observando, ambos os homens cumprimentaram-se e beijaram-se antes de jogarem uma pá de terra ao redor das raízes das árvores. Vindos após o colapso das conversações políticas formais entre israelenses e palestinos sobre a paz, os gestos eram quase tão surpreendentes quanto o famoso aperto de mão há 21 anos entre Yasser Arafat e Yitzhak Rabin no gramado da Casa Branca enquanto o presidente Clinton selava os acordos de paz de Oslo.
O papa pode não ser um político, mas, ao longo do ano passado, ele demonstrou um toque extraordinariamente hábil no uso de gestos e símbolos para sublinhar as mensagens que ele quer transmitir. Isso ficou particularmente evidente durante a sua visita à Terra Santa. Em uma imagem que vai definir o seu papado, ele fez uma pausa para abaixar a cabeça em oração e apertou a mão contra o concreto coberto de pichações do gigantesco "muro da separação" de Israel - a barreira construída para selar Israel de fora da Cisjordânia ocupada. Como seus assessores mais tarde admitiram, foi uma declaração silenciosa contra um símbolo de divisão e conflito.
Os palestinos ficaram encantados, sentindo que o pontífice tinha chamado a atenção para a sua situação de uma forma que Israel foi obrigado a reconhecer. O governo israelense estava visivelmente irritado, mas respondeu diplomaticamente. Mas o gesto, então, tornou impossível para qualquer um dos lados recusar o convite do papa aos líderes de Israel e da Palestina para se unir a ele em Roma a fim de rezar pela paz.
No momento em que o papa estava em Jerusalém, o arcebispo estava em Lahore, atendendo bispos e líderes de outras comunidades de fé minoritárias no Paquistão. Sua visita, que faz parte de seu plano para visitar os primazes de todas as 38 províncias da Igreja Anglicana em todo o mundo no início de seu mandato, também foi carregada de simbolismo. Ela aconteceu apenas alguns meses depois de um ataque devastador feito por dois homens-bomba em uma igreja em Peshawar, que matou e feriu mais de 230 fiéis, e em meio a tensões sobre as crescentes ameaças de militantes islâmicos contra o Estado paquistanês e especialmente as pequenas comunidades não muçulmanas.
Em um alegre culto matinal na imponente catedral anglicana em estilo gótico em Lahore, ele elogiou os cristãos do Paquistão por sua firmeza diante de tais ameaças. Ele disse que o trabalho que eles fazem para administrar faculdades, clínicas de saúde e até mesmo uma escola especial para crianças com dificuldades de aprendizagem (um serviço não oferecido pelo Estado), abertos a todos e esmagadoramente atendendo estudantes muçulmanos, é um exemplo de serviço cristão em ação.
Não havia dúvida do risco político que ele correu ao fazer a visita. Em uma hedionda coincidência, enquanto o arcebispo estava ouvindo apelos comovidos dos bispos do Paquistão pelo direito de liberdade religiosa e segurança, no mesmo momento, apenas algumas ruas de distância, o corpo de uma jovem grávida estava caído no chão, um pouco fora da Alta Corte de Lahore, seu rosto e cabeça esmagados por tijolos arremessados ​​contra ela por sua família.
A mulher e seu marido tinham ido ao tribunal para fazer um juramento de que tinham casado por sua livre vontade, apesar da oposição do pai da noiva. Todos os anos, acontecem cerca de 900 assassinatos "de honra" de mulheres por suas famílias. Não poderia haver exemplo mais terrível dos perigos do ódio, da ignorância e do fanatismo que agora estão tomando conta do Paquistão.
A segurança foi extremamente rigorosa para a visita do arcebispo: carros blindados foram usados ​​para transportar ele e sua esposa. Foi uma precaução que apenas uma semana depois mostrou ter sido justificada. Em Karachi, onde um pequeno grupo do Palácio de Lambeth ficou por uma noite, ocorreram tumultos, alguns dias depois, após a prisão em Londres de um líder político exilado que controla milícias poderosas na explosiva cidade. O edifício do alto comissariado britânico de lá, onde o arcebispo ficou, foi fechado e evacuado. Três dias depois, militantes invadiram o aeroporto de Carachi, de onde ele já havia voado para Bangladesh, matando funcionários e forçando o fechamento do aeroporto.
O processo de paz e de reconciliação - dentro da Igreja Anglicana e entre os principais grupos religiosos do mundo - foram as prioridades declaradas por Justin Welby a partir do momento em que ele tornou-se arcebispo. Ele é bem qualificado para o papel. Como um executivo do ramo do petróleo que visitou a Nigéria muitas vezes antes de sua ordenação, ele viu em primeira mão o conflito que assola cristãos e muçulmanos no centro da Nigéria, que agora está tendo consequências mortais. Como ex-diretor do Centro de Reconciliação da catedral de Coventry, ele já conduziu delicadas negociações entre grupos militantes em um esforço para libertar reféns, muitas vezes arriscando a própria vida.
Ao chegar ao Palácio de Lambeth, nomeou o cônego David Porter, um irlandês que o sucedeu em Coventry, como seu diretor de reconciliação. E, juntos, eles se concentraram em muitos dos conflitos mais difíceis do mundo. As máquinas e as estratégias para a reconciliação estão agora em vigor no Palácio de Lambeth.
O papa também fez chegar, especialmente para os pobres, um foco de seu papado, e pronunciou-se fortemente a favor de uma maior justiça e oportunidade para os oprimidos que vivem nas favelas do mundo. Ele também reorganizou a burocracia do Vaticano, nomeando cardeais de sua confiança para realizar as prioridades por ele estabelecidas.
Os dois homens, com influência sobre um grande número de cristãos nominais e os seus líderes políticos, agora olham em conjunto para fazer a execução do processo de paz. Ambos estão determinados a acabar com a deterioração das relações entre cristãos e muçulmanos ao redor do mundo. E ambos não têm medo de falar, de forma inequívoca, condenando a violência e o preconceito. O Revmo. Justin Welby chamou o apedrejamento da mulher em Lahore de um "linchamento revoltante" e disse que tinha ficado "completamente horrorizado". Ele também chamou o sequestro das estudantes nigerianas de um "ato atroz e imperdoável".
Os líderes da Igreja não está tentando suplantar os negociadores ou políticos das Nações Unidas cuja responsabilidade é manter a segurança global. Mas no momento em que os líderes mundiais parecem paralisados diante de seus problemas mais intratáveis ​​- pobreza, injustiça, conflitos étnicos e guerras civis - talvez a Igreja esteja redescobrindo um papel que poderia torná-la uma formidável força política, bem como moral: o papel de defender causas humanitárias e punir aqueles que não conseguem tomar uma posição contra a guerra, o conflito e a violência.
Diplomat, 08-07-2014

terça-feira, 8 de julho de 2014

Dois Papas na final? Jornal vaticano não descarta final entre a Argentina e Alemanha na Copa


FranciscoBXVI_LOssevatoreRomanoANSAO jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano (LOR), não descarta uma final da Copa do Mundo de 2014 seja entre a Argentina e Alemanha, um partido histórico onde se enfretariam as nações de dois Papas.
O Mundial o Brasil 2014 “poderia dar-nos de presente uma final Argentina x Alemanha”, diz a publicação vaticana e afirma que essa possibilidade “entraria para da história do futebol” por ser o confronto inédito de dois países de onde vêm simultaneamente o papa e o papa emérito.
“Se pensarmos bem, poderia ocorrer que uma final do Mundial entre para a história pela peculiaridade de seus torcedores. Por exemplo, como quando Barack Obama que tomou uma foto no Air Force One enquanto via a partida entre os Estados Unidos e a Alemanha… e se a ideia do enfrentamento entre o papa Francisco e Guarda a Suíça inflamou a vigília da partida Argentina X Suíça, poderia ocorrer que a verdadeira surpresa chegue com os torcedores especiais da final do Mundial”, acrescenta referindo-se ao pontífice e o bispo emérito de Roma. Ambos amantes do futebol.
Segundo o jornal da Santa Sé, Alemanha foi até agora a equipe mais limpa do Mundial “com apenas 37 faltas cometidas durante quatro partidas… Logo estão as fontes históricas”. Por outro lado, os argentinos, continua o LOR, “devem ainda compreender se são ‘Messi-dependentes’ e, neste caso, pensar até que altura ele poderá leva-los no campeonato”.
O jornal da Santa Sede propõe ainda a seleção costa-riquenha como “a verdadeira surpresa do Mundial”. “a Costa Rica já pode orgulhar-se de ser a equipe revelação do Brasil 2014 e não só isso, porque obteve a máxima posição na história do futebol costa-riquenho ao chegar às quartas de Final, e além disso entrou na classificação quando era a zebra do único grupo que reunia três nações vencedoras de mundiais: Itália, Inglaterra e Uruguai”, assegura.
No momento, o jornal da Santa Sé não se atreve a apostar por um ganhador, mas assegura que esta edição do Mundial 2014 “será uma surpresa”.
Fonte: ACI Digital

Evangelho do Dia

Ano A - 08 de julho de 2014

Mateus 9, 32-38

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 32 Logo que se foram, apresentaram a Jesus um mudo, possuído do demônio.
33 O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: “Jamais se viu algo semelhante em Israel”.
34 Os fariseus, porém, diziam: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
35 Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade.
36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor.
37 Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os operários são poucos.
38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe”.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
REAÇÕES CONTRADITÓRIAS
Os milagres de Jesus não visavam impor às pessoas o reconhecimento de sua messianidade. Aliás, Jesus não tinha como controlar as interpretações de suas palavras e gestos. Muitos sentidos foram dados a eles. Tudo dependia do modo como eram acolhidos.
            A ação de Jesus suscitou reações contraditórias. A cura de um possesso mudo levou as multidões a confessarem jamais terem visto algo semelhante em Israel. Já seus adversários declarados, os fariseus, consideraram o mesmo gesto fruto de um poder demoníaco atuado através de Jesus. A benevolência das multidões contrastava-se com a malevolência farisaica.
            Os milagres eram apenas uma porta de entrada no mistério da pessoa de Jesus e apontavam para algo novo e extraordinário acontecendo na história humana. Quem se abria para Jesus e acolhia sua mensagem, percebia o dedo de Deus escondido atrás de sua ação e reconhecia o Reino de Deus acontecendo através dele. E o identificava como o Filho de Deus agindo com o poder conferido pelo Pai. Em outras palavras, entrava na dinâmica da fé.
            Por outro lado, os milagres serviam para respaldar as palavras de Jesus. Ele era Messias por palavras e por obras. As obras prodigiosas, ao revelarem ser Jesus possuidor de um poder próprio de Deus, eram uma demonstração da autoridade com a qual falava. Tantos os milagres de Jesus quanto seus ensinamentos revestiam-se de autoridade divina.

Oração
Senhor Jesus, leva-me a reconhecer o dedo de Deus escondido em teus gestos prodigiosos.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
 
Leitura
Oseias 8,4-7.11-13
Leitura da profecia de Oseias.
8 4 “Constituíram reis sem minha aprovação, e chefes sem meu conhecimento. Fizeram para si ídolos de sua prata e de seu ouro, para a sua própria perdição.
5 Rejeito teu bezerro (de ouro), ó Samaria! Minha cólera inflamou-se contra eles. Até quando não poderão eles purificar-se?
6 Porque (esse bezerro) é obra de Israel, foi um artista que o fez; ele não é um deus, será, pois, despedaçado o bezerro de Samaria.
7 Visto que semearam ventos, colherão tempestades; não terão sequer uma espiga, e o grão não dará farinha; e, mesmo que a desse, seria comida pelos estrangeiros.
11 Efraim multiplicou os altares, e seus altares só lhe serviram para pecar.
12 Mesmo que eu lhe escreva todos os preceitos de minha lei, ele a estimará como uma lei estrangeira.
13 Oferecem vítimas em sacrifício e comem-lhes as carnes, mas o Senhor não se compraz nelas. Doravante ele se lembrará da iniqüidade deles, e punirá os seus pecados: voltarão para o Egito”.
Palavra do Senhor.
 
Salmo 113B/115
Confia, Israel, no Senhor!

É nos céus que está o nosso Deus,
Ele faz tudo aquilo que quer.
São os deuses pagãos ouro e prata,
Todos eles são obras humanas.

Te boca e não podem falar,
Têm olhos e não podem ver;
Têm nariz e não podem cheirar,
Tendo ouvidos, não podem ouvir.

Têm mãos e não podem pegar,
Têm pés e não podem andar.
Como eles serão seus autores,
Que os fabricam e neles confiam.

Confia, Israel, no Senhor.
Ele é teu auxílio e escudo!
Confia, Aarão, no Senhor.
Ele é teu auxílio e escudo!

 
Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria e Dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia Diária

DIA 8 DE JULHO - TERÇA-FEIRA

XIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio do vosso templo. Vosso louvor se estenda, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Oração do dia
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria e Dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Oseias 8,4-7.11-13)
Leitura da profecia de Oseias.
8 4 “Constituíram reis sem minha aprovação, e chefes sem meu conhecimento. Fizeram para si ídolos de sua prata e de seu ouro, para a sua própria perdição.
5 Rejeito teu bezerro (de ouro), ó Samaria! Minha cólera inflamou-se contra eles. Até quando não poderão eles purificar-se?
6 Porque (esse bezerro) é obra de Israel, foi um artista que o fez; ele não é um deus, será, pois, despedaçado o bezerro de Samaria.
7 Visto que semearam ventos, colherão tempestades; não terão sequer uma espiga, e o grão não dará farinha; e, mesmo que a desse, seria comida pelos estrangeiros.
11 Efraim multiplicou os altares, e seus altares só lhe serviram para pecar.
12 Mesmo que eu lhe escreva todos os preceitos de minha lei, ele a estimará como uma lei estrangeira.
13 Oferecem vítimas em sacrifício e comem-lhes as carnes, mas o Senhor não se compraz nelas. Doravante ele se lembrará da iniqüidade deles, e punirá os seus pecados: voltarão para o Egito”.
Palavra do Senhor.
 
Salmo responsorial 113B/115
Confia, Israel, no Senhor!

É nos céus que está o nosso Deus,
Ele faz tudo aquilo que quer.
São os deuses pagãos ouro e prata,
Todos eles são obras humanas.

Te boca e não podem falar,
Têm olhos e não podem ver;
Têm nariz e não podem cheirar,
Tendo ouvidos, não podem ouvir.

Têm mãos e não podem pegar,
Têm pés e não podem andar.
Como eles serão seus autores,
Que os fabricam e neles confiam.

Confia, Israel, no Senhor.
Ele é teu auxílio e escudo!
Confia, Aarão, no Senhor.
Ele é teu auxílio e escudo!

 
Evangelho (Mateus 9, 32-38)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 32 Logo que se foram, apresentaram a Jesus um mudo, possuído do demônio.
33 O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: “Jamais se viu algo semelhante em Israel”.
34 Os fariseus, porém, diziam: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
35 Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade.
36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor.
37 Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os operários são poucos.
38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe”.
Palavra da Salvação.
 
Comentário ao Evangelho
REAÇÕES CONTRADITÓRIAS
Os milagres de Jesus não visavam impor às pessoas o reconhecimento de sua messianidade. Aliás, Jesus não tinha como controlar as interpretações de suas palavras e gestos. Muitos sentidos foram dados a eles. Tudo dependia do modo como eram acolhidos.
            A ação de Jesus suscitou reações contraditórias. A cura de um possesso mudo levou as multidões a confessarem jamais terem visto algo semelhante em Israel. Já seus adversários declarados, os fariseus, consideraram o mesmo gesto fruto de um poder demoníaco atuado através de Jesus. A benevolência das multidões contrastava-se com a malevolência farisaica.
            Os milagres eram apenas uma porta de entrada no mistério da pessoa de Jesus e apontavam para algo novo e extraordinário acontecendo na história humana. Quem se abria para Jesus e acolhia sua mensagem, percebia o dedo de Deus escondido atrás de sua ação e reconhecia o Reino de Deus acontecendo através dele. E o identificava como o Filho de Deus agindo com o poder conferido pelo Pai. Em outras palavras, entrava na dinâmica da fé.
            Por outro lado, os milagres serviam para respaldar as palavras de Jesus. Ele era Messias por palavras e por obras. As obras prodigiosas, ao revelarem ser Jesus possuidor de um poder próprio de Deus, eram uma demonstração da autoridade com a qual falava. Tantos os milagres de Jesus quanto seus ensinamentos revestiam-se de autoridade divina.

Oração
Senhor Jesus, leva-me a reconhecer o dedo de Deus escondido em teus gestos prodigiosos.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
 
Sobre as oferendas
Possamos, ó Deus, ser purificados pela oferenda que vos consagramos; que ela nos leve, cada vez mais, a viver a vida do vosso reino. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! (Sl 33,9)
Depois da comunhão
Nós vos pedimos, ó Deus, que, enriquecidos por essa tão grande dádiva, possamos colher os frutos da salvação sem jamais cessar vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.

A força da fraqueza


A Igreja tem a oferecer crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres que querem viver como bons cristãos.
Por Dom Alberto Taveira Corrêa

Nos difíceis anos da segunda Guerra Mundial, as forças ideológicas em conflito se confrontaram de várias formas com a presença dos cristãos, muitos deles inclusive comprometidos com as diversas facções, suscitando depois a análise e o julgamento dos historiadores e muitos críticos, nas décadas que se sucederam. Entretanto, o século XX foi um tempo de martírio, quando cristãos de várias confissões, católicos, evangélicos e ortodoxos derramaram seu sangue por causa do Evangelho, em defesa da verdade e da dignidade da pessoa humana. Foi também um período de grande profusão de homens e mulheres que confessaram a fé, tornaram-se batalhadores com a palavra e os gestos, gerando um santo orgulho para as gerações que se sucederam, inclusive a nossa. Mais ainda, a candura da virgindade, a coragem da castidade de pessoas que foram contra a correnteza da busca desenfreada de prazer que se espalhou pelo mundo, também esta forma de vida cristã se fez presente. Disseram também o seu sim ao Senhor muitos homens e mulheres suscitados pelo Espírito Santo para fundar famílias religiosas, obras sociais, iniciativas de serviços aos mais pobres e Movimentos.
As grandes chagas do tempo, como as drogas, as enfermidades surgidas recentemente, as novas formas de pobreza e miséria, a situação dos prófugos dos países em guerra, as catástrofes naturais, todas foram situações em que cristãos se lançaram a dar alguma resposta. Mártires, Confessores, Virgens, Fundadores e Fundadoras, Agentes sociais, grandes pregadores do Evangelho. Eis a riqueza da Igreja de nosso tempo! Não somos os detentores exclusivos do bem a ser feito, mas temos oferecido nossa contribuição por um mundo mais justo e fraterno.
No dia seis de julho a Igreja celebrou Santa Maria Goretti, uma jovem italiana morta aos doze anos, em 1902, pela decisão de manter a castidade. Pio XII, por ocasião de sua canonização, pronunciou palavras de grande sabedoria: "Nem todos somos chamados a sofrer o martírio; mas todos somos chamados a praticar as virtudes cristãs. A virtude, porém, requer energia; mesmo sem atingir as alturas da fortaleza desta angélica menina, nem por isso obriga menos a um cuidado contínuo e muito atento, que deve ser sempre mantido por nós até o fim da vida. Por isso, semelhante esforço, bem pode ser considerado um martírio lento e constante. A isto nos convidam as palavras de Jesus Cristo: 'O reino dos céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam' (Mt 11,12). Esforcemo-nos todos por alcançar este objetivo, confiados na graça do céu. Sirva-nos de estímulo a santa virgem e mártir Maria Goretti. Que ela, da mansão celeste, onde goza da felicidade eterna, interceda por nós junto ao divino Redentor, a fim de que todos, nas condições de vida que são as nossas, sigamos os seus gloriosos passos com generosidade, vontade firme e obras de virtude" (Homilia da canonização de Santa Maria Goretti, em 1950). Sim, a Igreja tem a oferecer crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres que querem viver como bons cristãos.
Consta que uma grande autoridade da então "Cortina de Ferro", aconselhada a tolerar o catolicismo naquela região, fez uma pergunta sarcástica: "Mas quantas divisões militares tem o papa?" Todas as vezes em que o poder temporal e o religioso se aliaram ingênua ou maldosamente, os resultados foram os piores possíveis. Quando os cristãos revestidos de algum poder se comprometeram com as armas ou com a corrupção, mancharam a beleza da aquela que é Esposa de Cristo. Com o tempo, a graça de Deus lhes concede o dom do arrependimento e a força para recomeçarem o caminho. Não é tarefa da Igreja ter divisões militares, mas arregimentar homens e mulheres que acreditem na força da fraqueza, percorrendo a estrada do serviço e da humildade, mesmo quando as circunstâncias os colocarem em postos altos da política e da administração pública ou em suas atividades profissionais. Estarão então "na corda bamba", desafiados a manter a fidelidade aos princípios evangélicos, fermentando a sociedade.
Efetivamente, desde os primórdios da Igreja multiplicaram-se os desafios, começando pelas próprias fraquezas dos cristãos. As perseguições foram inúmeras, as dificuldades imensas. No entanto, os cristãos aprenderam a acreditar nos meios pobres e no anúncio do Evangelho aos mais simples e desprezados, quanto aos recursos materiais e quanto às condições humanas e espirituais. Cabe-lhes ir ao encontro dos mais sofredores e dos pecadores.
Nosso Senhor, ao oferecer instruções aos discípulos, percorrendo diversas cidades da Galileia (Cf. Mt 11­12), os conduz a entender os valores do Reino de Deus. Ele é interrogado sobre a missão de João Batista, manda ao mesmo João um recado, indicando os sinais do Messias: "Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova" (Mt 11, 4-5). O mesmo João Batista, preso, quase para ser degolado, é elogiado por Jesus como o maior dentre os nascidos de mulher (Cf. Mt 11, 11). Seus discípulos, ouvindo-o recriminar algumas cidades que recusaram a ocasião oferecida para se arrependerem, certamente ficavam confusos. Até hoje é assim! Poder, dinheiro, influência, tudo atrai terrivelmente!
E o Senhor, diante da arrogância corrente em todos os tempos, exalta o humilde e o simples. Impressiona a efusão espiritual de Jesus (Cf. Mt 11, 25-30), testemunhando a predileção do Pai pelos pequeninos. As portas do Reino de Deus continuam abertas. Venham a ele os que estão cansados e sobrecarregados, os estropiados pela vida ou pelos próprios pecados. Venham os que não vivem satisfeitos com seus próprios preconceitos. Sejam bem vindos os que desejam fazer a estrada da simplicidade de coração. Não se intimidem aquelas pessoas que querem, malgrado todas as propagandas contrárias, ser parecidas com uma Santa Maria Goretti, ou quem sabe abraçar uma vida semelhante à Beata Madre Teresa de Calcutá, ou a coragem de Santa Gianna Beretta Molla na defesa da vida. Se lhes parecerem distantes destas figuras, olhem para as legiões de homens e mulheres sem armas, aí bem perto, em sua Paróquia, que testemunham Jesus Cristo e seu Evangelho.
Entretanto, para que ninguém fique enganado, há uma condição, tomar o jugo suave de Jesus, aprendendo dele, que é manso e humilde de coração. O jugo suave é a lei do amor. Comparado com as cargas impostas pelos fariseus, este jugo liberta e salva. Trata-se de seguir Jesus, abraçar a cruz, tornar-se discípulo e missionário do Reino de Deus. Passe o mundo transitório, permaneça o Reino de Deus, que fermenta com vida e santidade todas as gerações.
CNBB
Dom Alberto Taveira Corrêa é arcebispo de Belém do Pará.