sábado, 9 de janeiro de 2016

Nova espiritualidade


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 3,15-16.21.22.
Por José Antonio Pagola*

"Espiritualidade" é uma palavra desafortunada. Para muitos só pode significar algo inútil, afastado da vida real. Para que pode servir? O que interessa é o concreto e prático, o material, não o espiritual.
No entanto, o "espírito" de uma pessoa é algo valorizado na sociedade moderna, pois indica o mais profundo e decisivo da sua vida: a paixão que a anima, a sua inspiração última, o que contagia os outros, o que essa pessoa vai colocando no mundo.
O espírito alenta os nossos projetos e compromissos, configura o nosso horizonte de valores e a nossa esperança. Segundo o nosso espírito, assim será a nossa espiritualidade. E assim será também nossa religião e a nossa vida inteira.
Os textos que nos deixaram os primeiros cristãos mostram-nos que vivem a sua fé em Jesus Cristo como um forte "movimento espiritual". Sentem-se habitados pelo Espírito de Jesus. Só é cristão quem foi batizado com esse Espírito. "O que não tem o Espírito de Cristo não lhe pertence". Animados por esse Espírito, vivem-No todo de forma nova.
O primeiro que muda radicalmente é a sua experiência de Deus. Não vivem já com "espírito de escravos", cansados pelo medo a Deus, mas com "espírito de filhos" que se sentem amados de forma incondicional e sem limites por um Pai. O Espírito de Jesus faz gritar-lhes do fundo do seu coração: Abbá, Pai! Esta experiência é o primeiro que todos deveriam encontrar nas comunidades de Jesus.
Muda também a sua forma de viver a religião. Já não se sentem "prisioneiros da lei", das normas e dos preceitos, mas libertos pelo amor. Agora conhecem o que é viver com "um espírito novo", escutando a chamada do amor e não com "a letra velha", ocupados em cumprir obrigações religiosas. Este é o clima que entre todos temos de cuidar e promover nas comunidades cristãs, se queremos viver como Jesus.
Descobrem também o verdadeiro conteúdo do culto a Deus. O que agrada ao Pai não são os ritos vazios de amor, mas que vivamos "no espírito e na verdade". Essa vida vivida com o espírito de Jesus e da verdade do Seu evangelho é para os cristãos o seu autêntico "culto espiritual".
Não temos de esquecer o que Paulo de Tarso dizia às suas comunidades: "Não apagueis o Espírito". Uma igreja apagada, vazia do espírito de Cristo, não pode viver nem comunicar a sua verdadeira Natividade. Não pode saborear nem contagiar a sua Boa Nova. Cuidar da espiritualidade cristã é reavivar a nossa religião.
Instituto Humanitas Unisinos, 08-01-2016.
*José Antonio Pagola, teólogo espanhol.

Evangelho do Dia

C - 09 de janeiro de 2016

João 3,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.
O povo, sentado nas trevas, grande luz enxergou; aos que viviam na sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz (Mt 4,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 3 22 Jesus foi com os seus discípulos para os campos da Judéia, e ali se deteve com eles, e batizava.
23 Também João batizava em Enon, perto de Salim, porque havia ali muita água, e muitos vinham e eram batizados.
24 Pois João ainda não tinha sido lançado no cárcere.
25 Ora, surgiu uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, a respeito da purificação.
26 Foram e disseram-lhe: “Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, de quem tu deste testemunho, ei-lo que está batizando e todos vão ter com ele”.
27 João replicou: “Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu.
28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: ‘Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante dele’.
29 Aquele que tem a esposa é o esposo. O amigo do esposo, porém, que está presente e o ouve, regozija-se sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa.
30 Importa que ele cresça e que eu diminua”.
Palavra da Salvação.

Comentário do Evangelho
A CONSCIÊNCIA DO PRECURSOR
            O Evangelho refere-se a João Batista como uma testemunha qualificada do Messias, enviada para precedê-lo. O Precursor chega a ser apresentado como a testemunha por excelência, para que, na qualidade de “testemunha da luz, todos pudessem crer por meio dele”.
            Seu comportamento modelar revelava-se na recusa de usurpar algo que não lhe pertencia. Manteve-se isento de qualquer ciúme ou inveja, quando Jesus deu inicio ao seu ministério. E a quem confundia os papéis de ambos, João declarava, sem titubear: “Eu não sou o Messias”. Sua consciência lúcida impedia-o de passar por aquilo que não era. Seu papel era comparável ao do amigo escolhido para acompanhar o noivo, por ocasião da festa de casamento. Existe alegria maior para o amigo do noivo, quando o vê chegar, entre vivas e aclamações? Seria mesquinho se pretendesse ver as atenções voltarem-se para ele, e não para o noivo!
            Sendo assim, João Batista só tinha motivos para se alegrar. Já tinha concluído a sua missão. Importava, agora, que o Messias crescesse e ele diminuísse, sem qualquer espécie de ciúme.
Enganar-se-ia quem perdesse a chance de se tornar discípulo do Messias, para apegar-se a uma luz efêmera, quando já havia despontado a verdadeira “luz do mundo”. Por conseguinte, os discípulos de João foram instados a tomar uma decisão..

 
Leitura
1 João 5,14-21
Leitura da primeira carta de são João.
14 Caríssimos, a confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, ele nos atenderá.
15 E se sabemos que ele nos atende em tudo quanto lhe pedirmos, sabemos daí que já recebemos o que pedimos.
16 Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.
17 Todainiqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte.
18 Sabemos que aquele que nasceu de Deus não peca; mas o que é gerado de Deus se acautela, e o Maligno não o toca.
19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno.
20 Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!
Palavra do Senhor.
Salmo 149
O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em quem o fez,
e Sião se rejubile no seu rei!

Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória
e, cantando, se levantem de seus leitos
com louvores do Senhor em sua boca.
Eis a glória para todos os seus santos.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, pelo vosso filho nos fizestes nova criatura pra vós. Dai-nos, pela vossa graça, participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Quem é quem?


De fato, Deus nos criou à sua imagem e semelhança.
Por Dom José Alberto Moura
Jesus pergunta aos discípulos sobre o que pensam a respeito de sua identidade. Pedro manifesta sua profissão de fé no Mestre como sendo o Messias (Cf. Mateus 16, 13-17). Em contrapartida Jesus coloca a identidade de Simão como pedra de sua Igreja: "Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la" (Mateus 16,18).
O ser humano só encontra razão de ser na vida quando conhece a identidade de Deus, numa relação de confiança nele, a ponto de realizar a missão por Ele recebida. Usa, então, a vida para cuidar do convívio com o semelhante e com a natureza de modo amoroso e construtivo. De fato, Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Como Ele mostra sua identidade no ato de amar as criaturas, cuidando de tudo para o bem de cada ser, também nos dá a incumbência de cuidar de tudo o que está sob nossa responsabilidade da melhor maneira, afinada com os critérios dele.
Jesus veio nos indicar a maneira de realizar o projeto do Pai. Uma nova ordem pessoal e social deve acontecer. Somente o ser humano é feliz quando dá de si pelo bem do semelhante, mesmo tendo que se sacrificar pela promoção da justiça e do bem comum. Até o uso dos bens materiais, da cultura, do desenvolvimento da ciência, da técnica e da economia devem ser colocados a serviço da dignidade humana. Tudo é de Deus. O ser humano é apenas administrador provisório. Paulo lembra que o proprietário é Deus: "Tudo é dele, por ele e para ele. A ele é a glória para sempre" (Romanos 11,36).
Deus quer o bem de toda criatura. Colocou-nos na terra porque nos ama e quer nosso bem. Mas nos dá a alegria de termos a honra e a felicidade de colocar nossa parte de esforço e boa vontade para nos recompensar de toda a responsabilidade em administrar bem as possibilidades da vida presente. Esta é boa quando a fazemos beneficiadora a todos. Nosso empenho para isso depende de colocarmos nossos talentos e oportunidades para construirmos uma sociedade fraterna e promotora da vida digna para todos. Nessa direção somos responsáveis por construirmos famílias dóceis ao projeto do Criador, bem como política de real serviço à causa comum. Nossa inteligência usada bem nos facilita escolhermos pessoas de bem para o exercício das diversas lideranças na sociedade, seja na política, seja na religião e em todo tipo de organização humana. Quando se tratam de eleições a cargos de serviço à coletividade, a consciência bem formada nos deve levar a superar interesses mesquinhos de grupos e corporações. Assim escolhemos pessoas de bom caráter e com capacidade para o bom exercício dos cargos eletivos.
Quando identificamos bem as pessoas aptas para os serviços à comunidade, damos todo nosso apoio e acompanhamos suas ações para que realmente sejam identificadas com o bem da coletividade. Com a força da profissão de nossa fé, como fez Pedro, somos capazes de assumir nossa missão, conhecida e acionada por Deus, para realizarmos seu projeto de benefício a nós e a todos de nosso convívio. Nossa vocação de resposta a Deus tem a ver diretamente com a identidade da tarefa que Ele nos dá na vida.
Diocese de Marília
Dom José Alberto Moura é arcebispo de Montes Claros (MG).

Capacitação

No dia 13 de janeiro, às 19h30, no salão da igreja de Santo Antônio (Barra de Jangada), a prefeitura fará uma capacitação para leigos sobre o mosquito aedes aegypti.

PROCLAMAS MATRIMONIAIS



02 e 03 de janeiro de 2016



COM O FAVOR DE DEUS E DA SANTA MÃE A IGREJA, QUEREM SE CASAR:




  • VICTOR DE LIMA OLIVEIRA
E
MILRELLA JÚLIA CORRÊA DA SILVA


  • CÉSAR PINTO LAGES
E
TAÍS DE SÁ FREIRE DE ALMEIDA


  • WAGNER RODRIGUES DE LIMA
E
ALINE TORRES GOMES





                       Quem souber algum impedimento que obste à celebração destes casamentos está obrigado em  consciência a declarar.

COMUNICADO


Dia 31/12 a secretaria só funcionará até as 11h30.
A missa na matriz será às 17h30 e na Orla (calçadão) às 19h00.
Dia 01/01/16 a missa será às 10h00.

Dia 02/01/16 não haverá expediente na secretaria.

Evangelho do Dia

C - 30 de dezembro de 2015

Lucas 2,36-40

Aleluia, aleluia, aleluia.
Um dia sagrado brilhou para nós: nações, vinde todas adorar o Senhor: pois hoje desceu grande luz sobre a terra.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 2 36 havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada.
37 Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.
38 Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação.
39 Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré.
40 O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.
Palavra da Salvação.
 

Comentário do Evangelho
CHEIO DE SABEDORIA E GRAÇA
            A condição de Filho de Deus não impediu Jesus de assumir a humanidade, de forma radical. Na história do cristianismo, não faltaram tendências heréticas que interpretavam a dimensão humana de Jesus como um arremedo de experiência humana. Os docetistas julgavam que as ações de Jesus, enquanto homem, eram pura aparência. Só aparentemente ele sentia fome, se emocionava, se enfurecia diante das injustiças. Sua divindade não era tocada por esses sentimentos inferiores. Outros julgavam que a humanidade de Jesus se privilegiava de sua divindade. Por isso, ele era capaz de saber tudo sobre todas as coisas. Tinha, além disso, um poder sobre-humano de realizar coisas inacreditáveis.
            A fé cristã sempre rejeitou estas interpretações fantasiosas e indevidas da pessoa de Jesus, procurando garantir uma relação conveniente entre humanidade e divindade.
            Sendo verdadeiro homem, Jesus fez a experiência de crescer não apenas em estatura, mas também em sabedoria, coadjuvado pela graça de Deus. Esta dinâmica de crescimento resultava de uma vida humana assumida plenamente no que há de belo e positivo, mas também no que há de negativo, com exceção do pecado. Em tudo estavam sempre implicadas tanto a humanidade quanto a divindade de Jesus, pois sua identidade não padecia de cisão interna. Em sua humanidade, resplandecia sua condição de Filho de Deus.

 
Leitura
1 João 2,12-17
Leitura da primeira carta de são João.
1 12 Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo seu nome.
13 Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno.
14 Crianças, eu vos escrevo, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno.
15 Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.
16 Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo.
17 O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.
Palavra do Senhor.
Salmo 95/96
O céu se rejubile e exulte a terra!

Ó família das nações, daí ao Senhor,
Ó nações, daí ao Senhor poder e glória,
Dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!

Oferecei um sacrifício nos seus átrios,
Adorai-o no esplendor da santidade,
Terra inteira, estremecei diante dele!

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”
Ele firmou o universo inabalável,
E os povos ele julga com justiça.
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que o novo nascimento de vosso Filho como homem nos liberte da antiga escravidão do pecado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.